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História Homewrecker - Hinny - Look What You Made Me Do



Notas do Autor


Nikoly: O capítulo mais aclamado, na minha opinião, até agora, finalmente chegou. Ele me dá borboletas na barriga, espero que amem tanto quanto eu amo.

Enfim! Se preparem, coloquem o colete à prova de bala e boa leitura! 💗✨

Kelly: Eu e a dona Nikoly somos grandes suspeitas para falar, mas é que PELO AMOR DE DEUS, ESSE CAPÍTULO É TUDO PRA MIM!

Capítulo 15 - Look What You Made Me Do


Fanfic / Fanfiction Homewrecker - Hinny - Look What You Made Me Do

 

I don't like your little games

Don't like your tilted stage

The role you made me play

Of the fool, no, I don't like you

Look What You Made Me Do; Taylor Swift

 

 

Gina Weasley

 

 – E aí, gata – escutei a voz levemente familiar do outro lado da linha e franzi o cenho.

– Desculpe, mas quem é? – Murmurei, sem graça, porque não fazia ideia de quem fosse.

Escutei uma risada baixa do outro lado e então lembrei que já havia ouvido aquela risada antes.

– Dante – conclui, rindo junto.

Muito bem, gata – concordou ele.

– Como conseguiu meu número?

Eu tenho meus meios – respondeu ele.

– Ok... – rolei os olhos, aquela gente era sempre assim, misteriosa. – Como posso te ajudar?

Dante riu outra vez.

Estava pensando se você quer ir comigo em um lugar.

– Sair com você? – Arqueei o cenho, um tanto surpresa. O outro dia que havíamos saído tinha sido legal, até. Dante era uma companhia fácil e divertida.

É, gata. A não ser que você esteja muito ocupada.

Naquele exato momento eu estava sentada na cama, pintando as unhas da mão e assistindo um filme de romance clichê. Nada muito promissor para uma sexta-feira à noite.

– Estou livre – avisei. – Quais os planos?

Se arrume, passo aí em uma hora.

E então encerrou a ligação. Eu mordi os lábios e encarei o telefone, absorta. Eu nem sabia se meu pai deixaria eu sair com ele, e já tinha aceitado.

Terminei de limpar o esmalte e saí do quarto, indo diretamente ao escritório.

– Papai, querido – abri meu melhor sorriso para ele, na esperança de amolecer seu coração.

Arthur e Aramis estavam debatendo sobre alguma coisa e se calaram ao me ver ali. Aramis semicerrou os olhos, como se estivesse adivinhando minhas intenções. O cretino babaca.

– Nem pensa, garota – ele balançou a cabeça e eu mostrei meu dedo para ele. – É minha noite de folga.

– Você não é meu pai, muito menos é querido, Detona Ralph – desviei meu olhar para ele e fui até meu pai. – Você certamente confia nos Malfoy, não confia, papai?

Arthur me olhou intrigado e coçou o queixo.

– Certamente.

– Então, assim, talvez um deles tenha me ligado agora e me convidado para dar uma saidinha.

– Ginevra – Arthur suspirou, tirando os óculos de leitura e esfregando o rosto. – Qual a parte de que sua vida está tecnicamente em ameaça você não entendeu, meu bem?

– Da última vez entraram aqui, então eu estar fora ou dentro, não faz muita diferença, faz?

– É claro que faz, Gina – Aramis bufou. – Pelo menos aqui você está protegida.

– Eu posso me proteger sozinha, ok? – retruquei. – Não é para isso que serve aquele maldito treinamento com o Harry? Para que eu possa me defender?

– Sim, mas... – Arthur começou, mas o interrompi.

– Ótimo, pai, porque eu já consigo desatar o nó mais complexo que o Harry sabe fazer em apenas vinte minutos; estou com uma ótima mira nas facas e também com a droga da arma – fui enumerando meus avanços com os dedos e a maior confiança que eu tinha, que não era tanta assim. – Além de que, o Harry me faz correr quase dez quilômetros todos os dias, então fôlego para sair correndo eu tenho, se alguém estiver correndo atrás de mim.

