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História Homem-Aranha - Sweet Dreams - Parte 3


Escrita por: LinoLinadoon

Capítulo 3 - Parte 3


   Otto abriu os olhos, tentando processar o mundo ao seu redor com sua mente grogue. Ele podia sentir o movimento dos braços atrás dele, puxando seu corpo vez ou outra, mas os movimentos eram lentos, gentis. Devia de ser o que tinha o acordado, por que ele tinha certeza que não era a sua típica hora para acordar a julgar pela escuridão lá fora. Mas o que os braços estavam fazendo agora…?

   Um choramingar baixo foi a primeira informação que seu cérebro dormente processou, o sonho que tinha tomado sua mente momentos antes dele acordar retornou à ele e, finalmente, ele pôde se focar o bastante para ver através das câmeras e descobrir o que os braços mecânicos estavam fazendo.

   “Droga… Deixem ele em paz…!” Ele ordenou e os braços obedeceram, parando de se mover, mas sem cortar contato.

   “Não… Por favor…” Veio o choramingar às suas costas novamente, o tom similar ao que Otto tinha ouvido em seus sonhos e que só piorou o aperto em suas calças de pijama.

   No escuro do quarto, só havia a luz dos braços mecânicos e, embora os olhos de Otto não fossem mais os mesmos desde o incidente com a máquina de fusão, as câmeras dos braços lhe davam uma visão muito melhor.

   Peter sorriu para ele, rosto vermelho e cabelo desarrumado, enquanto ele afagava a garra mecânica em seu ombro, perto de seu pescoço, como se fosse um bichinho de estimação; sua camisa tinha sido rolada para cima, um dos braços descansando sobre sua barriga forte e coberta de cicatrizes; enquanto outro tinha se enrolado em volta de uma das pernas de Peter, e o último parecia estar prestes a deslizar para baixo da cintura da cueca de Peter antes de ser interrompido pelo cientista.

   Otto encarou a imagem diante dele, sua mente ainda demorando para processar tudo o que estava acontecendo. Ainda assim, ele tinha que admitir, que era uma imagem para ser admirada.

   “Bom dia, Otto…” Peter disse, respirando em lufadas, mas ainda sorrindo. Ele apertou o rosto mais perto da garra em seu pescoço, sua bochecha quente esfregando contra o metal. “Estava sonhando comigo?”

   “Eu… Sim.” Otto assentiu. Os braços aceitaram isso como um sinal para poder se mover novamente, continuando a acariciar o corpo de Peter, seus movimentos lentos e delicados, contrastando com sua aparência grosseira e bruta.

   “Acho que seus braços queriam…” Um leve arfar interrompeu as palavras do rapaz quando um dos braços inferiores (Harry, Peter tinha o nomeado) deslizou sobre seus mamilos. Otto observou enquanto Peter arqueava as costas. “Tornar esse sonho uma realidade?”

   A princípio, Otto se sentiu envergonhado, talvez nervoso em deixar com que os braços, de um modo ou de outro, se aproveitam de Peter enquanto ele dormia, mas agora ele sorriu para seu namorado, relaxando enquanto observava o rapaz se remexer embaixo do toque mecânico dos braços, querendo mais do que eles tinham para oferecer.

   “Você sabe como eles são, eles gostam de agradar.” Otto mencionou.

   “Gostam mesmo… Ah…!” Peter gemeu e o cientista observou um dos braços deslizar para dentro da cueca desse, se esfregando contra a forma escondida da ereção dele.

   “Agradar você em especial…” Otto praticamente ronronou, se inclinando sobre Peter. Uma leve pontada de dor não o permitiu fazer mais que isso, mas ele a ignorou, focando apenas em Peter. “Está gostando do trabalho deles, Peter?”

   “Sim…” O herói suspirou, se voltando para o cientista com olhos semicerrados. Sem quebrar contato visual, ele apertou seus lábios contra as pinças ao lado de sua bochecha. Otto tremeu levemente, podendo sentir o calor e o formato dos lábios de Peter contra o braço mecânico, que soltou um chiado baixo.

   Ele levou a mão até a frente de suas próprias calças, sem nunca desviar os olhos de Peter, permitindo que os braços mecânicos fizessem a maior parte do trabalho.

   Um dos braços envolveu a cintura de Peter, algo que ambos tinham descoberto bem cedo ser algo que o rapaz gostava de sentir; o aperto forte, a constrição causada pelo tentáculo de metal o segurando no lugar, sempre mexia com Peter. Mas, por causa da posição de Otto na cama, o braço tinha que se mover para o lado, o movimento puxando os músculos das costas do doutor, e ele soltou um arfar de dor. Não era tão dolorido quanto poderia ser - como quando ele sentia como se alguém estivesse arrancando um pedaço de sua carne de seus ossos - mas ele ainda sentiu sua pele formigar com uma dor superficial.

   Quando Otto abriu os olhos - que ele tinha fechado sem notar - ele se encontrou encarando um par de olhos azuis, totalmente abertos e sérios.

   “Otto?” Peter perguntou, focando mais atento ao ouvir o arfar, facilmente notando que não era um som de prazer. Ele examinou o cientista com os olhos. “Suas costas estão doendo de novo?”

   “Não tanto quanto ontem…” Otto balançou a cabeça, afastando a preocupação do rapaz para não interromper o momento.

