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História Hollywood Vibes - Life is Strange (Parte Dois) - Acampando com as Estrelas - Parte 3


Escrita por: Vegas3301

Capítulo 22 - Acampando com as Estrelas - Parte 3


Fanfic / Fanfiction Hollywood Vibes - Life is Strange (Parte Dois) - Acampando com as Estrelas - Parte 3

Los Angeles - 15h36

P.O.V Rachel

Assim que saímos daquele monte, Max e eu passamos pela trilha e andamos juntas até o Observatório. É incrível poder andar a sós com ela porque antes, quando eu ainda não a conhecia, eu sempre ficava imaginando como seria essa tal Max Caulfield que a Chloe vivia me falando. Às vezes eu até criava um universo alternativo na minha cabeça em que nós três vivíamos juntas em Arcadia Bay. Claro que eu nunca havia visto ela antes, então imaginar Max Caulfield acabou sendo um pouquinho mais complicado do que eu pensei.

Mas agora ela está oficialmente aqui na minha frente. Bom... Tecnicamente atrás de mim. Vamos ver se eu vou conseguir me dar bem com ela.

>> Alguns minutos depois >>

Assim que chegamos no grande Observatório, caminhamos um pouco pela grama e eu logo tentei puxar assunto.

Rachel: - Nossa... Esse lugar é tão incrível! Já é a terceira vez que passo aqui e ainda continuo encantada com tudo isso!

Max: - Eu também! Eu sempre via a foto desse lugar naqueles cartões postais de Los Angeles e ficava com uma vontade imensa de vir aqui pra tirar várias fotos.

Rachel: - Eu sempre desejei vir aqui. - Falei enquanto rodopiava lentamente. - Sempre mantive os meus olhos em Los Angeles. Sabia de tudo o que acontecia nessa cidade, mesmo nunca tendo vindo pra cá.

Max: - E quem diria que um dia estaríamos todos juntos, não é mesmo?

Ao ouvir isso, parei de rodopiar e olhei diretamente pra ela.

Rachel: - Sim. Eu sabia que um dia eu finalmente viria aqui. E a melhor parte é que eu vim com os meus amigos! As melhores pessoas do mundo inteiro vieram pra Los Angeles comigo e agora eu tô morando com elas! Isso não é o máximo?!

Max: - Sim, eu penso nisso todos os dias. Eu nunca pensei em toda a minha vida que chegaria um dia que eu estaria morando com vocês três aqui em Los Angeles.

Rachel: - Bom... - Disse eu enquanto me aproximava dela. - Já que nossos sonhos impossíveis se realizaram, temos que aproveitar o máximo que conseguirmos pra deixar tudo registrado. E eu não posso fazer isso sem a sua ajuda.

Max: - Nem eu sem a sua.

Rachel: - E já que mencionou que tinha uma vontade imensa de vir até aqui pra tirar várias fotos, por que não começamos agora?

Max: - Hm... - Falou a garota de cabelos curtos enquanto observava o local. - Sabe de uma coisa? Essa é uma ótima ideia.

Rachel: - Imaginei que você diria isso. Além do mais, nós precisávamos de um tempo sozinhas pra podermos curtir juntas. Você não acha?

Max: - Totalmente! Eu sempre quis te chamar pra sair antes, mas nunca conseguia porque você vive grudada no Josh.

Rachel: - Nunca hesite em me chamar pra sair, Max Caulfield. Eu vou estar sempre disponível pra você. Mesmo se eu estiver grudada no Josh ou se estiver passando muito tempo com a Chloe. A qualquer momento do dia, se você quiser me chamar, pode ter certeza que eu vou com você.

Max: - Bom... Fico feliz em saber disso.

Rachel: - Afinal, eu sempre quis te conhecer. E você também, então isso nos deixa ainda mais próximas. Certo?

Max: - Sim, isso é verdade.

Rachel: - Ótimo.

Em seguida, retirei a alça da câmera de Max do meu pescoço e a entreguei pra ela. Assim que a mesma pegou aquela câmera, dei alguns passos pra trás naquele gramado e fiz um gesto com as mãos pra ela me seguir.

P.O.V Max

Assim que Rachel me devolveu a minha câmera, ela deu alguns passos pra trás e me chamou com um gesto. Levemente nervosa, me aproximei da loira e nós começamos a andar juntas.

Rachel: - Então... Pode escolher. - Falou ela enquanto apontava para vários locais. - Qual desses lugares você acha que daria uma ótima foto?

Max: - Me diz você. Até onde eu sei, você tem um ótimo olho pra fotografias. Pelo menos foi o que me disseram.

Rachel: - Bom... Você não tá errada. - Disse a loira enquanto cruzava os braços. - Mas eu vou ter que insistir pra você fazer as honras. Pelo o que eu sei, você é quem entende melhor de fotografias por aqui. Você é a fotógrafa profissional do nosso grupo.

Max: - Eu não diria profissional. Eu só sei de muitas coisas. É diferente.

Rachel: - Ainda assim, você continua sendo melhor do que eu pra tirar fotos. Eu só sirvo pra SER a foto, não pra tirá-la.

Ao ouvir essas palavras, observei todo aquele local por um tempo e me distraí. Logo, virei o meu olhar pra minha câmera e pensei no que Rachel acabou de falar. Então concluí: Por que não?

Max: - Quer saber? - Falei enquanto ajeitava a câmera em minhas mãos. - Eu tenho uma ótima ideia.

Rachel: - Hm... Adoro ótimas ideias. Pode falar.

Max: - O que acha de em vez de eu tirar apenas fotos dos lugares, eu tirar fotos de você nesses lugares?

Rachel: - Hm... Essa é boa, Super-Max. Não tinha pensado nisso antes.

Max: - Pelo o que ouvi falar, você queria ser uma modelo, certo?

Rachel: - Sim. Na verdade, eu meio que ainda quero.

Max: - Então pronto! Já temos a combinação perfeita. Eu, sendo a “fotógrafa profissional”, posso tirar várias fotos de você sendo a incrível super modelo. O que acha disso?