– Sua vida não é nenhuma brincadeira, filha.

– Eu sei muito bem disso – dei de ombros. – Eu só acho injusto que todos estejam vivendo normalmente e apenas eu tenha que ficar trancada em casa, como uma prisioneira – respirei fundo e fui até ele, abaixando-me ao lado de sua cadeira. – Eu já decidi que vou ficar, não foi? Não precisa me prender mais, achando que vou fugir ou que sou uma garotinha indefesa, pai. Eu preciso que confie em mim.

– Eu temo que se estiver longe do meu olhar, você se machuque – Arthur deu de ombros e eu suspirei.

– Nada é garantido nessa vida que leva, pai – murmurei. – Eu não quero viver presa dentro dessa casa. Eu quero sair, me divertir, esquecer um pouco os problemas que me cercam.

– Qual deles te convidou?

– Dante.

Papai pareceu ponderar por alguns segundos, hesitante, e então, para minha surpresa, Aramis resmungou:

– Dante é um bom garoto, bem treinado. Eu que o treinei.

– Bom – Arthur olhou para mim, não muito confiante. – Acho que pode ir, mas com uma condição.

– Não, dessa vez sem nenhum segurança – neguei com a cabeça.

– Ok... – papai rolou os olhos. – Então outra condição.

Ele abriu uma gaveta e tirou uma Glock de dentro.

– Terá que leva-la com você e caso desconfie de algo, use sem hesitação.

Eu engoli em seco, ainda não sentia tanta confiança em armas, mas se aquela fosse a condição, teria que aceitar.

– Tudo bem – assenti e peguei a arma, fazendo o procedimento que Harry havia ensinado.

– Bom passeio e nada de chegar muito tarde – avisou ele. – Tem até as duas para chegar.

– Ok, pai. Obrigada! – beijei seu rosto e sai do escritório, contente por finalmente ter planos descentes para uma sexta-feira.

Quase uma hora depois, olhava meu reflexo no espelho: eu vestia uma saia de tecido marrom, uma camisa de lã beje folgada e botas pretas underknee. A maquiagem era leve, meu cabelo estava solto e os acessórios eram discretos. A bolsa preta que eu escolhi era a peça chave do look, já que dentro dela havia uma arma inocentemente escondida. Eu nem queria pensar no que poderia acontecer caso fosse pega com aquilo.

Desci as escadas, animada e ansiosa pela diversão. O sorriso morreu no meu rosto, assim que os vi.

– Está bonita – Ron me avaliou e sorriu para mim. – Vai sair?

– Vou – devolvi o sorriso, indo até ele e beijando suavemente seu rosto.

Logo atrás estava Harry, que me olhava firmemente com aqueles olhos verdes cheios de acusação. Resolvi ignorá-lo.

– E Aramis, onde está? – questionou Ron.

– Hoje é a noite de folga dele, então sairei sozinha hoje, quer dizer, não sozinha, mas sem minha babá.

– Papai deixou – o cenho arqueado do meu irmão demonstrava toda sua surpresa, e eu nem podia julga-lo, afinal eu mesma estava surpresa por ter podido sair.

– Eu sei ser bem persuasiva quando quero – dei de ombros, porém a feição de Rony parecia tão preocupada, que senti meu coração amolecer. – Não se preocupe, papai me deu isso – abri a bolsa e retirei a arma. – Se te deixa mais tranquilo.

Ron assentiu e apertou meu ombro.

– Divirta-se, irmãzinha – e então virou-se. – Vamos, Harry. Ainda temos um relatório a entregar.

Rony começou a andar e Harry o acompanhou, parando apenas para me olhar dos pés à cabeça.

– Eu me pergunto quem é o motivo para toda essa beleza – disse ele acidamente.

– Não se pergunte, eu respondo. Vou sair com Dante.

