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História Hogwarts 1977 - lendo Harry Potter - Priori Incantatem


Escrita por: Vega_Leal

Notas do Autor


Penúltimo capítulo do livro 4♥️

LUMOS!

Capítulo 11 - Priori Incantatem


Fanfic / Fanfiction Hogwarts 1977 - lendo Harry Potter - Priori Incantatem

Lucius encarava o nada. Ele havia sido ridicularizado pelo Lorde das Trevas, na frente dos outros comensais. Isso não iria ficar assim. Ninguém tira sua honra. Não conseguia acreditar que tinha deixado alguém lhe rebaixar. Teve que agradecer à sangue-ruim mentalmente por ela ter vindo ao passado, pois agora, que viu a que ponto havia decaído, não deixaria isso acontecer, faria o possível para tentar mudar.

Bellatrix estava indignada. Não conseguia acreditar que estava em Azkaban. O que diria sua família? Uma Black, presa. Por Salazar isso não podia acontecer. Tinha que fazer alguma coisa.

Avery ainda estava surpreso, ele havia sido torturado? TORTURADO? Ainda por cima, na frente de todos? O que pensaram dele depois daquilo? Que ele era um fraco? Não conseguia entender por que estava daquela maneira no futuro. Ele nunca implorou nada a ninguém, e no livro mostra ele suplicando? Por Salazar, o que houve com ele?

Regulus estava muito pensativo, se perguntava o motivo de não estar no cemitério junto dos outros. "Talvez eu tenha tomado coragem, e desisti de ser comensal, ou talvez...eu...eu..tenha.....morrido?". Pensou ele, assustado. Não estava pronto para morrer.

- Meu Merlin, Harry, você não pode duelar com Voldemort, você só tem 14 anos, ele sabe de coisas que você se quer sonharia em saber  - Disse Lily, morrendo de preocupação.

- Filho Me diga que você ficou bem - Disse James em tom de súplica.

Harry olhou para os amigos, é novamente para os outros - eu só sobrevivi porque fui salvo.

As pessoas o encararam confusas. Quem naquele cemitério o salvaria? Algum comensal? Não é possível.

- Te salvaram? - perguntou Remus, estupefato.

- Sim - disse simplesmente.

Sirius o olhou desconfiado. Duvidava muito que alguém naquele lugar se arriscaria por Harry.

Remus achou melhor voltar a ler, assim saberiam logo quem o salvou.

- O próximo capítulo é: Priori Incantatem - leu Remus.

Harry respirou fundo e olhou para sua família. Todos estavam com os olhos arregalados, o garoto logo percebeu que todos já tinham idéia sobre o que aconteceria nessa parte.

Dumbledore olhou surpreso para Minerva e sussurrou - que extraordinário!

McGonagall apenas assentiu, sem conseguir dizer alguma palavra.

Rabicho aproximou-se de Harry, que tentou se aprumar para sustentar o corpo antes que as cordas fossem desamarradas. Rabicho ergueu a nova mão prateada, puxou o chumaço de pano que amordaçava Harry e então, com um único movimento, cortou as cordas que prendiam o garoto à lápide.

"Apareça, apareça logo " pedia Lily, sobre a pessoa que salvaria Harry.

Houve talvez uma fração de segundo em que Harry poderia ter pensado em fugir, mas sua perna machucada estremeceu sob o peso do corpo quando ele firmou os pés no túmulo malcuidado, ao mesmo tempo que os Comensais da Morte cerraram fileiras, apertando o círculo em torno dele e de Voldemort, e os claros que seriam dos Comensais da Morte ausentes se fecharam. Rabicho saiu do círculo e foi até onde jazia o corpo de Cedrico, e voltou trazendo a varinha de Harry, que ele enfiou com brutalidade na mão do garoto sem sequer olhá-lo. Depois, Rabicho retomou seu lugar no círculo de comensais que observavam.

