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História Hope - Sentiments ou sensations?


Escrita por: And_lya

Notas do Autor


Holá! a imagem acima é de como imaginei as roupinhas de um personagem ao decorrer do capítulo.

por favor, lea las notas finales!

Capítulo 3 - Sentiments ou sensations?


Fanfic / Fanfiction Hope - Sentiments ou sensations?

Buenos ángeles de lectura!

Eu estava levemente irritado. A testa franzida completava perfeitamente a face carregada de uma expressão extremamente desgostosa enquanto movia a perna incessantemente tentando a todo custo desviar o foco da frustração — Esse sendo um ato inconsciente porém já conhecido que meu corpo encontrou para me manter sã fazendo com que eu desconte toda agonia e vontade de meter a porrada em qualquer coisa que respire concentrada apenas no carpete que jazia no chão da sala de jantar.

Mas eu estava, apenas, levemente irritado.

— Ora querido, tire o bico do rosto.

Desde quando eu faço bico? Talvez ver minha mãe dizendo algo tão absurdo — Enquanto levava mais um pedaço da torta de abóbora até a boca, sentada ao lado da cadeirinha de Teddy — como se nada tivesse acontecido tenha me irritado um pouco mais. Ora, ela havia me acordado dizendo que estávamos atrasados na maior cara de quem tem toda razão e quando desço, já arrumado, descubro que ainda faltavam uma hora e meia até o ponto de encontro.

Certo, agora que verbalizei estou completamente indignado!

— Você não ficou chateado, ficou?

E foi expirando, prendendo todo ar acumulado por exatos sete segundos, soltando-o lentamente, que consegui proferir uma única frase sem qualquer tipo de ruído.

— São sete e trinta da manhã. — e apesar do meu esforço, a mágoa era nítida em minha voz.

Logo meus olhos parecem querer sair de órbita com o tanto que estão arregalados por ver a Madame Senhora Minha Mãe apenas levantar o olhar e dar de ombros, como se aquilo não fosse realmente importante.

Arg! eu poderia... poderia... ah!

Voltei a cruzar os braços e bater o pé no mesmo carpete de antes. Se furar, furou também! Não me importo!

Contradizendo, o que segue após minha — que segundos antes jurava ser genuína — indignação é ainda mais desgastante. Desgastante porquê, o avalanche de sensações mornas e aconchegantes são, com toda certeza, culpa de algo que agora, infelizmente, faz parte de mim: Hormônios Veela. E o mais incrível é que só acontece quando Teddy decide, por si só, abrir a boca.

— O Dray não 'tá feliz?

Segundo minha mãe "hormônios Veela" ou "sensações" não seja realmente a causa da mudança brusca em meu humor, e talvez eu devesse mesmo retirar de meu vocabulário a palavra sensação. Ao menos parar de associar tudo que me atinja por dentro, mesmo que de uma forma boa e começar a praticar uma das diferentes visões que tive durante meu ensino sobre a divergência entre sentimentos e sensações.

Mas era realmente engraçado lembrar que, Ries em dois mil e quatro defendeu que há um erro de compreensão sobre o termo sensação. E que tal erro era causado pelo uso indevido do termo no senso comum. porém, ainda era difícil parar de associar ao ruim tudo que perfure, de alguma forma que ainda não compreendo, essa armadura construída a mais de dezenove anos.

“Quando o leigo diz que teve uma sensação, ele está se referindo, muitas vezes a uma intuição” Era o que me diria se visse tal situação.

Talvez, apenas talvez a voz doce do meu primo me faça mais crente na palavra de Ries, quando ele diz no que tange aos sentimentos: estes são fenômenos muito mais complexos que as sensações.

Compreendo que os sentimentos possuem uma característica que vai além do alcance das sensações: possuem uma avaliação pessoal e uma tentativa de encaixe de um acontecimento específico em um esquema mais amplo das próprias experiências do sujeito. As sensações, por outro lado, podem ser aceitas sem a exigência desse senso de encaixe. Portanto, sentimentos envolvem compreensão e integração.

Contradizendo, meu senso na hora de distinguir os tais sentimentos de sensações ainda é suspeito.