   Mas é claro que Peter não deixou aquilo passar.

   “Tá, mas você ainda não devia se mexer demais.” Peter disse, empurrando os braços mecânicos. Ele se colocou de joelhos e se voltou para o abajur na mesinha de canto, ignorando totalmente o quão excitado estava e ao invés disso se focando em erguer os travesseiros contra a cabeceira da cama. “Aqui.” Ele sorriu para seu namorado. “Eu vou pegar a bolsa de gelo.”

   “Não precisa… Peter!” Ele disse, mas Peter já estava saindo do quarto a esse ponto.

   Otto suspirou, se voltando para os braços mecânicos que corresponderam ao olhar. Ele podia se ver através das câmeras e ele parecia uma porcaria - fora o fato de que ele tinha acabado de acordar. Ele franziu o cenho e os braços se abaixaram como que com vergonha. Essa não era a primeira vez que um momento íntimo entre os dois tinha sido interrompido por suas dores, que pareciam estar ficando cada vez piores com o passar dos anos, com a idade se aproximando mais e mais.

   Peter retornou alguns momentos depois, como que determinado a não deixar o mais velho sozinho com seus pensamentos por mais tempo que o necessário, trazendo consigo a bolsa de gelo. Ele trabalhou rápido, colocando as bolsas de gel resfriado dentro das fronhas dos travesseiros do outro para que pudessem ficar no lugar.

   Otto o observou silenciosamente, se lembrando de mais cedo naquela noite, das mãos gentis tocando suas costas doloridas. Peter era tão cuidadoso. Às vezes, Otto se sentia mal por todo o trabalho que seu namorado sentia precisar fazer para deixá-lo confortável; e, mesmo que só um pouco, Otto se sentia envergonhado de estar em uma posição como aquela, se sentindo quase “infantilizado” por toda aquela atenção. Mas ele sabia que Peter só queria ajudar e, no final das costas, Otto só podia agradecer por ter alguém tão carinhoso e paciente ao seu lado. Ele mal podia acreditar que merecia tal coisa.

   Uma vez que tinha arrumado o resto dos travesseiros contra a cabeceira, Peter se voltou para o outro, esperando. Otto se aproximou, sentindo as mãos de Peter em seu braço enquanto ele se movia para sentar de costas para os travesseiros; os braços mecânicos ajudaram, com o superior direito (Flo) se assegurando de que os travesseiros estavam posicionados de um modo confortável atrás do cientista. Suas costas doeram um pouco, tanto por causa da leve pressão quanto pelo frio, mas em pouco tempo ele sabia que a dor iria diminuir, sendo substituída por alívio.

   “Pronto.” Peter disse, ajoelhado ao lado de Otto. “Melhor?”

   “Estou bem…” Otto afastou sua preocupação mais uma vez, sorrindo para o rapaz. “É sério, Peter.” E como que para provar tal coisa, um dos braços superiores (Moe) se esticou até Peter, tocando-lhe a bochecha.

   Peter se inclinou contra o toque, examinando o homem com os olhos.

   “Foi culpa dos braços ou só por que você se moveu demais?” Ele perguntou, erguendo uma mão para manter as pinças de metal naquele mesmo lugar.

   “Ambos, eu acho…” Otto admitiu. “Mas talvez os braços tenham começado tudo.”

   “Hum-hum…” Peter assentiu. Seus olhos estavam distantes enquanto observavam o mais velho. Otto esperou; havia algo naquele olhar que ele já conhecia bem, que era diferente de preocupação. E então aqueles olhos azulados se conectaram com os seus e Otto pôde ver alguma coisa brilhando dentro deles. “Tudo por que eles queriam recriar as coisas com que você estava sonhando, é?”

   “Sim.” Ele teve de sorrir.

   Peter retribuiu o sorriso, um tanto sem jeito, claramente notando que Otto tinha compreendido o que se passava por sua cabeça. Com a mão ainda segurando as pinças fechadas de metal, ele afastou Moe, o deitando na cama.

   Otto observou o rapaz se mover, cuidadosamente movendo-se para ficar acima do doutor, as pernas de cada lado da cintura desse; os olhos de Otto desceram pelo corpo de Peter, o admirando, parando na curva em forma de “v” de sua cintura, exposto graças à sua camisa levemente levantada, e eles se focaram no pequeno caminho criado pelos pelos do rapaz, descendo por seu baixo ventre e sumindo em baixo de suas calças. Peter ergueu uma mão, pousando-a no peito de Otto, apenas alguns centímetros longe de seu coração, e o cientista ergueu os olhos para os dele novamente.

   “Então… Com o que você estava sonhando, doutor?” O herói perguntou, sua voz um tanto mais grave, mas dessa vez não por causa do sono.

   Desde que os dois tinham começado sua relação, Peter tinha parado de chamar Otto só de “doutor” e, talvez por causa de sua falta de uso atual, aquela palavra sempre arrancava uma reação do cientista quando era falada pelo rapaz. Ele tremeu e não pôde deixar de grunhir baixo, sentindo Peter descansar um pouco mais de seu peso sobre ele, bem em cima de suas calças de pijama já bem apertadas.

   “E então?” Peter perguntou novamente, virando a cabeça um pouco para o lado e se inclinando para a frente.

