História Hold On - Despedidas de solteiro.

Britney Butler

Gemi me espreguiçando. Tateei o criado mudo, procurando meu celular mas logo bufei por não o encontrar. Abri um olho e ergui meu corpo, o encontrando mesmo junto da minha mão. Me joguei de novo nos travesseiros e liguei a tela: eram 10h17 e tinha uma mensagem de Justin. Abri-a.

“Bom dia, babe. Infelizmente, não vou poder ir almoçar em casa hoje, está tudo muito corrido aqui na empresa, mas já pedi a Marie para preparar uma das suas comidas preferidas para que você fique bem saciada e não coma besteiras escondida. Tentarei chegar para o jantar. Amo vocês, você e nossa bolotinha”

Um sorriso bobo se apoderou do meu rosto e estava pronta para lhe ligar mas rapidamente a ideia se evaporou. Ele está atarefado e eu não o queria incomodar ainda mais. Mas eu estava preocupada. Ele esteve agitado a noite toda e numa das vezes que acordei sentindo sua falta na cama, ele estava fumando na sacada do quarto, coisa que já não o via a fazer faz algum tempo. Algo me diz que alguma coisa não está bem mas eu quero muito acreditar que estou errada. 

Bocejei tentando criar coragem para me levantar. Hoje me sentia com mais preguiça de que todos os outro dias. Se é que isso é possível. Mas ouvir a chuva cair lá fora enquanto se está quentinha e aconchegada no meio das cobertas é uma das melhores coisas do mundo.

Ergui meu corpo e retirei as cobertas de cima de mim. Caminhei até à janela, abrindo a cortina notando de seguida que chovia menos agora. Espero que amanhã também não chova visto que é o casamento de Ryan e Caitlin e estragaria certos momentos da festa.

Após me banhar e fazer toda a minha higiene, desci cuidadosamente, na intenção de ir beliscar alguma coisa na cozinha pois minha barriga já estava reclamando e eu tenho que alimentar meu bebê.
Suspirei quando terminei de descer a escadaria. Ela nunca me pareceu tão longa como me tem parecido nos últimos tempos. Quero tirar logo esta coisa da minha perna, só me atrapalha. 

Seguia para a cozinha mas logo alterei meu caminho quando meus olhos bateram na fotografia de família que fora tirada no Natal. Patrícia e Jeremy abraçavam-se. Caitlin beijava o rosto de Ryan. Vó Sharon e Diane estavam sorrindo para Jaxon e Jazmyn que ficaram gargalhando sentados no chão à nossa frente junto com Bruce. E eu e Justin ficamos olhando amorosamente um para o outro. Sorri encantada. Este foi, sem dúvidas, o meu melhor natal desde em tempos. Charles e Samantha apareceram mais tarde em casa de Pattie e, para estar completo, só faltava Christian, mas este fora passar o natal com a família. 

Quando voltamos pra casa, Justin me deu o um dos melhores presente que eu poderia receber: uma linda cachorrinha yorkshire terrier, a qual batizamos como Esther. Eu sempre adorei animais mas como tinha pouco tempo livre e vivi sempre em apartamentos, desde que me mudei para cá nunca tive oportunidade de ter algum. E Justin sabe disso e do quanto sozinha me sinto nesta casa quando o ele não se encontra presente então resolveu me dar uma companhia. E que linda companhia. Eu realmente adorei. Fico até admirada por ainda não ver ela correndo de lá pra cá e latindo até que ganhasse a minha atenção, como fez estes dias. 

– Menina Britney? – A voz de Marie me despertou. – Está tudo bem? – Perguntou assim que a olhei. 

– Oh, sim. – Sorri. – Só estava admirando nossa foto de família e acabei viajando um pouco. – Ela deu uma risadinha. 

– Ano que vem a família já estará maior. 

– Sim. – Passei a mão em minha barriga e fechei meus olhos por uns segundos. Espero que dê tudo certo. – Bom dia, Geórgia. – Falei quando entrei na cozinha junto de Marie. 

– Bom dia, senhorita. – Disse em meio de um sorriso e voltou a fazer o que estava fazendo. Apesar de todo o à vontade que eu tentava fazer com que ela sentisse, Geórgia fazia ao máximo para manter a distância empregada-patrão. 

Sentei-me junto à mesa e Marie colocou na minha frente um prato com duas fatias de pão de cereais torrado com manteiga junto de um batido de frutos vermelhos. 

– A senhorita Caitlin está aí. – Georgia avisou quando pousou o interfone, um tempo depois. Limpei minha boca e ia me levantar quando Marie me repreendeu. 

– Você precisa ainda tomar suas vitaminas e comer a salada de frutas que preparei. – Assenti. – Vá recebê-la na porta, Georgia, e a acompanhe até aqui. 

– Se não fosse você, eu acabaria sempre por esquecer de tomar alguma coisa. – Ela sorriu quando colocou a taça com a fruta laminada na minha frente junto com o frasquinho das vitaminas. Senti algo em meus pés e peguei em Esther. – Há, finalmente você apareceu. – Fiz carinho em sua cabeça. 

– Ela conseguiu sair de dentro de casa e ficou correndo pelo jardim. – Marie falou. 