– Que bom para ele – retrucou. – Espero que não precise usar essa arma.

– Eu também espero – murmurei. Por algum motivo eu estava levemente incomodada com a frieza de Harry desde nossa discussão sobre Sirius. Mas, foda-se ele. – Tenho que ir, tchauzinho.

– Tenha juízo, Weasley – respondeu ele e saiu.

Eu rolei os olhos, porque Harry podia ser bem irritante quando queria. Antes mesmo que eu abrisse a porta, alguém a abriu e, Hermione, Luna e Theo estavam ali

– Uau, que gata – Luna assobiou e eu sorri. – Onde pensa que vai, toda gata assim?

– Francamente – Hermione resmungou e nem se dignou a ficar ali, entrando rapidamente.

– Dante Malfoy – Theo riu baixinho e eu franzi o cenho. – Ali.

Ele apontou com a cabeça e eu vi o Camaro vermelho de Dante deslizando pela entrada. Eu me perguntava se pessoas do crime tinham taras por carros esportivos, porque não era possível.

Luna riu e disse alguma coisa, que não entendi.

– Vamos, baby – Theo falou e apertou minha bochecha. – Transe com camisinha, Gina.

– Theo! – Luna olhou para o namorado e rolou os olhos. – Tchau, Gina. Divirta-se.

Ela beijou meu rosto e puxou Theo atrás de si.

Desci as últimas escadas da entrada, encabulada por todos ali saberem que eu ia sair com Dante. Era como se eu não tivesse a mínima privacidade.

– Acho que teremos que ir ao médico – Dante havia saído do carro e parou na minha frente. Eu o olhei preocupada.

– Está se sentindo mal?

– É meu coração – respondeu ele, colocando a mão no peito. – Eu acho que ele não aguenta tanta beleza.

Eu pisquei aturdida e então eu ri.

– Como você é idiota, Malfoy.

Dante piscou para mim e abriu a porta, indicando para eu entrar.

– Sabe que seu pai me ligou com várias ordens explicitas? – Dante comentou, assim que entrou no carro e o pôs funcionar.

– Ele não fez isso – olhei para ele, lívida de vergonha.

– Ele fez – Dante assentiu. – Mas não tem problema, ele apenas ameaçou arrancar meus órgãos caso você chegasse em casa arranhada. Mas, sei lá, quem precisa do fígado para sobreviver, não é? Talvez eu possa sobreviver sem ele.

Mais uma vez eu estava rindo, porque Dante era tão bobo que me fazia rir sem notar. Ele me lançou um olhar divertido.

– Você está bonita, realmente – disse ele.

– Você também está, sabe – sorri para ele, porque era verdade. Dante vestia uma camisa social cinza e uma calça jeans, apenas, mas ele era um cara bonito e atraente, sem sequer se esforçar para isso. – Mas e então? Onde vai me levar?

– Espero que goste de comida italiana, gata.

– Comida italiana? Chique.

– É, eu achei que ir direto para um pub seria muito agressivo – ele deu de ombros. – Então primeiros comemos e depois, enchemos a cara.

– Adorei – respondi, aprovando.

Dante ligou o som do carro e passamos o resto do caminho conversando e rindo sobre o gosto musical duvidoso dele.

O restaurante era bonito e pequeno, a decoração o deixava aconchegante e Dante me fez rir das suas tentativas de se comunicar em italiano. O jantar foi bastante divertido e quando saímos do restaurante para ir ao pub, eu me sentia cheia demais.

 – Estou arrependida de ter pedido aquele segundo prato de ravioli – ri baixinho, com a mão na barriga. – Eu vou explodir.

– Eu estou ótimo – ele deu de ombros. – Eu poderia comer mais um jantar inteiro.

– Credo – o olhei intrigada. – Se meu pai for arrancar algum de seus órgãos, eu com certeza vou dizer para ele pegar o segundo estômago.

