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História Hitmaker - First Step


Escrita por: SrtaHolt

Notas do Autor


OI OI GENTEE!??
Como vocês estão??
Eu espero que bem <333
Eu demorei para postar esse capítulo, mas eu finalmente pude vir aqui e postar para vocês
Essas próximas semanas serão uma loucura para mim, tenho que entregar inúmeros trabalhos e ainda vou fazer o ENEM, eu sou só treineira, mas eu quero focar o máximo que eu puder, então eu não sei quando vai sair a próxima atualização da fic, provavelmente depois do ENEM, espero que entendam <3
Esse capítulo é dedicado as lindas:
~jessica9
~crushforstyles
~MrsSheeranS2
~LonelyShadow
~CrazyTodinho
~cla_dhutner
~Bublee
~Panda15styles1D
~BinaFerreira

BOA LEITURA <3333333

Capítulo 36 - First Step


Fanfic / Fanfiction Hitmaker - First Step

- Você tem alguma música favorita no álbum? – Mark, o entrevistador perguntou.

A entrevista havia começado há alguns minutos. Perguntas sobre o meu álbum dominavam, mas nada em relação a Harry ou a inspiração por trás do álbum. Mas eu sabia que perguntas relacionadas a isso viriam. E eu ainda não estava preparada para tal coisa.

- Cada música é especial para mim, mas ter uma favorita? Isso é meio difícil de dizer. Talvez Off To The Races. – digo dando de ombros.

- É uma música incrível! – Anna exclama. Ela, junto com Mark, apresentavam o programa na rádio para qual eu estava concedendo uma entrevista. – Mas realmente difícil de apresentar ao vivo, certo? – ela questiona com a sobrancelha arqueada e eu sabia o que aquilo significava. Dei graças a Deus da entrevista ser em uma rádio, assim não veriam o olhar que eu lancei a Anna depois dessa alfinetada.

- Ela não é a música mais fácil de performar, mas eu estou segura com ela. Eu nunca a colocaria no álbum se eu soubesse que não daria conta de apresentá-la ao vivo. – retruco.

- Então podemos esperar uma apresentação de Off To The Races? – Mark questiona animado, tentando inutilmente acabar com a tensão que se instalou após a alfinetada de Anna.

- Claro. – digo sorrindo.

- Após o anúncio do seu álbum, todos esperaram colaborações de peso nele. E vemos Harry Styles e David Guetta. Por que eles quando você obviamente poderia fazer feat com qualquer um? – Mark perguntou. E aquela era uma boa pergunta, realmente.

- Todas as músicas desse álbum, foram escritas muito antes de eu um dia pensar em lançar um álbum. Elas foram as minhas primeiras composições. E elas condiziam com o álbum que eu tinha em mente. – confesso. – David foi a primeira pessoa com a qual eu cantei e assinei uma colaboração. She Wolf é uma música especial e a colaboração tinha que se repetir em uma música do meu álbum. – digo e Mark assente. – Prisoner surgiu em um bom momento da minha vida. Um momento que eu sempre vou lembrar. Harry estava lá quando a compomos, Harry estava lá quando me incentivou a colocá-la no álbum. Era mais do que justo terem somente os dois de coadjuvantes no meu álbum. – respondo por fim.

- Por que você não irá fazer uma tour de divulgação? – Anna perguntou rapidamente.

- Eu não me vejo pronta em entrar em um avião e voltar para casa daqui 8 meses. Eu não me vejo pronta para não parar em alguma cidade durante todo esse tempo. Ainda estou tentando me acostumar com a ideia de que eu não sou a mesma que antes. Tour é demais para mim no momento. – respondo sincera.

- Podemos esperar isso para algum outro momento? – Anna pergunta novamente.

- Talvez. – dou de ombros.

- Algum próximo projeto em mente? – Mark perguntou.

- Você quer dizer álbum, certo? – Mark assente. – Eu não sei. Estou focando nesse álbum agora. Quero fazer tudo o que eu planejei. Os singles, no caso. Mas um novo álbum? Talvez daqui alguns meses. Eu sempre estou compondo alguma coisa, sempre estou criando algo novo que necessariamente nem sempre é pra mim. Eu não sou só uma cantora, eu continuo produzindo para outros artistas e isso eu não posso parar. Então talvez daqui algum tempo. – respondo sincera. A ideia do EP de James não saia da minha cabeça. Talvez eu faça isso em algum momento.

- E a inspiração desse álbum fantástico? Um ex? – Mark pergunta. Solto um riso antes de responder.

- São tantas coisas envolvidas. Sim, há um ex no meio de toda essa inspiração. Mas devo dizer que a principal inspiração do álbum é a minha vida. O que mais me motivaria escrever 15 músicas? – questiono.

- Você é tão intensa. Desde a sua fala a sua maneira de nos encarar. – Mark comenta rindo.

- Já ouvi isso algumas vezes. – murmuro rindo.

- E o coração? Como está? – Anna pergunta.

- Batendo. – respondo e logo todos nós estamos gargalhando. – Eu estou feliz no momento. Harry me faz bem. – digo naturalmente. Aquilo era praticamente eu assumindo o nosso namoro.

- Veio para Londres só por causa do aniversário dele? – Anna perguntou novamente.

- Eu não podia ficar longe dele no dia do seu aniversário. – respondo dando de ombros.

 - Bem, devo dizer que a votação no twitter acabou! – Mark anuncia. A tal votação era para saber qual das músicas do meu álbum eu iria performar ao vivo no programa.

- Sério? E o que pessoal decidiu? – pergunto ansiosa.

