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História Hitchhiker - I Won't


Escrita por: vanessamiguel

Notas do Autor


Oi gente! Acabei de terminar o cap sete e como tinha prometido, aqui está o segundo. Então, provavelmente o terceiro cap sai quando eu tiver terminado o oitavo, pra sempre ter cap reserva. Enfim, eu ainda estou desenvolvendo esse tal cap oito na minha mente, vou precisar escolher a música e tal, então não sei se volto tão já, mas prometo que não demoro.
A música do cap de hoje é: I Won't da Little Mix (mais conhecidas como as minhas misturinhas <3)
Boa leitura e por favor, comentem o que estão achando. É super importante!
OBS: Cap revisado, qualquer erro, me avisem.

Capítulo 2 - I Won't


Fanfic / Fanfiction Hitchhiker - I Won't

Regina

 

"Eu tenho o meu coração, minha cabeça erguida

 Eu serei forte, eu vou sobreviver

 Porque toda a mágoa

 Será lavada com a chuva"

 

Meu primeiro dia de trabalho na Maine Today estava sendo bem diferente do que eu tinha imaginado. Além de ter tomado um café horrível na redação, porque me esqueci completamente de que preciso fazer compras pra minha casa, ainda tive que me deslocar de onde estava até a escola de ensino médio da cidade para uma palestra. Eu não tive como dizer não, primeiro porque esse era o meu trabalho, em parte, e segundo porque o meu cargo ali era basicamente o de fazer crescer consideravelmente o jornal que atualizava as pessoas sobre tudo que acontecia nas cidades interioranas ao redor. 

Gold massageou meu ego alegando que como uma Jornalista bem sucedida de uma cidade grande seria legal que os alunos ouvissem um pouco do que eu pudesse compartilhar sobre a profissão com eles.

Depois que a moça da faxina me explicou como chegar no auditório, segui para o banheiro a fim de dar um jeito na maquiagem e ter tempo pra pensar num discurso  rápido e fácil para os adolescentes. Agradeci por estar usando um dos vestidos que minha irmã criou para mim: vermelho e sem decote ele marcava bem as minhas curvas, sendo sexy e comportado ao mesmo tempo. O blazer preto que colocara por cima estava me fazendo sentir calor, então o tirei.

Pra mim era um pouco incomum que os adolescentes ainda se sentissem tão perdidos em relação a qual profissão seguir, afinal a internet estava aí para dar acesso a tudo que eles quisessem. Ok, eu não podia ser ingênua de achar que adolescentes em plena puberdade iam ficar procurando coisas úteis na rede enquanto os hormônios estavam à flor da pele. O exemplo de adolescente centrada devia ser remetido somente à minha pessoa, que sempre soube o que queria cursar, mesmo minha mãe demorando para aceitar que o talento para desenhos e moda se limitava apenas a ela e Zelena. Não era àtoa que a Mills Trend era uma das maiores grifes dos Estados Unidos, caminhando à passos firmes para um nome internacional.

O banheiro estava vazio, assim como o resto da escola. Apenas uma porta estava fechada quando entrei. Imaginei que fosse necessário para essa juventude ter um contato mais real com as profissões, por isso aquela palestra e também a feira anual que eles faziam com auxílio de profissionais, segundo o que Gold tinha me contado.

Deixei a bolsa e o blazer na extensa pia e procurei pelo batom que havia escolhido ao sair de casa. De repente, a porta que estava fechada se abriu e Emma saiu de lá de dentro usando um uniforme militar composto de um quepe sobre o cabelo loiro e comprido amarrado em um rabo de cavalo, camiseta preta com os dizeres bordados: Major Emma Nolan B Swan O-. Além da calça camuflada e um coturno preto. Sorri para ela que tinha um quê maduro que eu nunca teria notado na noite anterior pela falta da vestimenta, mas logo fiquei preocupada com a expressão em seu rosto e o quanto ela parecia demasiadamente branca.

- Swan, tá tudo bem? - perguntei, deixando o batom pra lá. 

- Oi, Regina. - a voz dela estava trêmula. - Você trabalha aqui?

