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História Historias Macabras de Horror: Orfanato - Capítulo XI: Incredulidade


Escrita por: abracadabrazoroastra

Notas do Autor


Boa leitura.
Demorei, mas voltei

Capítulo 11 - Capítulo XI: Incredulidade


Historias Macabras de Horror: Orfanato

Capítulo XI: Incredulidade

 

 

 "Alice" - uma voz demoníaca dizia em meio à escuridão. 

 

 Durante aquela madrugada, Alice acordava em espanto, reconhecendo a voz rouca e feminina logo acima de seu corpo.

 Acabara de se alimentar, todos sem exceção. Jon, Robert e Mary Bell se entregaram ao sonífero da noite e adormeceram em suas devidas camas.

 Alice, cansada de tanto escavar o túnel para sair daquele local, a cabana, logo dormiu sem relutância, apresentando um sono leve e sutil como ela própria. Mas, de uma forma inesperada, a voz do demônio que lhe atormentava reapareceu sem precedentes, criando um breve susto em seu corpo trêmulo.

 

 "Alice, minha querida, acorde!", dizia a criatura, descendo do teto e logo encontrando o colchão da cama superior.

 

 - O... O que você faz... - ela respira e transpira fundo, tentando se acalmar do recente susto que teve. - O que faz aqui?! O que... - e Alice se cala sem saber o que dizer. Estava apenas assustada com a presença desagradável da criatura.

 

 O demônio começa a engatinhar até perto do rosto da garota, colocando os seus joelhos entre as pernas trêmulas de Alice, e as mãos ao redor de seu corpo. A criatura transmitia ruídos insanos e incontroláveis pela boca escancarada, ruídos com uma extrema rouquidão. A luz do luar, antes esbranquiçado, se tornara amarelado, adentrando pela minúscula e estreita janela, tornando o rosto do demônio mais visível, demonstrando a sua face branca como a neve, os seus olhos tão escuros que parecem que não há as cavidades oculares, a sua boca brevemente rasgada pelos lados, as inúmeras cicatrizes, profundas e sangrentas, e a marca demoníaca na fronte de sua testa: uma othila invertida, símbolo da desgraça e morte familiar. 

 Alice não acreditava no que via. Pensou que a criatura lhe deixaria apaziguada após aquele trato, mas, de alguma forma misteriosa, ela estava de volta, agora apresentando um motivo de preocupação com a Alice.

 A menina tremia de medo e receio. Aquela face nada favorável assustava e atormentava qualquer um, principalmente a doce e delicada Alice, que sofrera com as aparições inconstantes do demônio quase todos os dias. O suor gelado do terror escorria pela toda extensão de sua face, criando um pavor imensurável no corpo de Alice. O medo do que poderia vir por agora aterrorizava a pobre garota, que chorava sutilmente em tentativa de não acordar as outras crianças, que roncavam em expressão da boa noite de sono que estavam tendo. Como sempre, toda vez que aquela terrível criatura demoníaca se consagrava em sua frente, um misto de sono, medo, pavor, receio repercutia por cada extremidade de sua carne, enfraquecendo a sua valentia e "apodrecendo" as suas entranhas de covardia.

 

 "Eu vim lhe ajudar, Alice" - a criatura, com cautela, massageia os longos cabelos acastanhados com suas garras, arrancando uma risada inescrupulosa de sua garganta. Uma entonação de preocupação estava evidente em sua voz pausada e enfraquecida.

 

 Estava piedosa com Alice, mesmo que de uma forma mais retraída, pois os recentes acontecimentos com a garota haviam lhe riado um sentimento de compaixão jamais sentida em seu corpo. Alice era a única pessoa que o demônio tinha para si, e ela faria de tudo para se apoderar da menina. 

 

 - Ajudar com o quê? - indaga a garota meia curiosa, esperando algo realmente benéfico vindo do demônio.

 

 Alice percebeu que a criatura não abrangia o seu lado maligno e traiçoeiro, pelo contrário, exibia uma preocupação alarmante sobre si. Ela não acreditava no demônio de forma alguma, aliás, quem acreditaria em um ser sobrenatural que matara os seus pais? A pobre garota começava a sentir uma coragem deslumbrante sobre aquela bizarra criatura, essa breve estadia no orfanato havia lhe mostrado que os traumas das crianças dali eram bem piores que o seu, lhe proporcionando este sentimento forte e robusto. 

 

 "A lhe tirar daqui! Você não é louca para viver com estes psicopatas, Alice" - o demônio se aproxima da garota enquanto se deleitava ao seu lado, deitando no confortável colchão que se apresentava no beliche. 

 

 - Mas nós já sairemos daqui! Estamos escavando um túnel e... - Alice contradizia, achando que aquela proposta poderia ser uma enrascada, mas logo é interrompida pelo atrevimento perspicaz da criatura. 

 

 "Não é apenas sair daqui, Alice! Estou tentando evitar a sua convivência com estas crianças, principalmente o Jon" - a criatura olha no fundo dos olhos de Alice, esperando algum nível de consentimento vindo da garota. Ela percebia que a órfã não estava acreditando em sua bondade, mesmo que a própria fosse uma realidade imensurável.

