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História Hope (Despair) - Acordo


Escrita por: Rose-chi

Capítulo 4 - Acordo


“[…] Antes mesmo do chicote colidir com a pele da garota, Shu entra no quarto, ficando próximo a Maika.

— Desculpe. Eu vou precisar pegar ela emprestado. — Diz, segurando o outro braço da atriz e puxando-a contra si. 

— Nunca te educaram para bater na porta antes de entrar? — Reiji pergunta retoricamente, largando o pulso de Maika e abaixando o chicote. — Ah! É claro! Nem uma educação digna você teve.

— Tsh! Prefiro nem discutir com você, que iria ser ‘educado o suficiente’. — O mais velho encerra a discussão, puxando Maika para fora do quarto de Reiji, e indo rumo ao seu.

Não é a primeira vez que ela esteve numa situação de perigo, e, no último segundo, acontecia um imprevisto que a livrava daquela situação. Mais alguns ‘salvamentos’ assim, e ela pode mudar seu talento para Ultimate Sortuda.

— Valeu. Eu te devo essa. — Mesmo que por instinto, essas palavras que Maika diz, são as piores já escolhidas por ela.

— Que bom saber disso. — O loiro sorri de canto, ao mesmo tempo que a garota recua, percebendo o que disse. — E já sei o que pode fazer. 

— Ah, não! Acabei de escapar de uma situação bem difícil! Por favor, não me coloca em outra! 

— Pare de choramingar. Se fizer o que eu pedir, te devolvo isso. — Ele abre a mão, mostrando o elástico que tinha pego antes. — Combinado?

— Eu... — Ela olha para seu objeto e solta um suspiro, enfim pegando-o da mão de Shu. — O que você quer, então?

Sem falar nada, o loiro puxa a garota para perto de si e crava suas presas no pescoço dela. ‘Por que eu não desconfiei...?’ Pergunta ela, apenas esperando ele ficar satisfeito. Não podendo se mexer, nem revidar... E ela odeia situações em que se sente inútil. Aliás, por quê essas coisas aconteciam com ela?

Akane, por outro lado, caminha pelo corredor, onde fica o quarto de Kanato. A porta do está um pouco aberta; o suficiente para olhar um terço do lugar. Pelo meio segundo que a lutadora olha para dentro, consegue ver um brinquedo muito familiar. Assim que percebe o que vê, ela para e volta para analisar melhor, mas é o próprio vampiro que aparece no lugar.

— Posso saber o que você tanto está tão curiosa para ver aqui? — Pergunta, com seu ursinho na mão. 

— V-ver?! Eu não queria ver nada! — Ela dá meia volta e segue seu caminho, mas Kanato segura seu pulso.

— Eu sei que você estava olhando para cá. O que você queira ver? — Ele pergunta no tom mais calmo possível. 

— Não era nada, eu já disse! — Akane diz, conseguindo se livrar da mão do vampiro. — Eu estou com pressa, agora. Então...

— Mas eu não estou. — De maneira rude, Kanato empurra Akane, fazendo-a cair de joelhos. 

— Idiota!

— Olhe para você mesma. — Ele se ajoelha, erguendo seu queixo, para fazer o rosto dela encarar o dele. — Quem está aqui e não fugiu até agora?

— É que... Eu só...

— Está com medo de novo! — Ele abre um imenso sorriso. — Você é, mesmo, ridícula! Mas, ainda assim... — Ele cheira seu pescoço e a morde. — Tem um gosto tão doce...

Diferente de Maika, Akane tem mais força, podendo empurrar o vampiro. Mas não era o suficiente para afastá-lo por completo. Ela chega a desviar das suas presas, mas fazendo isso, acaba piorando sua situação. É evidente que hoje, todos os vampiros vão ter uma ceia esta noite.

Agora de manhã, Maika acorda vendo-se deitada num carpete amarelo. Um pouco menos sonolenta, ela percebe que está em um quarto diferente do seu: está no de Shu. Voltando um pouco suas memórias, o loiro bebera seu sangue mais do que o necessário, até que, pelo cansaço do dia anterior e pela perda de sangue, ela desmaiara.

