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História Hogwarts lendo Percy Jackson - A ida de uma zebra a las vegas


Escrita por: nieceofthegods

Notas do Autor


Não vou mentir pra vocês, eu simplesmente fiquei com preguiça de escrever. SORRY!!!!

Capítulo 23 - A ida de uma zebra a las vegas


Fanfic / Fanfiction Hogwarts lendo Percy Jackson - A ida de uma zebra a las vegas

A luz verde, juntamente com o cheiro da natureza, fez todos perceberem que provavelmente o próximo ser ou pessoa era fortemente ligado com esse meio.

 

A garota que passou pelo portal era completamente diferente das outras que já passaram pelo mesmo. Tinha a pele verde e os cabelos castanhos claros, estava descalça e usava um vestido com uma cor mais escura que a própria pele. 

Ela sorriu antes de se apresentar.

- Oi! Eu sou a Juniper.

Os professores e alunos olharam para ela maravilhados e com medo, não sabiam o que ela era, apenas os que sabiam alguma coisa sobre mitologia podiam supor alguma coisa.

Ela se sentou ao lado de Grover.

Maya, uma Slytherin, ainda olhava um pouco confusa a nova convidada, a garota balançou levemente a cabeça e começou a leitura.  

DEZESSEIS – A ida de uma zebra para Las Vegas.

- Não vai ter nenhum capítulo com o título normal? - ela perguntou depois que leu.

 

 O deus da guerra nos esperava no estacionamento do restaurante. 

- Bem, bem - disse ele. - Você conseguiu não ser morto.

- Por que eu to achando que ele queria que eles morressem? - indagou Daniela, uma aluna da gryffindor.

- Por que parece mesmo - respondeu Clara a colega. 

 - Você sabia que era uma armadilha? - retruquei. Ares me deu um sorriso malvado.

 - Aposto que aquele ferreiro aleijado 

- Ei!! - disse Leo irritado, aquele ferreiro alejado era seu pai.

ficou surpreso quando pegou na rede um par de crianças estúpidas.

- Mais respeito por favor - falou Vitória, uma aluna da Hufflepuff - Eles fizeram uma coisa que você teve medo de fazer.  

 Você ficou bem na tevê. Empurrei o escudo para ele. - Você é um imbecil.

- Apoiado - disseram vários alunos. 

 Annabeth e Grover pararam de respirar. Ares agarrou o escudo e o girou no ar como massa de pizza.

- Mamma mia - exclamou Nicolly. 

 O escudo mudou de forma, transformando-se em um colete à prova de balas. Ele o pendurou nas costas. 

- Estão vendo aquele caminhão logo ali? - Apontou um caminhão de dezoito rodas estacionado do outro lado da rua. - É a carona de vocês.

- Tá brincando comigo! - exclamou um Slytherin - isso é sério?

- Mais sério impossível - respondeu Grover emburrado.

 Vai levá-los direto a Los Angeles, com uma parada em Vegas. O caminhão tinha uma placa na parte de trás, que eu só pude ler porque estava pintada ao contrário, em branco sobre preto, uma boa combinação para a dislexia: CARIDADE INTERNACIONAL: TRANSPORTE HUMANITÁRIO DE ZOOLÓGICO. CUIDADO: ANIMAIS SELVAGENS VIVOS.

- Ah, vá a merda - gritou Ellen.

 Eu disse: - Fala sério! Ares estalou os dedos. A porta traseira do caminhão se destrancou.

- Carona grátis para oeste, imprestável. Pare de reclamar.

Os adultos bufaram.

 E aqui está uma coisinha por ter feito o serviço.

Ele suspendeu uma mochila de náilon azul do seu guidom e a jogou para mim. Dentro havia roupas limpas para todos nós, vinte dólares em dinheiro, uma bolsa cheia de dracmas de ouro e uma embalagem de biscoito Oreo recheado. Eu disse:

 - Não quero a porcaria do seu…

- O garoto ficou pistola - disse Matheus.

Apollo conhecia aquela frase de algum lugar, alguém já tinha dito aquilo pra ele. 

 - Obrigado, Senhor Ares - interrompeu Grover, me fuzilando com seu melhor olhar de alerta vermelho.

 - Muito obrigado.

Rangi os dentes. Devia ser um insulto mortal recusar algo de um deus, mas eu não queria nada que Ares tivesse tocado. Pendurei a mochila no ombro relutando. Sabia que minha raiva era causada pela presença do deus da guerra, mas ainda sentia uma vontadezinha de lhe dar um murro no nariz. Ele me lembrou de todos os valentões que já havia enfrentado: Nancy Bobofit, Clarisse,

A citada recebeu alguns olhares assassinos de alguns alunos.

 Gabe Cheiroso, professores debochados - todos os imbecis que me chamaram de estúpido na escola ou riram de mim quando fui expulso.

- Ele tem razão - disse Tonks - com certeza são imbecis.

 Olhei para o restaurante atrás de mim, que tinha agora apenas um ou dois clientes. A garçonete que nos servira o jantar olhava, nervosa, pela janela, como se tivesse medo de que Ares nos machucasse. Ela arrastou o cozinheiro de dentro da cozinha para ver. Disse algo a ele. Ele assentiu, ergueu uma pequena câmera descartável e tirou uma foto de nós. Boa, pensei. Amanhã vamos estar de novo nos jornais. Imaginei a manchete: CRIMINOSO DE DOZE ANOS ESPANCA MOTOCICLISTA INDEFESO.

- Você me deve mais uma coisa - disse a Ares, tentando manter o volume de minha voz. - Você me prometeu informações sobre minha mãe.

- Tem certeza de que é capaz de suportar a notícia? - Ele deu a partida no pedal da moto. - Ela não está morta.

- SABIA!! - gritou Daphne.

- Senhorita GreenGrass - repreendeu Snape.

Mas isso não tiraria a felicidade dela. 