 

 Alice a olha meia receosa. Como a odiava, parecia que era algo interminável. Aquele jeito carinhoso não era algo que ela olhava com bons olhos. No fundo, pensava ela, a criatura queria destruir com o que restou de sua sofrível vida: não tinha mais família, não tinha mais amigos, não tinha mais nada, apenas três crianças maníacas com traumas horríveis em suas memórias, encravadas em sua personalidade, os deixando insanos e sem carácter algum, sem amor e afeto para oferecer. 

 

 - Por que principalmente o Jon? - interroga curiosa, encontrando algum tipo de verdade na fala da criatura. 

 

 Até a própria percebia que o Jon era um louco psicopata, pois matara uma criança indefesa sem motivo algum. Aquilo não apenas havia despertado uma curiosidade sobre o que o demônio diria logo depois, mas também uma corriqueira confiança aguçada pela extrema verdade proclamada por aquele ser sobrenatural.

 

 "Por que ele gosta de você, Alice! Ele lhe ama!" - em uma entonação exaltada e extravagante, a criatura aproxima da garota com uma expressão preocupante. Realçava, mesmo que de uma forma fracassada, o quanto era alarmante aquela paixão do Jon, tentando convencer Alice que esse garoto era a desgraça em pessoa. 

 

 - Co-como? O Jon gosta de mim? - pergunta com um tom retórico, completamente incrédula com os dizeres do demônio. Ela poderia ter algum tipo de razão, já que os carinhos e afetos extremos do Jon eram realmente duvidosos.

 

 "Lhe adora e aí está a razão de seus problemas: O Jon é possessivo, Alice, quando ele quer algo, ele ganha. A sua estupenda ignorância o faz tolo e frio" - diz a criatura melancólica com o seu tom de voz sussurrante, mostrando uma inóspita intolerância contra o Jon. - "Mary Bell o ama, sempre o amou, e a sua presença aqui estraga os planos afetuosos dela. Ela vai fazer qualquer coisa para ter o seu amado, e você está interrompendo isso. Ela vai te matar mais cedo ou mais tarde" - ela se vira para Alice, a olhando com uma extrema tristeza e infelicidade.

 

 Dúvidas circundavam a mente da garota. E se aquilo tudo fosse mentira? E se fosse verdade? Aquele ser imundo já fez dezenas de males em sua vida, e só naquele momento ela a ajudaria? Ela tinha certeza em criar dúvidas cruas sobre esta terrível criatura, dúvidas e mais dúvidas intermináveis que massacravam a sua cabeça em uma dor instigante. 

 

 - Por que você está me ajudando somente agora, seu demônio?! - responde, interrogando, aos prantos e com lágrimas escorrendo pelo seu rosto avermelhado de raiva. - Por quê?! Logo você que me deixou nesse lugar, neste orfanato! Logo você que matou os MEUS PAIS! Não há moti... - e o choro estridente é interrompido pelo tom autoritário e robusto da criatura. 

 

 "Cale-se, Alice! Eu fiz isso para lhe ajudar" - ela logo se irrita, virando-se para Alice com uma feição mista de tristeza e raiva. - "Nunca tive algum tipo de amor quando era criança! Os meus pais sempre davam afeto e carinho para minha irmã, Alice. Eu era excluída pela minha família."

 

 - O que você quer dizer com isso? - mais uma pergunta em meio à cabeça imatura de Alice, que refletia nos dizeres sofríveis e no tom melancólico da criatura.

 

 "Quero dizer que eu só tenho você agora, Alice" - e ela acaricia a face em penumbra com suas garras, tendo uma atenção máxima de não rasgar o rosto da garota, que a olha em um nível de desprezo esplêndido. - "Você é tudo que eu tenho e meu dever é zelá-la de qualquer mal que existe por aqui."

 

 - E POR QUE VOCÊ MATOU OS MEUS PAIS?! NÃO EXISTE RAZÃO! - ela gritava em desespero, inundada em lágrimas de dor, em lágrimas de sofrimento, em lágrimas de indignação. - EU OS AMAVA! ISSO NÃO É NENHUM TIPO DE ZELO, SEU MONSTRO! - alarmava à procura de alguém para lhe acudir, mas parecia que ninguém a ouvia. Ela tinha a breve impressão de que as capacidades ocultas da criatura impediam e inibiam, misteriosamente, os seus gritos de socorro.

 

 "Eu os matei porque eles amavam você" - respondia com uma naturalidade impecável, deslumbrando um senso de racionalidade sobre os vocábulos que dizia. - "Eu preciso de amor e carinho, Alice, e você é a única pessoa que pode me proporcionar isso."

 

 - Você não queria dividir o meu afeto com os meus pais? 

 

 Alice olha para o teto e fecha os seus olhos, em uma tentativa frustrada de tentar adormecer. Estava cansada de tanto ouvir aquelas palavras estressantes do demônio, mesmo que ela apresentasse um bom nível de interesse sobre aquela conversa. Estava exausta com o esforço físico que teve para escavar o túnel par fugir daquele lugar o mais rápido possível. Desejava sentir o sol esquentar docemente a sua pele antes que o próprio se escondesse nas nuvens de neve do inverno. 