Pettigrew nunca quis tanto sair de um lugar, como agora. Todos o encaravam, cada um com um tipo de raiva diferente no olhar, alguns com ódio. Ele só queria se transformar em rato e correr dali. Mas aquela sangue-ruim tinha enfeitiçado o salão, então por mais que Pedro tentasse, não conseguia se transformar em sua forma animaga. O jeito era tentar ignorar os olhares, mas era quase impossível.

– Você aprendeu a duelar, Harry Potter? – perguntou Voldemort suavemente, seus olhos vermelhos brilhando no escuro.

Ao ouvir a pergunta Harry se lembrou, como se pertencesse a uma vida anterior, do Clube dos Duelos em Hogwarts que ele frequentara brevemente há dois anos... a única coisa que aprendera tinha sido o Feitiço para Desarmar, “Expelliarmus”...

James respirou fundo para não chorar. Aquele feitiço não adiantaria em nada contra Voldemort. O que mais doía, era pensar que ele sabia muitos feitiços, mas nunca conseguiu ensinar nenhum para seu filho.

 e de que adiantaria isso, mesmo que ele pudesse privar Voldemort de sua varinha, quando ele estava rodeado de Comensais da Morte e em desvantagem de, no mínimo, trinta a um? Ele jamais aprendera nada que o tivesse preparado minimamente para uma situação dessas. 

Harry queria ter se socado. Aquilo foi um erro terrível. Ele sabia que Voldemort viria atrás dele, mas nunca procurou saber algum feitiço à altura.

Sabia que estava enfrentando aquilo contra o qual Moody sempre o alertara... a Maldição Avada Kedavra, impossível de bloquear – e Voldemort tinha razão –, desta vez a mãe de Harry não estava ali para morrer por ele... não contava com proteção alguma...

Lily fechou os olhos, tentando segurar as lágrimas que queriam sair novamente. Tinha que ser forte, eles tinham uma segunda chance para mudar tudo. Então abriu os olhos e a primeira coisa que viu, foi James a encarando preocupado. Ela deu um sorriso para ele e o abraçou de lado. Ninguém iria morrer, não dessa vez.

– Nos cumprimentamos com uma curvatura, Harry – disse Voldemort, se inclinando ligeiramente, mas mantendo o rosto de cobra erguido para Harry. – Vamos, as boas maneiras devem ser observadas... Dumbledore gostaria que você demonstrasse educação... curve-se para a morte, Harry...

Dumbledore balançou a cabeça, não conseguia acreditar no monstro que Tom havia virado.

Os Comensais da Morte deram novas gargalhadas. A boca sem lábios de Voldemort riu.

Bellatrix ficou confusa. " geralmente eu sou a louca que ri de tudo. Mas eles estão rindo do que exatamente? Não vi graça nenhuma".

Harry não se curvou. Não ia deixar o bruxo brincar com ele antes de matá-lo... não ia lhe dar essa satisfação...

James sorriu fraco. Harry realmente se parecia muito com ele.

– Eu disse, curve-se – repetiu Voldemort, erguendo a varinha, e Harry sentiu sua coluna se curvar como se uma mão enorme e invisível o empurrasse impiedosamente para a frente, e os Comensais da Morte se riram com mais gosto que nunca.

Sirius trincou os dentes. Ele estava fervendo de ódio. Seu afilhado só tinha 14 anos, cadê ele nessa horas para ajudar?

“Muito bem”, disse Voldemort suavemente, e quando ele baixou a varinha a pressão que empurrava Harry se aliviou também. “Agora você me enfrenta, como homem... de costas retas e orgulhoso, do mesmo modo que seu pai morreu...

Harry olhou para seu pai e o abraçou fortemente, estava sendo muito difícil aquela leitura. Ele só queria ver a reação dos pais quando visse que ele que o tinham salvado.

“Agora... vamos ao duelo.”