– Boa tarde! – Cait veio até mim e beijou minha cabeça. 

– Veio mais cedo hoje. Senta. – Apontei a cadeira à minha frente. 

– É que ainda tem algumas coisas para conferir e tudo mais. Eu to uma pilha de nervos! Olha só minha mão. – Ergueu-a e esta tremia um pouco. 

– Você não pode passar nervoso, Caitlin. Ryan não vai fugir e te deixar plantada no altar. – Brinquei. – Relaxa, vai dar tudo certo. 

– Ai, assim espero. – Suspirou. 

– Quer também? – Apontei para minha taça de frutas. 

– Estava a ver se nunca mais perguntava, minha boca já estava salivando. – Gargalhei e logo Marie estava-a servindo. 

Quando terminamos, resolvemos ir para a sala e quando lá cheguei, vi algo em cima do sofá. 

– Você que trouxe? – Caitlin assentiu. 

– É seu vestido de madrinha. – Sorriu. – E é comprido porque sei que quer esconder a tala. – Aproximei-me e abri o zíper do saquinho vendo tecido azul. Rapidamente o tirei para fora e meus olhos brilharam. Era um lindo e longo vestido azul escuro. Simples mas detalhado no busto. 

– É muito lindo, Cait! Eu adorei! 

– Sabia que você ia gostar.  – Piscou. – Agora você só tem que experimentar e ver se assenta direitinho. – Assenti. – Sam falou com você? 

– Sobre o quê? 

– Oras, sobre minha despedida de solteira.

– Você sabe que eu não posso esforçar muito minha perna e, fora isso, eu tenho me sentido muito cansada e com preguiça então acho melhor não ir. – Fiz carinha triste. – Me desculpa.

– Oh, tudo bem eu entendo. 

– Ryan também vai fazer despedida de solteiro? 

– E você acha que os garotos iram deixar passar isto em branco? – Me olhou. 

– Justin não me falou nada sobre…

– Você não disse que ele anda super atarefado na empresa?  Deve ter esquecido. 

– É, deve ter esquecido. – Mordi o lábio. 

– Vamos fazer a prova desse vestido, senhorita Britney. Porque eu ainda tenho que ir na florista conferir se os arranjos estão certos. 
 
 

Já tinha jantado e estava agora deitada no sofá, sozinha em casa e decidida que iria ver um filme. Marie antes de ir para casa, pegou uma manta pra mim e eu neste preciso momento estou enrolada nela até ao pescoço, enquanto ouvia a chuva cair lá fora. Com preguiça de escolher um filme da lista do clube, comecei a zapear pelos canais e parei quando vi que num deles estava passando Um Porto Seguro, cujo é um dos meus filmes preferidos. Nunca cansaria de assistir, mesmo já sabendo praticamente todas as cenas. 

Uns 20 min mais tarde, me vi obrigada a dar pausa para que pudesse ir no banheiro pois já não conseguia apertar mais. Quando voltei, Justin tinha acabado de chegar e estava fechando a porta de casa. 

– Oi. – Ele falou caminhando até mim, largando sua pasta executiva no sofá antes de me prender em seus braços. 

– Oi. – Repeti tentando prender o sorriso e um sorrisinho apareceu nos seus lábios. Levei minha mão até seu rosto e o acariciei, sentindo seus lábios contra os meus de seguida. 

– Já jantou? – Assenti. 

– Eu queria esperar por você mas Marie não deixou. – Fiz bico. 

– Eu que lhe disse pois não sabia que horas chegaria. – Assenti novamente e selei nossos lábios num breve selinho. – Como foi seu dia?

– Tirando a parte em que Caitlin esteve aqui foi muito bom porque estive dormindo. – Ele riu. – Ela veio trazer meu vestido. – Falei empolgada. – E perguntar se eu ia na despedida de solteira mas eu achei melhor negar. Você vai na despedida de solteiro do Ryan? 

– Eu tinha esquecido completamente, Chaz que me lembrou umas duas horas atrás. Mas eu não vou. Não quero deixar você sozinha. 

– Eu não estou sozinha, agora tenho Esther. – Sorri olhando para a cachorrinha que dormia no tapete perto da TV. 

– Mas eu quero aproveitar um tempinho junto da minha garota, ou não posso? – Um sorriso malicioso apareceu em seus rosto e eu dei um tapa fraco no seu ombro sorrindo. 

– Amanhã estaremos juntos o dia todo no casamento. E depois temos o Domingo inteiro para aproveitar. – Dei-lhe um selinho. – Qualquer coisa eu ligo pra você. Sério, pode ir, Justin. Não se preocupe. – Suas mãos vieram para o meu rosto e logo estávamos nos beijando. 

– Me liga mesmo. – Assenti. – Vou tomar um duche rápido e me arrumar. – Me selou, pegou em sua pasta e subiu para o nosso quarto. 

Me deitei novamente no sofá e voltei a assistir o filme. Um tempo depois ouvi barulho nas escadas e seu perfume começou a dispersar atingindo minhas narinas, me fazendo enrugar o nariz. Este foi se intensificando até que Justin apareceu no meu campo de visão e selou nossos lábios depois de me fazer prometer que ligaria para ele à mínima coisa que acontecesse. 

