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História Hope (Despair) - Primeiras Mordidas


Escrita por: Rose-chi

Capítulo 2 - Primeiras Mordidas


Todas as garotas optam por aceitarem o fato dos garotos serem vampiros, e com isso não discutem mais acerca da "espécie" deles. Mesmo que não fossem humanos, ainda teriam o respeito delas. É com esse pensamento que elas dormem, horas mais tarde.

— Eu não sei porquê você sempre me acusa de comer suas porcarias... — A voz irritada de Subaru é ouvida no corredor onde ficam os quartos das meninas. — Além disso, eu não sou o único que mora aqui!

— Mas você foi o último a ir à cozinha! — Uma outra voz, esta a de Ayato. — Com certeza foi você que comeu todos os meus takoyakis!

— Isso é ridículo! 

— Ei! Volta aqui! Eu ainda não acabei!

Yumi e Maika são as que têm o sono mais leve entre suas amigas, sendo as que ouviram toda a discussão. A desenhista chega a levantar da cama para discutir com os irmãos que estavam brigando, justamente, em frente a sua porta. Abrindo-a, vê o corredor sem ninguém; já tinham ido embora. Menos mal.

— Ótimo, já facilita meu trabalho com você acordada. — Reiji aparece no início no corredor, vendo a garota de cabelos brancos parada, parcialmente fora do quarto. — Prove-se útil, e acorde as outras. Sairemos daqui a uma hora.

— Sair para onde, mesmo?

— Não é óbvio? Iremos à escola. 

— Hã? Mas eu lembro de ter nos colocado no turno da manhã.

— Então finja que já é de manhã e faça o que eu disse. — Com essa última frase, o vampiro vai embora. Não querendo contrariar, Yumi resolve fazer o que ele disse e acorda suas amigas, uma por uma.

Em cerca de meia hora, todas as garotas já estão prontas, vestidas com os uniformes da nova escola. Embora essa confusão com os turnos, todas estão ansiosas para saber como funcionavam as coisas por lá. Contudo, não podiam sair de estômago vazio. Aproveitando a meia hora restante, todas vão a sala de jantar e preparam suas próprias comidas, de acordo com o que tinha disponível na mesa.

Após isso, cada garota segue para um cômodo diferente, ora para passar o tempo até os vampiros decidirem ir, ora para explorar mais a mansão. Como Maika, que caminha pelo andar de cima, na ala onde estão os quartos dos irmãos Sakamaki. Ela fica com uma curiosidade enorme para entrar em cada uma das portas, ver como é o quarto de cada um... Ela chega a encostar os dedos na maçaneta de uma, mas Shu entra no corredor bem na hora, fazendo-a se afastar.

— O que está fazendo aqui?

— Opa! — Na sua melhor atuação, Maika finge que estava distraída. — Porta errada! 

— Você deve ter uma memória boa o suficiente para saber qual é qual.

— Humpf! Essa mansão é muito grande, e eu cheguei ontem! É claro que eu poderia me confundir. Agora, se me der licença...  — Ela passa pelo loiro, como se estivesse ofendida; quando estava, mesmo, frustrada por não conseguir entrar. Porém, o vampiro agarra seu braço. — Ei!

— Você parece saber bastante sobre o que eu sou. — Shu sorri pelo canto dos lábios. Percebendo o que estava prestes a acontecer, Maika puxa o próprio braço para perto de si, numa tentativa de se libertar. Mas o esforço é inútil, se levar em conta a força que o vampiro tinha. — Uma garota que quer promover a esperança ficando desesperada... Aquele colégio devia ter escolhido direito.

Com isso, Shu puxa Maika para si e crava suas presas no pescoço da garota, que ainda tenta lutar, empurrando-o, socando-o... Mas nada funciona. A única solução é rezar para que aquilo acabasse logo. 

Como se o universo atendesse ao seu pedido, em menos de um minuto, a garota fica livre das presas de Shu, que aprova o sangue da garota, por ser de qualidade. 

— Você é, mesmo, terrível!

— Parece que o colégio separou, realmente, as alunas com os melhores tipos de sangue. E digo isso, por já ter provado o da outra garota. 