– Deus me livre, prefiro viver sem o fígado – respondeu ele, fazendo-me rir.

Seguimos o caminho até ele parar em um pub que estava lotado.

– O dono é meu amigo, vamos entrar rapidinho.

Saímos do carro e Dante me ofereceu a mão, que eu aceitei prontamente. Nossa entrada foi fácil, como ele havia dito e assim que entramos, Dante já havia arranjado duas cervejas. A música tocava alto e as pessoas dançavam animadamente. Olhei ao redor e senti uma familiaridade aconchegante. Aquilo sim era algo que eu conhecia.

– Vamos dançar, gata – disse quando terminamos a primeira cerveja, Dante segurou minha mão e me puxou para o meio.

– Você gosta de dançar? – perguntei perto do ouvido dele, sobrepondo a música alta.

– Um pouco – respondeu. – Você?

Sorri para ele, esperando que fosse resposta o suficiente, porque eu amava dançar. Dante segurou minha cintura e dançamos juntos e céus, era tão bom se divertir! Estar ali, longe de todos os problemas, apenas tendo uma noite divertida: aquilo sim se parecia com minha antiga vida.

– Estou com sede! – gritei para ele logo estávamos de volta ao bar, com duas cervejas na mão.

Eu sentia o suor pinicar minha pele, mas nem me importava.

– Isso é bem injusto, sabe – falei para Dante e ele franziu o cenho.

– O que, gata?

– Você – apontei para ele com minha long neck. – Além de ser lindo, você é engraçado e ainda dança bem. Você deve ter algum defeito, não é possível.

– Se é o que eu estou pensando que você está pensando, esqueça, sou ótimo – disse ele, presunçoso.

– Você quem está dizendo – respondi.

– Você sempre pode fazer o teste drive – rebateu e eu gargalhei.

– Dante, querido, seu defeito é a arrogância – eu estiquei meus dedos e toquei seu rosto suavemente. – Mas ela combina com você.

– Tem algo faltando na sua boca – Dante avisou, sério e eu levei a mão até a boca, assustada. – Acho que é a minha.

– Babaca! Essa foi péssima – rolei os olhos e empurrei seu ombro, rindo. – Suas cantadas são ridículas.

– Pelo menos elas te fazem rir – ele deu um gole na sua cerveja e depois se aproximou uma pouco mais. – Você fica ainda mais linda quando sorri.

E então ele estava perto, perto demais. Eu conseguia sentir sua respiração no meu rosto e, antes que eu percebesse, senti a ponta de seu nariz na minha bochecha.

– Vamos dançar um pouco mais – ele falou no meu ouvido e eu assenti, aturdida.

Por um breve momento eu pensei que Dante me beijaria e eu não fazia ideia se queria.

Ele era incrível e nosso encontro estava sendo maravilhoso, porém, eu sentia uma pequena dúvida se queria ser beijada por ele. Talvez a dúvida tivesse olhos verdes e um temperamento difícil. Talvez.

Dançamos tanto que meus pés já estavam doendo. Eu nem tinha visto a hora passar, mas quando Dante avisou que eram quase duas da manhã, fiquei triste.

O movimento estava fraco na rua, então o caminho foi feito rapidamente, com uma música suave quebrando o silêncio.

– Eu me diverti muito hoje – falei a Dante, na porta de casa. Ele havia insistido em me deixar dentro de casa, completamente segura.

– Eu também – concordou ele. – Podemos repetir qualquer hora.

– É só me ligar, gato – avisei e ele sorriu, ostentando aquelas lindas covinhas.

– Boa noite, Gina – Dante se aproximou, me inebriando com seu perfume gostoso. Ele deixou um beijo no canto do lábio, fazendo meu estômago revirar em um misto de sentimentos.

– Boa noite – sorri para ele.

Dante deu uma piscadela e eu entrei para casa, o sorriso bobo no rosto, porque aquele rapaz era uma figura e eu já gostava dele, como amiga, mas gostava.