O bruxo ergueu a varinha antes que Harry pudesse fazer alguma coisa para se defender, antes que pudesse sequer se mexer, e ele foi atingido pela Maldição Cruciatus. A dor foi tão intensa, e tão devoradora, que Harry já nem sabia onde estava... facas em brasa perfuravam cada centímetro de sua pele, sua cabeça, sem dúvida alguma, ia explodir de dor; ele gritava mais alto do que jamais gritara na vida...

Hermione fechou os olhos. Se lembrando de Bellatrix a torturando. Harry era muito forte, ela se orgulhava muito dele, passou por tanta coisa e até hoje está firme e forte...

Lily passou as mãos nos cabelos negros de Harry, aquele menino pálido, de olhos verdes, tão pequeno, e tinha passado por tudo aquilo sozinho, sem os pais ao lado. 

Ela respirou fundo, para tentar se acalmar e voltou a prestar atenção na leitura.

Então tudo parou. Harry se virou e tentou ficar em pé; tremeu descontrolado, como fizera Rabicho quando decepara a própria mão; cambaleou para os lados na direção dos Comensais da Morte ao redor, e eles o empurraram de volta a Voldemort.

- Covarde..Voldemort é um fraco, precisando de dezenas de homens para derrotar um garoto de 14 anos - disse Marlene, e ninguém ousou dizer nada, nem mesmo os comensais.

– Uma pequena pausa – disse o bruxo, as narinas de cobra se dilatando de excitação –, uma pequena pausa... isso doeu, não foi, Harry? Você não quer que eu faça isso outra vez, quer?

Harry não respondeu. Ia morrer como Cedrico, era o que aqueles olhos vermelhos e cruéis estavam lhe dizendo... ia morrer, e não havia nada que pudesse fazer para evitá-lo... 

- Não diga isso, meu filho - disse Lily em meio às lágrimas - sempre existe uma saída..

Harry começou com a cabeça e a abraçou mais forte.

mas não ia facilitar. Não ia obedecer a Voldemort... não ia suplicar...

– Perguntei se quer que eu faça isso outra vez – disse Voldemort gentilmente. – Responda! Imperio!

E Harry teve, pela terceira vez em sua vida, a sensação de que todos os pensamentos tinham se apagado de sua mente... ah, foi uma felicidade, não pensar, foi como se estivesse flutuando, sonhando... apenas responda “não”... diga “não”... apenas responda “não”...

Não direi, falou uma voz mais forte no fundo de sua cabeça, não responderei...

Apenas responda “não”...

Não vou responder, não vou dizer isso...

Apenas responda “não”...

– NÃO VOU RESPONDER!

Dumbledore arregalou os olhos azuis. Pouquíssimas pessoas conseguiam lutar contra a maldição Imperius, ainda mais sendo Tom que a lançou. Harry era realmente um bruxo magnífico.

E essas palavras explodiram da boca de Harry; ecoaram pelo cemitério, e o estado onírico em que mergulhara se dissolveu repentinamente como se tivessem lhe atirado um balde de água fria – renovaram-se as dores que a Maldição Cruciatus deixa ra por todo o seu corpo –, renovou-se a consciência de onde estava, do que estava enfrentando...

– Não vai? – disse Voldemort suavemente, e agora os Comensais da Morte não estavam rindo. – Não vai dizer “não”? Harry, a obediência é uma virtude que preciso lhe ensinar antes de você morrer... talvez mais uma dosezinha de dor?

Voldemort ergueu a varinha, mas desta vez Harry estava preparado; com os reflexos nascidos da prática de quadribol, ele se atirou para um lado no chão; rolou para trás da lápide de mármore do pai de Voldemort e a ouviu rachar quando o feitiço errou o alvo.

James suspirou aliviado.

– Não estamos brincando de esconde-esconde, Harry – disse a voz suave e fria de Voldemort, aproximando-se, enquanto os Comensais da Morte riam. – Você não pode se esconder de mim. Será que isso significa que já se cansou do nosso duelo? Será que significa que você prefere que eu o encerre agora, Harry? Saia daí, Harry... saia e venha brincar, então... será rápido... talvez até indolor... Eu não saberia dizer... eu nunca morri...