 

 "Sim, sim é claro!" - responde com feições alegres, olhando para Alice, tentando demonstrar razão no que dizia. - "Eles bateram em você, Alice. Você deve receber e oferecer amor, e eles apenas lhe entregavam palmadas."

 

 - MAS NAQUELE DIA EU ESTAVA ERRADA! - Alice desejava agredir a criatura, mas, sendo uma pessoa racional, não praticou isso. Tinha ciência que o demônio poderia fazer algo monstruoso com ela, a matando ou, talvez, algo pior, logo desistindo dessa inútil decisão. - EU MERECIA AQUILO! VOCÊ SEMPRE SERÁ UM MONSTRO. SEMPRE!

 

 "Alice, eu não fiz por mal" - e as carícias de desculpa se intensificam, tentando convencer a garota de que as suas práticas eram para proporcionar a melhor vida possível. "Eu sempre fui carente de amor e o procuro nas crianças. Você gostava de mim, minha querida" - evoca Valtiel, a nomenclatura do demônio, a doce órfã com palavras delicadas e amorosas, entregando um lado da criatura que Alice jamais acreditava que existia. - "Sempre brincávamos de boneca, lembra? Agora você está assim, rancorosa sem motivo algum."

 

- Podíamos ter brincado antigamente. Eu podia gostar de você, mas depois que você matou os meus pais, eu apenas sinto ódio - aquelas palavras são as que melhor deduziam a indignação da Alice. Ela tinha um afeto incrível com a criatura, mas, após aquele terrível assassinato, tudo havia mudado, a percepção da garota com a criatura também. - Eu estou em um inferno, estou presa aqui. Estou sem ver o Johnny faz muito tempo.

 

 "Não sinta ódio de mim, Alice" - implorava amor e compaixão, tentando demonstrar à garota que a sua visão para a criatura estava erroneamente incongruente. - "Se você tivesse matado os seus pais, isso nunca teria acontecido. Você não viria para o orfanato e muito menos estaria trancada aqui" - aquilo havia sido a pior coisa que o demônio disse para a menina, pois ela e Alice tinham conhecimento que o demônio era o culpado de ter matado os pais da garota, e não devia colocar a culpa daquela tragédia encima da despedaçada em desgraça Alice. - "Nós iríamos para um lugar lindo, bem longe daqui, meu amor. Seríamos felizes para sempre."

 

 - Eu estou presa aqui por causa daquele maldito teste! - responde a altura, usando uma hipótese certeira sobre a sua prisão na cabana, mesmo que houvesse errado o agente causador dessa mísera ocasião. - Se você não tivesse me dito a alternativa correta, eu não estaria aqui!

 

 "A alternativa correta? Do que você está falando?" - pergunta sem compreender aquele assunto. Não havia feito aquilo de forma alguma, mesmo que Alice não consentia com os seus verdadeiros dizeres. 

 

 - Não finja para mim - dizia Alice incrédula, sempre duvidando da impiedosa criatura. - Eu sei muito bem que você é a dona daqueles gritos horríveis em minha cabeça. Eu sei muito bem que você me falou as alter...

 

 "Não, eu não fiz isso" - afirmava, estabelecendo sinceridade

 

 - Então quem fez? - pergunta meia debochada, esperando uma das inúmeras falsas desculpas da Valtiel. 

 

 "O bicho-papão!" - exclama, tentando demonstrar veracidade e um leve nível de receio sobre o monstro que acabara de dizer. 

 

 Alice a fita sem entender nada, expressando um sorriso seguido de uma risada descrente, logo dizendo: - O bicho-papão? - em um tom de deboche, Alice ria absurdamente sobre este determinado assunto, mesmo que já tenha vivido dezenas de ocasiões macabras em seu dia-a-dia. - Pelo amor de Deus, isso não existe. 

 

 "Existe, Alice. Ele está de olho em uma das crianças deste orfanato" - o demônio tentava convencer Alice sobre a existência deste ser maligno, falando com um tom certeiro e olhando no fundo das íris da garota. - "Você foi uma das vítimas dele."

 

 - Como assim? 

 

  "O Will é a criança mais afetada por ele" - a criatura continuava a afirmar sobre o verdadeiro male daquele orfanato, dizendo hipóteses que faziam sentido para o que havia ocorrido recentemente no temível orfanato. - "Ele está na procura de um anticristo, Alice."

 

 - Anticristo? O que é isso? - Alice desconhecia aquela palavra, sendo o foco principal de sua dúvida. Criava uma alta expectativa sobre aquele determinado assunto, mesmo que tivesse um pouco de receio sobre o significado desse vocábulo.

 

  "Vai ser um dos responsáveis pela grande desgraça em Centralia" - o seu tom tenebroso logo se concede com os ruídos medonhos dos galhos de árvores se chocando do lado de fora. - "O dia está próximo, meu amor. Mais cedo ou mais tarde o verdadeiro inferno sairá debaixo da terra e se perpetuará por toda região. E todos que vivem nas três cidades, Centralia, Holstein e Johnsonville, deverão evacuá-las se quiserem sobreviver."

