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História Home Sweet Home - Icarus


Escrita por: vanaheim

Capítulo 23 - Icarus


Fanfic / Fanfiction Home Sweet Home - Icarus

Era como se a cama de Derek estivesse cravejada de espinhos. As pontas na direção do seu corpo. E o simples sono fosse algo inalcançável. Não conseguiu dormir cedo como pretendia. Se moveu de um lado para o outro, mesmo depois da segunda ducha. Até fazer uma ligação e ter de esperar. Naquele momento sua ansiedade momentânea quase rivalizou com a de Stiles.

O restante da tarde passara pensando na conversa com Stiles. Aquela ideia boba de que ele lhe devia alguma coisa. Mesmo interagindo com ele, mesmo com Stiles não tocando mais no assunto. Aquilo o incomodou de verdade. Sabia que Stiles era cabeça dura de mais para simplesmente aceitar suas palavras.

Ele se levantou antes do Sol. Antes mesmo que Stiles. Que era o seu objetivo. Enquanto o esperava acordar, preparou o café da manhã. Já quando terminava de montar a mesa o evoo apareceu. Sonolento. Porém, provavelmente, mais desperto que ele.

— Bom. Dia.

Stiles exclamou, quase como em um bocejo. Estava surpreso com a mesa e com Derek tão cedo acordado.

— Bom dia. — Derek cumprimentou distraído, enquanto lavava as mãos. E, com os olhos, escolhia as canecas que usariam.

— O que está acontecendo? — Ele quis saber. Olhava com curiosidade para a mesa, para o homem.

— como assim?

Derek o encarou por um instante. Depois de colocar as canecas sobre a mesa.

O Stilinski apontou dele para o cômodo.

— Você acordando cedo. Preparando café?

— O que tem de tão estranho nisso?

Derek insistiu. Falando daquele jeito parecia que ele não fazia nada.

Stiles o encarou-o com ceticismo. E Derek decidiu ignorar aquele ponto.

— Vamos sair. — Disse simplesmente. Se sentando.

— vamos? —Stiles seguiu seus movimentos.

— sim, vamos.

— E eu posso saber para onde estamos indo? Ou é surpresa? Porquê eu estou evitando surpresas da tua família…

Stiles brincou. Mas havia um quê se verdade. Depois do que Laura havia aprontando e se Derek se comportasse da mesma forma... Era de se preocupar.

— Você vai saber. Já que a tua memória é boa. — Derek Murmurou, servindo-se com suco. Indeciso em relação do que escolheria para comer.

Stiles começou a usá-la. Puxando todos os lugares em que os dois já estiveram juntos.

— Ela é. As vezes. Mas não gosto de suspense.

Derek balançou a cabeça. Enquanto se servia.

— Vamos dar um jeito em um dos teus problemas.

—   suspense. — Stiles rumorejou. Pegando um biscoito para si. — não pode simplesmente me dizer?

Derek deu de ombros.

— Poderia, mas eu quero?

O evoo riu pelo nariz.

— Está muito misterioso. Devo me preocupar?

— Acho que não. — O moreno balbuciou pensativo.

Stiles ficou encarando-o fixamente, enquanto comia. Insistia em querer saber. E Derek insistia em manter segredo. Irritante!

Até demorou-se em se arrumar, tentando adivinhar o que Derek estava tramando. Ele ficou lhe apressando, falando em horário. Deixando o evoo mais curioso e impaciente.

— para que tudo isso?

Perguntou assim que se acomodou no carro.

— Emoção? — Derek sussurrou girando a chave e ligando o veículo.

— Fica emocionado por me deixar ansioso?

Derek parou sua tentativa de manobrar o carro. Fitando-o.

— Espera. Ansioso em um bom ou mal sentido? 

— Está em um limbo.

— Merda. — O Hale praguejou. Suspirou. Não possuía o mesmo dom para surpresas da irmã. — Então. Você falou sobre trabalho ontem. E eu acabei pensando, depois que fui deitar, que você poderia falar com o meu tio.

Explicou sem dar muitos detalhes. Estava mais preocupado em dizer-lhe. Um resumo era o suficiente.

— Seu tio?

— É. Você o conheceu, no aniversário.

— Eu lembro, Derek. — O evoo garantiu.

— Ah…

— Então... Eu tenho que falar com ele?! — Balbuciou, só para ter certeza.

— Coisa rápida. — O Hale guarantiu.

Stiles balançou a cabeça.

— Certo. Vamos.

Eles foram.  Stiles reconheceu o caminho. O movimento dos prédios lá fora, a mudança de ambiente. Logo viu-se diante da mansão. Que não há muito tempo havia visitado para uma festa surpresa.

Saiu do carro olhando ao redor, melhor do que da última vez. Com mais calma. Derek o seguiu, esfregando as mãos com insistência. Foi entrando, guiando-o até a sala.

— Me espere aqui. Vou sair e ficar fora por alguns minutos.

Stiles lhe lançou um olhar tenso.