   “Bem…” Honestamente, Otto tinha se esquecido de maior parte do que tinha sonhado, sua mente mais focada na realidade no momento. “Se me lembro bem… Era bem parecido com isso.” Ele decidiu dizer, erguendo as mãos para envolver a nuca do rapaz, apertando os dedos contra suas vértebras. A reação foi instantânea. O rapaz tremeu, ficando tenso, mas Otto sabia que era um bom sinal quando Peter derreteu em seguida. “Mas eu acredito que seria mais fiel ao sonho se estivéssemos nos beijando”.

   Peter sorriu, se aproximando um pouco mais e apertando seus lábios juntos, com a mão grande de Otto ainda o mantendo no lugar. Beijar Peter era sempre uma alegria, de seus selinhos gentis para seus beijos apaixonados e famintos. Otto tinha perdido a conta das vezes que os dois já se encontraram se beijando no sofá tarde de noite; era incrível como Peter conseguia fazer um homem de sessenta anos como ele se sentir como uma adolescente novamente.

   Peter não se inclinou muito contra ele, Otto notou, provavelmente preocupado em não colocar muito peso contra o cientista e apertar suas costas contra a cabeceira e ele não pôde deixar de ressentir tal distância. Os braços mecânicos se moveram em resposta a isso, envolvendo o rapaz e o puxando para mais perto. Peter gemeu contra os lábios de Otto, um gemido que o mais velho conhecia bem.

   Mas antes que ele pudesse fazer alguma coisa para satisfazer o herói, Peter se afastou.

   “Eu acho que sei o que acontece depois…” Ele disse suavemente, abrindo seus olhos azulados e encarando os marrons pálidos de Otto com um fogo que fez o sangue de Otto esquentar.

   “E o que acontece?” O cientista o induziu a continuar.

   Peter não respondeu, ao invés disso apertou os lábios contra os de Otto mais uma vez, se afastando antes do beijo se tornar mais longo. Mas era claro que ele não tinha terminado, começando a descer beijos pela mandíbula de Octopus, fazendo um caminho em direção de seu pescoço até sua clavícula.

   Otto suspirou, se inclinando contra os travesseiros e as bolsas de gelo, observando Peter continuar a descer, beijando o peito de Otto de modo suave e provocativo que ele sabia enlouquecia o homem. Peter levou seus lábios até o mamilo esquerdo, chupando levemente, e Octavius não pôde se impedir de gemer. Ele levou uma mão até os cabelos do rapaz, enrolando os dedos com as mechas desse, sem segurar com muita força, mas o mantendo no lugar; e ele observou, como que fascinado, o modo como Peter usava seus lábios para lhe dar prazer.

    Ele sentiu o toque de dedos contra a pele cicatrizada de seu estômago, tocando a área onde pele se encontrava com metal. O metal estava quente ao redor de Otto, como se estivesse superaquecendo por causa de muito esforço, embora os braços mecânicos estivessem parados; mas talvez o calor não estivesse vindo dele.

   “Abra isso…” Peter disse contra o peito de Otto, sua respiração fazendo o cientista tremer. “Vai se sentir melhor.”

   Otto assentiu sem dizer nada, deslizando a mão para um pequeno botão num dos lados da cintura de metal; os trincos clicaram, permitindo-lhe abrir a frente do cinturão. Apesar da leve dor causada pelo movimento, ele desfrutou da liberdade que se seguiu com um suspiro.

   Peter sorriu para ele, apertando um beijo sobre o coração rápido de Otto, antes de voltar a descer seus beijos. O cientista mordeu o lábio para segurar um sibilo baixo ao sentir os lábios do rapaz sobre suas cicatrizes, mas o som de dor logo foi trocado por um gemido grave graças aos beijos suaves deixados sobre a pele sensível de sua barriga. As mãos de Peter deslizaram para entre as pernas de Otto, tocando o membro duro, mas escondido de seu namorado, envolvendo sua forma com os dedos.

   “Peter…” Otto gemeu.

   “Shh…” Peter murmurou contra a barriga cicatrizada de Otto, abrindo os olhos e os mantendo presos aos de Otto enquanto empurrava a calça e a cueca desse para fora do caminho. “Só me deixa cuidar de você…”

   Não era como se Otto fosse pará-lo. Nunca.

   Desde a primeira vez que Peter tinha confiantemente aberto seu zíper e puxado seu pênis para fora de suas calças, o rapaz demonstrou que sabia o que estava fazendo. Otto sabia que nunca se cansaria do modo como os lábios de Peter envolviam seu pau, ou do modo como o rapaz movia sua cabeça, chupando de modo provocador. Ele tinha tido a maior facilidade do mundo em levar Otto a seu clímax naquela época, algo que ele às vezes gostava de lembrar o doutor sobre.

   O cientista se deixou relaxar mais contra os travesseiros quando seu membro foi retirado de seu confinamento, enquanto esperava por ser confinado em um lugar muito diferente de suas calças.

   Se o modo como Peter massageava as costas de Otto não era prova o suficiente, o cientista já tinha observado o rapaz trabalhando tantas vezes, tão cuidadoso, para saber que ele seria bom em outras áreas com aquelas mãos habilidosas. E, saber que aquela mesma mão que delicadamente envolvia seu pau era a mesma que podia esmurrar até a submissão um homem três vezes o tamanho do rapaz tornava aquilo simplesmente incrível, ele ousaria dizer.