"Outra garota"? Então ela não foi a única? Antes que pudesse perguntar quem teria sido, Shu some da sua vista. O sangue ainda escorria pelos furos feitos pelo loiro. Mesmo que de nada adiantasse esconder, Maika tapa o ferimento com a mão e anda para o seu quarto, pondo bandagem por cima dos furos.

Passam-se alguns minutos e, enfim os vampiros saem da mansão, juntamente com as seis garotas, cujas Maika e Asami tinham curativos sob seus pescoços. Dentro da limousine, Haiku encara cada um dos irmãos.

"Eles já tem o sadismo na própria natureza." Pensa. "Se forem tomados pelo desespero... Serão um perigo ainda maior, e aquele evento da Enoshima Junko vai ser uma brincadeira de criança, comparado ao que podem fazer." 

— Ei! O que você está olhando? — Sem perceber, Haiku acaba encarando Ayato por tempo demais.

— Ah, n-não é nada! — Explica ela com um sorriso forçado, sem jeito. — Só estava pensando!

— Olhar para o Ore-sama é sinal de que ousa desafiá-lo. 

— Mas é só um erro de interpretação...

— Então eu estou errado?! Ore-sama nunca erra, garota! — Como Haiku está ao lado do ruivo, ele consegue, facilmente se aproximar dela, pegando seu queixo e levantando-o para cima, expondo seu pescoço. — E vou mostrar isso, agora!

Ele abre a boca para morder o pescoço da garota, que fecha os olhos, esperando pelo pior. Suas amigas iam intervir, mas Reiji é quem fala no lugar das outras.

— Ayato! Já conversamos milhares de vezes sobre essa atitude em público. Não me faça repetir.

— Salva pelo gongo... — Murmura Haiku.

— Tsh! — Resmungando, ele larga o queixo da poetisa, se afastando dela com os braços cruzados. Não tirando os olhos da garota. — Isso ainda não acabou. 

Haiku suspira. Pelo menos, naquele momento, poderia relaxar por não ser mordida. É fato que ela e suas amigas são lanches dos vampiros, pelo tempo que sobrevivessem, mas não ia desistir. Se veio para evitar o desespero dentro deles, é isso que irá fazer. Eles beberem do seu sangue seria só um obstáculo... Certo?

Chegando na escola, todas as seis ficam livres dos Sakamaki, ao menos durante os intervalos. Cada uma recebe um horário diferente de aulas, de acordo com as matérias que mais dominam. No toque do primeiro intervalo, Asami resolve conversar com Maika, em particular.

— Shu-san te disse alguma coisa?

— Que nossa escola escolheu bem...? — Maika põe o dedo indicador na bochecha, lembrando o máximo das palavras que o vampiro a tinha dito. — Nosso sangue é de boa qualidade... Algo assim.

— Foi o mesmo que ele disse para mim. Talvez seja, mesmo, verdade.

— Você tem alguma teoria, não é?

— Por enquanto, só que o diretor queria que fossemos alimentos de vampiros. E essa história de "esperança" foi só uma cilada que ele inventou para nos levar até aqui.

— Mas como pode ser possível? O diretor é o Ultimate Esperança! Não faria sentido algum ele levar os alunos para morar com seis vampiros insanos e sádicos, para servir de lanche a eles. Seria muito desumano da parte dele.

— Talvez ele não seja quem parece? 

— Acho que não, Yamamoto-san... O diretor é, até, mais humano que todas as pessoas boas do mundo juntas. Não foi à toa que ganhou o título de "Esperança"... Mas é algo a se pensar.

— Não trabalhe muito nos conceitos que vê, Tachibana-san. Nem sempre estão corretos.

— Eu sei, eu sei.

— O que estão aprontando sem mim? — Haiku chega próximo às amigas. 

— Nada de interessante. — Maika sorri inocentemente, mas muda para uma expressão preocupada. — Aliás, Hai-chan, quanto ao Ayato-kun... Ele te...

— Por enquanto, não. — Ela sorri vitoriosa do seu plano. — Fiquei sempre próxima do Reiji-san, então ele me deixou em paz.