- desgraçado.. - sussurrou Sirius - não morreu, mas vai morrer...

Harry continuou agachado atrás da lápide e percebeu que chegara o seu fim. Não havia esperança... nenhuma ajuda de ninguém. Quando ouviu Voldemort chegar ainda mais perto, ele soube apenas uma coisa que transcendeu o medo e a razão – ele não ia morrer agachado ali como uma criança brincando de esconde-esconde; não ia morrer ajoelhado aos pés de Voldemort... ia morrer de pé como seu pai, e ia morrer tentando se defender, mesmo que não houvesse defesa alguma possível...

James já estava em meio às lágrimas, seu filho o admirava tanto, e ele não tinha ideia do porquê. 

Antes que Voldemort pudesse meter a cara viperina atrás da lápide, Harry se levantou...

Todos ofegaram, em clara surpresa. Muitos ali não teriam coragem de enfrentar Voldemort, assim.

agarrou a varinha com força, empunhou-a à frente e saiu rápido de trás da lápide para encarar Voldemort.

O bruxo estava pronto. Quando Harry gritou “Expelliarmus!”, Voldemort gritou “Avada Kedavra!”.

- Harry?? Expelliarmus? - perguntou Remus, totalmente indignado.

Harry deu de ombros - além de ser o único que eu sabia, já me ajudou muitas outras vezes... - respondeu calmo. Rony e Hermione não podiam discordar, expelliarmus já havia salvado muitas vezes não só vida de Harry, como a deles também.

Um jorro de luz verde saiu da varinha de Voldemort na mesma hora em que um jorro de luz vermelha disparou da de Harry – e os dois se encontraram no ar –, e de repente, a varinha de Harry começou a vibrar como se uma descarga elétrica estivesse entrando por ela; sua mão estava presa à varinha; ele não teria podido soltá-la se quisesse – e um fino feixe de luz agora ligava as duas varinhas, nem vermelha nem verde, mas um dourado intenso e rico –, e Harry, acompanhando o feixe com o olhar espantado, viu que os dedos longos e brancos de Voldemort também agarravam uma varinha que sacudia e vibrava.

Os olhos de Dumbledore brilharam.

E então – nada poderia ter preparado Harry para isso – ele sentiu seus pés se elevarem do chão. Ele e Voldemort estavam sendo erguidos no ar, as varinhas ainda ligadas por aquele fio de luz dourada e tremeluzente. Os dois estavam se afastando do túmulo do pai de Voldemort e por fim pousaram num trecho de terreno limpo e sem túmulos... Os Comensais da Morte gritavam, pedindo instruções a Voldemort; se aproximavam e se reagrupavam em um círculo em volta dos dois, a cobra em seus calcanhares, alguns bruxos sacando as varinhas...

Lily levou as mãos à boca. Todos no salão estavam assustados. O que estava acontecendo?

O fio dourado que ligava Harry e Voldemort se fragmentou: embora as varinhas continuassem ligadas, mil outros fios brotaram e formaram um arco sobre os dois, e foram se entrecruzando a toda volta, até encerrá-los em uma teia dourada como uma redoma, uma gaiola de luz, para além da qual os Comensais da Morte rondavam como chacais, seus gritos estranhamente abafados...

– Não façam nada! – gritou Voldemort para os Comensais da Morte, e Harry viu os olhos vermelhos do bruxo se arregalarem para o que estava acontecendo, viu-o lutar para romper o fio de luz que continuava ligando sua varinha à de Harry; o garoto apertou a varinha com mais força, com as duas mãos, e o fio dourado continuou inteiro. – Não façam nada a não ser que eu mande! – gritou Voldemort para os Comensais da Morte.

Então um som belo e sobrenatural encheu o ar... vinha de cada fio de luz da teia que vibrava em torno de Harry e Voldemort. Era um som que o garoto reconhecia, embora só o tivesse ouvido uma vez na vida... a canção da fênix...