— Vai me deixar aqui sozinho?

Ele não entendeu a própria pergunta. As vezes se via pensando na mão agarrando sua gola da camisa, de repente. Pensando no que faria, no que deveria ter feito.

— só irei pegar uma encomenda. — Derek explicou, apontando para a porta.

— A…

— você pode ir comigo, se quiser. — Derek propôs.

— Não... tudo bem.

— quer que eu fique? — O moreno se aproximou, apoiando-se no dorso do sofá.

— Não. Pode ir.

— É só o meu tio. — Derek explicou. — É espaçoso mas é um cara legal.

— Eu sei. É só… tudo bem.

Derek balançou a cabeça. Hesitou por um instante, antes de resolver chama-lo.

Stiles se remexeu no assento, enquanto o humano sumia por um dos corredores. Olhou em volta. Reparando que o cômodo estava diferente daquela vez. 

Não demorou para escutar vozes ao longe. Meros sussurros vindos de Derek e Peter, aumentando a cada passo. O Hale mais velho usava uma calça moletom e pantufas, empunhando uma caneca com café.

— Eu diria "bom dia". — Ele disse. — mas o dia começou péssimo. Então: dia.

Balançou a mão livre no ar. Derek lhe lançou um olhar carrancudo.

— Dia. — Stiles respondeu. Olhou para Derek como pudesse ter as respostas.

Peter se jogou na poltrona e bocejou.

— Certo. Volta em… — O Hale mais jovem espiou o relógio. — Vinte minutos.

Stiles o acompanhou - pelos olhos - sumir por onde haviam entrado. O silêncio perdurou até o bater da porta.

Olhou para Peter. Que bebericava o café enquanto observava as pantufas arroxeadas, que balançava.

Stiles não sabia o que dizer. Como entrar naquele assunto. Já havia tentado entrar em uma conversa com o humano, ele lhe tirava do sério com muita facilidade. Embora não se lembrasse muito bem assunto; devido ao incomodo que sentia causada pelo plano de Laura. Contudo, queria ajuda, distração, independência.

— Então…

— Sabe. — Peter o interrompeu. — Esse rostinho não fica perfeito sozinho.

Stiles o encarou com atenção. Engolindo a frase que tanto demorou para formular.

— Precisa de uma boa noite de sono. — Explicou o homem. — acordar às duas da manhã não ajuda.

O evoo torceu o nariz. Sem crer que estava tendo aquela conversa.

— Sinto muito se Derek atrapalhou o teu sono de beleza. — Disse-lhe não sentindo coisa nenhuma. Estava irritado. Mas não expressou nenhum e nem outro.  — Perder tempo.

Peter ganiu. Aquele carinha não tinha mesmo senso de humor.

— Não fez. — Garantiu. — Gosto do meu sobrinho. O suficiente para não ligar para essas olheiras.

Ele balançou os dedos diante dos olhos.

Stiles não via nada. A não ser pura paranoia.

— Um sentimento bonito. Eu acho. — Realmente não sabia o que pensar sobre aquilo.

— Eu sou demais.

— Céus… — Stiles suspirou.  — Sério?

Ficou encarando Peter com ceticismo. O homem apenas riu.

— Certo. Vamos ao que interessa.

Stiles pedia por isso mentalmente. Desde que Derek saiu por aquela porta desejou possuir um controle que pudesse avançar que o motivo que o levara até ali entrasse em pauta.

— o que sabe fazer?

— Como assim?

— Meu sobrinho disse que você está desesperado por um emprego. — Peter explicou. — Claro, ele não usou essas palavras.

— Claro…

— E então?

 — estou desesperado, sim. — O evoo admitiu. — Mas nem tanto. Que fique claro.

Peter ergueu as sobrancelhas.

— Como um cristal. — Disse-lhe. — O que você sabe fazer?

— O que tem para oferecer?

Stiles devolveu a pergunta. Peter bebericou o café.

— coisas. Sou um investidor. É quase um hobby.

— Faço de tudo um pouco. — O evoo comentou. — Está precisando de um segurança? De um cuidador? Cozinheiro? Secretário?

— É uma lista longa. — Peter observou. —  aprendeu tudo isso no lugar? Esqueci nome.

— Onde mais séria?

— Ok.  — Peter ergueu as mãos. — no que você é bom?

— em tudo.

— Muito modesto.

— Prático.

Peter terminou o café com um gole. Deixou a caneca de lado, equilibrando no braço da poltrona.

— Você e o meu sobrinho estão tendo um caso? — Perguntou de repente. 

O evoo piscou como se tivesse levado golpe no meio da testa.

— Como é? — Indagou como quem escutou errado. Precisava ter escutado errado.

— você me ouviu. — O Hale sorriu. — E entendeu.

— Não. — Stiles resmungou.  — Porque pensaria isso?

— Por nada. — O mais velho deu de ombros. — Apenas curiosidade.

— da próxima vez pergunta para ele.