- This is What Make Us Girls! – Mark exclama.

Eu adorava aquela música e ela merecia ser a primeira a ser apresentada. Alguns segundos depois, eu ouço o instrumental de This is What Make Us Girls começar.

- Remember how we used to party up all night? – começo a cantar. O head fone em minha cabeça, os olhos fechados. Eu estava conectada com a música. A cantava do jeito que eu julgava ser bom.

- Sério, sua voz é divina! – Mark elogia e eu coro.

- Obrigada, Mark. – agradeço.

- Gente, o tempo de Charlotte está acabando, só mais uma pergunta. – Anna diz. – O que você vai fazer quando sair daqui? – ela pergunta e eu me lembro de momentos atrás Harry ter me mandado uma mensagem, me convidando para almoçar em algum restaurante junto com ele e Gemma.

- Hm, eu vou ir almoçar com o meu empresário, meu namorado e a minha cunhada. – respondo normalmente e vejo ambos arregalarem os olhos. Era oficial, eu tinha assumido o meu romance com Harry. Eu tinha jogado uma bomba.

- Oh, sim. – Mark murmura. – Agradeço muito a sua presença, Charlotte. Espero que volte aqui mais vezes. – ele diz sincero.

- Claro que eu voltarei, Mark. Foi uma manhã agradável. – digo sincera.

- Últimas palavras para os nossos ouvintes? – Ana perguntou.

- Eu não sei. – dei de ombros. – Só acreditem em vocês mesmo. Acredite naquilo que você sonhe. Torne o impossível possível com sua fé. – digo depois de alguns segundos.

- Obrigada, Charlotte. – Ana agradece.

- Tchau, gente. – digo e tiro os meu fone de ouvido, levanto-me e saio da sala. Do lado externo, eu ainda podia ouvir o programa prosseguindo.

- Você soltou uma bomba. – James diz rindo ao se aproximar de mim.

- O que eu podia fazer? Eu fui completamente sincera. – me defendi rindo.

[...]

É, o mundo teria que se acostumar com o fato de que eu e Harry Styles somos oficialmente um casal. Como James disse, eu havia soltado uma bomba. A hashtag #CharlotteAndHarry permaneceu nos tt por horas. Os fãs piravam com o áudio no qual eu assumia o relacionamento. Harry só achou tudo engraçado demais. Depois daquela entrevista, realmente almoçamos todos juntos. Devo dizer que foi bem divertido. No dia seguinte, eu estava voltando para Los Angeles junto com Harry e James. Eu tinha alguns compromissos em solo americano. Tive algumas reuniões na gravadora. Gravei algumas demos de alguns singles que eu venderia. James falou comigo sobre uma artista nova que a gravadora quer lançar. Segundo ele, eu tinha que compor algum hit para o primeiro álbum dela. A única coisa que eu realmente fiquei animada foi que a tal artista não era americana e sim sueca. Seria algo novo no mercado concorrido americano e segundo James, ela tinha potencial. E ainda tinha Ariana Grande. Iremos nos encontrar semana que vem no estúdio para trabalharmos em seu novo álbum. Talvez saia algo produtivo, apesar de que eu tinha certeza de que ela irá adorar uma composição que eu tinha feito há algum tempo.

Eu estava voltando para casa após o dia inteiro no estúdio. O vento contra o meu cabelo, uma música conhecida por mim soando pelo carro, os olhos escondidos atrás dos óculos escuro, e por entre os dedos? Um cigarro aceso.

Eu sei que é errado, eu sei que eu não deveria fazer isso. Mas a vontade de fumar parecia ser mais forte do que eu e naquele momento, eu fraquejei e me deixei levar pelo meu vício. Mas eu gostei dessa sensação por tanto tempo, que me parece errado repudiar ela de tal maneira. Eu gostava e tinha pessoas que gostavam desse detalhe que eu tinha. Tinha. Essas mesmas pessoas não estavam mais em minha vida. Toda vez que eu colocava um cigarro por entre os dedos ou um gole de bebida na boca, eu me lembrava de Adam. Era inevitável isso. Talvez ele tenha sido a minha primeira droga desde o primeiro momento.

Flashback ON

Puxo o vestido para baixo novamente. Eu me sentia um tanto desconfortável usando ele, mas não pensava em trocá-lo por uma calça naquele momento. Eu queria chamar atenção das pessoas essa noite. Principalmente de um cara. Olho a hora e vejo que já são quase dez horas da noite. Meus pais e irmã provavelmente já estariam dormindo. Era a minha chance. Eu tenho feito isso por três noites seguidas e eu não pararia até conseguir conversar com aquele cara. Obviamente ele era universitário, um pouco velho para alguém com somente 16 anos recentemente completos. Sarah, uma das minhas amigas, talvez a mais louca, havia me levado até uma balada conhecida de Atlanta. Entrei de maneira ilegal, assim como Sarah, conseguimos isso devido ao envolvimento da minha amiga com um dos seguranças.

O local era louco. Cheirava a droga. Bebidas para todos os lados, drogas para todos os lados, mas eu nunca ingeri nada do tipo, eu estava tentando me controlar em relação à bebida ultimamente. Aquilo tudo me atraia, realmente, mas tinha um cara que conseguia ser mais atrativo que a bebida. Alto, forte, olhos claros e cabelos escuros. Ele é a definição de beleza no meu dicionário. Ele sempre estava acompanhado de um grupo de caras, amigos dele talvez. A bebida e a droga estavam sempre presentes, mas eu me sentia atraída exclusivamente por ele. Eu dançava para chamar sua atenção, mesmo que eu já fosse dona dela há muito tempo. Era um jogo de olhares. Sempre que eu o encarava, ele estava me encarando fixamente. Apesar de tudo isso, nunca houve uma conversa ou um contato físico. E isso certamente me deixava mais atraída do que a sua beleza. Eu era solteira, dançava a noite toda para ele olhar, dava todos os sinais de que eu o queria. Por que ele não dava o primeiro passo?