Mas era inegável a minha conexão com Teddy.

— Dray não poderia estar mais feliz, bebê... — Fui sincero. Meu peito borbulhava de esperança e a ansiedade fluía como sangue pelo meu corpo, que esperava pelo que me aguardava e eu sorri em antecedência. E lá estava, aqueles grandes globos azul-turquesa transformando-se em pequenos e finos riscos que completavam a face do anjo de cabelos azuis a minha frente — Trazendo consigo meu maravilhoso presente matinal: O grande sorriso com os dentes branquinhos de formato retangular que eu tanto admirava.

— Ótimo, então não se importa de ir arrumar o seu bebê, não é, filho? — Me virei em direção a voz, encontrando minha mãe com um sorriso ladino, sabendo que tinha vencido qualquer resistência antes imposta por mim.

Ela era muito espertinha quando se tratava de Teddy, dizia que eu jamais negaria algo a ele. Eu achava um absurdo! Mas também não é como se ela não estivesse certa.

Claro que a culpa também era dos hormônios.

Sem responder, busquei Teddy com os olhos, logo o encarando divertido enquanto sorria abertamente e estendia os braços para carrega-lo até seu quarto e não demorei para ser correspondido. Já no andar de cima, adiantei seu banho, lavei seus cabelos e tentei, apenas tentei escovar direitinho seus dentes com a pastinha de morango especial para bebês que ele adorava comer.

Por Merlin, quando por pura curiosidade coloquei um tantinho dessa pasta na boca quase coloquei meus órgãos para fora.

Depois do banho o levei até sua cama, onde o deixei sentadinho enquanto levava alguns modelos de roupa para ele escolher o que usar. Eu sabia que ele adorava escolher roupas.

— Teddy gosta da azul? — Perguntei apontando para a calça jeans levinha na minha mão. — Ou da pastel? — levantei a outra mão mostrando a calça cor pastel no cabide. — Espera, temos que ver as camisas primeiro, hm?

— Azul, Dray! Azul! — Soltei um risinho quando ouvi ele exclamar animado.

— Você é suspeito em escolher as cores, pequeno. Tudo pra você é azul! — Inclinei um pouco a cabeça para traz vendo a careta que se formou em seu rosto. Gargalhei alto dessa vez.

Voltei para perto da cama, ele ainda estava enrolado na toalha de pintinho que ele insistia em usar. Coloquei as camisas sobre a cama junto as duas calças e dois pares de sapatos. As três camisas; Uma branca, uma social azul com pontinhos brancos e uma do mesmo modelo de cor marrom. Arrumei em pares todas as peças, e tudo sob seu olhar curioso seguindo cada passo que eu dava. As duas Calças com suspensório da mesma cor estava logo ao lado das camisas perto dos sapatos, uma botinha preta e um esportivo branco.

Ele logo levou seus dedinhos as peças azuis que estavam na cama, e eu só pude fazer uma careta. Não ia usar isso mesmo!

— Azul, Dray! — Apontava para camisa social azul. — Esse e esse, isso! — Agora apontava para a calça também azul e o sapatinho branco. — Azuuuul.

Ri mais um pouco, admito, mas eu não ia deixar ele usar aquilo de jeito nenhum!

— Oh, Merlin! — resmunguei baixinho, batucando meus dedos no colchão macio que estava sentado, enquanto pensava numa saída. — Ah, já sei! — Exclamei animado, capturando a atenção de Teddy ao meu lado, que sorriu animado também, mesmo sem entender nadinha. — Vamos fazer assim, você escolheu a camisa primeiro, certo?

Sorri animado quando ele balançou a cabeça freneticamente para cima e para baixo, totalmente elétrico enquanto gritava "Sim, Sim!" sem parar.

— Ótimo, nada mais justo que o Dray escolher a calça, não é mesmo? — Eu perguntei cuidadosamente.

— Justo!

Suspirei aliviado, imagina esse garoto na rua todo azul?

— Ótimo, ótimo mesmo! Então, qual vai ser? A azul? — Perguntei, mesmo já sabendo a resposta. — Hum... — Ponderei, olhando para calça pastel em minha frente. Acho que fica bom. — Eu escolho essa, o que acha? — Olhei para o lado esperando uma resposta.

