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História Home Sweet Home - Por cada lágrima


Escrita por: vanaheim

Capítulo 33 - Por cada lágrima


Fanfic / Fanfiction Home Sweet Home - Por cada lágrima

Derek sabia que poderia falar. Falar qualquer coisa. Falar e falar. Dos dois ele era quem mais falava. Na maior parte do tempo era assim. Antigamente. Parecia até uma outra vida.

Eles ficaram se encarando em silêncio. Olho no olho. O vidro entre eles. Até que Stiles o convidou para entrar. O evoo não estava preparado para o frio daquela noite. Parado no meio da rua esfregava os braços com insistência.

Derek o seguiu. Depois do convite nada fora dito. O silêncio era estranho. Pareciam dois estranhos. Derek não podia culpa-lo. Também se silenciara quando não ligou. Quando se afastou por desculpas dúbias.

Subiram as escadas até o terceiro andar. O apartamento era o segundo a esquerda. Aquilo deixou Derek curioso, já que Stiles não os suportava. Ao menos era mais próximo do chão que o seu.

Derek observou-o abrir a porta. Stiles não o encarava. Não o olhava de esguelha.

Derek queria que ele o fizesse. Queria ver seu rosto. Stiles estava feliz por vê-lo ali? Triste? Chateado?

Ele não sabia. Stiles como sempre era uma incógnita. Parecia aquele evoo ilegível do primeiro dia.

Eles entraram. O local era pequeno. O que dividia a sala da cozinha era um simples balcão. Stiles fora direto para a mesa e ofereceu um local para ele, Derek se sentou.

Silêncio. Estranho e palpáveis.

— Quer beber algo? — Stiles Indagou distraído.

Derek o fitou. Já encarava de qualquer forma. Era tão estranho ouvir sua voz depois de tanto tempo. Estranhamente bom. Percebeu que ele não estava falando de água.

— Você bebe agora?

Não queira soar como uma acusação, censura. Mas estava surpreso. Preocupado. E lembrou-se do próprio episódio de bebedeira. Idiota, era como se sentia. Porque não poderia ser tão fácil?

— Um pouco, as vezes. Socialmente.

O evoo deu de ombros. E pediu:

— Não faça isso.

— O que? — Derek perguntou confuso.

— Critique. Não é nada demais.

— Desculpe. — Balbuciou. Não fora até ali para isso.

— Estou surpreso. — Stiles rumorejou. Batucava os dedos na madeira. Um som ritmado e nostálgico. — Você aqui.

— Queria saber como você está.

Era uma pequena parcela da verdade. Derek a soltava aos poucos. Sentia que se falasse tudo de uma vez explodiria.

— poderia ter ligado.

Não era uma alfinetada mas foi como Derek sentiu. Uma bofetada. A mão de Stiles, Danny, Ethan e Laura e tantas outras. O celular pareceu esquentar em seu bolso, como se concordasse.

— eu sei. — Suspirou o moreno. — Queria te ver.

— Vídeo chamada?

— Desse jeito irei pensar que foi uma péssima ideia ter vindo.

Stiles não o respondeu. Ficou encarando os dedos. Seu silêncio deixou Derek agoniado, temeroso.

— É isso Stiles? — Indagou mesmo assim. — minha presença te incômoda?

— Nenhum pouco. — Stiles afirmou. Olhando-o nos olhos.

A atenção, o brilho daqueles olhos deixavam-no aturdido.

— Não sei o que dizer.

Derek contou. Stiles o compreendia.

— Nem eu.

"Não sou bom com palavras." Derek lembrou-se da carta. As vezes ele também não era. Principalmente com Stiles. Ele o deixava assim. Bobo, lerdo e sem fala.

O evoo Suspirou. Resolveu que ele precisava de algo para beber. Se levantou e pegou uma cerveja na geladeira e retornou. E trouxe uma para Derek.

Derek imaginou que seria mais fácil se abrir com ajudinha. E entornou.

Stiles bebeu a sua lentamente.

O moreno olhou em volta com minúcia. O apartamento era simples e minimalista. Apenas o necessário.

— Pensei que você me odiasse.

Derek encarou assustado. E teve de se controlar para não engasgar-se com a cerveja.

— Nem se que quisesse. Como poderia? — Tratou de dizer.

— Te dei prejuízo. Traumatizei e estraguei as tuas férias? — Chutou o castanho.

— Você salvou ela. — Derek pontuou. Pois lembrava-se com perfeição de como os dois primeiros dias das férias foram parados, do mais puro tédio. — E já conversamos sobre isso um milhão de vezes. Te ajudei e faria tudo outra vez.

— Não sei se mereço.

Sussurrou o evoo. Brincava com a tampa da garrafa. Fazendo girar sobre a mesa.

— Porque logo você não seria merecedor de ajuda… de afeto?

Derek Indagou. Queria poder segurar a mão do castanho. Quando fizera lá atrás. Mas se deteve.

— As pessoas que se aproximam de mim sempre se machucam. Cedo ou tarde.

Derek não poderia argumentar contra aquilo. Não com Stiles cheio de certeza.

— Posso lidar com isso. — ele garantiu.

Permaneceu encarando o castanho. Suas palavras ressoando no ar. Ele poderia repeti-las: “te ajudei e faria tudo de novo.”, “não me deve”, “posso lidar com isso.” Permaneceu encarando-o até que Stiles o olhou nos olhos.

Stiles o encarou perdido, confuso.

— Quer que eu vá embora? — Realmente deveria ter ligado.

— Não sei. — Disse-lhe Stiles. — Não quero.

— Certo.

O moreno começou a se inquietar. Sentia o suor nas mãos, ou era o da garrafa?