Saio do meu quarto com os saltos em minhas mãos para não fazer barulho. Desço a escada lentamente e olhando tudo atentamente. Ao chegar ao hall de entrada, abro a porta pedindo a Deus que não emita algum barulho. Quando já estou fora de casa, corro até virar a esquina. Paro e coloco o meu salto, voltando a andar normalmente. O carro de Sarah estava estacionado, rapidamente entro no carro e a encontro retocando sua máscara de cílios.

- E aí, vadia? – a cumprimento e a vejo revirar os olhos. Ela não gosta que eu a chame desse jeito, mas eu não podia evitar.

- Demorou, hein? – ela resmunga dando partida no carro.

- Vamos logo. – a apresso, ligando o som do carro de Sarah.

E novamente lá estávamos nós duas indo para aquele mesmo local. Havíamos ido nas duas noites anteriores. Ela tinha um envolvimento com um dos amigos do tal cara que não deixava de me encarar. Sarah só queria se divertir. Ao chegarmos à boate, conseguimos entrar rapidamente. E eu fui em direção ao centro da pista. Comecei a dançar até que os meus olhos pousaram no dono dos olhos azuis. Ele estava lindo usando aquela jaqueta preta. Eu tinha o pressentimento de que aquela noite seria diferente. Viro-me de costas e começo a me mexer de acordo com a música. Alguns caras bêbados tentavam alguma coisa comigo, mas eu nunca dava brecha para tal coisa. Meu foco era o universitário. Sinto mãos em meu corpo, mas logo repudio aquele toque e as afasto com brutalidade. Viro-me pronta para dizer algo que provavelmente minha mãe não iria gostar, mas congelo.

Era ele.

O momento que eu tanto esperei acontecer estava acontecendo. Eu não tinha uma reação concreta. Só estava surpresa demais por ele ter dado o primeiro passo. Finalmente. Uma garrafa de bebida estava em suas mãos e naquele momento eu comecei a imaginar qual era a sensação de beber um gole novamente, eu estava em abstinência há quase uma semana. Eu queria sentir o gosto forte da bebida novamente, mas eu sei o quanto isso é errado.

- Você deveria beber. – ele diz estendendo a garrafa para mim, nego rapidamente com a cabeça. – Qual é o seu objetivo com isso tudo? – ele questiona direto.

- Eu não entendi a sua pergunta. – digo. Antes que ele pudesse me responder, o tal cara me puxa pelo braço e anda por meio das pessoas. E logo eu me vejo encurralada contra a parede.

- Você vem aqui há três dias, você não bebe, não fica com algum cara e muito menos com a sua amiga. Você só dança. Você obviamente está me provocando. Estou certo? – ele murmura a pergunta de maneira grosseira para mim.

Olhando para aqueles olhos, eu soube que ele era mais do que um cara que vem para uma boate beber e ser grosseiro com as mulheres.

- Talvez. – respondo e o encaro fixamente. – Ou talvez eu só esteja procurando algo novo para mim. – comento, aquilo não era de todo uma mentira.

- Você quer algo novo? – assinto. – Talvez liberdade? – ele questiona. – Você parece aquela filha de papai rico, que tem tudo o que quer na hora que quer. – ele analisa.

- Não tenho tanta certeza. – murmuro. – Desde a primeira noite aqui e eu não consegui o que eu quero. – alfineto. Eu queria saber de onde eu tirei tanta ousadia.

- Eu posso te apresentar a minha liberdade. Se quiser, querida. – ele oferece.

- Eu não sou a sua querida. – afirmo rindo. – Você vai me apresentar a sua liberdade? – ele assente. – O que vai querer em retorno? – questiono com a sobrancelha arqueada.

- Eu quero você dançando somente para mim. – seus lábios se aproximam dos meus.

- Talvez a próxima música. – retruco e afasto seu corpo do meu rapidamente.

- Eu deveria saber o seu nome. – ele diz me seguindo. Sorrio internamente. Eu havia conseguido o que eu quis por três noites. Uma conversa. Um contato físico.

- Charlotte. – digo me sentando em uma banqueta do balcão, onde servia bebidas.

- Só Charlotte? – ele questiona rindo, enquanto bebia outro gole da sua bebida.

- Hayes. Charlotte Hayes. – suspiro ao sentir seu braço se esbarrando no meu propositalmente, quando ele deixa a garrafa de bebida sobre o balcão. – E você?

- Adam, só Adam. – ele responde. Deus, aquele nome combinava tanto com ele.

- Universitário? – questiono curiosa e ele assente. E a minha confirmação veio.

- Líder de torcida? – ele questiona e eu nego com a cabeça rindo.

- Por quê? Eu pareço? – pergunto sarcástica.

- Nem um pouco. – ele responde. E naquele momento eu soube que ele era um problema.

Sem pedir permissão, ele me beija de maneira ávida. E o meu primeiro contato com a bebida aconteceu novamente quando senti o gosto de bebida em sua boca. Era bom. Era diferente. E eu havia gostado daquela sensação. Seu sabor junto ao sabor da bebida que eu reconheci ser uísque. Adam abre as minhas pernas e fica entre elas, me puxando mais para si. Ele puxa o meu lábio inferior de leve e encerra o beijo.