Subi as escadas rapidamente e corri até o banheiro tirar a maquiagem. Já com o rosto limpo, fui até o closet, apenas querendo vestir meu pijama para me deitar.

Se eu tivesse escolhido a camisola de cetim que estava no banheiro, eu não teria visto aquilo. Mas, como eu optei pelo pijama, eu abri a gaveta e aquilo estava lá.

Um arrepio de medo passou por todo o meu corpo e, minha respiração vacilou. Aquilo não era meu, aquele caderno pequeno de capa preta, não era meu.

Estiquei minha mão, que já tremia e o peguei. Meu coração rugia nos ouvidos, o medo tomando conta de cada poro meu. De novo não, pensei desesperada. Por favor, que não seja nada, por favor...

Com toda (a pouca) coragem que sentia, abri o caderno e as lágrimas vieram logo na primeira página. O caderno caiu da minha mão ao me assustar com a mancha de sangue que tinha na primeira folha.

– Meu Deus – sussurrei esganiçada.

Me abaixei e virei a folha, ainda que tivesse medo, eu precisava ver se era só aquilo. Para meu completo horror, mais um bilhete estava escrito.

 

Existem vários nomes na minha lista, mas o seu, querida Gina

Está em primeiro e destacado

Eu vejo você

 

– Puta que pariu – um soluço escapou de meus lábios. Olhei ao redor, alerta e apavorada.

O quarto permanecia vazio, apenas preenchido pelo meu medo. Estiquei a mão, grata por ter trazido a bolsa junto comigo. Tirei a arma de dentro e a segurei firmemente, porque se alguma coisa ousasse se mexer, eu atiraria primeiro e perguntaria depois.

Minha respiração estava descompassada, meu coração batia dolorosamente e as lágrimas desciam livremente. Eu deveria fazer alguma coisa sobre aquilo. Aramis seria minha primeira opção, mas ele não estava aqui hoje.

Acordar meu pai ou Ron estava fora de questão, eles provavelmente fariam um escândalo. Hermione não era nem uma alternativa.

Harry. O rosto dele brilhou na minha mente e eu mordi os lábios. Ele saberia me ajudar sem causar um reboliço, não saberia? Peguei meu celular para ligar para ele, no entanto, parei. E se a pessoa estivesse no meu quarto? E se ela me atacasse ao me ver ligando para Harry?

Em um ímpeto de coragem, peguei o pequeno caderno e enfiei na bolsa, em poucos segundos eu já descia as escadas feito um furacão. Talvez meu pai me mataria na manha seguinte, mas eu preferia assim.

Não foi difícil pegar a chave de um dos vários carros que papai tinha ali, o difícil foi sair silenciosamente e convencer o porteiro a me deixar sair. Precisei de toda a calma e talento de persuasão que possuía.

O caminho até a casa de Harry foi feito em tempo recorde, eu mal tirava o pé do acelerador, eu só precisava chegar até ele. Eu nem pensei na possibilidade que de ele estar dormindo ou de estar bravo comigo, quando subi as escadas de dois em dois degraus.

Quando cheguei em sua porta, estava pronta para bater, mas hesitei ao ouvir o som. Era um som bonito de piano e eu não fazia ideia de onde vinha. Balancei a cabeça e bati na porta com pressa.

– Harry – chamei, batendo sem parar. – Harry está aí?

O som cessou e pude ouvir passou arrastados do outro lado. A porta se abriu, revelando Harry apenas com uma calça de moletom e o cabelo um caos.

– Gina? – ele franziu o cenho ao me ver, como se esperasse qualquer coisa, menos eu.

– Harry, posso entrar? – murmurei, nervosa. – É importante.

Harry liberou espaço e eu entrei rapidamente.

– Por que está com a arma na mão?

Olhei para a arma que não tinha soltado desde meu quarto e suspirei.

