História Hoje acordei e o Taehyung não estava - Capítulo único

Acordou cedo naquela manhã. A janela estava aberta e entrava uma brisa fresca que baloiçava o cortinado e fazia o garoto tapar-se com a coberta. 

Taehyung não estava lá mas ele ainda conseguia sentir-lhe o cheiro que havia ficado impregnado nos seus lençóis e na fronha da almofada. Cheirava a chocolate e morango, uma combinação gostosa. Mas sabia ainda melhor: os seus lábios grossos e bem desenhados tinham o gosto a batôn de morango que se misturava com o sabor das pastilhas de menta que ficava grudado no interior da sua boca e língua. 

Esboçou um sorriso, ainda tapado pela coberta e com os olhos fechados. Imaginou o rosto bonito de Taehyung: a sua pele bronzeada e os olhos escuros, os cabelos castanhos a caírem-lhe para a testa e a cobrirem-lhe os olhos, os lábios perfeitos e a pintinha no nariz. Ah, como ele gostava daquele pintinha. 

E naquele momento desejou contar todas as pintinhas do corpo de Taehyung. Desenhar-lhe galáxias arroxeadas na pele morena do pescoço e dos ombros. Mergulhar os dedos nos seus fios castanhos e macios. Provar novamente o sabor do morango com mental. Ouvi-lo gemer baixinho, bem perto do seu ouvido. 

Queria-o ali, na cama com ele. Colocar o braço em torno do seu corpo e dormir mais um par de horas agarrado a ele, a sentir o seu cheiro gostoso e a sua respiração bater no seu pescoço. 

Mas ele já não estava lá. Havia-se esgueirado a meio da noite de forma sorrateira. Do outro lado da cama ainda estava a marca do seu corpo, porem, o espaço estava vazio. 

Yoongi levantou-se e afastou o cortinado, sentindo-se incomodado com a claridade nos olhos. O tempo estava fresco e o sol fraco, as árvores perdiam as folhas que decoravam a estrada em tons de vermelho, laranja e castanho. O gato da vizinha estava no lugar do costume: deitado tranquilamente no último degrau da casa. 

Respirou fundo, pretendendo guardar o cheiro da rua e do início do outono. Queria livrar-se do cheiro doce do morango e chocolate que lhe estava a assombrar. Porém, falhou. 

Fechou a janela e, rendido ao sono, voltou a deitar-se por entre os lençóis. Então, inebriado pelo cheiro do outro, voltou a adormecer.