 O chão pareceu girar embaixo de mim.

- O que quer dizer?

- Quero dizer que ela foi levada pelo Minotauro antes de morrer. Foi transformada em uma chuva de ouro, certo? Isso é metamorfose. Não há morte.

Daphne deu um sorriso debochado para o Gryffindor que a tinha chamado de maluca.

 Ela está sendo mantida presa.

- Presa. Por quê?

- Você precisa estudar guerra, coisinha imprestável. Reféns. Você prende alguém para controlar outro alguém.

- Ninguém está me controlando. Ele riu.

- Ah, não? A gente se vê por aí, garoto. Cerrei os punhos

- Você é bem convencido, Senhor Ares, para um cara que foge de estátuas de Cupido.

- Toma!! - falou uma Ravenclaw.

- Acho que os intercambistas começaram a participar mais da leitura- Minnie disse a Dumbledore.

 Atrás dos óculos escuros, o fogo brilhou. Senti um vento quente nos cabelos.

- Nós nos encontraremos novamente, Percy Jackson. Na próxima vez em que estiver numa briga, cuide de sua retaguarda. Ele pôs a Harley em movimento e saiu roncando pela rua Delancey. Annabeth disse:

- Isso não foi muito inteligente, Percy.

- Não estou nem aí.

- Você não quer um deus como inimigo. Especialmente a esse deus.

- Tarde demais - disse Grover.

 - Ei, gente - disse Grover. - Detesto interromper, mas... Ele apontou na direção do restaurante. No caixa, os dois últimos clientes estavam pagando suas contas, dois homens de macacões pretos idênticos, com uma logomarca branca nas costas que combinava com a do caminhão da CARIDADE INTERNACIONAL. - Se vamos pegar o expresso do zoológico - disse Grover -, precisamos nos apressar. Eu não tinha gostado daquilo, mas não havia opção melhor. Além disso, já tinha visto o suficiente de Denver. Atravessamos a rua correndo e subimos na traseira do veículo enorme,, fechando as portas atrás de nós.

- Melhor jeito de viajar - exclamou Iara sarcasticamente.

 ***** A primeira coisa que percebi foi o cheiro. Era como a maior caixa de areia para cocô de gato do mundo. O interior da carreta estava escuro até eu tirar a tampa de Anaklusmos. A lâmina lançou uma leve luz de bronze sobre uma cena muito triste. Em uma fileira de jaulas metálicas imundas havia três dos mais patéticos animais de zoológico que eu já vira: uma zebra, um leão albino e um tipo estranho de antílope, cujo nome eu não sabia. Alguém jogará para o leão um saco de nabos que ele obviamente não queria comer. A zebra e o antílope tinham ganhado uma bandeja de isopor de carne de hambúrguer cada um.

- Isso é caridade? - perguntou Ana Laura.

 A crina da zebra estava toda emaranhada em goma de mascar, como se alguém ficasse cuspindo nela nas horas vagas. 

- Eu vou cuspir chiclete nesses caras pra ver se é bom - comentou Daniela.

O antílope tinha um estúpido balão de aniversário amarrado em um dos seus chifres que dizia PASSEI DA IDADE! Tudo indicava que ninguém quisera chegar perto o bastante do leão para mexer com ele, mas o pobre andava de um lado para outro em cima de cobertores sujos, em um espaço que era mais do que muito pequeno para ele, arfando com o ar abafado da carreta. Moscas zumbiam em volta de seus olhos cor-de-rosa, e as costelas apareciam no pêlo branco.

 - Isso é caridade? - gritou Grover. - Transporte humanitário de zoológico?

- Se você tentar matar eles pode me chamar - falou Mellany.

- Eu vou junto com certeza - disse Thalia.

 Ele provavelmente teria saído de volta para bater nos caminhoneiros com suas flautas de bambu, e eu o teria ajudado, mas bem naquele momento o motor roncou, a carreta começou a chacoalhar e fomos forçados a nos sentar ou cair. Nós nos amontoamos no canto em cima de alguns sacos de ração embolorados, tentando ignorar o cheiro, o calor e as moscas.

- Calor pra vocês é quanto? 20 Graus? - indagou Camila, a garota já estava acostumada a 37 graus. 

 Grover falou com os animais em uma série de balidos de bode, mas eles apenas olharam tristemente para ele. Annabeth era a favor de arrombar as jaulas e soltá-los ali mesmo, mas argumentei que isso não ia adiantar muito até o caminhão parar de se mover. Além disso, tinha a sensação de que, para o leão, poderíamos parecer bem mais apetitosos do que aqueles nabos.

- Com certeza - disse Piper sorrindo.

 Achei um jarro de água e reabasteci as tigelas deles, depois usei Anaklusmos para puxar os alimentos trocados para fora das jaulas. Dei a carne ao leão e os nabos para a zebra e o antílope. Grover acalmou o antílope enquanto Annabeth usava sua faca para tirar o balão preso ao chifre. Pensou também em cortar a goma de mascar da crina da zebra, mas concluímos que seria muito arriscado com o caminhão aos solavancos. Pedimos a Grover para prometer aos animais que os ajudaríamos mais pela manhã, e então nos acomodamos para a noite. Grover se enrodilhou sobre um saco de nabos; Annabeth abriu nosso pacote de Oreos e mordiscou um deles sem muito entusiasmo, tentei ficar animado com a ideia de que estávamos a meio caminho de Los Angeles. Próximo de nosso destino. Ainda era 14 de junho. O solstício só aconteceria no dia 21. Tínhamos tempo de sobra.

- Eu tenho uma leve impressão de que quando você fala, eu tenho tempo de sobra, alguma merda acontece - informou Carlinhos.

 Por outro lado, não tinha ideia do que nos esperava. Os deuses estavam brincando comigo. Pelo menos Hefesto teve a decência de ser honesto quanto a isso - instalou câmeras e me anunciou como entretenimento.