– Aconteceu de novo, Harry – minha voz não passava de um fio. Soltei a arma em cima do aparador e peguei o caderno dentro da bolsa, entregando a Harry. – Estava no meu closet dessa vez.

Harry pegou o caderno e o avaliou, xingando baixinho ao ver o conteúdo interno.

– Estou com medo, Harry – admiti, pela primeira vez em voz alta. – Eu... eu não quero morrer, eu estou com medo, eu não estou segura em momento algum, porque de novo entraram no meu quarto e...

E então rompi em lágrimas, porque eu sentia tanto medo. Harry me abraçou firmemente, sem dizer nenhuma palavra. Eu me segurei a ele, como se minha vida dependesse disso.

– Eles querem me matar, Harry – balbuciei. – O que eu fiz para me odiarem? Eu não entendo... eu...

Harry segurou meu rosto entre suas mãos e me olhou firmemente.

– Ninguém vai machucar você, está me ouvindo? Balance a cabeça, princesinha, está me ouvindo?

Balancei a cabeça, mesmo que hesitante.

– Não vou permitir que machuquem você, prometo isso – Harry passou os polegares pelas minhas bochechas e me olhou preocupado. – E não há nada que tenha feito para que te odeiem, ok?

– Eu estou tão fodida – sussurrei, perdida.

– Vamos dar um jeito nisso – prometeu ele. Harry afagou meu rosto com gentileza e me abraçou mais uma vez. – E por que veio parar aqui?

– Eu não podia falar com os outros, eles fariam o maior escândalo e eu não quero parecer ainda mais fraca na frente dessa pessoa que me ameaça – sussurrei. – Você é o único que pode me ajudar sem fazer alarde.

Harry pareceu surpreso, mas não disse nada.

– Venha, vamos pensar no que precisamos fazer – Harry me puxou e ao chegarmos na sala, me deparei com o piano.

– Era você tocando?

– Talvez – Harry desviou o olhar, parecendo tímido e aquilo foi um pouco engraçado.

– Não tinha percebido o piano da última vez que estive aqui – murmurei indo até o instrumento. Não era muito grande, era um piano de parede, mas era muito bonito. Toquei a madeira preta e olhei para Harry, que me assistia. – E definitivamente não tinha percebido o quanto seu cachorro é assustador. Espero que não esteja pensando em me ter para o jantar, queridinho, eu não tenho muita carne.

Harry virou na direção que eu olhava e riu baixinho.

– Venha cá, Diesel – ele chamou e o cachorro o obedeceu. – Ele só tem tamanho, é um bebezão mimado. Venha aqui conhece-lo, Weasley.

Segui até onde Harry estava, um pouco apreensiva, porque aquele cachorro não parecia muito bonzinho.

– Olá, Diesel – murmurei. – Amigo. Eu vim em paz.

– Ele não é um alienígena, garota.

– Você nunca assistiu MIB? Eles têm um pug que fala.

Harry me olhou como se eu mesma fosse o alienígena.

– Diesel, essa é a Gina – Harry passou a mão na cabeça enorme do cachorro. – Ela é amiga, seja um bom garoto.

O cachorro olhou para mim, com aqueles olhos desconfiados.

– Passe a mão nele – falou Harry. – Ele adora carinho.

– Ok – assenti. Eu poderia fazer aquilo. Estiquei minha mão e deixei que Diesel a cheirasse, quando me senti segura, acariciei sua cabeça. – Oi, bonitinho.

– Acho que ele gostou de você – Harry comentou.

– E então, quem te ensinou a tocar? – perguntei e Harry pareceu hesitar. – Desculpe, não quis ser invasiva.

– Tudo bem – ele deu de ombros e me pegou pela mão. – Vem aqui.

Harry me levou até uma poltrona que ficava ao lado do piano e sentou-se de frente ao instrumento.

– Meu pai sempre amou músicas clássicas – murmurou ele. – Eu nem lembro como aprendi direito, só sei que sei toca-lo, mas não faço isso sempre.

– Por que?