- A próxima música já começou, Charlie. – ele comunica e eu sabia o que ele queria que eu fizesse. Levanto-me e ele se senta no meu lugar, me encarando com um sorriso malicioso.

Droga. Ele certamente é um problema ambulante. O encaro uma última vez antes de voltar para a pista, o vejo mexer em seus bolsos e puxar um maço de cigarros, logo acendendo um.

Como aquilo parecia ser tão certo?

Flashback OFF

Volto à realidade com a voz de Zayn cantando Pillow Talk, automaticamente me lembro de fazer uma nota mental de descobrir se ele foi em casa falar com Lanna ou não. Eu não podia evitar me lembrar de Adam, eu não podia evitar me lembrar de momentos bons entre nós. Dou mais uma tragada no cigarro e o jogo fora. Eu me sentia mais eu mesma quando acendo um cigarro. Eu me sentia relativamente bem, mesmo sabendo que no fundo era tudo o contrário. Eu sabia o quanto eu era fraca em fumar novamente, ainda mais escondida, mas eu não me importava com aquilo. Talvez eu só quisesse esquecer um pouco de tudo que eu vivi acendendo um cigarro.

Eu estava quase chegando em casa e provavelmente encontraria Lanna, então eu tinha que fazer alguma coisa. Estaciono o meu carro na garagem do prédio e fico longos minutos dentro do carro, pensando no que eu poderia fazer. Mexo em minha bolsa, em busca de algo que pudesse ajudar. Acho um chiclete e logo o começo a mascar. Isso disfarçaria bem o meu bafo de nicotina. Acho também um pequeno vidro de perfume, aproveito e borrifo na minha roupa. Agora, eu sou somente uma garota cheirosa. Eu não me sentia bem em mentir para todos que eu amo, mas fumar era uma coisa que eu estava aprendendo a lidar. Sozinha.

Tranco o carro e vou em direção ao elevador, enquanto mascava o chiclete. Ao chegar à porta do meu apartamento, abro-a e vejo a sala vazia. Lanna estava em casa, provavelmente em seu quarto.

- Lanna!? – a chamo através de um grito.

- No quarto! – ela responde de volta. Vou rapidamente até o meu quarto e escovo os meus dentes, troco de camiseta e sigo para o quarto de Lanna.

Ao entrar, a vejo sentada perto da escrivaninha, mexendo em seu notebook. Deito em sua cama e fico encarando-a. Ela me encara rapidamente, mas volta a mexer em seu notebook.

- Ok. – ela suspira virando-se para mim. – O que você quer? – ela pergunta com os olhos semicerrados.

- Por que você acha que eu quero alguma coisa? – questiono com tom de voz indignada. 

- Hm, eu não sei. Talvez porque você parece que quer muito perguntar alguma coisa. – ela responde rindo e eu dou de ombros.

- Ok. – solto um riso. – Zayn? – digo e Lanna para de sorrir automaticamente. Não foi a reação que eu esperava.

- O que tem ele? – ela pergunta indiferente.

- Qual é, Lanna? Eu sei que ele veio aqui. – digo.

- Como você sabe, Charlotte? – ela questiona desconfiada. Droga.

- Talvez o porteiro tenha me falado. – respondo rapidamente.

- Sim, ele veio aqui. Sim, nós conversamos. Sim, ele foi embora. – ela diz e bufa, se virando para a escrivaninha rapidamente.

- Lanna? – a chamo confusa. – O que aconteceu para você estar assim? – pergunto confusa.

- Ele me pediu desculpas pelo beijo. – ela disse depois de algum tempo.

- Isso é bom, certo? – pergunto e ela se vira para mim novamente.

- Eu não sei, Lottie. – ela suspira se levantando e vindo deitar ao meu lado. – Primeiro, ele me ligou e disse que queria falar comigo sobre um trabalho. Não recusei, porque eu realmente achei que era algo importante. – assenti, a incentivando a continuar. – Então ele chegou. E eu não sabia como agir, o que falar. Ele praticamente fez um monologo dizendo que não era o cara certo para mim. – solto um riso. – Mas eu nunca soube se isso é realmente verdade. Digo, ele é o cara certo para mim? – ela questiona para si mesma. – Sabe, eu sempre disse que não me envolveria porque ele era comprometido. Mas agora isso mudou e eu não sei como eu me sinto. Zayn é um cara legal, apesar de ser cheio de problemas. Ele me faz bem, me faz sorrir, me faz rir. De uma maneira estranha, ele me prende a ele com o olhar. – ela confessa e fica em silêncio por alguns segundos. – Eu nunca me senti assim antes. – ela diz.

- É porque você nunca se apaixonou, Lanna. – digo e sorrio. Ela nega com a cabeça várias vezes.

- Então ele me pediu desculpa pelo beijo. E eu aceitei, afinal ele não é o único culpado. Eu retribui, Charlotte. Nós conversamos como velhos amigos, como se nos conhecêssemos há anos. Até que eu inventei a maior besteira da minha vida. Eu disse que eu tinha que me arrumar para sair com um amigo. – ela fechou os olhos arrependida daquilo. – Eu só não queria enfrentar a verdade. Eu estava gostando de conversar com ele. De termos aquele momento juntos. – ela confessou e passou a mão pelo rosto. – Agora ele provavelmente acha que eu segui em frente e o deixei para trás. – ela resmungou.