— E a botinha preta? — Sorri confirmando. — Então sim! Vou ficar bonitão, não vou?

— E ainda tem dúvidas? — Perguntei, rindo de sua empolgação enquanto eu começava a vesti-lo. Ri mais um pouco de sua carretinha engraçada quando coloquei o suspensório da calça. E depois de secar bastante a cabeça, já desistindo da ideia de fazer qualquer penteado nos cabelos naturalmente bagunçados e incorrigíveis, apenas passando a escova e arrumando o tanto que dava a franja que caia sobre seus olhos — que, por Merlin, implorava por uma tesoura —, peguei uma jaqueta quente o bastante para quando a temperatura cair e encontramos minha mãe no Hall, já pronta para sair.

— Veja que coisinha mais doce! — Ela deu um beijo na testa de Teddy, e depois de chamar Tyci que trouxe uma mochila pronta para tudo que o mesmo precisar, partimos para o ponto de encontro.

_🐍_


"Siga em frente. Encare. Mostre que você é superior e principalmente não abaixe a cabeça. Demonstração de carinho e afeto são para os fracos, Draco! Se quer ser respeitado é melhor agir como o puro sangue que você é!"

Eu me lembrava disso toda vez que saia na rua. Se tornou inevitável desde meus onze anos, não era algo que eu conseguiria superar tão cedo. E eu tinha certeza disso.

Me lembrava de todos os ensinamentos todas as vezes. De como eu costumava agir perante as pessoas a minha volta. Aos seres imperfeitos que ele me fez subjulgar todos esses anos.

Irônico, não é? Hoje eu sou uma dessas pessoas.

Qual seria o ensinamento dele depois que soubesse disso? Lembro das impurezas que correm em minhas veias, e me pergunto, quais ensinamentos meu pai estaria preparando para mim?

Eu tentava não pensar muito sobre isso quando estava em casa. Mas agora, no caldeirão furado, junto a Teddy e minha mãe — enquanto esperávamos a Sabe-Tudo —, recebendo todos esses olhares maldosos e algumas encaradas juntos a sorrisos cheios da mais suja e asquerosa luxúria, graças a imperfeição em meu sangue tornava tudo impossível.

Minha linha de pensamento foi rapidamente cortada quando escutei a voz de minha mãe me chamar e Teddy, que segurava minha mão, passou a me puxar enquanto seguia minha mãe para dentro de uma loja de artefatos e runas antigas. Parecia um pacote.

Já dentro da loja, enquanto eu a via andar de um lado para o outro olhando algumas peças e fazia questão de ditar as regras de como tratar a nossa convidada e pontuando bons modos que, segundo ela, eu deveria ter.

Revirei os olhos, sem realmente prestar atenção na sua lista de bons modos, e passei a seguir Teddy com o olhar para evitar que ele quebre alguma coisa ou acabe caindo em si. Foi aí que vi uma cabeleira castanha, um pouco maior que antes vir em nossa direção.

— Oh, Merlin! Perdoem a demora! – começou assim que nos avistou — Eu tive uns problemas com o Ron… — Ela não terminou, pois logo Teddy se jogou em seus braços, todo afobado, enquanto ela o abraçava de volta.

— Tia Mione! — Exclamou contente. Percebi que a castanha ia responder mas logo foi interrompida novamente. — Tia, o Padrinho? Ele 'tá aqui?

— Oh, querido. — Ela suavizou a expressão, logo o abraçando com mais força enquanto Teddy gargalhava. — O rabugento do seu Dindo não pôde vir — Logo a expressão da minha pequena criança murchou, formando um bico enorme em seus lábios enquanto batia seus cílios lentamente ao piscar com os olhinhos tristes.

Que Morgana me leve agora, meu coração não aguenta com essa carinha de coruja abandonada.

— Mas não se preocupe. Ele me fez prometer de dedinho que semana que vem estará completamente livre para você! — Vi os olhinhos dele brilharem novamente.

— Jura? De dedinho, ele disse? Tem certeza?