- Não, eu sou Jornalista. Vim pra palestra. - respondi, me aproximando dela e percebendo que ela suava frio. - Está passando mal?

- Eu infelizmente vim pra essa palestra também. - lamentou, indo até a pia e jogando uma água no rosto. Não tinha um resquício de maquiagem na pele sardenta. - Acho que vou ter uma síncope se falar na frente de todo mundo.

- Não precisa ficar nervosa, é só falar do seu trabalho. - dei de ombros. - Aliás, podia ter me contado que era Major.

- Você parecia não querer muita conversa. - secou o rosto com os papéis de enxugar as mãos. 

- Me desculpe se fui indelicada, eu nunca sei o que dizer. - desviei meus olhos dos dela que me encaravam como se quisessem me perfurar, mas de uma maneira boa. Se é que isso é possível. - Mas você me parece muito comunicativa, não acredito que está com vergonha...

- Eu sofri muito bullying quando estudava, devo ter interiorizado isso. - aos poucos a cor de seu rosto ia voltando ao normal. Peguei minha bolsa de volta quando o sinal do intervalo tocou e me dirigi até a porta, sendo acompanhada pela loira mais alta.

- Nossa, mas você é tão bonita. - soltei sem pensar e respirei aliviada quando ela me lançou um sorriso tímido. Não era do meu feitio fazer elogios assim. Eu nunca passei por alguma situação parecida na escola, nem mesmo por ser a melhor aluna da classe. 

- Obrigada. Você é linda também, deslumbrante eu diria. - respondeu, voltando aos poucos a matraquear. Ela tinha uma facilidade para dizer qualquer coisa, criar uma intimidade que não existia apenas falando o que pensa. Ou pelo menos eu preferia pensar que ela realmente achava que eu era linda. - Mas não foi por aparência física que as pessoas me enchiam o saco. Enfim, acho que não estou pronta pra enfrentar esse trauma ainda. - enfiou as mãos nos bolsos da frente da calça e caminhamos em silêncio em direção ao auditório enquanto os corredores começavam aos poucos a lotar de adolescentes falantes e barulhentos. 

Alguns meninos assoviaram quando passamos e eu não sabia dizer pra qual das duas, mas eles tinham um olhar curioso sobre Emma, talvez por sua roupa e postura. Pelo menos outras cinco pessoas já estavam no auditório se organizando. Emma parecia conhecer todos eles: uma médica, um advogado, um veterinário, uma publicitária e uma herbalista. Nós duas nos sentamos nos nossos devidos lugares e descobrimos que seríamos as últimas. Na verdade, Emma seria a última.

- Você fica muito diferente com o uniforme. - comentei, achando que ela iria ter um ataque ao meu lado. Ficava se remexendo e roendo as unhas que já eram inexistentes.

- É, costumam falar isso mesmo. - sorriu amarelo.

- Emma, você vai ficar sem dedos logo, logo.

- Sorte sua que é Jornalista, está acostumada a falar com muitas pessoas de uma vez só. 

Se eu queria fazer as coisas diferentes, tinha que começar naquele instante. Se fosse antes, eu simplesmente teria pena dela quando subisse no palco e começasse a gaguejar, mas ela tinha me ajudado e sido muito legal. E não era só isso, Emma parecia ser o tipo de pessoa que permaneceria na minha vida mesmo se eu não a quisesse por perto. 

- Eu tenho um plano pra te ajudar, mas vai ter que confiar em mim, ok? - perguntei, vendo que o local começava a receber os alunos que preenchiam as cadeiras rapidamente. Emma me olhou assustada e assentiu com a cabeça. - Quando chegar a minha vez e eu te chamar, apenas olhe nos meus olhos e esqueça que todo mundo tá aqui. Pode fazer isso?

- Acho que posso. - murmurou.

- Ótimo.

Virei-me para frente e esperei a diretora Ursulla tentar conter as conversas paralelas e iniciar o evento. Emma parecia estar mais calma, mas senti que ficou me olhando com o rabo dos olhos o tempo todo. Nem mesmo quando os outros profissionais tomaram a frente e começaram a explanar ela se concentrou.