- Você gosta dele? Você assume que está apaixonada por ele? – questiono. – Você está disposta a se envolver com o Zayn? – ela nega com a cabeça rapidamente, passando a mão pelo rosto, provavelmente em uma discussão interna consigo mesma naquele momento.

- Eu acho que sim. – ela murmura com tom de voz choroso. Eu sabia que ela estava prestes a chorar naquele momento.

- Assim como você Lanna, Zayn quer uma certeza na vida dele. – murmuro. – Ele é meu amigo, eu o conheço. Ele quer alguém para ajudá-lo, alguém para apoia-lo nos momentos difíceis, para sorrir ao lado dele, para fazê-lo feliz. E eu sei que se vocês dois quiserem, você vai ser essa pessoa. – conto.

- O que eu posso fazer? Ele acha que eu estou com alguém! – ela diz apreensiva.

- Calma, Lanna. – peço. – Sim, você mentiu para o Zayn. Mas nenhuma mentira dura para sempre. Uma hora, ele irá descobrir que você não seguiu em frente, que você não quer seguir em frente. – o que eu disse era a mais pura verdade e se encaixava perfeitamente em mim. Eu menti, mas uma hora todos iriam descobrir isso. Eu sei disso.

- Você está certa. – ela murmura e começa a encarar o nada. – É, eu gosto do Zayn. – ela diz e uma lágrima escorre pelo seu rosto. Ela não queria se envolver, mas aconteceu. A puxo para um abraço apertado, aquilo é a única coisa que eu poderia dar para ela naquele momento. – Por favor, vamos mudar de assunto? – ela pede passando a mão pelo rosto, limpando os resquícios das lágrimas.

- Tudo bem. Você vai comigo para New York semana que vem? – pergunto curiosa.

- Eu não sei ainda. Provavelmente sim. – ela dá de ombros. – É durante o fim de semana, certo? – assinto.

- Depois de New York, eu vou para Atlanta, me apresento e então eu fico um tempo com a mamãe. – digo.

- Eu não sei se poderei ir, vou perder algumas aulas na faculdade. – ela murmura.

- Dona Madeleine é capaz de vir para L.A só para te ver. – comento e Lanna solta um riso concordando comigo. – Bem, vou tomar um banho e depois ir para a casa do Harry. – comunico.

- Vou passar a noite sozinha? – ela pergunta indignada.

- Qual é? Chama o Zayn. – dou a opção e Lanna taca um travesseiro em mim.

- Cala a boca! – ela pede rindo.

[...]

Eu estava exausta. Apesar de ser o que eu amo, passar 5 dias em um estúdio chegando a uma nova imagem para uma artista não me agradou tanto assim. Essa semana foi cheia. Ia cedo para o estúdio, voltava para casa e passava o meu único tempo livre com Harry, já que ele era o único que me fazia relaxar. Ariana tinha um talento incrível, um potencial vocal impressionante e era extremamente gentil. Ela e Harry já trabalharam juntos em algum momento, mas eu não me incomodei com tal coisa. Ela gostou dessa ideia de eu ser sua mentora com o seu novo álbum. E as minhas ideias foram muitas, realmente. Eu, junto com alguns outros produtores e Ariana, chegamos a uma nova imagem para ela. Ela não seria mais uma garota, agora ela é uma mulher.

Compomos juntas, o que não foi fácil, já que nunca chegávamos a um consenso em algum verso. Mas surgiram algumas músicas relativamente boas, além dela ter adorado a música que eu tinha composto sozinha, um hit que qualquer cantora iria querer usar. E além dela, tive o prazer de trabalhar com Zayn novamente. E uma longa conversa sobre os sentimentos dele aconteceu. Apesar de não ter acreditado em mim, eu deixei claro que Lanna não estava envolvida com outro cara. Eu não pude falar muito, afinal eu estou jogando nos dois times. Uma música surgiu daquela tarde no estúdio, mas eu não me disponibilizaria a cantá-la junto com Zayn, eu sabia qual seriam as consequências. Eu sei, o álbum do Zayn tem tudo para ser um sucesso no mundo todo.

Harry se mostrou a melhor pessoa do mundo ao compreender o fato de eu ficar o dia todo fora e estar cansada demais para uma noite de amor. Assim como eu, Harry esteve ocupado esses últimos dias. Ele anda conversando com alguns representantes de gravadoras, inclusive tio Joe, e algumas outras pessoas interessadas em explorar outros talentos do Harry. E a cada dia que passava, a certeza de que eu o amava só crescia em meu peito. E o meu desejo era de gritar isso aos quatro ventos, mas se eu falasse somente para ele, já valeria a pena. Ele é o meu tudo. O que mais me importava naquele momento da minha vida. E ainda assim, eu continuava seguindo pelo caminho errado e eu continuava mentindo para ele.

Eu não contei que o meu vício pelo cigarro havia voltado. E muito menos contei o que me atormenta por anos. E eu sabia que para termos um relacionamento saudável, eu teria que ser completamente honesta com ele. Estávamos bem, maravilhosamente bem, mas contar a verdade acabaria com tudo aquilo. Eu sei disso. O cigarro e a morte do meu pai, é um fardo que eu tenho que carregar sozinha.

Hoje à noite eu estaria indo para New York, me apresentaria em um show curto para a Vevo amanhã, então sábado eu iria para Atlanta, domingo faria o meu primeiro show e somente então eu teria uma curta folga. Harry se dispôs a me acompanhar, o que me deixou muito feliz, afinal eu precisava dele nesses momentos. Minha mãe ficou animadíssima com a possibilidade de Harry passar uma semana em casa conosco. Ela o amava, realmente. A ideia de ter o confronto do meu passado naquela casa com o meu futuro com Harry, me assustava muito, mas eu tinha que lidar com isso.