 

 E ela acorda ofegante. Não sabia se era um pesadelo, não tinha conhecimento se era uma alucinação, muito menos tinha ciência se aquilo tudo fosse verdade. O sol já renascia no horizonte de uma forma "gélida", sendo assim, o dia de hoje seria frio novamente, para a infelicidade de Alice. As dúvidas repercutiam pela sua mente ascendente, tentando reconhecer a natureza da verdade em meio a tantas afirmativas ditas pelo demônio, logo Alice deixando isso de lado, pois pensara que aquilo fosse apenas um estranho pesadelo. 

 E Alice estava errada, novamente. 

 

 

- Conversei com o Johnny e já disse logo tudo para ele - diz Tomas , acariciando o rosto brando de Louise, que se encontrava deitada e com a cabeça apoiada no colo do padre.

 

 O padre acabara de conversar com Johnny em seu leito de sofrimento. Falara tudo que conhecia para o garoto, que estava em uma extrema descrença e com um mal-humor inconsolável. Agora, Tomas e Louise se alto consolavam no quarto da delicada freira, que se encontrava em um alto nível de enjoo.

 

 - Você disse o quê para ele, Tomas? - com uma entonação sutil e com uma pequena dose de preocupação, Louise demonstrava a sua curiosidade com uma indagação direta, logo girando o seu pescoço à procura dos olhos esverdeados do padre. 

 

 - Eu... eu disse que nós somos um casal, Louise - e se cala meio constrangido, jogando a sua cabeça para cima, tentando fugir do olhar fuzilante da Louise. 

 

 Louise entra em uma fase de indignação, meia irritada com a confissão, dizendo completamente estarrecida: - Mas como?! TOMAS, ELE... ELE, ELE, ELE...

 

 - Ele está bem, Louise - interrompe Tomas com uma calma antônima ao estresse de Louise. - Ele entendeu o nosso amor. Ele entendeu a chantagem de Jane e logo nos desculpou - diz o padre, tentando acalmar os nervos de Louise, afirmando uma cautela amorosa sobre o garoto. 

 

 Sabia que aquele seu corriqueiro alvoroço poderia fazer mal para o seu bebê, portanto, se acalmou enquanto respirava fundo. Tinha ciência de que a recente conversa entre o Tomas e o Johnny poderia afetar maleficamente os consentimentos da criança, que já não estava suportando a convivência com eles dois. Louise logo se rendeu às palavras convincentes de Tomas, percebendo que este era melhor jeito de tornar Johnny novamente fiel e afetuoso ao casal.

 

 - O nosso querido menino cresceu, Tomas. Está virando um homem - Louise foge do assunto, não queria relembrar daquele horrível ato que praticara contra o garoto, enquanto que seus olhos se encharcam em lágrimas. 

 

 - Deveríamos ter fugido com ele quando podiamos - relembra Tomas do passado, se referindo a época em que Johnny era uma criança de sete anos de idade, momento esse em que o padre e a freira se conheceram e se apaixonaram ao mesmo instante. 

 

 - Para quê? Para sermos considerados sequestradores e irmos presos?! - afirmava Louise, apresentando, com razão, o principal motivo de não fugirem do orfanato, enquanto olhava às árvores contorcidas pelo frio do outono pela janela. - Tomas, você sabe muito bem que eu jamais deixaria o Johnny aqui, principalmente agora com a louca da Jane comandando este lugar.

 

 - Isso é verdade... O Johnny é a nossa prioridade a partir de agora - consentia, encontrando a realidade explícita nas palavras de Louise. Ambos amavam Johnny, e o deixá-lo aos prantos neste orfanato seria a pior coisa que o garoto poderia ter. - Devemos protegê-lo dos males da Jane a qualquer custo.

 

 Eles ficam em silêncio por instantes, pensando e refletindo sobre a vida que tiveram até este momento. O amor proibido dos dois jamais seria aceitado pela sociedade, mesmo que eles se excomungassem e retirassem os seus votos pela igreja. Não queriam uma vida de preconceito, apenas uma vivência feliz e absurdamente maravilhosa. 

 

 - Os tempos eram tão bons quando Madeleine estava aqui - solta Louise sem pensar antes. Estava somente dizendo a verdade, a pureza da incrível realidade que aquele lugar era quando Madeleine o comandava. Um lugar feliz e sorridente, agora triste e agonizante. 

 

 - Falando em Madeleine... - diz Tomas, logo se calando. A sua voz saiu como um alívio em meio às águas de calamidade do orfanato. Soltara essa oração como se fosse algo nada importante, com uma entonação frágil e cabisbaixa.