Quando meu nome foi chamado ela se remexeu toda, levantei e segui para minha marca. Olhei para ela, tentando acalmá-la. 

- Bom dia, meu nome é Regina Mills e sou formada em Jornalismo pela Boston University. - ouvi alguns suspiros admirados, a faculdade que cursara era uma das mais bem faladas do estado e do país e isso causava afobamento entre os interessados. - Gostaria de pedir desculpa por não ter preparado um slide pra vocês, fui informada da palestra bem em cima da hora, mas depois de falar um pouquinho vou fazer uma rápida entrevista para que vocês possam compreender melhor o que irei pontuar.

Esperei alguns segundos para que todos estivessem prestando a atenção e então fiz o melhor que pude pra fazer o meu trabalho com maestria e encaixar Emma junto.

- Na rotina jornalística, a entrevista está entre as atividades mais essenciais. Ela é a alma do jornalismo: pode impulsionar ou detonar uma matéria, dar vida a narrativas e conduzir à compreensão de acontecimentos complexos. - comecei, ignorando os adolescentes do fundo que não davam a mínima para o que eu dizia. Um grupo da primeira fileira anotava tudo de maneira frenética, então reduzi a velocidade das palavras, identificando meus futuros colegas de profissão. - Apesar de não ser uma ciência exata, dominar algumas técnicas pode facilitar o caminho do jornalista que quer se tornar um entrevistador daqueles. Primeiro de tudo: Definir seus objetivos; Antes de mais nada é preciso saber o que se quer da entrevista: aspas, confirmação, contexto, reconstituir uma cena? Este é o primeiro passo para traçar a estratégia a ser adotada. - ouvi mais alguns assovios e balburdias ao fundo. - Esteja preparado; ter contatos e experiência ajuda muito, mas mesmo quando precisar realizar um trabalho de última hora tente conseguir o máximo de informações e de preferência de fontes seguras. É muito importante também saber como perguntar, ou seja, tenha um ótimo domínio sobre a língua falada. Conduza uma conversa, escute e controle o ritmo, faça perguntas a partir das respostas, negocie os termos de antemão e fique atento ao pós entrevista, assim ao transcrever uma conversa gravada observe não só as respostas, mas também as suas perguntas.

Desviei meus olhos daqueles rostinhos juvenis e encarei Emma. Não precisei dizer nada para que ela se juntasse a mim. Paradas frente e frente percebi que ela não desviaria o olhar de mim nem se quisesse. 

- Eu vou entrevistar a Major Swan, e o objetivo dessa entrevista é entender um pouco mais sobre a carreira militar. Lembrando que essa não é uma entrevista em todo seu conceito, mas dá pra ilustrar a quantidade e qualidade de informação que pode se extrair em pouco tempo. - encarei a platéia e logo me virei para Swan novamente. Eu tive apenas o tempo de duração da fala das outras pessoas para formular perguntas. Então, era agora ou nunca. - Bom dia, senhorita Swan. - cumprimentei. Ela segurou firme o segundo microfone que lhe fora entregue quando subiu.

- Bom dia, senhorita Mills.

- Pra começar, gostaria de saber quais são as formas de ingressar na carreira militar e o que acontece a partir disso?

- A forma de ingresso é por concurso público, que pode ser via processo seletivo – vestibular – ou por editais normais de concurso. Pelo primeiro, o candidato entra na Academia, que funciona como ensino superior e confere diploma de bacharel, para ser oficial. No caso da polícia ou do bombeiro militar, a formação é de três anos e é feita na Academia Militar  de Portland ou a de Boston. - tomou fôlego. Eu podia sentir seus olhos captando cada parte do meu ser, tamanho era o esforço que ela fazia para provavelmente esquecer do resto das pessoas ali, como eu tinha pedido. Me tornei uma espécie de último biscoito do pacote. - No Exército, Marinha e Aeronáutica, a formação dura 4 anos. No segundo, que também exige o ensino médio, o candidato não passa por formação superior e sim por um curso que dura um ano e meio, terminando como 3.º sargento. A diferença entre um e outro é que para os que têm graduação na Academia as patentes são mais elevadas. Existe ainda uma terceira opção, que é para os profissionais formados que desejam exercer sua carreira dentro dos órgãos militares como médicos, dentistas, enfermeiros ou engenheiros. Nesse caso, ou fazem o curso superior fora e depois ingressam no Instituto Militar de Engenharia (IME), ou se graduam diretamente lá.