– Porque me lembra demais dele e do quando eu sinta falta dos meus pais.

Engoli em seco. Eu não sabia da história de Harry e não sabia se tinha intimidade para perguntar, então resolvi ficar calada. Ele passava os dedos pelas teclas, suavemente, sem fazer barulho. Quando ele me olhou, tinha algo triste em seus olhos e aquilo fez meu coração apertar.

– Se divertiu hoje?

– Sim – respondi, sem graça.

– Dante realmente é um bom garoto – ele deu de ombros. – Draco cuidou bem dele, ele nunca perdeu a bondade que nós perdemos cedo demais. Ele é bom demais para esse meio que vivemos.

Eu não sabia o que responder, então permaneci quieta.

– Quer ouvir alguma coisa?

Assenti, porque eu estava ansiosa para ver Harry tocar. Seus dedos começaram a mover sobre as teclas, fazendo um som lindo quebrar o silencio. Harry parecia natural naquilo.

Eu me perdi o observando tocar, porque ele era tão bonito. No entanto, enquanto Harry tocava, percebi que o que mais me atraia nele, não era apenas sua beleza. Harry era quebrado, como eu. E, embora eu não soubesse o que o tinha quebrado, eu percebia que sua essência era como a minha.

Talvez esse fosse o motivo de eu ter duvida se queria que Dante me beijasse, ou não, porque ele era sem dúvidas em cara incrível, mas como Harry disse, ele era bom demais para mim. Além disso, eu jamais admitiria para alguém além de mim mesma, mas Harry fazia meu coração acelerar. De alguma forma, ele tinha embrenhado por entre as frestas minúsculas e se colocado ali.

Eu tinha medo daquele sentimento novo. Pessoas quebradas tinham tendencia de ser tóxicas umas para as outras e eu não queria ter meu coração partido por amor. Enquanto meus pensamentos divagavam, eu senti meus olhos pesarem cada vez mais. Algum lugar da minha mente dizia que a gente deveria conversar sobre o ocorrido, porém, naquele momento eu me sentia cansada demais para raciocinar.

– Pode dormir, princesinha – Harry deu um sorriso doce para mim. – Está segura aqui.

E então meu sono foi embalado pelo último sorriso de Harry e ela música bonita que ele tocava.


Notas Finais


Nikoly: Se você não achou o Dante a melhor pessoa do mundo, um dengo, um cheiroso, um nenê, lindo, gostoso e dono da porra toda, pois discorde aí na sua casa. Aqui defendemos a supremacia de Dante Malfoy com todo o fervor SIM.

"Não vou permitir que machuquem você, prometo isso". Casal do milênio faz assim né meu anjo KKKKKKK tem desenvolvimento, clima, trilha sonora, química, física, biologia, TUDO que um casal tem que ter. Sinceramente, eu pegava os dois.

Espero que tenham gostado, muito obrigada por tudo! Comentem, a gente ama ver o retorno de vocês! Beijos 💗

E não, não vou falar da ameaça, acho que o capítulo por si só já deixa todo mundo alarmado HUAHAUAHAU

Kelly: Gente, como a Niky bem disse: quem não gosta do Dante, por favor, não goste dele aí na sua casa, porque nós somos cadelas assumidas desse homem SIM.
Vocês, a partir de agora, irão conhecer mais a construção desse neném que a gente tanto ama,
E a Gina pode ter se deslumbrado com o neném Dante, mas quando a coisa fica feia ela corre pra onde? Isso mesmo, pro macho dela.
Ai, eu amo.

Espero que tenham gostado desse capítulo, queridos.
Beijos e até sexta!

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✨Playlist oficial de Homewreker ✨

Youtube: https://music.youtube.com/playlist?list=PLUdwQnVZYaF0uErTsfgDqrqdWtnsDZ6sB

Spotify: https://open.spotify.com/playlist/3AtLTZyB4NulqncUJXEqOz?si=8035e481b17a456a

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