Era o som da esperança para Harry... o mais belo e mais bem-vindo que ele já ouvira na vida... o garoto teve a sensação de que o som estava dentro dele e não apenas à sua volta... era o som que ele associava a Dumbledore, e era quase como se um amigo estivesse falando em seu ouvido...

Dumbledore arregalou ainda mais os olhos, que ainda brilhavam.

Não rompa a ligação.

Eu sei, Harry disse à música, eu sei que não devo... mas mal acabara de dizer isso, e a coisa se tornou muito mais difícil de fazer. Sua varinha começou a vibrar mais violentamente do que antes... e agora o fio de luz entre ele e Voldemort mudou também... era como se grandes contas de luz estivessem deslizando para a frente e para trás no fio que ligava as varinhas – Harry sentiu a sua estremecer com força, quando as contas de luz começaram a deslizar lenta e continuamente em sua direção... agora o movimento do feixe de luz vinha de Voldemort para ele, e ele sentiu a varinha vibrar de indignação...

James olhou confuso para o livro.

Quando a conta de luz mais à frente se aproximou da ponta da varinha de Harry, a madeira em seus dedos esquentou de tal forma que o garoto receou que ela fosse romper em chamas.

Quanto mais perto chegava a conta, mais violentamente a varinha de Harry vibrava; ele tinha certeza de que sua varinha não sobreviveria a um contato direto com a conta; ela parecia prestes a se esfacelar sob seus dedos...

Harry concentrou cada partícula de sua mente em obrigar a conta a voltar para Voldemort, seus ouvidos tomados pela canção da fênix, seus olhos furiosos, fixos... e lentamente, muito lentamente, as contas estremeceram e pararam, e em seguida, de forma igualmente lenta, começaram a se deslocar para o lado oposto... e foi a varinha de Voldemort que começou a vibrar com muita violência... Voldemort que parecia perplexo e quase temeroso...

Todos se inclinavam cada vez mais na mesa, para tentar ouvir melhor. Será que a pessoa que ajudaria Harry, chegaria agora?

Uma das contas de luz estremecia a centímetros da ponta da varinha de Voldemort. Harry não entendia por que estava fazendo aquilo, não sabia o que obteria... mas começou a se concentrar, como nunca fizera na vida, em forçar aquela conta de luz a voltar à varinha de Voldemort... e lentamente... muito lentamente...ela foi se deslocando pelo fio dourado...estremeceu por um momento... e então fez contato...

Na mesma hora, a varinha de Voldemort começou a emitir gritos ressonantes de dor...depois... os olhos vermelhos do bruxo se arregalaram de choque – uma mão, densa e fumegante voou da ponta da varinha e desapareceu... o fantasma da mão que ele fizera para Rabicho... 

" O que?" Era isso que muitos pensavam.

mais gritos de dor... e então algo muito maior começou a brotar da ponta da varinha de Voldemort, algo imenso e acinzentado, algo que parecia ser feito da mais sólida e densa fumaça... era uma cabeça, depois um peito e os braços... o tronco de Cedrico Diggory.

As pessoas suspiraram, pasmas.

Se em algum momento Harry pudesse ter soltado a varinha de susto, teria sido então, mas o instinto o fez continuar segurando-a com força, de modo que o fio de luz dourada permaneceu intacto, embora o fantasma cinzento e denso de Cedrico Diggory (seria um fantasma? Parecia tão sólido) emergisse em sua inteireza da ponta da varinha de Voldemort, como se estivesse se espremendo para fora de um túnel muito estreito... e esta sombra de Cedrico ficou em pé e examinou o fio de luz dourada de uma ponta a outra e falou:

– Aguenta firme, Harry.

- Ele... falou? - perguntou uma corvina, mas não obteve respostas, todos estavam muito concentrados em Remus, que lia.

Era uma voz distante como um eco, Harry olhou para Voldemort... os olhos vermelhos e arregalados do bruxo ainda expressavam choque... tal qual Harry, ele não esperara uma coisa daquelas... e, muito indistintamente, Harry ouviu os gritos amedrontados dos Comensais da Morte, rodeando a redoma dourada...