Antes de fazer outra pergunta sorri orgulhosa pra ela, que tinha relaxado os ombros sem perder a postura ereta.

- O Exército de Storybrooke tem um excelente relacionamento com a comunidade, com portas sempre abertas. Está em um prédio lindo, pelo que tive a oportunidade de ver. Muita gente tem vontade de visitar. Como se procede as visitas?

- As instalações da 2ª Companhia de Infantaria estão abertas à população local. Para isso, as instituições e/ou pessoas físicas devem dirigir-se à nossa Seção de Comunicação Social, na sede da Organização Militar. Há, também, datas comemorativas em que a OM organiza visitas programadas, são elas: 19 de abril – Dia do Exército; 24 de maio – Dia da Infantaria; 25 de agosto – Dia do Soldado; e 12 de outubro – Dia da Criança.

- E pra terminar: Existe ainda uma curiosidade sobre a presença das mulheres no Exército. Passamos a ser essenciais?

- As mulheres estão isentas do serviço militar obrigatório, na forma prevista pela Constituição. No entanto, podem servir, voluntariamente, como militares de carreira ou temporárias. No Exército, elas atuam na maioria das vezes nas áreas de Administração, Magistério, Contabilidade, Comunicação Social, Pedagogia, Direito, Economia, Informática, Medicina, Veterinária, Odontologia e Enfermagem. Entretanto, candidatas aprovadas em concurso público ingressam também na Escola Preparatória de Cadetes do Exército  e na Escola de Sargentos das Armas, tendo acesso à linha de ensino militar bélico para mulheres.

- Obrigada Major. - agradeci. - Bom pessoal, parece que vocês aprenderam um pouquinho sobre duas profissões de uma vez só. - arqueei a sobrancelha, numa expressão divertida que fez todo mundo rir. - E por favor, meus queridos aspirantes à jornalistas, tenham sempre pilhas extras para os gravadores. Experiência própria. - aconselhei e mais uma vez a auditório explodiu em risadas. A diretora tomou a palavra nos agradecendo pela presença e disponibilidade e já deixou o convite para a feira de profissões que seria realizada no meio do ano, feito.

O sinal anunciando o fim das aulas tocou e os alunos esvaziaram o local tão rapidamente que fiquei impressionada. Fomos conversando com Ursulla e os outros palestrantes até sair da escola, onde nos despedimos e cada um seguiu seu caminho. Swan ficou esse tempo todo calada, me olhando e esperando até que a diretora nos deixasse finalmente a sós.

Sem que eu esperasse, assim como quando me deu um beijo espontâneo no carro, ela me agarrou pela cintura, chocando seu corpo com o meu e me apertando tão forte que não consegui respirar.

- Obrigada, obrigada e obrigada. - a animação era tanta que começou até a pular, amassando totalmente a roupa que tinha passado tão cuidadosamente.

Quando me soltou eu nem consegui dizer nada, seus olhos brilhavam tanto que fiquei comovida. Eu nem tinha feito nada demais perto do que ela fez por mim numa estrada vazia, era como se eu apenas tivesse acrescentado mais uma entrevista na minha lista.

- Não precisa me agradecer, você foi ótima. - assegurei, porque tinha sido mesmo. 

- Você é que foi maravilhosa Regina, eu nem acredito que consegui. Eu fiquei olhando pra você e não tive medo, você me passou tanta confiança...  - pulou, numa atitude infantil e boba diante do título que ela carregava. Eu ria tentando entender como o quepe não tinha caído com os movimentos contínuos, quando um garoto de cabelos castanhos e olhos igualmente verdes se aproximou de nós. 

- Vai trabalhar, pata. - deu um soquinho no ombro dela. Me senti incomodada, mas Emma apenas sorriu ainda mais.