   Otto observou como que hipnotizado enquanto Peter cobria seu pau com beijos, brincando com suas bolas de modo provocador, como ele gostava de fazer.

   “Agora…” Ele disse, já se sentindo sem fôlego. “Isso é bem mais parecido com o meu sonho…” E, com a mão ainda na cabeça do rapaz, Otto guiou Peter até a cabeça de seu pênis, mostrando a ele o que queria.

   Peter piscou, erguendo seus grandes olhos azulados para Otto por um momento antes de os fechar novamente, enquanto envolvia a ponta do membro do cientista com seus lábios.

   “Oh…” Otto gemeu, atirando a cabeça contra os travesseiros. Ele sentiu os músculos na parte de trás de seu pescoço reclamarem levemente e ele podia sentir o formato do chip inibidor em sua nuca, mas ele não se importou. A dor já tinha sido praticamente esquecida a esse ponto, especialmente quando seu namorado começou a chupar.

   Ele se forçou a olhar para baixo novamente, ignorando a dor e se focando apenas na bela imagem diante dele. Ele notou como a mão direita de Peter tinha desaparecido de seu lugar sobre sua coxa, esticada para baixo, entre as pernas do herói. Um dos braços mecânicos se moveu com cuidado, se posicionando para permitir a Otto ver, e Otto observou a mão de Peter deslizar seu próprio membro para fora da cueca, começando a se masturbar seguindo o ritmo de sua boca.

   Otto decidiu que aquela roupa tinha que ir.

   Movendo de modo cuidadoso, as pinças do braço se moveram, revelando as garras menores e mais delicadas da parte de dentro, com as quais ele agarrou a cueca do rapaz, a puxando para baixo.

   “Prontinho…” Otto murmurou, recebendo um gemido de Peter, que se remexeu enquanto o braço mecânico gentilmente afagava sua bunda exposta. “Melhor?” Ele perguntou do mesmo modo que Peter tinha o perguntado antes, recebendo um olhar brincalhão do rapaz. “Oh, merda…!” Uma risada misturada com um gemido escapou de sua garganta quando Peter chupou com mais força.

   Sua outra mão se uniu à primeira na cabeça de Peter, o ajudando a manter um ritmo, e Otto se esqueceu de todo o resto do mundo, se focando apenas na sensação da boca quente do herói o envolvendo. Mesmo com os olhos fechados, ele ainda conseguia ver através das câmeras, observando Peter quando esse parou de se masturbar, levando a mão mais para trás.

   Otto virou a atenção para o criado mudo ao seu lado da cama. Harry, que estava mais perto desse, se moveu para abrir a gaveta de cima enquanto Flo retirou de lá um pequeno frasco de lubrificante. Já estava meio vazio e Otto sorriu com as memórias dos vários outros momentos em que eles tinham o usado.

   Sem querer soltar as mechas marrons do rapaz, ele permitiu que os braços fizessem o trabalho, com Moe abrindo o frasco e derramando um pouco nas pinças fechadas de Flo. Ele tinha ficado nervoso quando fizeram aquilo pela primeira vez, mas Peter insistiu, dizendo que, uma vez que Otto tinha controle dos braços, eles não tinham nada com que se preocupar. Eles fizeram tudo devagar e até agora Otto preferia ser cuidadoso, mas ele tinha se tornado mais confiante quanto mais eles repetiam aquela cena. Afinal, os braços mecânicos tinham sido feitos para trabalho delicado.

   Peter pulou levemente ao sentir as pinças cobertas de lubrificante se aproximarem de sua bunda e seus dedos. Ele soltou Otto por um momento, olhando para o homem de baixo, mas esse só sorriu, apertando suas unhas curtas no couro cabeludo de Peter, arrancando um gemido dele e o fazendo fechar os olhos novamente.

   Se focando mais em continuar chupando Otto, Peter deslizou os dedos para fora e os descansou sobre a garra de metal, a guiando em direção à sua entrada. Flo apertou contra o pequeno anel de músculos, lentamente empurrando a ponta de suas pinças lubrificadas até ele abrir caminho, gentil e devagar, como tinha aprendido a fazer. Peter soltou um gemido longo, suas pálpebras tremendo por um momento enquanto ele se acostumava com a gentil invasão.

   Otto observou Peter por ambos os lados, fascinado. A primeira vez que ele teve aquela visão tinha sido demais para Otto, tanto que ele gozou bem mais rápido que o normal - o fato de que ele tinha passado um bom tempo sem quase nenhum estímulo sexual também tinha sido um fator naquilo, mas não importava. Demorou um tempo para Otto se acostumar com seus diferentes pontos de visão e às novas sensações que ele tinha com os braços mecânicos, mas Peter estava mais do que animado para ajudá-lo com tal coisa.

   As pinças não podiam ir muito fundo, é claro, então Otto se focou em mover a garra de modo provocativo, cautelosamente a puxando para fora antes de a empurrar um pouco mais fundo com cada movimento. Peter gemeu, se apertando para trás, contra o braço mecânico.