Novos gritos de dor da varinha... então mais uma coisa surgiu em sua ponta... a sombra densa de uma segunda cabeça, rapidamente seguida de braços e tronco... um velho que Harry vira uma vez em sonho tentava agora sair da ponta da varinha do mesmo modo que Cedrico o fizera... e seu fantasma, ou sua sombra, ou o que fosse, caiu ao lado do de Cedrico, examinou Harry e Voldemort, a teia dourada e as varinhas que se tocavam, levemente surpreso, apoiando-se em uma bengala...

– Então ele era um bruxo de verdade? – perguntou o velho, com os olhos em Voldemort. – Me matou, esse aí... enfrenta ele, moleque...

Todos arregalaram os olhos. Era Franco Bryce, o jardineiro da casa dos Riddle.

Mas já, outra cabeça vinha surgindo... e esta, grisalha como uma estátua de fumaça, era de uma mulher... Harry, os dois braços trêmulos com o esforço para manter a varinha parada, viu a mulher cair ao chão e se aprumar como tinham feito os outros, examinando tudo com atenção...

A sombra de Berta Jorkins contemplou a luta diante dela de olhos arregalados.

– Não solte! – exclamou, e sua voz ecoou como a de Cedrico, como se viesse de muito longe. – Não deixe ele pegar você, Harry, não solte a varinha!

As pessoas ofegaram ainda mais. Por Merlin!

Ela e as outras duas sombras começaram a rodear as paredes da teia dourada ao mesmo tempo que os Comensais da Morte se moviam rapidamente pelo lado de fora... e, enquanto rodeavam os duelistas, as vítimas de Voldemort sussurravam palavras de estímulo a Harry e sibilavam outras, que Harry não podia ouvir, para Voldemort.

Agora, outra cabeça vinha emergindo da ponta da varinha do bruxo... e Harry soube, ao vê-la, quem seria... ele sabia, como se esperasse isso desde o momento em que Cedrico saíra da varinha... soube porque a mulher que apareceu era aquela em quem ele pensara mais do que em qualquer outra pessoa esta noite...

A sombra esfumaçada de uma mulher jovem de cabelos longos caiu no chão como fizera Berta, se endireitou e olhou para ele... e Harry, com os braços tremendo loucamente agora, retribuiu o olhar do rosto fantasmagórico de sua mãe.

Harry tremeu da cabeça aos pés e começou a chorar descontroladamente.

- Harry, eu - deu uma pausa, buscando ar - a gente que te salvou?

- Sim - disse Harry com um fio de voz - foram vocês que salvaram minha vida...

James encarava Harry, atônito, e logo começou a chorar também. Eles tinham salvado Harry, era quase inacreditável.

Os dois se levantaram e foram abraçar Harry. 

Sirius estava chocado demais para falar alguma coisa, não só ele, como todos no salão.

Snape encarava Lily, enquanto ela abraçava sua família. Ela tinha morrido pelo filho, agora ele entendia o porquê. Ela realmente o amava. E amava Potter também, como nunca amaria a ele.

Suspirou e abaixou a cabeça. Ele se resolveria com Lily, e esqueceria dela de uma vez por todas..

– Seu pai está vindo... – disse ela baixinho. – Ele quer ver você... vai dar tudo certo...aguente firme...

Lily soluçava enquanto era abraçad por James e Harry, os dois que também choravam.

E ele veio... primeiro a cabeça, depois o corpo... alto, os cabelos rebeldes como os de Harry, a sombra esfumaçada de Tiago Potter brotou da ponta da varinha de Voldemort, caiu ao chão e se levantou como havia feito sua mulher. Ele se aproximou de Harry, fitando o filho, e falou na mesma voz distante e ressonante como os demais, mas em tom baixo, de modo que Voldemort, agora com o rosto lívido de medo ao ver suas vítimas a rodeá-lo, não pudesse ouvir...