- O senhor pode ir direto pra casa ou eu ligo pra dona Mary agora mesmo e digo que ela precisa vir te buscar todo dia depois da aula. - cruzou os braços sobre o peito, lançando um sorriso cínico pra ele. Notei que os músculos dela eram bem definidos.

- Como você é chata, Emma. Tudo tem que colocar a minha mãe no meio. - revirou os olhos, como eu tinha o costume de fazer e saiu andando, seguindo o fluxo de pessoas que agora estava bem escasso. Deduzi que fosse irmão dela pela semelhança, apesar de ele não ser loiro e o típico tratamento fraternal de implicâncias, o qual Zelena e eu ainda utilizávamos.

- Direto pra casa Neal, nada de desvios. - ela gritou, quando ele se afastou um pouco mais. Voltou sua atenção pra mim enquanto eu olhava o relógio e percebia que meu horário de almoço tinha começado havia dois minutos.

- É melhor eu ir ou vou ficar sem almoço hoje. - arrumei minha bolsa nos ombros.

- Quer almoçar comigo? - perguntou. A animação dela estava começando a me contagiar de uma maneira que não sabia explicar. Era uma pena eu ter que recusar.

- Infelizmente não vou poder, vou comer qualquer coisa, comprar um pneu novo pra deixar no carro e voltar voando pra redação. É meu primeiro dia. - suspirei, cansada só de pensar no itinerário. O sorriso do rosto dela desapareceu pela metade. - Seria uma boa ter companhia, mas não vou poder mesmo...

- Tudo bem, eu almoço no Granny's todo dia. Quando puder dá uma passada lá. - piscou. Assenti com a cabeça e ganhei outro abraço sufocante e apertado. - Obrigada novamente.

- Até parece. - usei a resposta dela do dia anterior e ela caiu na gargalhada.

Comi um salgado que comprei na padaria enquanto esperava o mecânico achar a roda certa do meu carro. Ainda tive tempo de olhar mais um pouco o centro da cidade e avistar uma academia com aulas de dança que ficava ao lado de uma clínica de estética chamada KJ Beauty. 

Aproveitei que faltavam mais de vinte minutos pro fim do meu horário de almoço e fui conhecer a academia e saber mais sobre as tais aulas de dança. Uma mulher de cabelos negros e curtos que apesar de aparentar ter certa idade, era linda como uma boneca, chegou esbaforida junto com um homem moreno de olhos azuis  um pouco mais jovem. Kathryn, a professora de dança, estava me explicando que tinham acabado de abrir uma turma para as quintas à noite depois do expediente enquanto eu preenchia uma ficha de inscrição.

Pelo que entendi, a separação com o marido estava obrigando-a a ter uma turma a mais pra ajudar na renda.

- Eu nem acredito que você aceitou minha idéia. - a voz um tanto quanto afeminada do moreno soou ao meu lado. - Sabe muito bem que com aquela clínica a todo vapor a única coisa que eu consigo fazer o dia inteiro é embelezar a cidade inteira e deixar meu corpinho quente cada vez mais sedentário.

- A turma ainda está bem vazia. - Kathryn me olhou. - O que eu acho que vai ser ótimo, pode vir a se tornar até um grupo de amigos. - sorriu para a mulher que nem percebi que estava ao meu lado.

- Oi. - ela disse, uma voz leve e cantante.

- Olá. - respondi.

- Margaret, será que eu posso falar com você? - a loira perguntou.

- Claro, Katy. - as duas saíram dali, me deixando sozinha com o rapaz.

- Meu Deus! - exclamou ele, tão escandaloso que até me assustei. - O que essa obra de arte tá fazendo fora do museu? - segurou minha mão direita me fazendo rodar, soltando suspiros. Fiquei mais vermelha que um pimentão, as pessoas que passavam por ali riam da cena. - Você é muito linda, como eu nunca te vi por aqui?

- Eu sou nova na cidade. - olhei meu relógio, estava prestes a ficar atrasada se não saísse dali logo.

- Me chamo Killian Jones, prazer. - beijou minha mão, todo charmoso. - E você é...?

- Regina Mills. - sorri. - Será que você pode dizer pra Kathryn que me interesso pelas aulas e entregar minha ficha pra ela? - perguntei, estendendo a ficha que tinha preenchido antes dos dois aparecerem. 