Yep! E sabe o que mais? — Brincava com as mãozinhas gordinhas do menor e o mesmo a encarava, como se estivesse esperando a coisa mais sensacional do mundo. — Ele disse que poderíamos comprar o que você quiser, qualquer coisa mesmo! E disse também, depois de muita insistência, que você poderia ajudar a escolher as roupas que tia Mione vai comprar hoje 'pra ele e 'pro tio Ron!

Senti uma queimação em meu peito enquanto a via interagir tão intimamente com ele. Eu sabia que Teddy passava a maior parte do tempo comigo ou com Potter. E ele era a única pessoa que eu não sentia vontade de arrancar Teddy dos braços a força, pois acho que, de certo modo, eu sentia a forte ligação entre ele e meu pequeno, assim como sentia todo o zelo e cuidado toda vez que Teddy narrava uma de suas aventuras na mansão do padrinho.

Mas a Granger já estava me deixando coisado, dividir ele com todo o trio-de-ouro era demais segundo meus hormônios Veela.

Depois de arregalar os olhos ainda mais um pouquinho, Teddy correu para meus braços, contando a novidade como se eu não tivesse escutado nadinha.

— Cisa! — Disse a sabe tudo, indo em direção a minha mãe e a abraçando forte. — Eu já estava com saudades. Desculpa novamente pelo atraso!

Minha mãe deu um sorriso bem grande, tipo, grandão mesmo, antes de abraçar a garota novamente, respondendo em seguida.

— Não se preocupe. Nem notamos o tempo passar! — Ora, fale por si só mocinha! Eu notei, sim! — Oh, por Morgana! Está belíssima!

Foi impossível conter uma careta enquanto escutava o diálogo das duas. Ainda era estranho ver minha mãe assim, tão comunicativa e sorridente, mas me deixava feliz. Também não demorei para constar o fato de que, sim, Hermione realmente estava mais, hum… arrumadinha.

A castanha vestia uma saia preta rodada com seus sapatos trouxas que eu já tinha visto antes em uma foto de Blaise que o mesmo me mandou, hum… All Star? Eu não sei. Também vestia uma calça de lã preta por baixo, junto a um suéter vermelho e amarelo-ouro — que eu, sinceramente, já esperava — , um sobretudo também vermelho e um cachecol com as cores da grifinória.

Ela estava sorridente como sempre, seus  cabelos estavam maiores, preso em um rabo de cavalo meio bagunçado com vários fios soltos.

Se não fosse pelas cores bregas, eu concordaria plenamente com minha mãe.

Obviamente não proferi nenhum desses elogios.

Depois de todo chororô do reencontro, ela me encarou, com um sorriso gigante nos lábios.

Credo! Merlin me tenha.

— Draco, é muito bom ver você! — Seu sorriso estava me intimidando, mas eu tentei corresponder sem fazer careta. — Está magnífico.

Eu sorri, um pouco sem jeito pela educação, abraçando Teddy com um pouco mais de força, este que se encontrava em meu colo, com a cabeça deitada no meu ombro. Ele riu fraquinho, mas não saiu do lugar.

— Eu sei que vocês odeiam atrasos, eu também não suporto. — continuou, ela era muito comitiva, do jeitinho que eu costumava me lembrar, mesmo que de longe. — O preguiçoso do Ronald estava enrolando para ficar com Hope.

— Deixa disso, me… — Minha mãe foi interrompida por um bruxinho que estava em meu colo, parecia espantado. E antes que eu pudesse perguntar o que aconteceu ele começou seu questionário.

— Hope? Como ela tá, Mione? Como? — Ele perguntou, com os olhinhos já arregalados novamente.

— Eu não sabia que era mãe Hermione. — Comentei em seguida — Parabéns… eu acho — sussurrei a última parte para Teddy, que soltou uma gargalhada bem alta.

Notei que minha mãe também riu discretamente ao lado da castanha — que estava com os olhos semelhantes aos do Teddy.

Quase. Ninguém conseguia esbugalhar tanto os olhos como Teddy fazia.

Será que isso tudo é surpresa por estar sendo sociável? Por quê se for eu entendo.