   “Ah, isso aí…” Otto murmurou, movendo-se no ritmo do rapaz. Ele afastou os fios marrons que caiam sobre a testa de Peter para ter uma visão melhor do rosto quente e rosado desse, dos olhos fechados e daqueles lábios bonitos esticados pelo seu pau grosso. “Tão lindo, Peter…”

   Peter respondeu com um gemido, as vibrações passando de sua garganta para o membro do cientista. Otto sentiu seu corpo inteiro tremer e ele ousou mover os quadris ao mesmo tempo que o braço mecânico. Peter engasgou levemente, pousando as mãos na cintura do homem para mantê-lo parado.

   Otto balançou a cabeça com o modo com que Peter tentava manter o controle da situação. Como em resposta à isso, ele moveu o braço mecânico o mais fundo que conseguia sem machucar Peter e o manteve lá, sorrindo torto quando o rapaz engasgou em seu pau, pego de surpresa.

   “Ah… Merda…” Ele arfou, se afastando e engolindo uma longa lufada de ar.

   “Venha cá, meu rapaz…” Otto se moveu levemente, sentindo só uma leve pontada em suas costas, feliz em saber que a dor estava sumindo. Ainda assim, ele usou ambos seus braços mecânicos e os orgânicos para erguer o outro.

   Peter piscou.

   “Otto, eu não quero machucar você…” Ele disse, mas ainda assim ele se aproximou, sentando no colo do outro como tinha feito antes.

   “Você não vai.” Otto disse com um sorriso, feliz em ver Peter corresponder com um dos seus.

   “Suas costas ainda estão doendo?” Peter perguntou mesmo assim, sempre considerado, pousando as mãos nos ombros do mais velho.

   “Nada com que se preocupar.” Otto foi honesto. Ele balançou a cabeça quando sentiu as mãos em seus ombros se moverem, a pressão deles firme o bastante para ser satisfatório e não machucar, como uma massagem meio tímida. Tentando distrair o herói, ele levou a mão até o pescoço de Peter o puxando para mais um beijo.

   Mesmo sendo cuidadoso, Peter derreteu contra Otto, permitindo que o mais velho devorasse sua boca e acertasse seus peitos um ao outro. O cientista não podia ignorar a textura da camisa do herói contra a pele sensível de sua barriga, mas antes mesmo que ele pudesse se mover para removê-la, Peter a deslizou por cima de sua cabeça, a jogando para algum lugar no quarto sem se importar.

   “Caramba…” Peter arfou contra a boca de Otto, rolando seus quadris quando duas mãos grandes agarraram suas nádegas, brincando com elas. Otto já tinha ouvido muitos falarem sobre como o Homem-Aranha era bonito de se ver de costas e ele sempre se encontrava sentindo uma grande satisfação egoísta por saber que ele era a única pessoa que podia não só vê-lo em sua completa glória, mas também tocá-lo, sempre quando desejasse.

   Peter gemeu enquanto Otto continuava brincando com seu traseiro. O rapaz era normalmente mais quieto no começo, mas no fim de suas seções, ele sempre acabava choramingando e implorando por mais, e Otto adorava levá-lo até isso.

   Uma mão pousou sobre o coração de Otto, a pressão decisiva, mas não forte, só empurrando o homem gentilmente contra os travesseiros.

   “Pare.” Peter disse, não de modo sério ou forte, mas de um modo que comandava obediência e Otto obedeceu.

   O rapaz sorriu para ele antes de desviar o olhar. Com um rápido fio de teia, Peter puxou o frasco de lubrificante esquecido para perto, derramando um pouco em sua mão antes de deixá-lo de lado novamente. Ele cobriu o membro de Otto, o tocando de modo lento. Otto sibilou com a sensação gelada, movendo os quadris contra o toque de Peter.

   Uma vez pronto, Peter se ergueu acima do doutor, e fez uma pausa.

   “Se alguma coisa doer, me diga.” Ele disse, sem fôlego.

   Octavius sabia bem o que significava quando Peter ficava sem ar daquele jeito e ele sorriu para o rapaz, assentindo em resposta. Com uma mão num dos ombros de Otto para apoio, Peter lentamente se abaixou, usando a outra mão para manter o membro do cientista em posição.

   “Oh, Peter…” Otto suspirou.

   Os gemidos de Peter acompanharam os seus e ele rolou os quadris uma, duas vezes, cada vez empurrando mais e mais do outro dentro de si. Otto levou as mãos para os quadris do rapaz, mas só os deixou ali, permitindo que Peter se mantivesse no controle por enquanto.

   “Merda…” O herói gemeu quando desceu até o fim e parou. Ele piscou seus olhos azuis, os voltando para o cientista após alguns segundos de silêncio. “Sempre tão gostoso…” Ele sorriu para Otto que sorriu em resposta, incapaz de dizer qualquer coisa, simplesmente desfrutando da sensação de estar dentro de seu namorado. Ele adorava aquilo, estava sendo quase difícil para ele se impedir de se mover, querendo sentir mais do calor de Peter, do modo como ele o apertava, a fricção, a sensação de ter seu pau apertando todos aqueles pontos especiais dentro de Peter

   Por sorte, o rapaz não iria o deixar esperando por mais tempo, começando a mover seus quadris de modo quase preguiçoso no começo. Otto agarrou a cintura de Peter com mais força e ousou ajudar o rapaz a se mover, movendo seu quadril junto com ele.