- Claro. - pegou o papel das minhas mãos e analisou meu nome. - Espera, você é parente de Zelena e Cora Mills?

- É, irmã e filha, respectivamente.

- Eu amo a grife toda da sua família, acho até que o pano de chão das Mills deve ser luxuoso. - pôs a mão sobre o peito e sorriu admirado.

- Obrigada pelo carinho. - agradeci. - Estou um pouquinho atrasada, me desculpe. Até mais. - fui me afastando, sempre sorrindo e morrendo de medo de ele pensar que estava sendo mal educada e mesquinha. Era o que todo mundo pensava de mim por não ter a mesma lábia e carisma que minha mãe e irmã nos eventos da MT.

- Nos vemos na quinta, mana! - berrou enquanto continuei a me afastar.

Tinha muito trabalho me esperando quando cheguei na Maine Today.

 

Emma

 

Meu almoço foi bem mais sozinho do que imaginei. Ruby estava tão atarefada que quase não teve tempo de sentar comigo no balcão e ouvir minha história de superação patrocinada por Regina. Killian nem comeu, ficou esperando a ligação da minha mãe, que segundo o mesmo ia com ele fazer a inscrição pra turma da aula de dança que ia começar quando a academia costumava estar mais movimentada e as aulas de balé finalizadas. Tinha sido uma sugestão do meu amigo para minha tia Katy desde que terminou, há alguns meses atrás, um casinho fixo que ele tinha com um homem da cidade vizinha, alegando que precisava de algum exercício físico ou iria "barangar" antes dos trinta e cinco.

Eu achei o cúmulo do absurdo, porque eu estava sem sexo há pelo menos dois anos (perceba que eu disse SEXO, no caso quando feito com outra pessoa, o que não significava que estava há dois anos sem um orgasmo. Que a Deusa me leve se um dia eu não conseguir me proporcionar prazer.), e Killian já subia pelas paredes com apenas um mês. De qualquer modo, naquela noite, enquanto eu me gabava para meu pai de como tinha sido muito tranquilo falar na frente de tanta gente, e sendo desmascarada logo em seguida pelo inconveniente do meu irmão que alegou que Regina tinha salvo a minha pele, expliquei que tinha sido uma feliz coincidência que ela estivesse ali.

Minha mãe relatou como tinha sido o primeiro dia do jardim da infância e o drama de tia Katy, irmã mais nova do meu pai, em conseguir conter meus primos Peter e Violet em relação a recente separação com o marido, Will.

Depois do jantar, me despedi da minha família que ficou assistindo TV na sala. Tinha feito um treinamento com os soldados que me deixou exausta. Antes de dormir, uma mensagem de Kill apitou.

"Sapatão, você não vai acreditar no sonho que eu realizei hoje! <3"

"Você foi abduzido por alienígenas e dentro da nave encontrou um ET igualzinho o Brad Pitt e o agarrou a força?"

"Desde quando eu sonho com aliens, sua abusada?"

"Você sonha com o Brad Pitt na sua cama, a única maneira de você ter realizado isso é tendo sido abduzido por um que fosse igualzinho à ele."

"E desde quando Et's tem a cara do Brad?"

"Não dizem que eles têm uma tecnologia avançada? Vai saber se não se inspiraram, eles vigiam a gente..."

"Você precisa trepar, tá ficando maluca. Aliás, eu também, não quero chegar ao ponto de ficar como você."

Me arrumei na minha cama, o sono tomava posse de mim de um jeito que cheguei a pensar que pudesse estar morrendo sem perceber.

"Fala logo o que aconteceu Kill, tô morrendo de sono."

"Ai, que viada grossa! Deixa pra lá, te conto amanhã no almoço. Vai dormir, lesada. Beijos de luz."

Não respondi, deixei que o sono imensurável me levasse para a terra de Morfeu. 

 

"Levante a cabeça, veja a luz do dia.

 Levante a cabeça porque o seu futuro parece brilhante."


Notas Finais


E aí? Próximo cap vai ter mais interação, mas lembrem-se: tudo vai começar com uma amizade.


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