– Quando a ligação for interrompida, permaneceremos apenas uns momentos... mas vamos lhe dar tempo... você precisa chegar à Chave de Portal, ela o levará de volta a Hogwarts...entendeu, Harry?

James olhou para Harry, o abraçando fortemente. Ele não podia morrer, tinha que proteger sua família.

– Entendi – ofegou Harry; lutando para manter firme a varinha, que agora começava a escapar e a escorregar sob seus dedos.

Rony olhava para o amigo e não conseguia acreditar que ele tinha passado por tudo isso e ainda conseguia sorrir. Harry era uma pessoa muito forte, e ele tinha muito orgulho de ser seu amigo.

– Harry... – sussurrou a figura de Cedrico – por favor, leva o meu corpo com você? Leva o meu corpo para os meus pais...

Algumas pessoas não aguentaram e choraram ao ouvir Cedrico dizer isso. Ele era tão jovem, tinha uma vida inteira pela frente...

– Levo – prometeu Harry, seu rosto contraído com o esforço de aguentar a varinha.

– Faça isso agora – sussurrou seu pai. – Prepare-se para correr... faça isso agora...

– AGORA! – berrou Harry; de qualquer modo, ele não achava que pudesse continuar segurando a varinha nem mais um instante, ergueu-a no ar, com um puxão violento, e o fio dourado se rompeu; a gaiola de luz desapareceu, a música da fênix silenciou, mas as sombras das vítimas de Voldemort não desapareceram, avançaram para o bruxo, escudando Harry do seu olhar...

E Harry correu como nunca correra na vida, derrubando dois Comensais da Morte abobados ao passar; depois ziguezagueou por trás de lápides, sentindo maldições acompanharem-no, ouvindo-as bater nas lápides – evitou maldições e túmulos, correndo em direção ao corpo de Cedrico, sem sequer sentir a perna doer, todo o seu ser se concentrando no que precisava fazer...

– Estupore-o! – ele ouviu Voldemort gritar.

A dez passos de Cedrico, Harry mergulhou atrás de um anjo de mármore para evitar os jorros de luz vermelha e viu a ponta da asa do anjo desmoronar ao ser atingida pelos feitiços.

Apertando com mais força a varinha, ele saiu ligeiro de trás do anjo...

– Impedimenta! – berrou ele, apontando a varinha de qualquer jeito por cima do ombro na direção geral dos Comensais da Morte que corriam em seu encalço.

Por um grito abafado que ouviu, ele achou que conseguira fazer parar pelo menos um, mas  não havia tempo para se deter e olhar; ele saltou por cima da Taça e mergulhou ao ouvir mais explosões saírem das varinhas às suas costas; mais jorros de luz voaram por cima de sua cabeça quando ele caiu, esticando a mão para agarrar o braço de Cedrico...

– Afastem-se! Eu o matarei! Ele é meu! – gritou a voz aguda de Voldemort.

Todos estavam quietos, e escutavam atentamente a cada palavra que Remus dizia.

A mão de Harry se fechou no pulso de Cedrico; havia uma lápide entre ele e Voldemort, mas Cedrico era demasiado pesado para carregar, e a Taça estava fora do seu alcance...

Os olhos vermelhos de Voldemort chispavam no escuro. Harry viu a boca do bruxo se crispar num sorriso e viu-o erguer a varinha.

– Accio! – berrou Harry, apontando a própria varinha para a Taça Tribruxo.

A Taça voou pelo ar em sua direção – Harry agarrou-a pela asa...

Ele ouviu o grito de fúria de Voldemort no mesmo instante em que sentiu o solavanco no umbigo que significava que a Chave de Portal fora acionada... ele se afastou em alta velocidade num turbilhão de vento e cor, levando Cedrico junto... os dois estavam voltando...

Remus parou de ler e disse que o capítulo tinha chegado ao fim. Ninguém disse mais nada, não existiam palavras para descrever o que fora aquele capítulo....


Notas Finais


♥️🌄

NOX!


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