   Aos poucos, os dois encontraram o mesmo ritmo de antes. A mão de Peter no ombro de Otto o mantinha preso no lugar sem precisar usar muita força, mostrando que ele ainda não queria que o cientista se movesse muito. Na maior parte do tempo, Peter permitia que Otto tomasse controle da situação, mas claramente ele era quem estava no comando dessa vez. Mas não era como se Otto estivesse reclamando. Ele só se inclinou para baixo, deixando o rapaz fazer o que queria e o observando com atenção.

   O herói gemeu baixinho, palavras pequenas que o outro já tinha ouvido várias vezes antes, mas que ele adorava ouvir todas as vezes que tinha o rapaz em seus braços. De repente, imagens do sonho que tivera alguns minutos atrás retornaram para Otto; ele sempre se surpreendia como sua mente podia produzir uma imagem tão fiel de Peter em seus pensamentos, mas ainda assim, ela não se comparava à realidade.

   “Ah, porra, Otto…” Peter choramingou, piscou os olhos como se mantê-los abertos fosse algo difícil. A mão no ombro de Octavius deslizou para baixo, afagando seu ombro de modo gentil, até que as mãos de Peter pousaram sob as do doutor, ainda descansando na cintura dele. Em resposta a isso, Otto apertou os dedos contra os lados do rapaz, arrancando outro gemido prazeroso desse.

   Os olhos de Otto estudaram a frente musculosa de seu namorado, a pele brilhando de suor na luz suave do abajur. Ele era tão lindo, Otto podia o admirar por toda a eternidade. Ele sempre se pegava perguntando como tinha conseguido acabar com alguém assim.

   “Oh, Peter, olhe só pra você…” Ele murmurou e os olhos de Peter se abriram, azuis suaves agora escuros e nublados com o prazer que aumentava cada vez que ele se movia no colo de Otto. “Exatamente como um… Sonho…” Ele adicionou num tom brincalhão, embora houvesse verdade em suas palavras.

   Peter sorriu, aquele adorável sorriso tímido dele, emoldurado por bochechas vermelhas, uma imagem que sempre fazia a cabeça do cientista girar; antes daqueles lábios suaves se abrissem em um pequeno “oh”, os sons mais doces o escapando.

   Otto desceu a mão pela frente de Peter como se estivesse o adorando, seus dedos se moldando em torno das curvas da clavícula do mais novo, seu peitoral forte, o fim de seu tórax. Ele se permitiu demorar em alguns pontos em especial, apertando os dedos contra as marcas de pele nova e mais clara, arrancando tremores e leves choramingos de Peter.

   Havia tantas cicatrizes adornando a pele dele, ele tinha mais daquelas marcas do que pelo. Octavius já havia mapeado cada cicatriz com seus olhos, dedos e lábios; ele sempre seria assombrado pelo fato de que algumas daquelas marcas tinham sido causadas por ele, mas ele sabia que Peter não guardava rancor algum por elas.

   “Ah, Otto…” Peter arfou, se inclinando para a frente quando os lábios de Otto tocaram seu peito, lambendo seus mamilos, roçando os dentes sobre eles de modo provocador. “Oh…” O herói gemeu, levando suas mãos para os cabelos de Otto, enrolando seus dedos com as mechas marrons desse e arqueando suas costas, querendo sentir mais da boca e dos lábios de seu namorado.

   Otto permitiu que Peter puxasse sua cabeça para trás, ignorando a dor mínima em sua nuca com facilidade quando a língua se Peter se enrolou com a sua, sua boca afogando os gemidos cada vez mais altos de Peter. Enquanto o beijo se intensificou, Otto tomou a chance para abraçar Peter mais perto, apertando seus peitos suados um contra o outro. Peter respondeu a isso com um gemido longo e dessa vez ele parecia ter finalmente deixado de lado todo o cuidado.

   “Eu te amo…” Peter arfou quando eles se afastaram, antes deles voltarem a se beijar.

   “Eu te amo…” Otto conseguiu responder, tão sem fôlego quanto o outro, mas sem a mínima vontade de parar.

   A mão de Otto desceu pela cintura de Peter mais uma vez, mas antes que ele pudesse se mover, Peter se moveu, como se tivesse lido a mente do homem. Ele aumentou a velocidade, rolando seus quadris em intervalos mais curtos e rápidos; a mudança não permitia que o pau de Otto fosse tão fundo quanto antes, mas a fricção causada pelos movimentos rápidos era ainda melhor que aquilo, lançando onda após onda de prazer por todo o corpo de Otto.

   O físico grunhiu com a sensação do pau quente e duro de seu assistente apertando contra sua barriga, a pressão crescendo com cada estocada rápida do rapaz. Ele deslizou a mão entre seus corpos quando se afastaram para respirar, um filete de saliva conectando seus lábios, já inchados de tanto beijar. Otto enrolou os dedos em volta do outro e começou a mover sua mão, apertando o dedão contra a glande molhada, e Peter atirou a cabeça para trás com o nome do cientista em sua língua enquanto Otto começava a seguir o mesmo ritmo de seus movimentos.

    Peter deslizou os dedos pelos cabelos de Otto, descendo até seu pescoço até a ponta de seus dedos tocarem os lados do chip inibidor. O toque fez Otto pular levemente. Não era como se Peter nunca tivesse tocado o chip antes, o cientista só não estava esperando sentir algo naquela área.