- Isso é deprimente - disse Astoria.

 Mas até quando não havia câmeras filmando eu tinha a sensação de que a minha missão estava sendo observada. Eu era uma fonte de diversão para os deuses. - Ei - disse Annabeth. - Sinto muito por ter me apavorado lá no parque aquático, Percy. - Tudo bem. - É só que... - Ela estremeceu. - Aranhas.

- Eu sei como é - falou uma aluna da mesa dos leões, seu nome era Giovanna.

Thalia olhou novamente para a garota, depois se virou para Grover.

- Ela tem características iguais aos do chalé de Athena. 

 - Por causa da história de Aracne - adivinhei - Ela foi transformada em aranha por desafiar sua mãe para uma competição de tecelagem, certo?

- ainda bem que a Annie não tá aqui - exclamou Piper. 

 Annabeth assentiu. - Os filhos de Aracne têm se vingado nos filhos de Atena desde então. Se houver uma aranha a um quilômetro de distância de mim, ela me encontrará.

Giovana viajou um pouco naquela parte da leitura, quantas vezes ela já tinha sido seguida por aranhas, seu pai usava todo tipo de proteção no seu quarto para que nenhuma daquelas criaturas entrasse lá. 

 Eu odeio aquelas coisinhas rastejantes. De qualquer jeito, lhe devo uma.

 - Somos uma equipe, está lembrada? Além disso, Grover fez aquele vôo fantástico. Pensei que estivesse dormindo, mas ele murmurou do seu canto: 

- Fui o máximo, não fui? Annabeth e eu demos risada. Ela separou as duas partes do biscoito recheado e me deu uma. 

- Na mensagem de Íris...Luke realmente não disse nada?

 Mastiguei meu biscoito e pensei em como responder. A conversa via arco-íris me incomodou a noite toda. 

- Luke disse que você e ele se conhecem há muito. Também disse que Grover não iria fracassar dessa vez. Ninguém seria transformado em pinheiro.

 Na pálida luz de bronze da lâmina da espada, era difícil a expressão deles. Grover soltou um balido lamentoso.

 - Eu devia ter contado a verdade a você desde o começo. - Sua voz tremia. - Pensei que, se soubesse o fracasso que eu era, não iria querer que eu viesse junto. 

- Você não é um fracasso, não foi culpa sua - reclamou Thalia apertando as bordas da mesa. 

- Você era o sátiro que tentou salvar Thalia, a filha de Zeus. Ele assentiu, com tristeza. - E os outros dois meios-sangues que Thalia protegeu, os que chegaram ao acampamento em segurança... - Olhei para Annabeth. - Eram você e Luke, não é? Ela pôs seu biscoito de lado, intocado. 

- Como você disse, Percy, uma meio-sangue de sete anos de idade não teria chegado muito longe sozinha. Atena me guiou até a ajuda. Thalia tinha doze anos. Luke, catorze. Os dois haviam fugido de casa, como eu. Ficaram contentes em me levar com eles. Eram fantásticos combatentes de monstros, mesmo sem treino. Viajamos da Virgínia para o norte sem nenhum plano de verdade, nos defendemos dos monstros por cerca de duas semanas antes de Grover nos encontrar.

Molly pensava o quanto aquelas crianças eram corajosas. Não que seus filhos não fossem, mas fugir de casa, ser caçados por monstros, eram coisas de outros níveis.  

 - Eu devia escoltar Thalia até o acampamento - disse ele, fungando. - Somente Thalia. Tinha ordens estritas de Quíron : não faça nada que atrase o resgate. Sabíamos que Hades estava atrás dela, entende, mas eu não podia simplesmente abandonar Luke e Annabeth. Achei... achei que conseguiria levar todos os três até um lugar seguro. Foi minha culpa as Benevolentes nos alcançarem. Eu fiquei paralisado. Fiquei apavorado no caminho de volta ao acampamento e peguei alguns desvios errados. Se tivesse sido um pouco mais rápido... 

- Pare com isso - disse Annabeth. - Ninguém culpa você. Thalia também não o culpou. - Ela se sacrificou para nos salvar - disse ele, desconsolado. Sou culpado pela morte dela. O Conselho dos Anciãos de Casco Fendido disse isso. 

- Aquele bando de velhos babacas - disse Nico irritado - você salvou duas vidas, mas eles não estão nem aí.

- Com todo respeito - falou Gina para Thalia - você fez isso por que quis, você escolheu salvar eles, não foi culpa do Grover, e quem não viu isso é um idiota.

- Exatamente - Thalia sorriu para a garota.  

- Porque você não deixou outros dois meios-sangues para trás? - disse eu. - Isso não é justo. 

- Percy tem razão - disse Annabeth. - Eu não estaria aqui hoje se não fosse por você, Grover. Nem Luke. Não estamos nem aí para o que diz o conselho. Grover continuou fungando no escuro. 

- É a minha sina. Sou o mais fraco dos sátiros, e encontro os dois meios-sangues mais poderosos do século, Thalia e Percy.

 - Você não é fraco - insistiu Annabeth. - Tem mais coragem do que qualquer sátiro que já conheci. Cite outro que se atreveria a ir para o Mundo Inferior. Aposto que Percy está muito contente por você estar aqui agora.

 Ela me chutou na canela. - Sim - falei, o que teria feito mesmo sem o chute. - Não foi por sinal que você encontrou Thalia e eu, Grover. Você tem o maior coração entre todos os sátiros. Você é um buscador natural . É isso que é você quem vai achar Pan.

- Rachel tão tentando roubar seu lugar! - comentou Leo.

 Ouvi um suspiro profundo e satisfeito. Esperei que Grover dissesse algo, mas sua respiração só ficou mais pesada. Quando o som se transformou em ronco, percebi que ele tinha caído no sono. 