Rachel: - É perfeito. - Disse ela enquanto colocava as duas mãos sobre a própria cintura. - Sabe de uma coisa? Acho que você acabou de fazer eu gostar ainda mais de você, Max Caulfield.

Max: - Digo o mesmo, Rachel Amber.

Rachel: - Vem comigo?

Max: - Claro.

Em seguida, me aproximei de Rachel e a acompanhei até o meio daquele vasto gramado. Logo à frente, haviam várias opções que eu poderia utilizar pra capturar as minhas fotos. Tudo o que eu precisava fazer era escolher.

Rachel: - Tá tudo aí. Só falta escolher.

Max: - Hm... - Falei enquanto dava uma outra olhada em volta do lugar.

Rachel: - E aí? O que vai ser, Max?

Eu tinha três opções: o grande monumento que estava à nossa esquerda, o enorme prédio ao fundo e a beirada do Observatório que estava do outro lado daquele prédio. Fora muitos outros locais que poderíamos encontrar explorando a região.

Depois de pensar por um bom tempo, eu cheguei à uma conclusão: Dane-se! Não há por que escolher lugares. Nós podemos tirar fotos em todos eles! Não sei como não pensei nisso antes.

Max: - Pra que escolher lugares se nós podemos simplesmente tirar fotos em todos eles?

Rachel: - Hm... Bem pensado.

Max: - Vamos explorar o local inteiro e tirar fotos de tudo que acharmos legal pelo caminho.

Rachel: - Agora sim! Esse é o espírito que eu tava procurando!

Max: - Então... - Falei enquanto cruzava os braços. - Podemos começar?

Após isso, Rachel me observou de cima pra baixo e me devolveu um olhar impressionado.

Rachel: - Hm... Tenho que admitir que você fica estilosa com a minha blusa, Max Caulfield.

Max: - Você acha?

Rachel: - Claro. Ficou bem legal em você. - Disse ela enquanto se aproximava. - Mas, infelizmente, vou ter que pedir pra você tirá-la. É só por um tempinho. Depois eu te devolvo.

Max: - Tudo bem.

Em seguida, levei os meus dois braços pra trás e retirei aquela blusa xadrez azul do meu corpo. Logo depois que Rachel retirou a sua blusa, eu me aproximei dela e entreguei a minha. Em troca, a loira me entregou a jaqueta jeans azul-escura do Josh.

Na mesma hora em que a vesti, a primeira coisa que eu consegui sentir foi o delicioso cheiro do perfume do Josh acompanhado do agradável cheiro natural dele. Agora eu entendo por que a Rachel usou essa jaqueta o dia inteiro. Eu poderia me drogar com o cheiro dessa blusa por horas e olha que eu não tô nem brincando. Essa jaqueta é tão confortável e tão cheirosa que até parece liberar uma aura imensa de bem-estar com uma doce sensação de felicidade instantânea. Ok, talvez eu esteja exagerando, mas essa jaqueta é realmente cheirosa. Afinal, a jaqueta é do Josh. Não preciso dizer mais nada.

Rachel: - E aqui estou eu... De volta ao meu estilo natural.

Max: - Ahn... Isso pode parecer meio estranho, mas eu vou dizer mesmo assim. Você fica muito linda com essa blusa, Rachel.

Rachel: - Você acha? - Disse ela enquanto pegava seus longos cabelos loiros e os jogava para trás.

Max: - Sim. Essa roupa combina muito com você.

Rachel: - Hm... - Falou ela enquanto examinava a própria blusa.

Max: - Esse estilo de blusa xadrez que você usa distribui perfeitamente a sua beleza. Sem falar do seu cabelo, que realça bastante a cor dos seus olhos e da sua calça rasgada que equilibra o conjunto de roupas que você usa. Não é muito exagerado de um lado e nem muito exagerado de outro. É simplesmente perfeito o jeito que cores vivas combinam bastante com você.

Após isso, Rachel me lançou um olhar surpreso e um tanto lisonjeado enquanto cruzava os seus braços.

Rachel: - Uau! O que foi isso?

Max: - Ahn... Isso foi só eu te elogiando.

Rachel: - Hm... Eu até cheguei a pensar que, por você ser mulher e estudar fotografia, você poderia saber de pelo menos um pouquinho do mundo da moda. Mas pelo o que eu acabei de ouvir agora, você sabe muito mais do que eu imaginei!

Max: - Sim, eu presto bastante atenção em algumas coisas. Sei que não costumo usar um padrão de look perfeito e nem seguir algumas regras do mundo da moda, mas eu posso ser mais do que apenas uma garota tímida que se esconde atrás da sua câmera. As aparências enganam, certo?

Rachel: - Definitivamente. Confesso que você conseguiu me surpreender com essa, Max Caulfield.

Max: - Acho que fomos feitas pra isso, Rachel Amber.

Rachel: - Verdade! Parece até que o universo tá gritando pra nós duas sermos melhores amigas. É só eu que consigo sentir isso?

Max: - Não. Pode acreditar que não é só você que tá sentindo isso.

Rachel: - Acho que nós duas acabamos de prever o futuro.

Max: - E olha que eu nem precisei usar o meu poder pra saber disso.

Depois de nos entendermos muito bem, Rachel e eu continuamos nos olhando com um sorriso no rosto. Passados alguns segundos, Rachel desfez o seu sorriso e se aproximou de mim com um olhar examinador.

Rachel: - E já que você me elogiou bastante, agora é a minha vez de falar palavras bonitas sobre você.

Conforme Rachel se aproximava, eu me arrepiava. Não que eu sentisse uma atração por ela, mas porque a beleza dela era ainda mais agradável quando se olhava de perto.

Max: - E o que Rachel Amber tem a dizer sobre mim?