   Peter piscou, lançando ao doutor um olhar sério, suas sobrancelhas unidas. Otto balançou a cabeça, apertando beijos contra o queixo de Peter, seu pescoço, seus ombros, movendo sua mão mais rápido para distrair seu namorado. Peter gemeu, as mãos deslizando daquele área para os ombros de Otto que teve de sorrir, sentindo Peter relaxar embaixo de suas mãos e seus lábios.

   Ele continuou beijando Peter, sentindo o sabor da pele desse e esperando deixar algumas marcas nele quando terminassem; boas marcas, diferentes daquelas que ele tinha deixado no herói anos atrás; marcas que lembrassem Peter apenas de seu amor e do prazer que eles dividiam juntos. O rapaz reagiu como sempre, seu murmurar baixo se tornando mais alto, o nome de Otto se repetindo mais e mais entre seus gemidos.

   Inspirado pela reação e a falta de dor que o cientista sentia, os braços mecânicos se moveram novamente, deliberados e devagar. Um dos braços, Larry, descansou ao lado da perda de Peter, roçando as pinças contra o panturrilha desse. E como que inspirado pelos movimentos do outro braço, Moe se enrolou ao redor do torso de Peter.

   Peter grunhiu quando o braço o apertou com mais força. Otto podia sentir como o ritmo do rapaz começou a ficar mais errático, o que mostrava que ele estava perto de seu limite. E só pensar naquilo fez o sangue de Otto se esquentar.

   Fazer o braço puxar Peter de modo que ele se inclinasse para trás, desacelerando seus movimentos, permitiu a Otto ir mais fundo que antes e a reação foi imediata. Os choramingos de Peter se culminaram em gemidos mais altos e Otto podia sentir os músculos que o envolviam começar a se convulsionar, apertando mais e mais. Ele focou os olhos - mesmo com sua visão ruim - no rosto de seu amante, admirando enquanto Peter chegava ao seu clímax, sua mão ainda brincando com o membro dele.

   “M-merda… Oh, Otto, eu vou…!” Peter murmurou.

   “Vá em frente, meu rapaz, vá em frente…” Otto grunhiu sentindo o rapaz o apertar ainda mais até…

   Com um arfar alto e um gemido longo que soava como o nome do cientista, Peter finalmente gozou, cobrindo os dedos de Otto, atirando longe o bastante para cair sobre a barriga e o peito desse. Otto assistiu, fascinado, enquanto Peter tremia com a força de seu orgasmo, sorrindo ao ver o músculo das pernas do rapaz pularem levemente em seus lados.

   “Céus, Peter…” Otto gemeu, sentindo a pressão crescendo. O braço ainda segurando Peter pelo torso continuou o movendo, praticamente o usando para o prazer do doutor, e Peter permitiu-se ser usado, choramingando o nome de Otto baixinho, a voz fraca. E aquilo era tudo do que o cientista precisava.

   Puxando Peter para perto mais uma vez, apertando seu rosto quente contra o peito suado de seu namorado, Otto finalmente atingiu seu orgamos. Ele grunhiu, ouvindo Peter arfar acima dele, ouvindo o bater forte do coração desse em seus ouvidos - ou era só o seu próprio coração mesmo?

   Os dois ficaram assim, um se segurando ao outro, como se afastar fosse um pecado. Otto suspirou após acalmar sua respiração e sentiu Peter tremer levemente enquanto ele acariciava sua pele quente. Ele sorriu quando dedos tocaram sua cabeça, brincando com seu cabelo desarrumado. Ele ergueu o rosto, apertando os lábios contra o peito de Peter, bem acima de seu coração, ouvindo seu assistente suspirar baixinho; e quando ele sentiu um beijo no topo de sua cabeça ele não pôde deixar de rir baixinho.

   “Eu espero que nada mais esteja doendo…” Peter murmurou.

   “Ah, não há mais dor alguma, Peter.” Otto disse e ele estava falando a verdade. “Nenhuma dor.”
  “Está falando sério?” Peter perguntou, gentilmente guiando o rosto de Otto para que esse pudesse olhar para cima.

   Otto encarou os olhos azuis de Peter, os vendo brilhar na luz suave do abajur, seu rosto, ainda estava vermelho e quente, suor causando com que seu cabelo grudasse à sua testa, e para Otto ele parecia simplesmente magnífico.

   E havia tanto amor por trás daqueles olhos que Otto quase se sentiu perdido, era como se ele pudesse se afogar no mar azul dentro deles. Ele tinha tanta sorte por ter Peter. É claro que o rapaz não era nem um pouco perfeito, ele na verdade era uma bagunça na maior parte do tempo, mas momentos como aquele faziam tudo valer a pena, Otto tinha decidido.

   Peter o encarou também, silenciosamente, seus lábios finos se erguendo em um sorriso pequeno e doce, enquanto ele tocava a testa de Otto, afastando o cabelo que caía sobre ela.

   “Estou.” Otto assentiu. E ele não precisou falar nem fazer nada mais: Peter já estava se inclinando para um beijo.