- Como ele faz isso? - maravilhei-me.

 - Não sei - disse Annabeth. - Mas foi realmente legal o que você disse a ele. 

- Eu fui sincero. Viajamos em silêncio por alguns quilômetros, sacudindo os sacos de ração. A zebra mascou um nabo. O leão lambeu o que restara da carne de hambúrguer dos lábios e olhou para mim esperançoso.

- Acho que ele ainda tá com fome - falou Luana.

 Annabeth esfregou seu colar como se estivesse bolando grandes estratégias. 

- Essa conta do pinheiro - disse eu. - É do seu primeiro ano? Ela olhou. Não havia percebido o que estava fazendo. - É - falou. - Todo mês de agosto os conselheiros escolhem o evento mais importante do verão, e o pintam nas contas daquele ano. Eu fiquei com o pinheiro de Thalia, uma trirreme grega em chamas, um centauro vestido para um baile... bem, aquele foi um verão estranho…

- Um verão que ninguém nunca contou pra gente - disse Piper.

 - E o anel de formatura é do seu pai? - Isso não é da sua... - Ela se interrompeu. - Sim. Sim, é. - Você não precisa me contar. - Não... tudo bem. - Ela respirou fundo, vacilante. - Meu pai o mandou para mim dentro de uma carta, há dois verões. O anel era, bem, sua maior recordação de Atena. Ele não teria conseguido terminar o doutorado em Harvard sem ela... É uma longa história. De qualquer modo, ele disse que queria que eu ficasse como anel . Desculpou-se por ser um idiota, disse que me amava e sentia saudades de mim.

- O pai dela não é tão ruim - falou Thalia.

 Queria que eu fosse para casa. - Isso não parece tão ruim assim. - É , mas... o problema é que eu acreditei nele. Tentei ir para casa naquele ano escolar, mas minha madrasta era a mesma de sempre. Não queria ver seus filhos em perigo por viver com uma aberração. Monstros atacavam. A gente brigava. Monstros atacavam. A gente brigava. Não agüentei nem mesmo até as férias de inverno. Chamei Quíron e voltei direto para o Acampamento Meio-Sangue. 

- O problema é a madrasta dela - disse Grover.

- Você acha que vai tentar viver com seu pai de novo? Ela não me olhou nos olhos. - Por favor. Não estou a fim de me autoflagelar. 

- Você não devia desistir - falei. - Devia lhe escrever uma carta, ou coisa assim. 

- Obrigada pelo conselho - disse ela, friamente -, mas meu pai escolheu com quem quer viver. 

Passamos mais alguns quilômetros em silêncio. 

- Então, se os deuses brigarem - falei -, as coisas vão ficar como na Guerra da Tróia? Será Atena contra Poseidon? 

Ela encostou a cabeça na mochila que Ares nos deu e fechou os olhos. - Não sei o que a minha mãe vai fazer. Só sei que vou lutar junto com você.

- Meu lado filha de Afrodite grita - sussurrou Piper sorrindo.

 - Por quê? 

- Porque você é meu amigo, cabeça de alga. Mais alguma pergunta boba? 

Não consegui pensar em uma resposta para aquilo. Felizmente, não precisei. Annabeth estava dormindo. Tive dificuldade em seguir o exemplo dela, com Grover roncando

Grover ficou um pouco vermelho.

 e um leão albino me olhando com ar esfomeado, mas por fim fechei os olhos. ***** Meu pesadelo começou como um milhão de vezes antes: eu sendo forçado a fazer um teste usando uma camisa-de-força. Todas as outras crianças estavam saindo para o recreio, e o professor dizendo: Vamos, Percy. Você não é burro, não é? Pegue seu lápis. Então o sonho tomou um rumo diferente. Olhei para a carteira ao lado e vi uma menina sentada, que também usava uma camisa-de-força. Tinha a minha idade, com um cabelo preto rebelde, estilo punk, delineador escuro em volta dos olhos verdes tempestuosos, e sardas no nariz.

- Ele sonhou comigo, que fofo. 

 De algum modo, eu sabia quem era. Thalia, filha de Zeus. Ela se debateu na camisa-de-força, olhou para mim com raiva e frustração, e disparou: E então, cabeça de alga? Um de nós precisa sair daqui. 

Ela tem razão, pensei no sonho. Vou voltar para aquela caverna. Vou dizer o que penso na cara de Hades. A camisa-de-força se dissolveu e fiquei livre. Caí através do piso da sala de aula. A voz do professor mudou até ficar fria e maligna, ecoando das profundezas de um grande abismo. Percy Jackson, disse. Sim, a troca foi boa, estou vendo. 

- Tinha alguma coisa que antes a Thalia tinha que fazer e agora foi passado para o Percy - disse Avalon montando uma ideia em sua cabeça.

Eu estava novamente na caverna escura, com os espíritos dos mortos flutuando à minha volta. De dentro do poço, sem ser vista, a coisa monstruosa falava, mas não se dirigia a mim. O poder entorpecedor de sua voz parecia dirigir-se a outro lugar. E ele não suspeita de nada? , perguntou. Outra voz, uma que quase reconheci, respondeu junto ao meu ombro: Nada, meu senhor. Ele é tão ignorante quanto o resto.

Hermione começou a pensar muito, alguém que o Percy conhecia estava traindo ele e os amigos, mas quem?