Rachel: - Bom... Por onde eu começo? - Disse ela enquanto parava e me observava. - Primeiramente, o seu cabelo tem a incrível habilidade de te deixar muito bonita e ao mesmo tempo muito fofa. Apesar de parecerem bem comuns hoje em dia, o tipo e a cor do seu cabelo passam uma sensação de que você é única e tem o seu próprio estilo, embora eu ainda ache que ficaria melhor se você fizesse uma mecha nele. Sua escolha de roupas é um tanto... simples. O que faz muitas pessoas acharem que você tem uma certa preguiça de escolher detalhadamente as roupas que vai usar no seu dia-a-dia. Mas isso apenas reforça o que você disse antes. As aparências enganam, pois as pessoas te veem apenas pelo lado de fora e esquecem que, por dentro, você é uma menina super inteligente. Ou, como você mesma disse antes, “uma menina que presta bastante atenção em algumas coisas”.

Assim que Rachel terminou seus elogios, continuei olhando pra ela com uma cara surpresa. Por incrível que pareça, eu também estava me sentindo lisonjeada.

Rachel: - Qual é, Super-Max. Não seja tímida. Me diz o que achou!

Max: - Acho que ser elogiada por Rachel Amber já é o bastante pra não dizer nada.

Rachel: - Hm... Gostei da resposta. Mesmo que não tenha sido exatamente uma.

Depois de tudo isso, ficamos caladas por um tempo e eu comecei a observar a minha câmera.

>> Alguns segundos depois >>

Rachel: - Mas enfim! Podemos começar?

Max: - Claro. - Disse eu enquanto ajeitava a minha câmera. - Vem comigo.

Então, Rachel me acompanhou até aquele enorme obelisco no meio do gramado e parou ao meu lado. Próximo do obelisco, havia uma pequena placa que informava algumas coisas sobre aquele monumento. O nome daquela escultura de concreto era “Astronomers” e ela fazia homenagem a seis dos maiores astrônomos de todos os tempos. De acordo com a placa, as seis estátuas esculpidas representavam os seguintes astrônomos: Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Hiparco, Johannes Kepler, Isaac Newton e John Herschel. Havia também uma curiosidade nas últimas linhas da placa que dizia que Albert Einstein havia sido considerado para inclusão, mas os planejadores acabaram decidindo que seria inapropriado apresentar alguém ainda vivo naquela época. Por último, a placa dizia que o monumento foi concluído no ano de 1934.

Rachel: - E aí? O que eu faço agora?

Max: - Fica aqui na frente dessa placa.

Enquanto Rachel ia até o local, levei a manga da minha blusa até o meu nariz e comecei a cheirar aquele delicioso cheiro do perfume do Josh. Isso já tá meio que virando uma mania. Vira e mexe e eu me pego fazendo isso.

Rachel: - Aqui? - Disse ela apontando pra um local específico.

Max: - Isso. Exatamente aí onde você está.

Logo depois que a loira se posicionou naquele lugar, preparei a minha câmera e a apontei pro grande monumento. Assim que mirei a câmera em Rachel, verifiquei a iluminação do ambiente e a distância entre mim e ela.

Max: - Ok, tudo pronto aqui.

Rachel: - Certo, aqui também. O que quer eu faça?

Max: - Ahn... - Falei enquanto pensava por um breve momento. - Já que você vive dizendo que quer ser uma modelo, imagino que deve saber bastante de poses, certo?

Rachel: - Sim! Por que? Quer que eu faça alguma?

Max: - Se puder, eu ficaria agradecida. Me mostre algumas das poses que você sabe e eu escolherei a que encaixar melhor na foto.

Rachel: - Tudo bem. Eu tenho três opções aqui pra você. Tem essa...

Em seguida, Rachel fez uma pose que encantou os meus olhos.

Rachel: - Essa outra...

E de novo, Rachel fez outra pose que me deixou bastante admirada.

Rachel: - E essa.

Novamente, a loira fez uma pose impressionante.

Rachel: - Então? Qual das três você vai querer?

Max: - Pode ser a segunda. Eu gostei dela.

Rachel: - Hm... Interessante. É a minha favorita entre as três.

Max: - Acabou de virar a minha favorita também.

Feito isso, ajeitei a minha câmera e apontei pra ela. Assim que a loira manteve a pose, dei um click e capturei a foto.

Rachel: - Deixa eu ver como ficou. - Disse ela se aproximando.

Depois que capturei aquela foto, retirei ela já impressa daquela máquina e dei uma sacudida pra secá-la.

Max: - Toma. - Falei enquanto entregava a foto pra Rachel. - Dá uma olhada e me diz o que achou.

Rachel: - Caramba... Ficou incrível, Max!

Max: - Bom... É pra isso que eu me dedico tanto.

Rachel: - Uau... A forma com que a câmera foi posicionada fez foto realçar a cor da minha roupa. Sem falar da profundidade, que ficou muito bem distribuída. Fez com que eu me destacasse mais em relação à luz do sol. Ficou boa pacas, Max!

Max: - Valeu. - Respondi enquanto cruzava os braços. - Pelo visto, as pessoas não estavam mentindo quando falaram que você tinha um ótimo olho pra fotografias.

Rachel: - Ei, me diz uma coisa. Como você descobriu todas essas coisas sobre mim?

Max: - Na época em que eu e a Chloe ainda estávamos em Arcadia Bay, há muito tempo atrás, eu falei com algumas pessoas da Blackwell em relação ao seu desaparecimento. Muitos falaram coisas boas de você e uma delas é que você tem um ótimo olho pra fotografias e artes.

Rachel: - Hm... - Disse ela com os braços cruzados enquanto olhava com uma cara preocupada. - Aconteceu muita coisa quando eu estava de fora, não é?

Max: - Você nem imagina.

Percebendo que Rachel estava um pouco pra baixo, resolvi mudar de assunto e partir pro que interessa.

Max: - Mas não vamos focar nisso agora. Não precisamos falar sobre isso. Vamos tirar as fotos.

Rachel: - Certo.

Max: - Vem comigo.

Então, Rachel me acompanhou até o prédio do Observatório e ambas paramos em frente a ele. Já que aquele prédio era enorme, eu precisaria tirar a foto mais de longe pra que tudo que está ali encaixasse na foto.