 

 - O que foi? Você se calou assim - estranhava Louise, procurando olhar diretamente nos olhos do padre, que tentava fugir dos olhares sutis da freira. Ela tinha conhecimento que a morte de Madeleine havia o pertubado absurdamente. Todos ali presentes ainda sentiam a sua falta, falta dos afetos benéficos e da responsabilidade que a freira empenhava aos órfãos

 

 - Nada, nada, foi um delírio meu - Tomas tentava fugir do interesse inescrupuloso da Louise, que o observava atenta em suas expressões corporais e feições faciais. Não queria ser tachado como louco por uma coisa tão ridícula quanto aquela, pois, como disse, essa presença poderia ser somente uma alucinação de sua mente traumatizada. 

 

 - Me diga! Tudo que acontece com você é de meu interesse - Louise exige autoritária, instigada e curiosa com o provável relato do Tomas. 

 

 - Eu acho que vi Madeleine nos corredores do orfanato - ele diz apressadamente, constrangido, mas sério e demonstrando certeza no que dizia. Tinha certeza que viu Madeleine perambulando sem rumo pelo orfanato, mas, mesmo assim, tinha as suas dúvidas e descrenças sobre o caso meramente curioso.

 

 - Ah, Tomas, ela está morta! - Louise debocha, negando involuntariamente com a cabeça. - Acha o quê? Que ela voltou como um fantasma ou algo do tipo? - e riu, mergulhou em gargalhadas, não acreditando no avistamento de Tomas. Achou que aquilo tudo fosse apenas uma brincadeira do Tomas, já que durante aqueles dias ela vivia mal-humorada, séria e infeliz. Uma conversa daquela alegrava o seu triste dia.

 

 - Eu conversei com ela... - reforçava Tomas o seu relato, tentando mostrar para Louise que aquilo que passara era verdade. Estava meio constrangido com as risadas exuberantes da freira, que o humilhava, mesmo que involuntariamente, a sua fala sem nexo e descrente.

 

 - Sério, Tomas, pare com isso - implorava Louise aos risos, batendo fracamente no rosto do padre. - Está ficando hilário - Louise se contorcia por causa das gargalhadas, ficando meramente ofegante com os dizeres incrédulos do padre. 

 

 - Mas é sério! - Tomas ainda insistia, mesmo percebendo que Louise jamais iria acreditar no que ele falara. Já havia desistido de tentar forçar Louise a acreditar em sua recente vivência, pois as suas feições de fracasso eminente o entregava.

 

 - Sério mesmo é a fome que eu estou sentindo agora - Louise, com uma mudança brusca de entonação, antes alegre agora mais sério, se vira em direção à janela, tentando olhar para a paisagem deprimente que se penumbra lá fora.

 

 - Você ainda não comeu? - Tomas, agora preocupado, circunda a sua mão sobre a mandíbula de Louise, logo a puxando para o lado e olhando no fundo dos olhos da freira, que se arrependeu de dizer aquilo. 

 

 - Não deu tempo - procurava a freira uma resposta válida, uma desculpa em que o padre logo a perdoaria, mesmo sabendo que essa resposta não a ajudaria em absolutamente nada no que queria propor.

 

 - Mas, Louise, você está grávida! Deve se alimentar corretamente todos os dias - rebate Tomas,  agora encontrando um assunto que oprimia o antecedente. A preocupação com o filho que eles teriam era algo alarmante, desejava, de uma vez por todas, uma ótima vida para ele, mesmo tendo conhecimento que aquele orfanato não proporcionava aquilo. 

 

 - Eu sei, Tomas, mas hoje eu não tive tempo. Eu... - Louise implorava para Tomas a desculpar por aquele terrível esquecimento. Sabia que deveria se alimentar corretamente e assiduamente, mas neste dia, infelizmente, ela não teve como evitar. 

 

 - Não quero saber de explicações. Você deveria ter se alimentado quando podia, Louise! - interrompe Tomas as palavras rasas de Louise, demonstrando, claramente, a sua preocupação alarmante sobre o jejum que a freira teve até aquele instante. - Eu quero que meu filho...

 

 - Ou filha - Louise expressa a sua preferência subliminarmente, corrigindo os pensamentos machistas do Tomas, que soltara uma risada baixa após ouvir esta delicada e direta correção. 

 

 - Ou filha, enfim, nasça forte e saudável, lindo como os seus pais - Tomas disse entre uma risada ou outra, já que desejava que o seu filho fosse um menino. Não havia pensado que Louise desejava uma garota, uma afirmação clara da falta de conhecimento do homem pela sua amada, ou, talvez, um simples e certeiro desejo que criava um machismo sutil sobre o sexo da criança.

 

 Novamente outro momento de silêncio. Desta vez, cada um pensava em algo diferente: Tomas na provável discussão sobre o gênero do feto, e Louise sobre o futuro que os pais poderiam oferecer para o seu filho. Louise estava bem mais preparada psicologicamente do que o Tomas, pois refletia sobre o assunto inúmeras vezes desde que descobriu que estava grávida. Aquela gestação seria, provavelmente, uma mísera desgraça para a família que iria aparecer naquele instante... Eles são pessoas do clero católico, e isso os obrigavam a ter uma bom comportamento referente ao sexo, mas isso não havia ocorrido entre eles dois. Afinal, se Deus não consegue apaziguar o planeta, o que ele faria para interromper este pecado nada convencional? 