 Olhei, mas não havia ninguém lá. Quem falara estava invisível. Mentira em cima de mentira, refletiu em voz alta a coisa no poço. Excelente. Na verdade, meu senhor, disse a voz ao meu lado, o nome O Trapaceiro lhe foi muito bem aplicado, mas aquilo foi de fato necessário? Eu poderia ter trazido o que roubei diretamente para o senhor... Você?escarnecer o monstro. Você já mostrou seus limites. Teria falhado completamente sem minha intervenção. Mas, meu senhor... Por favor, pequeno servo. Nossos seis meses nos renderam muito. A ira de Zeus cresceu. Poseidon jogou sua cartada mais desesperada. Agora devemos usá-la contra ele. Logo você terá a recompensa que deseja, e sua vingança. E assim que ambos os itens forem entregues em minhas mãos…

- São dois ! - disse Luna - além do raio, outra coisa foi roubada.

 mas espere. Ele está aqui. O quê? O servo invisível de repente pareceu tenso. Acaso o convocou, meu senhor? Não. Toda a força da atenção do monstro agora se despejava sobre mim, paralisando-me. Maldito seja o sangue de seu pai - ele é inconstante demais, imprevisível demais. O menino trouxe a si mesmo para cá. Impossível!, exclamou o servo. Para alguém fraco como você, talvez, 

- Eu não tô do lado do monstro - afirmou Zoe, uma Slytherin - mas foi bem merecido.

rosnou a voz. Depois sua força gélida voltou de novo para mim. Então... você quer sonhar com sua missão, meio-sangue? Pois vou atendê-lo. O cenário mudou. Eu estava numa vasta sala com um trono, com paredes de mármore negro e piso de bronze. O horripilante trono vazio era feito de ossos humanos fundidos. Postada ao pé do degrau estava minha mãe, uma estátua de luz dourada tremeluzente, os braços estendidos. Tentei avançar em sua direção, mas minhas pernas não  se moviam.

- Odeio sonhar que tô correndo, porque eu nunca consigo correr mais rápido que uma lesma - falou Leo.

Os irmãos Stolls estavam muito quietos e Reyna percebeu isso, provavelmente estavam aprontando alguma coisa. 

 Estendi a mão para ela, apenas para perceber que minhas mãos haviam murchado até os ossos. Esqueletos sorridentes de armadura grega se juntavam ao meu redor, vestindo-me com mantos de seda, coroando-me com louros que fumegavam com veneno da Quimera, queimando-me o couro cabeludo.

 A voz maligna começou a rir. Vivas ao herói conquistador! ***** Acordei assustado. Grover sacudia meu ombro. - O caminhão parou - disse ele. - Achamos que eles vêm checar os animais.

 - Escondam-se! - Annabeth falou baixinho. Para ela foi fácil. Pôs na cabeça seu boné mágico e desapareceu. Grover e eu tivemos de mergulhar atrás dos sacos de ração e torcer para parecermos dois nabos.

Os alunos sorriram com aquela sentença.

 As portas da carreta se abriram com um rangido. A luz e o calor do sol entraram. 

- Cara! - disse um dos caminhoneiros, abanando a mão na frente do nariz feio. - Queria estar transportando eletrodomésticos. - Ele trepou para dentro e despejou um pouco d’água nas vasilhas dos animais. - Com calor, garotão? - perguntou ao leão, e então esvaziou o resto do balde direto na cara do animal.

- Tá legal isso é passar dos limites - exclamou Lívia, a lufana ficava cada vez mais irritada.

 O leão rugiu de indignação. - Certo, certo, certo - disse o homem. Ao meu lado, embaixo dos sacos de nabos, Grover se resetou . Para um herbívoro amante da paz, ele parecia absolutamente sanguinário. O caminhoneiro jogou um saco meio esmagado de McLanche Feliz para o antílope. E arreganhou um sorriso para a zebra: - Tudo em cima, Listrada? Ao menos nos livraremos de você nessa parada. Gosta de shows de mágica? Vai adorar este. Vão serrar você no meio!

- Quem topa ir atrás desses caras? - perguntou Ianka, vários alunos levantaram as mãos em acordo com a fala da sonserina. 

 A zebra, com os olhos arregalados de medo, olhou diretamente para mim. Não havia som nenhum, mas claro como o dia, eu a ouvi dizer: Liberte-me, senhor. Por favor. 

- Ele é filho de Poseidon - disse Karinne, uma Corvina - é normal ele falar com cavalos, mas também é bem legal.

Fiquei perplexo demais para reagir. Houve um forte toque-toque na lateral da carreta. O caminhoneiro que estava dentro, conosco, gritou: - O que você quer, Eddie? Uma voz do lado de fora - deve ter sido a de Eddie - gritou volta: - Maurice? O que você disse? - Por que está batendo? Toque-toque-toque. De fora, Eddie gritou: - Quem está batendo? O nosso cara, Maurice, revirou os olhos e voltou para fora, xingando Eddie por ser tão idiota. Um segundo depois, Annabeth apareceu ao meu lado. Devia ser ela quem fez as batidas, para tirar Maurice da carreta. Ela disse: - Esse negócio de transporte não deve ser legal.

- Você acha? - falou Pansy sarcasticamente.

 - Mentira? - disse Grover. Ele fez uma pausa, como se estivesse escutando. - O leão diz que esses caras são contrabandistas de animais! É verdade, disse a voz da zebra dentro da minha cabeça.

 - Temos de libertá-los! - disse Grover.

- Com certeza, os animais não podem viver nessas condições -  comentou Myrlla. 

 Ele e Annabeth olharam para mim, esperando meu comando. Eu tinha ouvido a zebra falar, mas não o leão. Por quê ? Talvez fosse mais uma deficiência de aprendizado... Será que eu só podia entender zebras? Então pensei:

- Um fato incrivelmente impressionante - exclamou Draco sarcástico.

- Com licença barbie de verde e preto - falou Clarisse deixando Draco envergonhado e irritado - só quem pode falar mal do Jackson sou eu, então cala a boca.

Astoria reprimiu um sorriso enquanto Gina ria livremente.

 cavalos. O que Annabeth dissera sobre Poseidon criar cavalos? Uma zebra seria próxima o bastante de um cavalo? Será que era por isso que eu podia entendê-la? A zebra disse: Abra minha jaula, senhor. Por favor. Ficarei bem, depois disso.