- Eu ainda não terminei as minhas malas. – resmunguei sentando-me no chão do closet. Ouço Harry soltar um riso do outro lado da linha.

- Amor, eu já estou indo para aí. E ao contrário de você, consegui arrumar minhas malas com antecedência. – ele debocha. Eu gostava de quando ele me chamava de amor, eu me sentia tremendamente especial.

- Você é homem! É muito mais simples fazer as malas. – retruco. – Estou com preguiça na verdade. – suspiro cansada, ainda encarando a mala aberta, sem nenhuma coragem de continuar aquilo sozinha.

- Chego aí em 20 minutos. – ele avisa.

- Tchau. – despeço-me e encerro a ligação. Harry viria para cá, para podemos ir todos juntos para o aeroporto.

Vou até o quarto de Lanna e vejo que ela já havia conseguido o feito de arrumar as suas malas. Felizmente, ela também iria para Atlanta e passaria alguns dias com a mamãe, segundo ela, ela não perderia tanta coisa na faculdade. Ela me ajuda a terminar as minhas malas e quando felizmente conseguimos, ligo para James para ter certeza de que estava tudo certo.

- A banda, os figurinos, instrumentos, hospedagem. Está tudo certo para irmos para New York e Atlanta. – James diz após o meu tsunami de questionamentos.

- Estou ansiosa. – confesso e o ouço rir. A campainha toca e eu rapidamente vou abrir. – Hm, e todo o cenário do show em Atlanta? Conseguiu o que eu te pedi? – perguntei e sorrio ao ver Harry parado na porta. Ele entra e se senta no sofá, me esperando terminar a ligação.

- Sim, eu consegui. Tive que mandar fazer, mas deu tudo certo. O cenário está perfeito e do jeito que você quer. – James garante. Ando até o meu quarto e arrasto a minha primeira mala até a sala, já que em pouco tempo partiríamos para New York.

- A equipe já está a caminho de New York? – perguntei curiosa.

- Na verdade, eles já estão todos lá. Só eu estou aqui. – ele diz. – Daqui uma hora eu estou passando aí com dois táxis para nos levar para o aeroporto. Esteja pronta. – suspiro ao ver a segunda mala na sala, uma mala menor.

- Tudo bem. – digo e sorrio ao sentir Harry me abraçando por trás, me tocando. – Eu tenho que ir tomar um banho ainda. – digo tanto para o James quanto para Harry. Eu sabia que se ele não parasse, eu não iria mais manter o meu controle.

- Tchau. – James se despede e eu faço o mesmo.

Viro-me para Harry que mantia um sorriso lindo no rosto. Passo a mão pelo seu cabelo e começo a me questionar se eu realmente o merecia, se eu realmente era merecedora do seu amor. E eu sabia que a resposta era não, mas me afastar é algo que está fora dos meus planos. Eu não conseguia imaginar mais a minha vida sem o Harry. Eu o encarava fixamente, o que fez Harry me olhar confuso por um momento, mas isso logo acabou quando eu dei o primeiro passo e o beijei. Seus lábios macios contra os meus, sua língua adentrando a minha boca. Era tudo muito bom para eu pensar em parar.

- Por que essa cara? – Harry perguntou após encerrar o beijo.

- Que cara? – pergunto confusa, ainda próxima demais dele.

- Eu não sei. Você parece culpada. – ele disse, franzindo o cenho ao usar o termo “culpada”.

- Acredite em mim. Eu não estou. – digo, tentando manter um tom de voz firme em minha mentira. – É só uma ansiedade enorme com esses dois shows. – digo, isso não era ao todo uma mentira.

- Eu sei que você vai fazer o melhor. – Harry diz convicto. Sorrio agradecendo o seu apoio.

- Eu te amo. – murmuro contra os seus lábios. – Apesar de tudo. – acrescento.

- Eu também te amo. – Harry responde e sela os meus lábios rapidamente.

- Hm, eu tenho que ir para o banho. – murmuro me afastando de Harry, que faz uma cara sofrida antes de se sentar novamente no sofá.

- Quer companhia? – Harry grita quando já estou no corredor. Solto um riso antes de respondê-lo.

- Eu agradeço, mas não. – grito em resposta.

- Ouch. – ouço e gargalho entrando no meu quarto.

[...]

Eu estava oficialmente em New York e a ansiedade só tomava ainda mais o meu corpo. Eu não conseguia acreditar que tudo aquilo estava acontecendo. Uma hora eu estava compondo, trancada em meu apartamento, e agora eu estou prestes a cantar para mais pessoas do que eu posso contar.

A ida até o aeroporto foi algo rápido, mas eu me arrependi no minuto em que entrei no saguão do aeroporto. As pessoas me encarando, tirando fotos nossas. Aquilo me incomodava e talvez eu nunca saiba como lidar com isso. O tempo todo Harry manteve a sua mão entrelaçada a minha, me transmitindo segurança. Ao entrar no avião, meu primeiro desejo foi de fumar. Iria me acalmar, conter um pouco da minha ansiedade. Mas eu sabia que eu não poderia fazer isso com meu namorado, minha irmã e o meu melhor amigo dentro do avião. Eu não conseguiria encará-los depois daquilo. Talvez eu não esteja totalmente no controle como eu penso.