 

 - O que iremos fazer, Tomas? - ela dizia em um tom baixo, preocupante e cabisbaixo, criando más expectativas sobre o futuro de seu filho. - Quando esse menino nascer... - ela iria dizer palavras que desmotivavam a criação do filho deles, mas Tomas lhe interrompe com um claro e ridículo sorriso em seu rosto. 

 

 - Quando ele nascer, ele vai ter os melhores pais do mundo! Vai ter todo amor que ele merece, minha querida - e Tomas leva a preocupação de Louise à brincadeira. Ele não percebia que aquela conversa era algo bastante importante, já que a vida de ambos da futura família corria risco de ser desrespeitada e desvalorizada pela sociedade, fato esse que eles temiam desde o começo do relacionamento. 

 

 - Tomas, vamos focar em nosso futuro - repreende a freira, desfazendo o sorriso tolo que Tomas expressava sem motivo algum em seu rosto. - Eu sou uma freira, você é um padre, e eu estou grávida, pense no escândalo que seria! - como todo amor materno, o alarde de Louise era algo indispensável para a boa convivência entre a família, principalmente em um país dominada pelo Protestantismo, como é o caso dos Estados Unidos. - Devemos fugir daqui com o Johnny, mas seremos considerados criminosos. Não faço a mínima ideia do que poderemos fazer com o nosso filho - e a preocupação vira tristeza, em um misto de emoções e sentimentos que afetavam o psicológico da consolidada freira. 

 

 A conversa se rompe com batidas suaves na porta. Aquilo se repercutiu como um susto para o casal que estava presente no quarto, já que não esperavam uma visita tão cedo. Alguém bate novamente, mas desta ves mais violento e apressado, implorando uma devida atenção o mais rápido possível. O que impedia a abertura daquela porta era o desconhecimento daquele que os chamavam, pois não queriam maus presságios presentes  naquele ambiente. 

 

 - Quem bateu na porta? - pergunta Tomas meramente curioso, quebrando aquela aflição desnecessária.

 

 - Vamos saber disso agora - Louise levanta do colo de Tomas, sem ao menos entregar um beijo suave em seus lábios, e se dirige altamente autoritária até a porta, onde o desconhecido contunuava a bater agressivamente. 

 

 Se movimentando em passos largos, Louise chega até a porta, torcendo para que a pessoa que encontrasse logo atrás dela fosse alguém gentil e benéfica, ou até mesmo qualquer pessoa, retirando a Jane. Supostamente Deus não ouvira as suas preces, pois quem batia tão violentamente na porta era, nada mais, nada menos, que a própria Jane, que sorria falsamente com uma bandeja de torradas douradas por causa da manteiga e uma xícara quase transbordando de chá.

 

 - Jane! Que surpresa agradável! - mente Louise, se esforçando para desejar bons modos para a temível freira. 

 

 - Olá,  minha querida - a mentira e falsidade eram indispensáveis naquele momento, principalmente naquela fala chula da Jane. - Me disseram que você não comeu nada ainda, então eu fiz este café da manhã para você. Espero que goste - e ela oferece a bandeja de alumínio para Louise, que olha aquela pequena refeição com dúvida, pois não era normal Jane ter algum nível de bondade com o próximo.

 

 - Obrigada, Jane - Louise pega aquela bandeja com uma breve cautela. Mesmo que estivesse receosa, a fome falava mais alto. - Foi um bem e tanto você ter feito isso para mim. Eu estava mesmo com fome. Obrigada.

 

 - De nada, Louise - agradece com palavras simples e alegres, adjetivos estes que ela não apresentava de forma alguma. - Olá, Tomas! Como você está? - Jane se inclina um pouco para o lado após ver o padre, oferecendo uma simpatia jamais vistas pelos presentes do orfanato. 

 

 - Estou bem, Jane! - agradece Tomas, olhando no fundo dos olhos malévolos da freira, que vestia um disfarce contraditório entre bondade e delicadeza. - Gentileza sua ter feito este café para Louise.

 

 - Estou aqui para isso, aliás, eu sou uma freira, devo ajudar os outros quando mais precisarem - e um sorriso falso brota entre a sua face maligna, talvez um dos raros momentos em que ria de felicidade. - Sou uma pessoa boa, divina e cristã, honro Jesus Cristo como o único salvador - Jane prosseguia com a sua ladainha sutil, se alto proclamando como uma pessoa boa, termo esse que todos do orfanato discordavam. - Agora eu vou embora, tenho muita coisa para fazer ainda.

 

 Jane se despede com um inaudível "tchau", logo se retirando da presença do casal com um sorriso impresso no rosto. Esbanjando delicadeza, Louise e Tomas respondem o "tchau" com uma extrema bondade, tentando demonstrar, talvez, que eles, ao contrário da outra freira, também eram bons e educados. Com uma força frágil, Louise fecha a porta de seu quarto em uma despedida sem graça e misericordiosa, desejando "nunca" mais rever essa criatura e, ao mesmo tempo, alegre por ter ganhado essa suposta refeição. 