- Ela é bem educada - comentou Luna sorridente.

 Do lado de fora, Eddie e Maurice ainda estavam gritando um com o outro, mas eu sabia que eles entrariam a qualquer minuto para atormentar os animais. Agarrei Contracorrente e cortei com um golpe a tranca da gaiola da zebra. A zebra disparou para fora. Virou-se para mim e inclinou a cabeça. Obrigada, senhor. Grover ergueu as mãos e disse algo a ela em sua fala de bode, como uma bênção. No momento em que Maurice enfiou a cabeça para verificar que barulho era aquele lá dentro, a zebra saltou por cima dele para a rua. Houve berros, gritos e carros buzinando. Corremos para as portas da carreta a tempo de ver a zebra galopando por uma avenida ladeada por hotéis, cassinos e letreiros de néon.

- Tá explicado o título - disse Julia.

 Tínhamos acabado de soltar uma zebra em Las Vegas. Maurice e Eddie correram atrás dela, com alguns policiais correndo atrás deles e gritando: - Ei! Vocês precisam de permissão para isso!

- Graças a Merlin - gritaram vários alunos. 

 - Agora seria um bom momento para dar o fora - disse Annabeth. 

- Primeiro os outros animais - disse Grover. Cortei as trancas com minha espada. Grover ergueu as mãos e falou a mesma bênção de bode que usara para a zebra. 

- Boa sorte - disse aos animais. O antílope e o leão dispararam para fora das jaulas e foram juntos para as ruas. Alguns turistas gritaram. A maioria recuou e tirou fotos,

- Qual o problema das pessoas? Sempre tiram fotos de tudo - falou Piper.

 provavelmente pensando que se tratasse de algum tipo de show de um dos cassinos. - Os animais vão ficar bem? - perguntei a Grover. - Quer dizer, o deserto e tudo... - Não se preocupe - disse ele. - Eu lhes dei uma bênção de sátiro. - O que quer dizer isso? - Quer dizer que chegarão à floresta em segurança - disse ele. - Encontrarão água, comida, sombra, e o que mais precisarem até acharem um lugar seguro para viver. - Por que você não pode fazer uma oração dessas para nós? - perguntei. - Só funciona com animais. - Então só iria afetar Percy - ponderou Annabeth.

- Manual de como afastar seu crush - anunciou Maya parando a leitura.

 - Ei! - protestei. 

- Brincadeirinha - disse ela. - Venha. Vamos sair desse caminhão imundo. Cambaleamos para fora, para a tarde do deserto. Fazia quarenta e três graus,

- Normal - murmurou Matheus.

 fácil, e devíamos estar parecendo vagabundos fritos, mas todos estavam interessados demais nos animais selvagens para prestar muita atenção em nós. Passamos pelo Monte Carlo e pela MGM. Passamos por pirâmides, por um navio pirata e pela Estátua da Liberdade, que era uma réplica bem pequena, mas ainda assim me deixou com saudades de casa.

Os intercambistas entendiam, a maioria tinha se mudado para a escola naquele ano, não sabiam que a guerra do mundo bruxo estava mais forte lá. A saudade de casa sempre pegava eles. 

 Não sabia muito bem o que estávamos procurando. Talvez apenas um lugar para fugir do calor por alguns minutos, achar um sanduíche e um copo de limonada, bolar um novo plano para chegar ao oeste. Provavelmente, entramos numa rua errada, pois chegamos em um beco sem saída, em frente ao Hotel e Cassino Lótus.

Nico e Grover estremeceram juntos.

- Posso supor que não é um lugar muito bom - disse Avalon.

 A entrada era uma enorme flor de néon, as pétalas acendendo e piscando. Ninguém entrava nem saía, mas as reluzentes portas cromadas estavam abertas, espalhando ar condicionado com cheiro de flores - flor-de-lótus, quem sabe. Eu nunca cheirara uma, por isso não tinha certeza. O porteiro sorriu para nós.

- Não entra aí - grunhiu Ianka. 

 - Ei, crianças. Vocês parecem cansados. Querem entrar e sentar?

- Não, obrigada - disse Maya.

- Suspeito - cantarolou Theodore.

 Tinha aprendido a ser desconfiado, mais ou menos na última semana. Imaginava que qualquer um poderia ser um monstro ou um deus. Não dava para saber. Mas aquele cara era normal. Era só olhar. Além disso, fiquei tão aliviado de ouvir alguém que parecia simpático que assenti e disse que adoraríamos entrar. Dentro, demos uma olhada em volta e Grover disse: - Uau. O saguão inteiro era uma sala de jogos gigante. E não estou falando de joguinhos vagabundos como o velho Pac-Man ou os caça-níqueis. Havia um toboágua serpenteando em volta do elevador de vidro, que subia pelo menos quarenta andares. Havia uma parede de escalada ao lado de um edifício, e uma ponte interna para bungee-jumping.

- Vai dar merda - falou Giovana - o lugar é perfeito demais. 

 Trajes de realidade virtual com pistolas lasers que funcionavam. E centenas de videogames, cada qual do tamanho de uma tevê wise men.

Os olhos dos alunos brilharam.

 Basicamente, o que você disser, o lugar tinha. Havia algumas outras crianças jogando, mas não muitas. Não havia espera para nenhum dos jogos. Garçonetes e lanchonetes estavam por toda parte, servindo todo tipo de comida que se possa imaginar. - Ei! - disse um mensageiro. Pelos menos achei que fosse um mensageiro. Usava uma camisa havaiana branca e amarela com desenhos de lótus, short e sandálias de dedo. - Bem -vindos a o Cassino Lótus. Aqui está a chave do seu quarto.

Avalon fingiu uma risada forçada ao dizer:

- Ok, vamo embora.