Eu estava exausta ao chegar ao hotel, assim como Harry que preferiu dormir um pouco. Iriamos dividir o mesmo quarto por questão de privacidade e eu não fui contra, realmente. Fui conversar com a equipe encarregada do planejamento do meu show e fiquei impressionada com o cenário que eles haviam criado sob meu pedido. Um letreiro estilo hollywoodiano escrito “Hayes”, algumas palmeiras de mentira e outra série de detalhes que faziam parte do cenário do meu show em Atlanta. Conversei com a banda, que estava tão ansiosa quanto eu com o nosso primeiro show juntos. Já que em outras apresentações eu não levei a banda inteira, somente alguns instrumentistas. Eu estava animada por ter, além da banda, uma mini orquestra, com instrumentistas de alguns instrumentos que compuseram a melodia das minhas músicas. Passei o que se pareceram horas conversando com as meninas sobre o que eu usaria nas apresentações, Lanna adorou se juntar a nós. Como sempre, Hayley conseguiu captar o que eu realmente queria, qual era o meu estilo. Uma pessoa em três estágios. Uma Lottie despojada e confortável andando nas ruas. Uma Charlotte sensual e elegante nos red carpets. E uma Charlotte Hayes com o estilo vintage, que eu particularmente amo, nos palcos.

Era pouco mais das 8 quando eu volto para o meu quarto, encontro Harry deitado na cama mexendo em seu celular.

- Estou tão animada com a apresentação amanhã e com o show no domingo! – começo a tagarelar. – Eu acabei de falar com a equipe e a banda, está tudo como eu sempre quis. O cenário está fantástico, Harry. Letreiros com o meu nome, cenário da época de ouro de Hollywood. – me aproximo da janela do quarto. – Domingo vai ser um dia importante para mim, minha família vai estar lá, você, meus amigos. Eu já mandei alguns convites para alguns amigos da gravadora. Apesar da agenda, eles vão vir me ver. Estou tão animada para isso, Harry. – confesso e encaro Harry que solta um riso baixo.

- Que amigos? – ele pergunta interessado.

- Hm, Abel, Zayn e mais alguns produtores que trabalham há algum tempo para mim. Também mandei convite para os meninos, para a sua irmã e sua mãe. Todos importantes para mim. – digo e Harry me encara surpreso.

- Quando você fez tudo isso? – ele perguntou rindo.

- Nessa semana. Enquanto eu estive trabalhando no estúdio. Ás vezes eu posso ser multi tarefas. – digo e sorrio me aproximando da cama. Harry se senta e se aproxima mais de mim.

- Oh, isso é uma informação interessante, Charlotte. – Harry retruca com um sorriso no rosto.

- Quase ia me esquecendo, mas além de ser o dia do meu primeiro show, domingo é dia dos namorados. – digo com o rosto próximo ao seu. – Nosso primeiro dia dos namorados. – sorrio e Harry sela os meus lábios carinhosamente. Em um movimento rápido sento-me em seu colo, o encarando e demonstrando em cada ato o meu amor por ele.

- Oh, e quais são os seus planos? – ele pergunta enquanto coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.

- Eu não sei. – dou de ombros. – Talvez ser sua já seja o suficiente. – sugiro e Harry sorri.

- Nós vamos estar na casa da sua mãe, não acho que poderemos concretizar tão bem o seu desejo. – ele comenta e eu rio da maneira que ele fala.

- Sério, você é demais. Você se preocupa com a minha mãe em um momento como esse. – digo.

- Qual é? Ela ainda tem que gostar do genro dela na manhã seguinte. – Harry diz e eu solto um riso, enquanto seu toque descia pela minha lombar.

- Você não vai parar, não é? – questiono quase colando nossos lábios, o encarando fixamente. Ele nega com a cabeça e eu me afasto minimamente quando ele tenta me beijar. – Ótimo, porque eu não quero que você pare. – me permito beijar os lábios de Harry, de maneira ávida e mostrando o tamanho do meu desejo por ele. Solto um riso durante o beijo ao ver que ele não tinha controle e já retirava a minha camiseta.

Droga, acima de tudo eu o amava.

[...]

Acordo e me vejo totalmente nua ao lado de Harry, ele dormia tão serenamente que eu me senti na obrigação de não realizar o mínimo de barulho possível. Lentamente sento-me na cama e me questiono onde estão as minhas roupas. Felizmente acho a minha calcinha inteira no chão e a visto. A camiseta do Harry estava jogada pelo chão do quarto e eu rapidamente a visto. Ando até a janela e paro ao ver que amanhecia um dia lindo em New York.

Sorrio ao ver onde eu tinha conseguido chegar. Há um ano, ser uma pessoa pública me assustava. Agora eu aceito isso da melhor maneira que eu consigo. A fama tem seus pontos positivos e negativos. Hoje eu iria me apresentar para tantas pessoas, que eu fazia questão de não saber o número. Eu iria cantar para que todos saibam que eu posso fazer isso. Para todos saberem que eu tenho potencial. Eu já estava tendo um ataque de ansiedade antes desse pequeno show em New York, eu não quero nem imaginar como eu vou estar no domingo.

Eu preciso me acalmar ou isso não dará certo.

Olho para Harry e o encaro por longos segundos. Ele estava realmente dormindo e não tinha nenhum indicio de que acordaria repentinamente. Tentando não emitir algum barulho, eu me aproximo da minha bolsa e procuro a minha carteira de cigarros. Pego um, seguido do isqueiro. Apesar de ser a minha bolsa, eu deixava essas duas coisas o mais escondido possível para que acidentes como o que ocorreu há dias não acontecesse novamente. Vou até o banheiro e tranco a porta por garantia. Ligo o chuveiro, mas não entro no banho. Fecho a tampa do vaso sanitário e sento-me. Encaro o cigarro e o isqueiro na minha mão. Eu tinha uma escolha e eu sabia que sempre escolheria seguir em frente. Coloco o cigarro por entre os lábios e o acendo. Dou a primeira tragada e sinto-me relativamente mais calma.