— Eu perguntei. — Peter admitiu. — Ele quase morre.

— Somos amigos. — Stiles garantiu.

— com benefícios? 

— Porque está fazendo perguntas tão idiotas? — Stiles perguntou entredentes. — E sendo tão babaca?

Lançou um olhar afiado. Peter sabia que se quisesse o castanho estaria lhe enforcando. Só não sabia o motivo de ainda não ter feito.

— porque é engraçado te irritar. — Peter esboçou um sorriso. Apoiando os cotovelos nas coxas — geralmente os evoos não retrucam. Nada, nem quando são ofendidos.

— é porque eu não sou um evoo comum. — Stiles Balbuciou. Sentiu a algo estranho em falar isso em voz alta.

— sim. Dá para ver.

— Foco. — Stiles pediu. — Podemos focar no motivo de você ter sido acordado de madrugada?

Peter Assentiu com um suspiro.

— certo. Tenho algo para você.

— E o que é?

— Prefiro mostrar. Ou que você me mostre. Tanto faz.

Peter se empertigou. Pegou a caneca e se levantou, passando a caminhar em direção ao corredor. Parando no meio do caminho, olhando por cima do ombro.

— Você vem ou não?

Stiles se levantou e o seguiu pelos corredores espaçosos do local. Fora guiado até a cozinha.

— Prepare alguma coisa.  — Pediu, se sentando a pequena mesa do local.

Stiles deu uma boa olhada no cômodo.

— Qualquer coisa?

— Não sou exigente quando se trata de comida.

Stiles balançou a cabeça. Pensando no que faria. Acabou pensando em Derek e no syrniki. E fora atrás dos ingredientes. E explicou como pode ao humano o que faria.

— Panqueca? — Peter repetiu. Era melhor do que tentar usar o nome de fato.

— Tipo isso.

Stiles observou e focou-se no que deveria fazer. E preparou. Pegou tudo o que precisava – de objetos a ingredientes – e se instalou diante do balcão. Peter o observou, os movimentos leves, a expressão concentrado. O cheiro ficando mais forte, fazendo-o esticar o pescoço para tentar olhar melhor.

Stiles empilhou três em um prato. Eram grossas como dedos. E despejou a calda vermelha que havia feito.

— O cheio está bom. — Peter comentou.

— É. — Stiles balbuciou. Colocou o prato diante do homem.

— Não fez para você? — o loiro Indagou. Puxando o objeto para mais perto, observando as syrnik com curiosidade.

— Estou sem fome.

O Hale da de ombros. Fatia um pedaço e levou a boca. Mastigou, sentindo a mistura de sabores. A textura.

— Humn… — tentou falar, mas decidiu que era melhor engolir primeiro.

Stiles ergueu as sobrancelhas. Esperando.

— está bom. Não mentiu. Como se chama mesmo? — Indagou apontando com o garfo para o prato.

— Syrniki. Faltou o creme. — Explicou. Fez o que pode. — Derek gosta.

— Ele tem bom gosto. — Peter enfiou mais um pedaço na boca. Aproveitou a caneca e se serviu com café.

Stiles ignorou a gracinha do homem.

— Para onde ele foi?

— Derek? — Peter murmurou, bebericando o líquido.

Stiles assente brevemente.

— Foi buscar o terno novo. Não vê a hora de voltar a trabalhar.

— Fato.

Peter ri baixinho.

— Tem celular?

— não. — Stiles balança a cabeça. Olha ao redor. — É aqui?

— não. Já que você não tem celular irei mandar o endereço para o Derek. É um restaurante. O chefe está precisando de um auxiliar.

Stiles balançou a cabeça.

— quando posso começar?

— vou falar com um amigo. — O loiro explico u.

— Humn… — Não parecia certo daquilo. Imaginou que iria ser ali.

Peter se concentrou na guloseima. Se deu conta de que já havia comido metade. Mais rápido do que pretendia.

Eles escutaram passos no corredor. E ambos viram os rostos na direção da porta, por motivos distintos.

— Bom dia. — Malia foi entrando. — Que cheiro é esse?

— É Snickers. — Peter diz.

— snickers ? — a garota franziu o cenho. Não parecia nem um pouco com chocolate.

— É Syrniki. — Stiles corrige. E devolve o aceno para a menina.

— O que é isso?

— Algo bom. — Peter murmura.

— Tem mais? — Perguntou interessada.

— Tem? — Peter ergueu a sobrancelha.

Stiles assentiu voltando para o balcão. Foi naquela pandemônio de farinha, ovos, fritura e doce que Derek chegou. Observou a cena. Os olhos pulando de um para o outro.

— Você está cozinhando… — observou, um pouquinho chocado.

— Não faça essa cara. — Stiles resmungou. Ocultando um sorriso.

Derek se aproximou, olhando melhor, interessado.

— A… é Syrniki? — Indagou. Tentando não parecer tão desesperado.

— senta aí. — Stiles mandou e ele obedeceu. Esperando o seu momento.



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