 

 - Se eu fosse você, não beberia este chá - alertava Tomas, não acreditando neste ato de gentileza e bondade oferecidos pela Jane. 

 

 - Pelo amor de Deus, Tomas, pare de dramaticidade. É apenas um chá. Afinal, o que tem de ruim em um café da manhã? - indaga, logo se deliciando com o ardente e saciante chá, que adocicava a sua boca e trazia um sorriso agradável no rosto da freira.

 

 

 Com um enorme saco em mãos, Clarice adentra a cantina com feições sérias. O atrito do conteúdo do saco com o chão criava um som que despertava a atenção das crianças, que tomavam o seu café da manhã com uma extrema felicidade.

 Pela aparência física de Clarice, onde suas vestes brancas se encontravam sujas de terra, e pelas expressões faciais, a falsa noviça estava extasiada e completamente exausta pelo esforço físico que teve que aplicar para retirar o corpo de Madeleine debaixo da terra. 

 

 - Ei! Ei! Ei! Olhem para mim! - Clarice fala, grita, procurando uma atenção redobrada de todos da cantina, logo tendo o que tanto queria. 

 

 - O que você está fazendo, Clarice? Vamos, pare de gritar. Está assustando as crianças - Jane, com um tom autoritário e rude, sai do meio das crianças, tentando avançar para cima de Clarice enquanto falava.

 

 - Cale a sua boca, sua piranha mentirosa - insinua e ofende Clarice, criando uma breve surpresa nas pessoas que a circundavam. - Eu sei o que você fez! Diga logo para todo mundo que você está mentindo! - exclama entre os dentes com uma raiva imensurável, pisando agressivamente no chão até a fronte da Irmã Jane. 

 

 - Mentindo sobre o quê? - interroga sem compreender do que Clarice estava se referindo. Ela estava nutrindo uma vontade volátil de avançar e violentar Clarice, já que este alvoroço sem motivo poderia influenciar negativamente em sua administração no orfanato. 

 

 - Mentindo sobre Madeleine! - ela especula em forma de grito, quase pulando em Jane e a estraçalhando. Ela estava adorando aquele show que estava fazendo, principalmente porque as atenções de todos da cantina se viraram para ela, interrompendo a refeição somente para observar aquela discussão.  

 

 - O que você quer dizer com isso? - Jane diz já com um pouco de receio após ouvir o nome de Madeleine profanado da boca de Clarice, mas ainda continuava firme e forte, tentando mostrar para os presentes que Clarice estava mentindo. 

 

 Clarice se vira em direção ao centro do círculo, formado pelos olhos curiosos das crianças, olhando em relance com uma dose surpreendente de menosprezo para Jane. Encarregada de rastejar aquele saco de linho em suas mãos, a noviça ria baixo, claramente para o nada, pensando na reação das pessoas após ver a trágico e desgraçado fim de Madeleine, que não recebera nem um funeral digno para a sua vida feliz e gentil.

 

 - Venham! Venham para mais perto de mim, vejam a verdade que Jane tenta oprimir - Clarice solta o saco pesado, que carregava consigo, no chão, não dando as meras atenções para a indagação da Jane.

 

 - Que verdade, Clarice?! Do que você está falando? - diz meia trêmula, certificando o seu medo abrangente sobre o conteúdo daquele saco de linho.

 

 - Sobre isso! - e Clarice abre o saco, revelando um corpo em um alto estágio de decomposição. 

 

 A enorme vidraça entregava uma luz admirável para a cantina, mesmo que o sol estivesse envergonhado, se escondendo vez ou outra atrás das nuvens. Porém, aquela instante iluminação natural deslumbrava mais facilmente o corpo de Madeleine, que estava apodrecendo e com a sua carne muscular dura como rocha. Não havia sangue, pois o próprio estava coagulado. Moscas, inúmeras moscas, voavam ao redor de Madeleine, querendo se usufruir da carne exposta sem pudor algum. Para comprovar que aquele corpo era mesmo de Madeleine, os seus olhos, mesmo estando meios turvos, estavam ali: com íris claras e violetas, como certificado que aquela pessoa era Madeleine. Parecia, talvez, uma dádiva de Deus, pois os olhos após a morte secam, desidratam, perdendo as cores óbvias de suas íris. Jeová não havia esquecido o orfanato, apenas esperado o momento certo para ajudar as pessoas daquele sofrível local. 

 O que mais surpreendia não era a morte de Madeleine, e sim as faces de espanto e indignação que cada criança, cada órfão, expressava naquele instante. Murmuravam de incredulidade, não estavam acreditando no que estavam vendo. Uns choravam baixo, outros apenas escancaravam a sua boca, mas todos apresentavam o mesmo sentimento: de solidão, de indignação, de sofrimento... Os pobres órfãos, naquele momento, sofriam lamentando a provável morte de Madeleine. 

 

 - Ma-mas o que é isso? - o seu mundo desaba em desespero. Não tinha noção do que poderia falar, do que fazer, do que agir, apenas olhar para os rostos surpresos e indignados dos órfãos do refeitório. 