Ela percebe que o vampiro está na cama, dormindo. Por algum motivo estranho, o rosto de Maika ganha um tom avermelhado; geralmente, ela deixa que ninguém a veja desse jeito. É uma novidade para mim... De qualquer forma, ela se levanta e olha para a porta, caminhando para lá.

Porém ela para de andar, a fim de encarar o rosto do primogênito. O que ela está fazendo, agora? Ele logo abre os olhos azuis e a encara, sem mover nenhum músculo. Sem graça e crendo que ele não faria nada consigo logo cedo, Maika continua seu caminho, rumo à saída do quarto.

Como está sem muito sono, vai para a sala de jantar para comer alguma coisa, encontrando Sekai e Asami lá.

— Ah, Tachibana-san! Ohayo! — Diz Asami com um sorriso meio preocupado. —  Eu não te vi indo para o quarto ontem... Foi dormir tarde ou o quê?

— Bem, houveram uns imprevistos de última hora, mas tudo bem. — Explica ela, sentando-se à mesa e pegando um pouco da comida que tinha lá, pondo no seu prato. — Não precisa se preocupar. Aliás, Hanashiro-san, qual o problema? Dor de cabeça?

— Ah, sim... Subaru-kun de novo... — Ela passa a mão na nuca. Provavelmente, onde foi mordida. — Acho que Nakamura-san e Sato-san foram as únicas que não foram mordidas ontem.

— Yamamoto-san também?

— Eu estava, justamente, comentando com Hanashiro-san sobre isso. Aquele pervertido me atacou quando estava saindo do banho. Pelo menos já estava de roupa...

— A ideia de nós irmos embora ainda está de pé? — Sekai pergunta à Maika, que responde calmamente.

— Espera uns dois meses, está bem?

— M-meses?! — Asami se espanta, quase levantando da cadeira. — Essas semanas que passamos aqui já foi minha cota! Não me diz que vamos ter que ficar aqui mais dois meses!

— Hey, hey! Relaxa! Esse vai ser nosso máximo de tempo de ficarmos aqui! Só para confirmarmos que eles não vão se tornar a nova geração do desespero.

— Eu fico com a Yamamoto-san, quando ela comentou que: o diretor nos mandou para cá, só para sermos as refeições deles.

— Deve ter algum outro motivo por trás disso. Afinal, eu lembro que ele fez as escolhas à pente fino. Se fosse aleatório, aí sim, seria mais suspeito.

— Ele deve ter escolhido as com os melhores tipos de sangue, ou algo assim. — Sekai argumenta, mordendo a unha do polegar.

— Eu não sei como ele saberia qual tipo de sangue é ‘o ideal’, mas vou acreditar em vocês nessa teoria... — Maika fala, se sentindo traída pelo diretor.

— Ohayo, para vocês também. — Yumi diz, bebendo um gole de chá verde.

— Ah! Nakamura-san! — Asami se assusta ao ver a colega sentada ao seu lado. — Há quanto tempo está aqui?

— O suficiente pra preparar o chá, me sentar e ouvir a conversinha sobre o diretor.

— Por favor, Nakamura-san, não conta para a Sato-san e a Yamazaki-san! — Sekai junta as mãos, implorando à amiga.

— No caso, só a Yamazaki-san, não é? — Ela aponta com os olhos para Haiku, que acaba de entrar no cômodo.

— Olá, meninas! — A poetisa chega com seu melhor sorriso, como se não tivesse escutado toda a conversa antes de entrar lá.

— Bem, mas acho melhor deixá-la saber disso também. Conhecendo ela, tenho certeza que não vai gostar nada de ser a única a não saber de alguma coisa. — Fala a desenhista, calmamente, ao mesmo tempo que beberica mais um gole do chá.

— Descrição zero, pelo visto... — Brinca Maika, antes de comer um pouco do seu café da manhã.

Para variar um pouco, a presença de Haiku no lugar acalma toda a tensão no ambiente. Akane chega bem mais tarde, quando todas estão quase se retirando da sala de jantar. Porém ficam por lá para discutirem suas teorias junto com a lutadora que tinha sido mordida por um longo tempo, acordando com uma baita dor de cabeça.