 Eu gaguejei: - Ahn, mas... - Não, não - disse ele, rindo. - A conta já foi paga. Sem taxas extras, sem gorjetas. Vocês só precisam subir para o último andar, quarto 4001. Se precisarem de alguma coisa, como mais espuma para a banheira quente ou alvos para tiro ao prato, ou o que for, é só ligar para a recepção.

- Tem algum monstro capaz de fazer isso? - perguntou um corvino.

 Aqui estão os seus cartões Grana Lótus. Eles funcionam nos restaurantes e em todos os jogos e brinquedos. Ele entregou a cada um de nós um cartão de crédito de plástico verde. Eu sabia que devia haver algum engano. Obviamente ele pensara que éramos crianças milionárias.

- É claro que são crianças milionárias - exclamou Apollo - vocês tem milhões de problemas.

 Mas peguei o cartão e disse: - Quanto tem aqui? Ele juntou as sobrancelhas. - O que quer dizer? - Quero dizer quanto temos de crédito? Ele riu. - Ah, é uma piada. Ei, legal. Aproveitem sua estada. Subimos de elevador e conferimos nosso quarto. Era uma suíte com três dormitórios separados e um bar cheio de doces, refrigerantes e salgadinhos.

- Eu quero ir pra esse lugar - afirmou um grifinório.

 Uma linha direta para o serviço de quarto. Toalhas fofas e camas d'água com travesseiros de penas. Uma televisão enorme com satélite e Internet banda larga. A varanda tinha sua própria banheira quente e, de fato, uma máquina de lançar prato e uma espingarda - dava para lançar pombos de louça sobre a paisagem de Las Vegas e acertá-los com a espingarda. Não entendi como aquilo podia ser permitido, mas achei muito legal.

- Parece legal mesmo - comentou Luana.

 A vista para a Vegas Boulevard e o deserto era maravilhosa, muito embora eu duvidasse que teríamos tempo para admirar a paisagem com um quarto como aquele. - Ah, deuses - disse Annabeth. - Este lugar é... 

- Suspeito 

- Incrível - gritaram dois alunos juntos.

- Maravilhoso - disse Grover. - Super Maravilhoso. Havia roupas no armário, e cabiam em mim.

- É como se estivessem esperando eles lá - disse Daphne.

 Franzi a testa, achando um pouco estranho. Joguei a mochila de Ares na lata de lixo. Não precisaria mais daquilo. Quando fôssemos embora, poderia comprar uma nova loja do hotel. Tomei um banho, o que foi uma sensação ótima depois de uma semana de viagem suja.

Alguns alunos fizeram careta.

 Troquei de roupa, comi um saco de salgadinhos, bebi três Cocas e não me sentia tão bom havia muito tempo. Bem no fundo da cabeça, um probleminha me incomodava. Eu tive um sonho, ou coisa assim... Precisava falar com meus amigos. Mas certamente aquilo podia esperar.

- O golpe tá aí, cai quem quer - cantou Gabrielly, alguns alunos olharam confusos para a garota.

 Saí do quarto e vi que Annabeth e Grover também tinham tomado banho e trocado de roupa. Grover estava comendo batatinhas até se fartar, enquanto Annabeth sintonizava o National Geographic Channel. - Todos esses canais - disse a ela -, e você liga no National Geographic. Está maluca? - É interessante. - Eu me sinto bem - disse Grover. - Adoro este lugar. Sem que ele se desse conta, as asas apareceram nos seus tênis e o suspenderam a trinta centímetros do chão, depois o desceram de novo. - Então, o que fazemos agora? - perguntou Annabeth. - Dormimos? Grover e eu nos entreolhamos e sorrimos. Ambos erguemos os nossos cartões Grana Lótus de plástico verde. - Hora do recreio - falei. Não conseguia me lembrar da última vez em que me diverti tanto . Eu vinha de uma família relativamente pobre. Para nós esbanjar era comer fora no Burger King e alugar um vídeo. Um hotel cinco estrelas em Vegas? Nem pensar.

A realidade de alguns alunos condizem com a vida de Percy.

 Pulei de bungee-jump no saguão cinco ou seis vezes, andei no toboágua, fiz snowboard na rampa de neve artificial, joguei laser tag e atirador de elite do FBI em realidade virtual. Vi Grover algumas vezes, indo de jogo em jogo. Ele tinha gostado mesmo daquela coisa do caçador às avessas - em que os cervos saem e atiram contra os caipiras.

- Viajou legal - disse Thalia.

 Vi Annabeth jogando trívia e outros jogos de cabeçudos.

Os corvinos fecharam a cara, a maioria teria escolhido esses jogos.

 Havia um Sim enorme em 3D, no qual você podia construir sua própria cidade e realmente ver os edifícios holográficos subirem no tabuleiro. Não dei muita importância para esse, mas Annabeth adorou. Não sei muito bem quando percebi que algo estava errado. Provavelmente, foi quando reparei no cara que estava em pé ao meu lado no jogo dos atiradores de elite virtuais. Tinha cerca de treze anos, eu acho, mas suas roupas eram esquisitas. Achei que fosse filho de algum dublê do Elvis Presley. Usava jeans boca-de-sino e uma camiseta vermelha com enfeites pretos, e o cabelo era cacheado e cheio de gel, como o de uma garota de New Jersey em noite de reunião de ex-alunos.

Os alunos sorriram ao imaginar essa cena.

 Brincamos juntos no jogo de atiradores, e ele disse: - Joinha, bicho.

- Algo de errado não está certo - disse Júlia.

 Estou aqui há duas semanas e os jogos estão cada vez melhores.

 Joinha, bicho? Mais tarde, enquanto conversávamos, eu disse que alguma coisa era "irada" e ele me olhou meio surpreso, como se nunca tivesse ouvido a palavra ser usada daquele jeito antes. Disse que seu nome era Darrin, mas assim que comecei a fazer perguntas ele se aborreceu e fez menção de voltar para a tela do computador. Eu disse: - Ei, Darrin? - O quê? - Em que ano estamos? Ele franziu a testa para mim. - No jogo? - Não. Na vida real. Ele precisou pensar- Mil novecentos e setenta e sete

- Esse cara é louco - falou Draco.