A que ponto eu tinha chego?

Eu me questionava isso enquanto dava uma tragada atrás da outra. Fumar no banheiro, enquanto Harry dormia no quarto. Aquilo não parecia ser o certo, mas eu sei que não vou conseguir parar. O cigarro estava quase acabando e o meu desejo era de acender outro, mas isso já era o suficiente para eu poder iniciar o dia. Dou uma última tragada no cigarro e ele havia chego ao fim, abro a tampa do vaso sanitário, jogo a bituca de cigarro nele e dou descarga. Enquanto a prova do crime ia embora, eu sentia a minha culpa indo junto e não nego que isso havia feito eu me sentir relativamente melhor.

Escovo os meus dentes, tiro a camiseta do Harry e a minha calcinha, logo entrando no banho, de verdade desta vez. Se Harry já estiver acordado, ele só irá saber que eu estou demorando mais do que o normal nesse banho. Eu sabia que enganá-lo não é a coisa certa, mas contar a verdade estava fora de cogitação naquele momento. Eu sei o quanto ele ficará chateado comigo e eu não quero ver aquele olhar em seu rosto novamente. Eu não sentia culpa, eu não sentia arrependimento e por isso eu sei que eu não conseguirei parar mais. Eu sempre soube que o cigarro, depois de outras drogas, é o mais difícil de largar. Talvez seja por isso que eu ao menos penso em tentar parar. Acabo o banho e me enrolo em uma toalha com o emblema do hotel. Saio do banheiro e encontro Harry andando de um lado para o outro somente de cueca.

- Que visão. – digo brincando. Ele me encara rindo, me encarando de cima a baixo.

- Digo o mesmo. – ele devolve e é a minha hora de rir. – O que você vai fazer agora? – ele pergunta mexendo em sua mala.

- Hm, eu vou me arrumar, descer tomar café da manhã, compor um pouco, almoçar e passar a tarde ajustando os últimos detalhes para a apresentação. – respondo e abro a minha mala, procurando alguma roupa confortável.

- Quais músicas você vai apresentar? – Harry pergunta.

- Eu não sei ainda, vou decidir mais tarde junto com a banda. – dou de ombros. Puxo uma calça jeans de cintura alta e uma blusinha ombro a ombro estampada. Também pego uma lingerie, sendo que o sutiã é um tomara que caia, por conta da blusa que eu usaria.

- Vou para o banho. – Harry murmura indo para o banheiro com algumas roupas nas mãos.

Visto-me rapidamente e fico encarando a minha bolsa jogada no chão no quarto. Ali estava o que podia destruir tudo. Literalmente. E por mais que eu soubesse disso, eu não iria largar o cigarro. Tento afastar esses pensamentos da minha cabeça enquanto eu calço o meu tênis branco. Penteio o meu cabelo, o dividindo em duas partes, na parte de cima, faço um coque. Deixando o visual mais diferente. Começo a fazer a maquiagem, algo bem leve e diurno. Faço a pele e um delineado nos olhos, em seguida aplicando máscara de cílios. Na boca, aplico somente um batom cor de boca.

Harry sai do banho e eu o espero se arrumar para podermos descer tomar o café da manhã juntos. Enquanto eu fazia tal coisa, eu o encarava e pensava nas palavras que poderia me definir naquele momento. Apaixonada. Ansiosa. Satisfeita. Feliz. Entrei nas minhas redes sociais e fiquei mexendo um pouco nelas. Harry me avisa que está pronto e eu desço junto com ele para tomarmos café.

- Você sabe que é muito importante você estar aqui comigo, não é? – pergunto a Harry quando já estamos dentro do elevador. Ele estava ao meu lado, com o braço em minha cintura, me puxando para ele.

- Sim, eu sei disso. – ele diz e eu o encaro sorrindo. – E você sabe que eu não deixaria de estar ao seu lado em um momento tão importante como esse, não é? – ele devolve a pergunta da sua maneira.

- Sim, eu sei disso. – o imito e selo os seus lábios rapidamente. – Eu não sei se vou conseguir fazer isso. Subir em um palco, cantar sabendo que milhares de pessoas estão me assistindo. – confesso apreensiva. Aquela possibilidade está me atormentando ultimamente.

- Eu sei que você vai gostar da sensação que um palco te traz. – ele garante e eu o encaro confusa. – Quando eu subo em um palco, eu penso no quanto as pessoas estão felizes por estarem me vendo, me ouvindo. Talvez essa seja a minha liberdade, ver pessoas desconhecidas felizes por minha causa. – eu vejo os seus olhos brilhando ao falar daquela sensação.

- E por que você não volta a fazer isso? É a sua liberdade. – digo e o elevador se abre.

- Eu fiz isso por 5 anos, eu tinha que parar em algum momento. Liberdade demais não estava me fazendo bem. – saímos do elevador de mãos dadas. – E eu não preciso estar em um palco para fazerem as pessoas felizes. – ele sorri.

- Eu sou a prova disso. – concluo enquanto andávamos pelo saguão do hotel até o restaurante.

Sim, ele me faz feliz como eu não sou há anos. 


Notas Finais


E aí? Gostaram?
Espero que sim, foi feito com carinho <3333
Comentem e favoritem, hein?
Até a próxima atualização, meus amores <3

All The Love
xx Srta. Holt


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