— Não, não e não! — Ela começou a falar enquanto eu fazia uma expressão confusa e Teddy ainda ria em meu ombro. De quem mais ela poderia estar falando? — Eu não sou mãe, não mesmo!

E antes que eu pudesse responder ou perguntar qualquer coisa, minha mãe disse:

— Vamos andando, crianças. Nesse ritmo não sairemos daqui hoje! — A seguimos para fora. — Não aguentava mais esse cheiro de trutas. — Completou gargalhando bem alto em seguida.

E pela quarta vez no dia, sorri sincero. Eu estava adorando ver minha mãe solta assim. Sorrindo atoa e gargalhando por coisas bobas. Era gratificante ver o quão mais bela e feliz ela parecia nos últimos tempos. Que Merlin me ajudasse a preservar esse riso. 

— Vózinha, o que é trufas?

E eles engataram em uma conversa muito saudável sobre trutas, embora minha mãe tenha falado o básico do básico, Hermione fez questão de listar e caracterizar cada espécime. E apesar da conversa divertida — sinta a ironia — era aconchegante e morninha a sensação gostosa que se espalhava em meu corpo toda vez que Teddy vibrava em meu colo, rindo por não conseguir proferir algumas palavras difíceis que Hermione lhe explicava — Rapidamente chegamos ao ponto para aparatar até o centro de NY.

— Segure firme, bebê. — Ele me abraçou fortemente e eu sorri, correspondendo e em um piscar de olhos estávamos em nosso destino. A primeira coisa que fiz foi conferir que Teddy estava inteirinho em meu colo, checando cada partezinha de seu corpo, procurando por um mísero machucado. Suspirei quando não encontrei nada, mas ainda assim perguntei: — Está tudo bem?

Os olhinhos azuis logo encontraram os meus fazendo com que eu me sentisse a pessoas mais sortuda do mundo quando vi seu sorriso quadrado enquanto tentava tirar os fios azuis, agora ainda mais bagunçados, de sua testa.

— Eu 'tô bem, Dray.

— Está bem, é? — Questionei, cerrando os olhos, enquanto levava uma de minhas mãos até seus fios ondulados, logo depois atacando sua bochecha de beijinhos estalados, escutando ele gargalhar enquanto pedia para que eu parasse. — Sim, acho que está bem mesmo.

— É claro que eu 'tô. Que Dray bobo!

E lá vai eu me derretendo todo novamente.

Suspirei e voltei a olhar para frente, logo notando dois par de olhos focados em nossa interação. Não era vergonha agir assim na frente de minha mãe. Pra falar a verdade ela já estava acostumada, vergonha foi perceber que Hermione nem piscava, olhando fixamente para nós, e foi instantâneo sentir meu rosto ferver e meus olhos saltarem levemente.

— Hormônios… — Foi o que saiu de meus lábios. E eu quis morrer alí mesmo. Que Merlin ouça.

Deixando o embaraço para trás, logo quando Teddy começou a fazer perguntas sobre a cidade trouxa descobri que Hermione já tinha preparado todo o cronograma do que iríamos fazer — além de ter anotado todas as melhores lojas da cidade —, então o trabalho seria apenas passar nas lojas e comprar.

Enquanto andávamos em direção a primeira loja eu decidi perguntar.

— Então, quem é Hope?

— Oh, claro! — Exclamou animada — Hope é cobra do Harry!

Certo…

— "Cobra do Harry" ? — Hermione finalmente pareceu entender a tonalidade de sua frase, ganhando rapidamente uma coloração vermelha por toda maçã que marcava seu rosto e eu pude me sentir vingado. Sorri satisfeito, apesar de um pouco temeroso pela resposta.

— Bem s-sim… quero d-dizer nããão! — Ela parou a caminhada, olhei para o lado e notei que minha mãe não tentava conter nem um pouco sua diversão ao presenciar aquela cena e Teddy a encarava um pouco… confuso? — E-eu quero dizer a c-cobra, c-cobra mesmo! Eu… — Ela parou, fechou os olhos e percebi que respirou fundo antes de continuar. — Cobra! Hope é uma cobra!

Tadinha, mas até que foi divertido.