Max: - Ok. Já que agora é um local diferente, acho que seria legal se você fizesse a primeira pose. Aquela que você fez antes.

Rachel: - Essa? - Disse ela enquanto a fazia.

Max: - Isso! Fica assim. Não se mexe.

Em seguida, posicionei a minha câmera e capturei a foto. Feito isso, a loira se moveu até mim e nós duas comentamos sobre ela.

P.O.V Josh (Antes)

Depois que Max e Rachel foram em direção à trilha e se retiraram daquele local, eu me virei pra frente e comecei a observar a cidade. Era sempre estranho quando eu e Chloe ficávamos sozinhos no mesmo lugar. Parecia até que eu simplesmente esquecia como era socializar e voltava a ser tímido. E o mais estranho é saber que eu falo mais com a Rachel do que com ela. Em circunstâncias normais, isso deveria ser ao contrário, pois Rachel quem é considerada "a garota mais bonita do grupo”.

Mas acho que é porque Chloe Price é a garota que eu menos conheço das três. Mas também é a única garota que eu já beijei!

Mesmo sabendo que eu não costumava iniciar um assunto quando estava sozinho com ela, decidi sair dos padrões e tentar uma coisa diferente.

Josh: - Então... Parece que agora somos só nós dois. Certo?

Ao ouvir isso, Chloe parou de observar aquela paisagem e olhou pra mim.

Chloe: - Bom... As duas alegrias do nosso grupo não estão mais aqui, então sim. Somos só nós dois.

Josh: - É só elas saírem que o ambiente já fica mais frio. Não acha?

Chloe: - Eu não poderia concordar mais.

Josh: - Pois é. - Falei enquanto olhava pra baixo com as mãos juntas. - Mas, apesar disso, eu gosto da sua companhia. Não sei dizer por quê.

Assim que falei essas palavras, percebi que Chloe ergueu as sobrancelhas enquanto observava a vista daquela grande cidade. Não sei muito bem o que isso quis dizer, mas deduzo que ela possa ter gostado do que ouviu.

Após isso, voltei a olhar pra cidade e fiquei calado.

>> Alguns segundos depois >>

Já que íamos ficar um bom tempo sozinhos, resolvi tentar de novo. Talvez agora eu consiga fazer a conversa fluir.

Josh: - Mas enfim... - Falei enquanto olhava pra ela. - Você já acabou o seu cigarro?

Chloe: - Já. - Respondeu ela enquanto mostrava as mãos. - Mãos vazias.

Josh: - Ah... Saquei.

Quando eu disse isso, Chloe olhou pra baixo e pensou um pouco. Logo depois, ela olhou de volta pra mim e percebeu que eu realmente tava afim de conversar com ela. Não sei bem se foi isso que aconteceu, mas depois que ela fez isso, eu consegui ver um leve sorriso saindo do rosto dela. Talvez agora ela pode ter aceitado continuar a conversa comigo. Vamos ver no que isso vai dar.

Chloe: - Falando em cigarros... - Disse ela enquanto retirava o maço de cigarros do bolso. - Tá afim de dividir um comigo?

Josh: - Claro. Por que não?

Ouvindo a minha confirmação, Chloe pegou o meu isqueiro prateado de seu bolso e retirou um cigarro daquele maço. Ao acender o isqueiro, colocou a chama na ponta do cigarro e o fechou logo em seguida. E o mais interessante é que ela fez tudo isso com aquele mesmo sorriso no rosto.

Feito isso, Chloe levou o cigarro até a sua boca e puxou a fumaça. Depois de liberá-la, levou o cigarro até mim e me ofereceu.

Chloe: - Pega aí.

Josh: - Valeu.

Com o cigarro em mãos, levei-o até a boca e fiz o mesmo que ela. Depois de algumas tragadas, devolvi à ela e a mesma fumou mais um pouco.

Após algumas fumadas, a garota de cabelos azuis se virou pro lado oposto de mim e se sentou com as duas pernas esticadas em cima daquele largo tronco. Sentindo liberdade o suficiente pra fazer isso, Chloe encostou suas costas em mim e apoiou sua cabeça em meu ombro enquanto fumava olhando pro céu. De primeira eu achei isso estranho, mas depois de um tempo minha vergonha foi embora.

Em seguida, ela soltou a fumaça pela boca e me ofereceu o cigarro mais uma vez ainda olhando pra cima.

Chloe: - Então... Me diz aí. Você aprendeu mesmo a fazer esse lance da barraca na Internet ou era só mentira?

Josh: - Por que? Você não acredita em mim?

Chloe: - Acreditar no que as pessoas dizem não é lá o meu forte, Stones. Não é algo que eu faço com muita frequência.

Josh: - Sei como é. Às vezes eu sou assim também. Não chego a ser do tipo paranóico, só tenho medo de me foder no final mesmo.

Chloe: - Então somos dois.

Josh: - E quanto ao lance da barraca, sim. Eu realmente aprendi a montá-la na Internet. - Falei enquanto entregava o cigarro à ela. - Pra ser mais específico, num vídeo do YouTube.

Chloe: - Hm... - Disse ela enquanto soltava a fumaça. - Então você é um cara com uma memória boa.

Josh: - Mais ou menos isso. A Max me falou que queria ser inteligente como eu. Como se ela já não fosse esperta o suficiente pra ser a única que tem poderes. Ela é a inteligente do nosso grupo.

Chloe: - Eu disse a mesma coisa pra ela hoje mais cedo. - Respondeu ela soltando a fumaça e me entregando o cigarro. - O lance da Max é que às vezes ela é meio insegura. E um pouco indecisa também. Imagina só ela fazendo uma prova de múltipla escolha no colégio. Conhecendo ela bem, você já deve saber como seria.