 

 - Isso daqui é MADELEINE! Esse daqui é o corpo de Madeleine - ela grita, sendo logo seguida por suspiros, arfadas e incredulidade pelo público ali presente.

 

 Mary se sobressai por dentro daquele montante de crianças, também incrédula com o recente pronunciamento da noviça. Sendo uma mulher cega por causa do amor, Mary não acreditava que Jane havia mentido, mesmo tendo conhecimento do que ela era capaz. Aquilo era algo realmente sério, e ela não acreditava na versão proposta por Clarice, tendo que procurar a verdade ela mesma.

 

 - Madeleine fugiu. Não foi, Jane? - intervém a tola Mary, que ainda procurava a verdade nos olhos da Irmã Jane.

 

 - Fugi... - mentia Jane cabisbaixa, sendo interrompida pelos vocábulos apressados de Clarice. 

 

 - Ela não fugiu, Mary, ela está morta! - Clarice se vira para Mary, em uma tentativa de lhe mostrar a verdadeira realidade do caso de Madeleine. 

 

 - Morta? - Mary respira fundo, não acreditando naquilo que estava acontecendo, como todos os outros que estavam ali na cantina. 

 

 - Sim, morta, e Jane a matou - a noviça aponta para o seu vocativo com uma extrema fúria, logo expressando um sorriso no rosto, enquanto que as crianças soltavam suspiros de surpresa.

 

 - Eu matei Madeleine? - pergunta, se fingindo de vítima das "mentiras" de Clarice. Por dentro, uma raiva incessante circundava os seus pensamentos. Se não houvesse ninguém ali, Jane tinha matado a noviça em instantes.

 

 - Sim, matou! - afirmava enquanto assentia a cabeça, achando um absurdo Jane ainda negar o que havia praticado com a bondosa freira. 

 

 - Você tem alguma prova, sua vagabunda?! - Jane recorre a ofensas e palavras chulas para tentar se defender, citando uma das únicas coisas que poderia lhe salvar dessa situação: uma prova concreta e realista sobre esse gravíssimo acontecimento.

 

 - Não, não tenho - nega a noviça, expressando um fino sorriso entre seus lábios avermelhados.

 

 - Então pare de inventar men... - se alegrara Irmã Jane, especulando uma falsa expectativa sobre o provável encerramento deste errôneo caso.

 

 - Mas eu tenho uma dedução: Se Madeleine está morta, por que você não disse a verdade? - interrompe Clarice entre risadas, claramente feliz com a feição de espanto da freira após os seus dizeres. - Por que mentiu para gente que ela havia fugido, Jane? Talvez para tomar a liderança do orfanato para si.

 

 - Eu não fiz nada disso - Jane se esforçava em desmentir a certeira afirmação de Clarice, mas era tarde demais: as vaias eram tamanhas contra a sua covardia. Ela tinha conhecimento que não havia matado Madeleine, mas do que adiantava? As pessoas ali presentes não iriam acreditar nela. E a freira estava encurralada por uma alcateia de lobos enfurecidos pela suas mentiras e esfomeados por vingança. 

 

 - Se não fez, por que mentiu? - pergunta, alfinetando e entregando uma última chance para Jane se prontificar sobre o assunto, mas a maléfica freira se calara, refletindo cabisbaixa. Clarice furiosa com o silêncio expressado por Jane, logo ordena: - Vamos logo, nos diga! -, criando uma superioridade sobre a Irmã Jane. 

 

 - Por que... Por que eu...

 

 - Está procurando outra mentira, não é? - a noviça acerta em cheio, desmascarando e humilhando Jane. - Pois ninguém mais aqui vai cair em suas mentiras, Jane! Estamos cansados de ouví-la mentir. - Clarice é ovacionada, mostrando para Jane que as pessoas dali estavam exaustos de obedecer as suas ordens. Clarice propôs: - Vamos começar agora um motin contra a sua administração, sua vadia! -, sendo aplaudida e tendo o seu nome gritado pelas crianças órfãos extasiadas pelo sentimento de liberdade. - Você humilhou crianças, freiras e pessoas inocentes que não tinham nada a ver com o seu rancor. Mas a partir de agora, você vai se ver com a gente! Você vai perceber que juntos somos maiores que você, Jane. - a noviça anda até a Irmã Jane, fica cara a cara com o seu rosto e diz entre os dentes com uma raiva absoluta, sentindo que sua vingança estava sendo concluída: - E agora, está com medo?

 

 

 Continua...


Notas Finais


Erros de ortografia? Opiniões? Críticas? Dúvidas? Podem dizer logo abaixo que eu lerei com prazer.
Nem parece, mas faltam 4 capítulos para o término da fanfic. Não se preocupem, a segunda temporada já está sendo pronta e uma prévia da mesma está para ser postada. Qual será o tema da próxima season?
Valeu, e até semana que vem.
Fui péssimo no ENEM, só acertei 67 questões, mas tudo bem, faz parte da vida.

Link da segunda temporada:
https://spiritfanfics.com/historia/historias-macabras-de-horror-helltown-8533871


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