— Por quê tia Mione ficou falando esquisito? — Teddy perguntou, ainda com a expressão confusa. Eu ri baixinho, vendo que minha mãe não decidiu conter nem um pouco de sua risada.

Hermione ainda estava vermelha.

Eu ia responder, mas meus braços começaram a pesar, eu tinha esquecido que ainda estava um pouco fraco demais, então apenas beijando sua testa e o colocando no chão, logo vendo uma careta junto a um bico se formando. Sorri fraco. — Dray também cansa, bonitão! — Apertei sua bochecha. — Vamos, deixe sua tia explicar quem é Hope.

— Hope é parte da família. Harry a encontrou logo depois da batalha, no mesmo dia pra ser mais exata. — Ela já tinha recuperado a coloração normal, e é claro que ela se lembrava do dia exato. Estranho seria ela não saber. — Ela uma jiboia metade basilísco. Uma mistura de um ser mágico e histórico com um animal sem origem mágica no sangue. Uma beleza que só, não é Teddy?

— Linda, muito linda!

— Oh, então suas histórias eram verdade? — Estava impressionado. Confesso que toda vez que Teddy chegava em minha casa com histórias mirabolantes sobre uma enorme cobra preta eu pensava que só poderia vir de sua imaginação, ou das histórias magníficas do Santo-Potter. — Que interessante!

— Ora Dray, claro que sim! Você não ouvia? — Ih, parecia irritadinho. Então fiz a coisa mais óbvia para escapar ileso da situação.

— Culpe sua Vó!

— Ei! — Minha mãe exclamou, sem entender o motivo de minha acusação. — Por quê eu?

— Sete e meia da manhã! — Disse com a voz pesada, ainda doía lembrar do ocorrido.

Por sorte, Teddy embarcou na missão de contar mais histórias sobre Hope. Contou sobre seus lindos olhos escarlate, sobre sua escama preta brilhante, e como seu padrinho conseguia entender tudinho que ela lhe dizia. Mencionou seus 1,73m de comprimento, e como era pesada e mesmo assim, fofa.

Hermione também logo se encarregou de contar várias de suas peripécias. Contou como foi difícil o ministério deixar Harry ficar com a guarda dela. E de como eles ainda estavam receosos por motivos incompreensíveis. De como ela era protetora e parecia uma adolescente as vezes. Contou também o motivo de seu atraso, e foi, com toda certeza, o momento em que eu mais ri.

— Falo sério! — Ela ria muito — Ron odeia deixar a Hope sair! Ele jura que ela vai voltar cheia de filhotes ou até mesmo pegar alguma DST! — Minha mãe mal se continha.
Estávamos realmente felizes. Teddy gargalhava alto, espremido em meus braços, já que segundo ele, tinha se cansado de andar os vinte minutos que o deixei andar por conta própria. Deixamos também ele comprar várias peças de roupas malucas para o padrinho e para o tio, interrompendo apenas para procurar saber o tamanho das peças. E cheio de conversas calorosas, sorrisos sinceros e boa companhia que o dia se foi. Já se passava das seis e meia quando decidimos voltar para nossas casas. Meu corpo já não aguentava mais tanta agitação e o cansaço era transparente em minha face.

Acho que foi quando minha mãe e Teddy se juntaram, manhosos, pedindo para Hermione dormir conosco que acordei realmente. E  mesmo ela relutando, logo foi vencida pelos olhares dóceis e cheios de determinação que os dois mantinham.

— Espero que não tenha problema. — Ela comentou comigo, baixinho, mas senti a tensão em sua voz, e eu tive certeza que com uma balançada de cabeça ela iria embora, sem qualquer tipo de mágoa. Mas eu não neguei. Não queria ter mais ter medo. Talvez seja o universo me dando mais uma chance?

E Foi num lapso de coragem que respondi, calmo porém firme, olhando em seus olhos:

— Não tem problema.


Continua...  



Notas Finais


olá pra quem ler, já que aparentemente, eu tenho leitores. eu mudei o nome da estória, belê? bebam água e se alimentem direitinho, eu não faço isso por causa dos problemas mas não significa que vocês não devem fazer também!


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