Josh: - É, eu sei como é. Quando estudamos juntos lá em Seattle, nós fizemos uma prova de álgebra que tinha mais ou menos o prazo de duas horas pra ser entregue. No fim das contas, ela foi uma das últimas pessoas a entregar a prova e saiu um pouco antes do sinal tocar. Nós tínhamos combinado que, quando o tempo da prova acabasse, nos encontraríamos no pátio principal pra ela poder pegar a minha prova e ver o que ela errou na dela. Ela dizia que eu era o gabarito dela porque, de acordo com ela, eu só tirava “notão”. Resumindo: eu fui um dos primeiros a terminar a prova e tive que esperar no pátio principal por uma hora e meia.

Chloe: - Pfff... E você ainda diz que a inteligente é ela?

Josh: - Ei, qual é. Eu só sou estudioso. - Falei enquanto fumava e oferecia o cigarro à ela. - Não tem nada demais nisso. É só estudar.

Assim que avistou a minha mão oferecendo o cigarro, Chloe levou sua boca até a ponta dele e fumou sem pegá-lo.

Chloe: - Eu já fui assim também.

Josh: - Assim como?

Chloe: - Nerd que nem você. Só tirava nota alta.

Josh: - Faz muito tempo?

Chloe: - Quase uma vida atrás.

Josh: - E agora? - Disse eu fumando. - Acha que ainda estaria no mesmo nível?

Chloe: - Nah, agora eu tenho preguiça. Na verdade, eu nem quero.

Josh: - Sei.

Então, passei o cigarro pra ela.

Chloe: - Depois que o meu pai morreu, eu meio que não tive mais ânimo pra nada... - Falou enquanto soltava a fumaça. - Não conseguia nem pegar os livros e levar os estudos a sério, tudo parecia mais chato depois disso. Pareceu até que eu tinha acabado de mudar de vida.

Josh: - E mudou, de fato.

Chloe: - Pois é. - Concordou ela enquanto me devolvia o cigarro.

Josh: - Me desculpa a pergunta, mas... Como foi que aconteceu? - Falei enquanto fumava. - Não precisa me contar se não quiser. Só tô perguntando.

Chloe: - Relaxa. Eu já me acostumei a falar sobre isso com as pessoas. Eu tô de boa.

Josh: - Ah, sim. Mas e aí? Vai me contar?

Chloe: - Bom... Eu me lembro que no dia que aconteceu eu tava tentando fazer uma panqueca com ele. Nós brincávamos de adivinhar qual era o ingrediente que vinha a seguir e qual era a quantidade certa que nós devíamos colocar lá dentro. Foi uma das melhores experiências que eu já tive com ele. Aquele cheiro tava muito bom.

Josh: - Hm... - Respondi enquanto oferecia o cigarro. - E como ele era?

Chloe: - Engraçado. Gentil. Amoroso. - Disse ela enquanto o pegava com dois dedos e fumava. - Era a parte divertida da família.

Josh: - Entendo. Meu pai era um pouco assim também. Continua.

Chloe: - Tudo o que eu posso te dizer é que depois de tudo isso, o telefone tocou e ele foi até lá atender. Depois que terminou a ligação, ele disse que ia sair pra buscar a minha mãe no supermercado e que não demoraria muito pra voltar.

Josh: - E o que aconteceu depois?

Chloe: - Bom... Essa foi a última vez que eu o vi. - Disse ela enquanto limpava uma lágrima que escorria pelo seu rosto. - A Max também tava lá no dia, então nós apenas subimos as escadas correndo e fomos pro meu quarto brincar com uma experiência maluca que inventamos. Desde então, ficamos esperando o meu pai voltar.

Josh: - Hm... - Falei com uma pequena pausa. - Que coincidência.

Chloe: - O que?

Josh: - Nada. Deixa pra lá. Pode continuar.

Chloe: - Não, eu já acabei. É só isso.

Logo após isso, Chloe me devolveu o cigarro, que já estava quase no fim, e olhou pra cima. Depois de um tempo pensando, ela limpou o seu rosto e voltou a agir normalmente.

Chloe: - Ei. Já que você me fez chegar até aqui, agora é a sua vez de compartilhar a sua dor.

Josh: - Minha dor? Como assim?

Chloe: - Josh, eu sei da sua história com os seus pais. A Rachel me contou tudo. Bom... Quase tudo.

Josh: - O que ela te contou?

Chloe: - Não foi muita coisa. Só que você e o seu pai eram muito próximos e depois acabou dando merda. Assim como aconteceu comigo.

Josh: - Hm...

Chloe: - Mas agora eu quero ouvir de você. Conta aí.

Josh: - Ok. Já que insiste...

Em seguida, me sentei de lado naquele tronco e encostei as minhas costas nas dela.

Josh: - Bom... Eu e ele saíamos muito juntos. Ele sempre me levava pro cinema, pro shopping, pra passear de bicicleta, pra comer uma pizza, pra qualquer lugar. Nós viajávamos com a minha mãe também. Um exemplo disso é Seattle, que tentamos nos mudar pra sair de toda essa barulheira de Los Angeles. Eu odiei ter que sair daqui porque eu amava essa cidade do fundo do meu coração. Felizmente, ele acabou não gostando muito também e nós voltamos pra cá no começo do outro ano.

Chloe: - Eles podem tirar você de Los Angeles, mas não podem tirar Los Angeles de você.

Josh: - Exatamente.

Chloe: - Mas espera... Você já tinha ido pra Seattle nessa época? Achei que tinha dito que foi pra Seattle só quando conheceu a Max.

Josh: - Não, eu fui pra lá duas vezes. A primeira vez foi quando tentamos nos mudar, que foi o que eu acabei de contar, e a segunda foi quando eu conheci a Max. Mas na segunda eu fui com o meu tio. Meus pais não estavam mais vivos nessa época.

Chloe: - Ah, entendi. Continua.

Josh: - Apesar do meu pai ser um pouco difícil, ele era um cara legal. Dava pra ver que no fundo ele só queria me ver feliz. Ele tentava. Minha mãe também gostava da personalidade e do jeito de ser dele.

Chloe: - Assim como o meu. Ninguém nunca odiou o meu pai. Todo mundo gostava dele.