   “Hm…” O herói murmurou quando eles se afastaram, suas mãos deslizando para os ombros do doutor. “Estranho que de todas as coisas, sexo foi o que ajudou com isso…”

   “É tudo graças a seu toque especial.” Otto disse e deu de ombros, como que para provar que não estava mais sentindo dor. Honestamente, a dor ainda estava presente, como sempre, mas as pontadas de dor que ele tinha sentido antes tinham parado, tudo o que ele podia sentir era um leve formigamento contínuo dos músculos e da pele de suas costas. “E não é como se você tivesse me deixado me mover muito.” Ele mencionou com uma sobrancelha arqueada.

   Os olhos de Peter escureceram levemente e ele sorriu torto para o mais velho.

   “Você gosta.” Ele disse, um dedo criando padrões invisíveis na clavícula de Otto.

   “Eu não disse o contrário.” Otto bufou, fazendo o mais novo rir.

   Eles ficaram em silêncio mais uma vez, apenas apreciando o momento. Era bom, confortável, só os dois, um segurando o outro, sozinhos em seu quarto como se nada mais no mundo existisse.

   Até Peter desviar os olhos para o criado-mudo. Ele atirou uma linha de teia, acordando seu celular e o permitindo ver que horas eram.

   “Nós ainda temos algumas horas até o alarme tocar…” Ele mencionou. “Então, dormir? Ou…?”

   “Dormir. Ambos precisamos descansar agora, creio eu.” Otto disse.

   Os braços mecânicos se moveram devagar, se afastando de Peter contra sua vontade, o que Otto entendia bem. Ele soltou o rapaz, observando enquanto Peter se levantava, esticando as costas e oferecendo ao cientista um olhar que o fez rir, antes de Peter sair do quarto mais uma vez.

   Já sabendo o que o rapaz estava fazendo, Otto se inclinou para longe dos travesseiros, usando os braços de metal para remover as bolsas de gelo de dentro das fronhas, sentindo como já estavam bem menos frias que antes.

   “Eu posso fazer isso.” Ele ouviu a voz de Peter vir do banheiro.

   Otto bufou ao ouvir aquilo, tendo de sorrir. Ele terminou o trabalho rápido, feliz pelo simples fato de que suas costas não reclamaram enquanto os braços se moveram. Uma das garras trouxe o frasco de lubrificante para ele enquanto outro abria a gaveta para ele, permitindo-lhe guardar o frasco e retirar de lá uma caixa de lenços de papel.

   Otto limpou sua mão e sua barriga quando Peter retornou com uma toalha levemente molhada para ajudar a cuidar um pouco daquilo. Uma vez terminado, Otto puxou as travas sobre sua barriga mais uma vez, recebendo a ajuda de seu assistente, embora não precisasse; com um clique o cinturão se fechou e ele suspirou, se acostumando ao seu aperto mais uma vez. Incomodava e doía às vezes, sim, mas também ajudava a distribuir o peso dos braços, então ele não reclamava muito.

   “Se sente melhor para poder deitar?” Peter perguntou, jogando a toalha de lado de qualquer jeito.

   “Sim…” Otto assentiu, fazendo uma careta com aquilo. Ainda assim, seu rosto se suavizou ao ver Peter rastejar até a cama, rosto ainda corado, enquanto ajudava Otto a se deitar de lado, como sempre. “E tudo graças aos seus cuidados.”
  “É, sobre isso…” Peter murmurou de modo tímido, tendo certeza de que Otto estava confortável antes de se deitar junto a ele e puxar os cobertores sobre os dois. “Desculpa. Eu sei que eu posso ser um tanto… Chato…”

   “É você pode ser um tanto demais de vez em quando.” Otto concordou, recebendo um olhar apologético do rapaz. “Mas eu sei que você só se importa demais.” Ele adicionou, sorrindo para ele.

   “Todo mundo parece ter tão… Delicado.” Peter admitiu com um suspirou, se movendo para mais perto de Otto, descansando as mãos sobre o peito desse, como tinha feito antes. “A última coisa que eu quero é você sofrendo…”

   Otto pousou suas mãos maiores sobre as de Peter.

   “Eu sei, meu rapaz. Mas você já devia saber que eu aguento muito mais do que só uma dorzinha nas costas.” Ele o assegurou.

   “Dorzinha…” Peter murmurou com uma careta.

   “Quieto.” Otto o silenciou com um sorriso torto. “De qualquer forma eu sou grato.”

   Peter retribuiu o sorriso, se inclinando para apertar outro beijo contra os lábios de Otto. O cientista correspondeu com vontade, se sentindo cansado demais para fazer mais que aquilo. O beijo foi lento, terno e quase cuidadoso, exatamente o jeito perfeito para terminar aquela noite - bem, já devia ser quase hora do amanhecer, mas aquilo não era importante.

   “Espero que agora você durma bem.” Peter mencionou quando eles se afastaram.

   “Bem, se você não pôde adivinhar pelo sonho que tive antes de acordar, sempre que você está aqui eu tenho os melhores sonhos.” Otto disse, sorrindo satisfeito ao ver o rosto do outro tomar uma coloração vermelha interessante. Ele afagou a bochecha quente de Peter como tinha feito antes. “Espero que você tenha alguns bons sonhos também.”

   “Puxa vida, com certeza eu tenho.” Peter disse.

   Otto sorriu para Peter uma última vez, antes de Flo desligar a luz do abajur. Peter se aconchegou contra o peito de Otto, a imagem dos olhos azulados ainda vividos por trás das pálpebras de Otto, se tornando parte de seus novos sonhos.


Notas Finais


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