- Não - falei, começando a ficar um pouco assustado. - De verdade. - Ei, bicho. Vibrações ruins. Estou no meio de um jogo. Depois disso ele me ignorou totalmente. Comecei a falar com as pessoas e descobri que não é fácil . Elas estavam grudadas na tela da tevê ou no videogame ou no que fosse.

- Não tem ninguém com um livro? - perguntou Hermione - que tipo de paraíso é esse que não tem livros?

 Achei um cara que me disse que era 1985 . Outro cara me disse que era 1993. Todos alegavam não estar ali há muito tempo, alguns dias, algumas semanas no máximo. Realmente não sabiam, nem se importavam com isso.

- Qual a chance de ele ter encontrado com você? - Will sussurrou para Nico. O garoto estremeceu.

 Então me ocorreu: havia quanto tempo eu estava lá ? Pareciam apenas algumas horas, mas seriam mesmo? Tentei lembrar porque estávamos ali. Íamos para Los Angeles. Deveríamos encontrar a entrada para o Mundo Inferior . Minha mãe... por um momento apavorante, tive dificuldade de lembrar o nome dela. Sally. Sally Jackson. Eu tinha de encontrá-la. precisava impedir Hades de desencadear a Terceira Guerra Mundial. Achei Annabeth ainda construindo sua cidade- Vamos - disse a ela. - Precisamos sair daqui. Nenhuma resposta. - Annabeth? Ela ergueu os olhos, aborrecida. - O quê? - Escute. O Mundo Inferior. A nossa missão! - Ora, va mo s, Percy. Só mais alguns minutos.

- Essa é uma das maiores mentiras do mundo - disse Gina.

 - Annabeth, há gente aqui desde 1977. Crianças que nunca cresceram.

- Meio peter pan isso - falou um nascido trouxa.

 Quando você entra, fica para sempre. - E daí? - perguntou ela. - Você pode imaginar um lugar melhor? Agarrei o pulso dela e a arranquei do jogo. - Ei! - ela gritou e me bateu, mas ninguém sequer se incomodou em olhar. Estavam ocupados demais. Eu a fiz olhar em meus olhos. Falei: - Aranhas. Grandes aranhas peludas. Aquilo mexeu com ela. Sua visão clareou. 

- Não sei se foram as aranhas - falou Hazel com um sorriso malicioso.

- Hazel, o que fizeram com você? - perguntou Piper assustada.

- Ah, meus deuses - falou. - Há quanto tempo nós... - Não sei, mas temos de encontrar Grover. Saímo à procura dele, e o encontramos ainda jogando Caçador de Cervos Virtual. - Grover! - gritamos juntos. Ele disse: - Morra, ser humano! Morra, pessoa tola e poluente!

Todos no salão não conseguiram segurar a risada.

 - Grover! Ele apontou a arma de plástico para mim e começou a clicar, como se eu fosse apenas mais uma imagem na tela. Olhei para Annabeth e juntos pegamos Grover pelos braços e o arrastamos para longe. Os tênis voadores despertaram e começaram a puxar as pernas dele na direção oposta, enquanto ele gritava: - Não! Acabei de passar de nível! Não! O mensageiro do Lótus correu até nós. - E então, estão prontos para os seus cartões platinum? - Estamos indo embora - disse a ele. - Que pena - disse ele, e tive a sensação de que ele estava sendo sincero, de que íamos despedaçar seu coração partindo. - Acabamos de anexar um novo andar cheio de jogos para portadores de cartões platinum. Ele mostrou os cartões, e eu queria um. Sabia que, se pegasse jamais iria embora. Ficaria ali, feliz para sempre, jogando para sempre,

- Que inferno - disse Travis sarcástico. 

- Se quiser posso te deixar lá - sugeriu Katie.

- E ficar longe de você? Claro que não kit-kat. - ele a abraçou.

- Me solta Travis - exigiu a garota - agora!  

 e logo esqueceria minha mãe, e minha missão, e talvez até meu próprio nome. Ficaria jogando Atirador Virtual com o bicho joinha Darrin Discoteca para sempre. Grover estendeu a mão para o cartão, mas Annabeth puxou o braço dele e disse: - Não, obrigada. Fomos andando em direção à porta, e quando fizemos isso, o cheiro de comida e os sons dos jogos pareceram ficar mais e mais convidativos. Pensei em nosso quarto lá em cima. Podíamos só passar a noite, dormir em uma cama de verdade para variar…

- Run barry Run - falou Ana Lara.

 Então disparamos pelas portas do Cassino Lótus e saímos correndo pela calçada. A sensação era de meio de tarde, mais ou menos a mesma hora que havíamos entrado no cassino, mas algo estava errado. O tempo mudará completamente. Estava tempestuoso, com raios de calor relampejando no deserto. A mochila de Ares estava pendurada em meu ombro,

- Não gosto dessa mochila - comentou Amanda. 

 o que era estranho, pois eu tinha certeza de que a jogara na lata de lixo do quarto 4001. Mas naquele momento eu tinha outros problemas com que me preocupar. Corri para o jornal mais próximo e li o ano primeiro. Graças aos deuses, era o mesmo ano de quando entramos. Então reparei na data: 20 de junho. Tínhamos ficado no Cassino Lótus por cinco dias. Restáva-nos só um dia até o solstício de verão. Um dia para completar nossa missão

- Viu, não dá certo esse negócio de ‘’temos tempo’’ - disse Matheus pegando o livro.

O cheiro de mar inundou o salão junto com a luz verde mar.

 


Notas Finais


NÃO É O PERCY,
Se você quiser participar da historia mande seu nome e sua casa.
Beijos gente má.


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