Josh: - Sim, eu sei como é. Meu pai era o meu melhor amigo. O único que eu tinha, na verdade.

Chloe: - Wow, peraí... O único? Cê não teve nenhum amigo na infância, Josh?

Josh: - Pior que não. Na verdade, eu até tive alguns “amigos” na escola, mas era tudo amizade passageira. Eu passava a maior parte do meu tempo fazendo alguma coisa que eu gostava e às vezes fazendo alguma coisa com o meu pai. Por mais estranho que isso pareça, eu não conseguia me dar muito bem com as pessoas. Mesmo vivendo em Los Angeles.

Chloe: - Relaxa, eu te entendo. Eu sou assim também.

Josh: - Deu pra notar. - Disse eu enquanto me ajeitava no tronco. - Eu e meu pai sempre saíamos pra ver algum filme no cinema. Não importava o gênero, nós sempre assistíamos qualquer um que nos chamasse atenção. Me lembro que um dos nossos filmes favoritos era o “De Volta Para o Futuro”.

Chloe: - Hm... Esse é até bonzinho. Mas eu prefiro “Blade Runner”.

Josh: - É bem a sua cara mesmo.

Chloe: - Eu sei.

Josh: - Bom... Pra estragar a festa, meu pai ficou meio doente depois de um tempo. Ele tomava vários remédios diferentes, mas nenhum deles fazia efeito o suficiente. Até hoje não sei direito o que ele tinha, mas tenho quase certeza que era pneumonia. Minha mãe, sendo a pessoa cuidadosa que era, implicava bastante dizendo que ele precisava ir pro hospital pra resolver isso logo, mas ele simplesmente não ligou. Ele só queria deixar a morte ganhar dele. E isso piorou ainda mais porque ele foi diagnosticado com depressão no final.

Chloe: - Caralho... Que desgraça.

Josh: - Resumindo: um dia eu tava em casa, com seis anos de idade, e me deu uma vontade enorme de fazer alguma coisa. No momento em que me levantei da minha cama, vi alguns carrinhos em cima da cômoda e fui até lá pra matar a curiosidade. Eu não fazia ideia de como aqueles brinquedos haviam parado ali, mas eu tinha uma teoria. Eu já fazia teorias naquela idade, se dá pra acreditar. Talvez isso explique a “inteligência” que eu tenho hoje.

Chloe: - E que teorias eram essas já que você era tão esperto assim?

Josh: - Bom... Eu deduzi que ou o meu pai roubou aqueles carrinhos porque tava duro e não tinha dinheiro pra comprar brinquedos pra mim ou foi aquele homem que andava me perseguindo e me observando à noite.

Chloe: - Peraí... Homem? Que história é essa?

Josh: - Na época eu não sabia, mas era aquele encapuzado que me atormentou quando eu tava tentando salvar a Rachel.

Chloe: - “Encapuzado”? Quem é esse? É algum tipo de codinome pra agente secreto, é?

Josh: - Não. Você não entenderia. Talvez eu te conto sobre isso em uma outra hora.

Chloe: - Beleza. Só continua a história.

Josh: - Tudo o que eu posso te dizer é que de repente meu pai e minha mãe tiveram uma briga e logo começaram a gritar um com o outro. Eu fiquei um pouco assustado com o barulho e isso me deixou bastante curioso. Assim que abri a porta do meu quarto e desci as escadas, vi o meu pai saindo pela porta da frente e a minha mãe indo atrás dele.

Chloe: - E foi aí que a merda aconteceu. Né?

Josh: - Bom... Pra ser bem direto, eles sofreram um acidente de carro. Minha mãe morreu primeiro e meu pai foi levado pro hospital. Não sobreviveu no fim das contas.

Chloe: - Que merda...

Josh: - É. Que merda.

Chloe: - Bom... - Disse ela ao se virar pro lado e sentar-se normalmente no tronco. - Parece que nós dois temos um trauma do passado envolvendo figuras paternas que nos assombram dia após dia.

Josh: - Pelo menos é algo que temos em comum. - Falei enquanto fazia o mesmo. - Não sei se você pensa o mesmo, mas acho que esse foi o mais perto que eu consegui chegar de você.

Chloe: - Qual é, Stones. Conversar comigo não é a coisa mais difícil do mundo. Eu sei que eu posso ser bem irritante às vezes, mas uma hora você se acostuma comigo. Além do mais, você conseguiu chegar bem perto de mim dessa vez.

Josh: - Ah, eu não sei... Acho que o mais perto que eu consegui chegar de você foi quando você me beijou.

Logo depois que ouviu isso, Chloe ficou calada por um tempo e disfarçou o seu olhar olhando pra baixo.

Josh: - Ah... Foi mal. Eu esqueci que a gente-

Chloe: - Nah, relaxa. Tá tudo bem. Não precisa evitar falar sobre isso. Só tem a gente aqui.

Josh: - Tudo bem.

Chloe: - Você só... Me pegou de surpresa tocando nesse assunto. Só isso.

Após isso, resolvi ficar calado. Não sei se eu fiz merda por ter falado isso, mas acho que é melhor eu deixar ela em paz por um tempo.

>> Alguns segundos depois >>

De repente, Chloe olhou pra baixo e pensou por alguns segundos. Após refletir bastante, ela olhou pra mim e voltou falar.

Chloe: - Olha, cara... Não é que eu não tenha gostado de te beijar. - Falou ela enquanto passava os dedos sobre o olho direito. - Eu até gostei de ter feito isso, mas é que tudo aquilo aconteceu muito rápido. Eu nem sabia o que eu tava fazendo direito. Foi muito repentino.

Josh: - Ei, relaxa. Eu te entendo. Eu sei que me beijar não parece ser a ideia mais inteligente do mundo, mas já aconteceu. Eu também não me beijaria se eu fosse você. Esquece isso.

Chloe: - Não, Josh. Não foi isso que eu quis dizer. Eu só... Me assustei por ter feito isso.

Josh: - É. Você me pegou de surpresa também.