Assim aquele ouvi a porta bater me aconcheguei melhor e tentei voltar a prestar atenção no que passava na televisão. 

Choraminguei, alguns minutos depois, começando a sentir um gosto desagradável na boca. Eu amo o cheiro do Justin e não queria agora pegar enjoo por causa disso. 

Resolvi ir pegar um copo de água e umas bolachas de água e sal para tentar fazer o enjoo passar. Após ter me forçado a comer aquilo, o enjoo deu uma trégua mas ainda me sentia um pouco indisposta. Decidi me deitar e tentar dormir. Mas, quando estava chegando no sofá, a campainha tocou. 

– Sam! – A abracei. – Você não deveria estar na despedida de solteira de Caitlin? – A encarei confusa.   

– Acha mesmo que iríamos sair sem você? Se a montanha não vai a Maomé, vai Maomé à montanha. Viemos fazer a despedida de solteira de Caitlin aqui. – Pisquei meus olhos várias vezes tentando processar o que ela falou. – Entrem meninos. Caitlin está pra chegar. – Arregalei meus olhos quando vi 5 gogoboys fantasiados entrando em minha casa carregando uma coluna de som que logo foi ligada e algumas amigas de Caitlin começaram a dançar com eles. 

Só espero que Justin chegue depois de todos irem embora. 
 

+++

Eram quase 3h00 quando resolvemos dar como finalizada a “festinha” de Caitlin. Dançamos, quer dizer elas dançaram, né, porque eu somente balancei meu corpo sentada no sofá. Fizemos variadíssimas brincadeiras, as amigas de Caitlin ofereceram-lhe variadíssimas coisas de sexshop para ela fazer umas surpresinhas a Ryan e quando Samantha se lembrou e disponibilizou para pegar bebidas na cozinha eu deveria saber que alguma coisa vinha dali e gargalhei bastante quando ela entregou os copos a cada uma de nós e o mesmo continha um líquido branco, ao qual somente descobri conter um pouquinho de limão, e o canudinho tinha um penis na extremidade onde deveríamos beber. 

Até que foi bastante divertido mas eu já estava esgotada e mole. 

Vesti meu conjunto short e blusa de seda para dormir e me deitei na cama. Fechei os olhos por pouco tempo pois acordei ouvindo um barulho no andar debaixo e vi que eram 4h26. Olhei para o lado notando que Justin ainda não tinha chegado então eu só pedia a Deus que fosse ele pois eu estava sozinha e não me conseguia defender caso algo de ruim acontecesse. 

Suspirei aliviada quando Bieber passou pela porta do quarto mas rapidamente me apressei a acender a luz e ir até ele pois ele cambaleava. Foi impossível não sentir o bafo forte de álcool quando cheguei junto dele que murmurava algo imperceptível, o que me fez fazer uma careta. 

– Vem, Justin. Vem tomar um duche. – Agarrei seu braço e tentei não cair enquanto o puxava para que me seguisse. 

O sentei no vaso, retirei seus ténis junto de suas meias e comecei a desabotoar sua camisa. 

– ‘Ta me despindo? – Falou meio embolado enquanto tentava deixar os olhos abertos. Assenti retirando sua camisa. – Vamos fazer amor? – Eu ri negando enquanto agora tentava retirar sua calça. – Você ‘tá muito gostosa nesse conjuntinho. 

– Vem tomar um duche, Bieber. – Segurei suas mãos e o puxei para dentro do box.

– Hum, eu gosto de foder você gostoso debaixo do chuveiro. – Prendeu um gemido na garganta com os olhos fechados e eu aproveitei essa deixa para o colocar debaixo do chuveiro e abrir a água fria. Instantaneamente, ele abriu os olhos e usou uma expressão de baixo calão para se expressar.  – Puta que pariu! – Falou alto tentando sair mas eu não deixei. 

– Quieto! Fica aí só mais um pouco. – O coloquei de novo debaixo do chuveiro e ele me fuzilou mas aquietou. 

Peguei uma cueca box no closet e quando vi seus lábios começarem a perder a cor e os seus dentes começarem a bater, desliguei o registro e peguei uma toalha para ele. Ele, que já parecia um pouco mais lúcido, se limpou e vestiu a cueca antes de seguirmos os dois para o quarto. 

Bocejei indo fechar a cortina e o vi se jogando na cama de barriga para baixo. Não demoraria para que adormecesse. 

Fui na cozinha pegar um copo de água e quando voltei, notei já sua respiração pesada. Descansei o copo no criado mudo e me deitei do seu lado, tentando me aconchegar junto dele mas rapidamente engoli a seco e minha respiração acelerou quando olhei para seu pescoço. Uma marca roxa se encontrava ali, junto de uma das asas tatuadas, e eu, definitivamente, não tinha sido a autora dela. 

Me virei de costas, apaguei a luz e rapidamente limpei a lágrima que escapou. 

Caso seja o que eu estou pensando que aconteceu, agora seria um fim definitivo para nós e, desta vez, Justin não me perderia só a mim.