— Sabe que isso não vai adiantar, não é? — Asami assumiu o mesmo tom preocupado de Maika. — Não quero ser pessimista, mas nós moramos lá, de qualquer forma. Hora ou outra você vai estar com a guarda baixa e ele vai...

— Sim, sei disso. Mas, como Aoi-sensei disse uma vez: "portanto que continue persistindo, sempre vai aparecer oportunidades ótimas". O que nos resta é não nos darmos por vencidas. Temos que erradicar o desespero que eles têm dentro deles.

— Seria, você, a nova esperança da humanidade? — Asami põe uma mão na cintura sorrindo, já se sentindo mais otimista.

Nesse momento, toca o sinal para a próxima aula. Todas as meninas se separam e agem como se estivessem no Hope's Peak. Embora a escola não tivesse quase nada igual a que estudaram: sem professores com algum talento... Sem diretor que era a esperança encarnada... 

Porém algumas aulas estavam presentes para que as meninas desenvolvessem mais seus talentos. Como Yumi nas aulas de artes, Akane nas de educação física e Haiku nas de língua japonesa. As outras três, por terem talentos um tanto "fora dos padrões das aulas", não tinham como aperfeiçoá-los. Maika até queria entrar no clube de teatro, mas os vampiros advertiram que não deveria se juntar a clube algum; regra que valia às outras cinco.

No fim, todas voltam à mansão mais tranquilas pelo mínimo de liberdade que tinham naquela escola, o que fazia as meninas ficarem ansiosas para chegar o dia de amanhã. Mesmo assim, ainda estavam exaustas por serem acordadas no meio da noite. Sendo a cama o primeiro lugar que todas iriam assim que pusessem os pés na mansão.

Sem exagero, quando cruzam a porta de entrada, elas partem para seus respectivos quartos, apenas tirando os sapatos e meias, trocando de roupa e deitando na cama.

Haiku está abrindo os botões do seu blazer, quando a porta abre e entra Ayato, com um sorriso aberto no rosto. Encarando-o por alguns segundos, a garota força uma risada.

— O-olá de novo, Ayato-kun! O que está fazendo aqui?

— Esqueceu do que eu disse mais cedo? — Ele mantém o sorriso, enquanto se aproxima da poetisa. — O "gongo" não vai te salvar dessa vez. 

— Não faz isso. Você não vai gostar do meu sangue! — Mesmo nervosa, ela continua no mesmo lugar.

— Isso, só o Ore-sama pode dizer. Então vejamos...

Ele chega logo perto de Haiku, segurando ambos os pulsos, ao mesmo tempo que a empurra para a cama, pondo seu peso contra o corpo da garota para que ela não tentasse fugir. Apesar disso, a garota continua relutando.

— Para!

— Sabe... Quando a comida fica tentando se proteger, com certeza deve ter um sangue bom! E quanto mais você gritar... — Seus lábios roçam o pescoço da garota. — Mais apetitoso vai ser. — E então, ele a morde, fazendo Haiku gemer de dor, segurando seu grito. — Doce e quente... Meu tipo favorito! Como você adivinhou?

Ele brinca, continuando a beber do seu sangue. Mais e mais, enquanto a garota perde as forças e a consciência... Sua visão começa a embaçar, ficar turva... Não consegue mais aguentar ficar de olhos abertos, tampouco lutar. Desmaiando na sequência. 

Enfim satisfeito, o ruivo levanta da cama, dando uma breve olhada no rosto adormecido da garota, antes de ir embora.

Sekai não viu a cena, mas percebeu que o ruivo tinha atacado sua colega. Ela foi a última a ir para o quarto, sendo testemunha de quando Ayato invadiu o quarto de Haiku, assim que entrou no corredor. 

Tudo o que a garota queria, naquele momento, era socorrer a colega e convencer, tanto ela como as outras, a irem embora daquela mansão e nunca mais chegar perto de lá, enquanto vivas. Mas uma força lhe impedia de fazer isso. Uma força que parecia dizer "Deixe suas amigas descobrirem por conta própria" ou "Isso não tem a ver com você". Obedecendo essa tal força, ela troca de roupa e deita na cama, dormindo após pouquíssimos minutos. 



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