Chloe: - Acho que eu só tava meio desesperada naquela hora. O assunto da conversa não ajudou muito também. Eu fiquei confusa pacas.

Josh: - Tá tudo bem. Ninguém precisa saber disso. Fica só entre você e eu.

Chloe: - Bom... Tarde demais. A Max já sabe disso.

Josh: - Quê?! Você contou pra ela?

Chloe: - Relaxa. Ela é de boa. Não vai morrer por causa disso. Ela sabe que quando se trata de mim, qualquer coisa esquisita pode acontecer.

Josh: - Bom... - Falei enquanto voltava a olhar pra cidade. - Menos mal.

Após alguns segundos observando a vista de Los Angeles, me levantei daquele tronco e me virei pra ela. Pude notar que Chloe ainda estava pensando sobre aquilo intensamente, então o melhor que eu podia fazer era falar alguma coisa pra distrair ela.

Josh: - Ei. Não se preocupa. Não foi tão ruim assim você ter feito isso. - Falei enquanto colocava um pé em cima do tronco. - Pelo menos eu tive a chance de saber o quanto você beija bem.

Depois de falar essas palavras, coloquei o meu outro pé em cima do tronco e pulei pro outro lado. Chloe apenas me observou com uma cara surpresa e envergonhada ao mesmo tempo.

Josh: - Vem. Me ajuda a levar essas coisas lá pra dentro.

Em seguida, me aproximei de uma das malas e a peguei pela alça. Com força, ergui aquela mala azul e a levei até o interior da barraca. No momento que eu estava voltando, Chloe finalmente se levantou daquele tronco e passou pro lado de cá. Depois que se espreguiçou, a garota de cabelos azuis veio até mim.

Chloe: - Ahn... Então. Cê precisa de ajuda com alguma coisa?

Josh: - Sim. Me ajuda a levar esses sacos de dormir pra dentro da barraca. - Falei enquanto apontava pra eles. - Você pega esses dois que eu pego aqueles outros.

Chloe: - Beleza.

Assim que Chloe pegou aqueles dois sacos de dormir, fiz o mesmo com os meus e acompanhei ela até a grande barraca. Quando entramos lá dentro, colocamos todos os quatro sacos de dormir alinhados. Depois disso, voltamos e pegamos o resto das coisas.

>> Algum tempo depois >>

Assim que pegamos tudo o que estava faltando, demos uma geral na barraca e arrumamos o máximo de coisas que conseguimos. Feito isso, saímos de dentro e fomos até as nossas mochilas.

Josh: - Bom... Acho que é isso. Terminamos por aqui.

Chloe: - E aí? - Disse ela enquanto limpava as mãos e olhava pra mim. - Como eu me saí?

Josh: - Você até que é boa nisso. Claro que ainda não te conheço tão bem assim, mas você sabe arrumar as coisas quando quer. Sei que o seu quarto em Arcadia Bay mostra o contrário, mas tenho certeza que você conseguiria dar um show se tivesse com vontade de arrumá-lo.

Chloe: - Nah... - Respondeu ela enquanto cruzava os braços. - Na maioria das vezes, eu tenho é preguiça mesmo. Minha mãe é quem sempre arruma tudo.

Josh: - Sim, mas eu não duvido que você conseguiria deixar tudo aquilo brilhando se resolvesse arrumar o seu quarto agora. Você tem umas habilidades muito boas, Chloe. Só não descobriu onde usá-las ainda. Bom... Até agora.

Chloe: - Falando assim, você parece até o meu padrasto de merda tentando me elogiar. - Disse ela enquanto me observava e abria um sorriso. - A diferença é que você fala de um jeito legal.

Josh: - Claro. Porque eu gosto disso em você.

Em seguida, levei minhas mãos até o zíper da minha mochila e a abri. Depois de dar uma boa olhada, levei minhas mãos até lá dentro e comecei a procurar por algo específico. Chloe apenas se aproximou de sua mochila, que estava ao lado da mochila de Rachel, e se agachou naquela grama. Assim que abriu o zíper de sua mochila, a garota de cabelos azuis cruzou os braços e olhou pra baixo pensativa. Eu gostaria muito de saber no que ela tá pensando agora.

Depois de pensar por um tempo, Chloe enfiou as mãos em sua mochila e retirou de lá um celular azul antigo com um fone de ouvido pequeno. Feito isso, ela parou de fazer o que estava fazendo e me deu uma olhadinha discreta.

Enquanto isso, continuei vasculhando a minha mochila até que finalmente encontrei o que estava procurando: aquele caco de vidro esquisito do meu banheiro. Ele ainda estava em meu bolso no momento em que saímos de casa, mas no meio do caminho eu decidi que seria melhor deixá-lo dentro da mochila. Além de ficar bem estranho, as pessoas poderiam pensar que eu estou carregando uma arma pelo fato do objeto ser meio pontiagudo.

Porém, agora que estamos sozinhos, não acho que vai haver algum problema em andar com essa faca espelhada por aí. Afinal, preciso ficar em alerta se alguma coisa nova aparecer dentro dela. Não é todo dia que se acha um espelho mágico no banheiro de casa.

Assim que coloquei o caco de vidro no meu bolso, fechei o zíper da minha mochila e me levantei daquela grama. Na mesma hora em que a peguei e coloquei uma das alças sobre o meu ombro, Chloe se levantou daquele gramado e me interrompeu.

Chloe: - Aí, Josh... - Disse ela enquanto se aproximava e cruzava os braços novamente. - Me diz uma coisa.

Antes mesmo de continuar falando, Chloe parou e pensou por um momento. Eu não sabia o motivo dessa parada, mas deduzi que ela queria me falar algo diferente. Já que ela parou pra pensar duas vezes, imagino que possa ser até mesmo algo ousado.

Chloe: - Você... Você tava falando sério quando disse que eu beijo bem ou foi só uma conversa fiada?

Pensamento do Josh: Peraí... Eu ouvi isso mesmo?