— Vai ficar? Por quanto tempo? — O olhar era distraído. Ficava se alternando entre Derek e a mesa.

— isso depende.

— De que? — Stiles Indagou. Um pouco mais curioso do que pretendia.

Derek o encarava. Sempre assim. Era como um magnetismo. A um tempo seus olhos só se voltavam para um ponto; onde Stiles estivesse.. Stiles apertava a alça da caneca. Mais uma vez desejou segura-la como naquela vez.

— Eu vim por você Stiles. — Confessou. O rosto esquentou. Fervilhava como a boca do seu estômago. — Porque eu gosto de você. De verdade. Porque aquele apartamento estava grande de mais, silencioso de mais, sem você.

Derek quase não conseguiu sustentar o olhar. Os olhos de Stiles eram afiados. O evoo ficou encarando-o, mil coisas passando por sua cabeça. Derek desejou saber cada uma delas.

— E se eu disser que não gosto de você? Não como espera...

Stiles desviou os olhos. Massageou o pescoço com insistência.

A ausência dos dedos, as cicatrizes, causavam a Derek uma sensação estranha. Uma falha que não podia se perdoar. Sequer deu atenção a frase. Já havia pensado naquele desfecho tantas vezes que quase não doía. Quase.

— Bola pra frente. — Sussurrou. Imaginando que estava sendo testado. Podia ser insistente também.. — Podemos fingir que essa conversa nunca aconteceu.

Silêncio. Olho no olho. Derek começava a suar pra valer, sentia que seus batimentos estavam em um ritmo atípico.

— Não sou bom em fingir. — Stiles admitiu. Lembrou-se do plano de Laura. Como Derek não percebeu?

— não vai mais conseguir ser meu amigo? — O moreno quis saber.

— Não sei.

— Posso lidar com isso. — Derek imaginou que suspiraria. Mas gemeu desgostoso.

— não consigo voltar para lá…

Stiles balbuciou. A voz tensa e sentida. Mordendo o lábio inferior, lutando contra tudo.

Derek pensou rápido. Rápido e no calor do momento. Como a decisão de ir até ali. E tantas outras quando se tratava de Stiles Stilinski.

— Eu gosto daqui.

O evoo encarou-o com um olhar desesperado. Se deparando com a convicção.

— Você é louco Derek. — Balançou a cabeça. Derek podia jurar que viu um lampejo de um sorriso. — Não pode deixar a sua vida para trás.

Aquilo não era nem um sim e nem um não. Um limbo. Ainda assim animou o Hale.

— Eu estava praticamente morando na minha sala. — Contou. — Laura disse que isso não é vida. Concordo com ela. Que fique entre nós, certo?!

Stiles o encarava com incredulidade. Pensando que talvez realmente faltasse um parafuso ali dentro.

— Não vai desistir não é?

— Está tentando me fazer desistir?

— Estou tentando abrir seus olhos. — Stiles explicou. — Não sou uma boa companhia.

— Eu discordo completamente. — Derek retrucou. Se levantou e se sentou em uma cadeira mais próxima ao evoo.

— Vou ser sincero com você. — Murmurou. Ele tinha a atenção de Stiles. Suas mãos estavam próximas em cima da mesa. Quase podia sentir o toque dos dedos nos seus. — Não sei quando isso se transformou de uma simples amizade para uma paixão. Mas aconteceu. Está aqui. E doeu todos cada dia desses meses. Estou apaixonado por você, Stiles. Tentei reprimir esse sentimento, tentei negar. Mas quando fiz as suas malas… uma parte de mim ficou lá dentro.

Queria que Stiles dissesse algo. Não esperava uma declaração de amor caprichada. Só…

— Sua irmã me contou. — Stiles Murmurou. — Pensei que fosse mentira. Dado ao histórico exagerado dela.

— Laura é intrometida. Tenho pena da filha dela.

— Ela tem uma?

— Está grávida. — Derek contou.

— Puxa… — Stiles esboçou um sorriso sútil. Um muito breve.

Derek sentiu a necessidade de retomar o foco. De uma resposta.

— Tudo bem você não sentir o mesmo. Eu precisava dizer...

Ele se calou. Sentiu a mão de Stiles na sua. Apertando. Era quente. Os dedos longos que quase cobriam perfeitamente a sua. E melhor, os lábios no seu. Quente e vivo. Real, se movendo lentamente. Tão bom quando aquele do sonho.

Derek teve que puxar o ar para os pulmões. Sentia-se uma bexiga vazia quando Stiles recuou. Ainda processava o ato. Àquela eletricidade. E o fogo que recusava-se a se apagar.

— Desculpa por te fazer chorar.

Stiles sussurrou rente a sua boca. A mão acariciando a sua, a outra em seu ombro. Contato.

Derek lembrou-se da noite em que fora atrás do evoo, lá no nemeton. Ele viu.

— Você viu… — Balbuciou encabulado. Distraído com a expressão do evoo.

Stiles as apertou-lhe a mão antes de se empertigar.

— você parece cansado.

Ele observou. Antes que o assunto sobre aquela noite se estendesse.

— Longa viagem. — Derek Balbuciou, quase hipnotizado.

— Está com fome?

Derek tinha uma boa resposta para a pergunta, encarando os lábios do castanho.

— Não. — Disse-lhe. — Estou bem. Come na casa do Danny

Derek o observou se levantar. E Lamentou a distância. Porém, era bem melhor alguns metros do que vários quilômetros.

— Pois eu estou faminto. — Stiles Murmurou, espiando o interior da geladeira. — Como eles estão?

Derek se distraiu com os movimentos de Stiles. Fora respondendo e perguntando. Ambos se atualizando.



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