Josh: - Ahn... Sim, eu tava falando sério. Por que a pergunta?

Chloe: - Nada. - Respondeu ela disfarçando. - Deixa pra lá.

Pensamento do Josh: É isso mesmo que eu tô pensando? Chloe Price tá interessada por mim? Não pode ser...

Escolhas:

>> EXIGIR RESPOSTA.

>> DEIXAR PRA LÁ.

No momento em que Chloe pegou a sua mochila e se virou pra sair, eu dei um passo à frente e exigi que ela me desse a resposta.

Josh: - Por que eu mentiria pra você, Chloe?

Chloe: - Ahn... Sei lá. Esquece isso. Eu só queria tirar uma dúvida.

Josh: - Mas por que? - Falei na tentativa de impedir que ela saísse. - Você gostou?

Chloe: - Ei, foi você quem começou com isso, cara. Não tá lembrado? - Respondeu ela enquanto se virava para mim. - Você é quem deve tar querendo de novo.

Josh: - E se eu estiver mesmo? - Falei enquanto me aproximava lentamente.

Ao ouvir isso, Chloe olhou pra mim com uma cara que transitava entre confusa e surpresa ao mesmo tempo. Aposto que sua preferência sexual deu uma tombada brusca pro lado e não conseguiu mais se decidir se continuava sendo lésbica ou se seria hetero nesses poucos minutos. Não era bem isso que eu tava querendo fazer, mas se for pra saber a resposta, eu abro mão até de beijá-la novamente.

Depois que me observou por um tempo, Chloe finalmente desfez a sua cara confusa e percebeu que eu estava flertando. Feito isso, me devolveu um olhar um tanto provocador e se deixou levar pelo momento. E foi aí que eu percebi que ela estava me dando liberdade o suficiente pra chegar mais perto.

Chloe: - Bom... - Falou ela enquanto se aproximava lentamente. - E se eu também estiver querendo?

Pronto. Essa é a resposta que eu queria ouvir. Ela não foi direto ao ponto, o que teria facilitado pra mim, mas fez o que eu queria.

Agora eu poderia simplesmente devolver um "não" à ela (sem ser rude, é claro) e deixar esse lance do beijo pra lá. Mas eu não queria. Eu realmente não queria fazer isso.

Eu sei que é estranho, e não me pergunte por que, mas eu estava com uma imensa vontade de beijar Chloe Price agora. Às vezes, quando isso me acontecia com uma garota no passado, eu costumava deixar o meu lado prudente resolver a situação e pensava duas vezes antes de continuar. Mas agora, acho que vou ter que deixar o meu lado impulsivo me controlar.

Josh: - E o que fez você mudar de ideia? - Falei com um leve sorriso no rosto. - Me beijar é tão bom assim?

Chloe: - E por que você quer saber?

Josh: - Talvez eu precise tirar uma dúvida antes de dar o próximo passo.

Chloe: - Tem certeza que precisa fazer isso?

Ela parecia estar jogando indiretas pra cima de mim enquanto fazia uma cara de quem quer mais. Talvez ela estivesse esperando eu tomar uma atitude e partir logo pro que interessa. Se fosse há dois anos atrás, eu nunca teria conseguido chegar nessa parte. Na verdade, eu nem teria iniciado essa conversa com ela. É incrível o que uma mente com baixa auto-estima pode fazer com uma pessoa.

Já que Chloe e eu estávamos bem próximos um do outro, resolvi tomar logo aquela atitude. Com as mãos em sua cintura, puxei ela pra perto de mim e beijei aquela garota de cabelos azuis. O interessante é que, antes mesmo de eu beijá-la, ela já colocou as mãos no meu rosto e me puxou pra perto dela. Acho que ela já esperava que eu ia fazer isso e não conseguiu resistir.

Na hora do beijo, eu tinha a intenção de dar apenas um selinho demorado, mas mudei de ideia no momento em que ela começou a me beijar de língua. Então, percebi que aquela era a hora perfeita pra mostrar o que eu aprendi sobre beijos. É claro que eu ainda não te contei qual é a minha experiência com beijos, mas isso vem depois.

Depois que nos beijamos, Chloe se afastou lentamente dos meus lábios e ficou me encarando por um tempo. Impressionada, ela deu meia volta e foi em direção à barraca sem dizer mais nada.

Porém, antes mesmo de entrar nela, Chloe parou por um instante e se virou pra mim.

Chloe: - Josh.

Josh: - Que foi?

Então, ela deu aquela mesma travada de antes. Mas dessa vez era uma confirmação, não uma dúvida.

Chloe: - Você beija bem pra caralho também.

Josh: - Sério?

Chloe: - Sim. Eu gostei.

Josh: - Valeu.

Chloe: - Talvez a Rachel estivesse certa. Você realmente é um cara interessante.

Josh: - E por que diz isso?

Chloe: - Bom... - Disse ela ao olhar pra baixo e depois olhar pra mim mais uma vez. - Acho que é porque você é o único homem no mundo que eu não consegui odiar até agora.

Ao ouvir essas palavras, fiquei surpreso. Sei que Chloe Price não teve um histórico muito bom com homens. Principalmente com o David. É claro que o pai dela é uma exceção, mas estar em primeiro (e único) lugar na lista de homens que ela gosta já é um grande privilégio. Acho até que se eu quisesse beijar ela de novo agora, ela não me pararia.

Não acho que Chloe Price esteja apaixonada por mim. Mas que ela está apaixonada pelo meu beijo, não tenho dúvida.

Após ter dito aquilo, Chloe me deu um leve sorriso e entrou naquela barraca. Depois de um tempo, consegui ouvir uma música vindo de lá. Provavelmente ela iria apenas deitar um pouco e relaxar até as garotas chegarem do Observatório.

Por fim, peguei a minha mochila e a levei até aquela barraca azul. Depois que a deixei ao lado do meu saco de dormir, voltei até aquele tronco e me sentei nele. A partir daí, continuei observando aquela vista de Los Angeles enquanto esperava Max e Rachel voltarem.



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