Asami aproveita a não-presença dos vampiros para entrar em contato com seu irmão mais novo, Togami. O garoto tinha só 13 anos e já era sinônimo de problema. Segundo o que soube, os irmãos eram muito unidos. A família Yamamoto é uma das poucas que ainda ficaram intactas depois do incidente, ou seja, seus pais e avós ainda estão sãos, salvos e vivos.

— Não pense que não vou puxar suas orelhas, só porque estou longe. O que está fazendo? ... Espero não se meter em nenhuma encrenca. ... Ah! Pra variar, né? ... Hã? C-como é aqui, onde eu estou morando? Bem, a casa é enorme e as meninas que foram comigo são muito legais. ... É verdade. Não tenho o que reclamar. — Ela força um sorriso e olha para o lado, vendo Ayato se aproximar. Nesse momento, ela congela. — Tá cortando a ligação. Tchau! 

Ela fala rapidamente, tirando o celular da orelha e termina a chamada, antes do ruivo notar o que ela estava fazendo. Mesmo assim, desconfia da garota com o celular na mão.

— Pensando em ligar pra alguém logo cedo?

— Do que está falando? — Ela vira os olhos para o chão, fingindo estar indignada com a acusação do vampiro, mas este percebe seu truque. 

— Ah! Então o palpite do Ore-sama estava certo! Agora vejamos... — Ele estica a mão para pegar o celular da garota, que o segura com toda sua força. — Então já vi que vai ser só jeito difícil.

Ele sorri e puxa o braço da garota, sentindo o cheiro da sua pele... Mais do sangue, na verdade. Como que por impulso, Asami mexe seu braço, batendo seu cotovelo em cheio no nariz dele; forte o suficiente para fazer o sangue escorrer por uma das narinas.

— N-nossa! — Ele a larga e a garota fica sem saber o que fazer. Ela tenta tocar no rosto do vampiro para analisar seu ferimento, mas algum tipo de força a impede de continuar. — A-Ayato-kun... E-eu... Me desculpa! Não foi minha intenção...

— Agora, sua punição vai aumentar. — Ayato olha para a cabeleireira com uma expressão ameaçadora, quase que mortal. 

Asumi, por sua vez, corre o mais rápido possível para qualquer lugar, longe de qualquer objeto que podia ser usado como sua punição. O quintal! Ela vai até à porta dos fundos e se esconde numa capela...? Não! É um mausoléu! Pelo menos, não deve ter nada que o vampiro use contra ela.

Ainda no quintal, Haiku está escrevendo sob a sombra de uma árvore, juntamente com Yumi, que desenha o canteiro de rosas brancas.

— God damnit! — Resmunga a desenhista.

— Nakamura-chan, o que foi?

— Ei! — Ela grita para Subaru, que está na frente da garota, porém concentrado em tirar as ervas daninhas. — Podia aparecer em outro minuto? Eu quase estraguei meu desenho!

— Se está incomodada, então vá para outro lugar. — Ele diz, arrancando uma erva daninha com brutalidade, sequer olhando para a garota.

— Ah, é? Mas eu cheguei aqui primeiro! 

— Nakamura-chan, esquece isso! — Haiku sorri animada. — Você conseguiu decorar o cenário, não foi?

— Pior que não, Sato-chan... — Ela suspira, antes de voltar a levantar a voz. — Anda logo, por favor? — Ele a ignora e continua a arrancar as ervas daninhas, fazendo Yumi bufar de raiva. No fim, nenhum dos dois sai de onde estão.

Ayato, por sua vez, acaba encontrando Asami no mausoléu. E a garota dá alguns passos para trás, encontrando alguma brecha para fugir.

— Desiste, garota. Nunca que você vai fugir de mim. — Ele diz, sorrindo vitoriosamente, ao mesmo tempo que olha para todos os lados, pensativo. — Agora, quanto a sua punição... — Ele a empurra calmamente, fazendo-a encostar na parede, cheirando seu pescoço. — Você fez Ore-sama perder muito sangue naquela hora. 

— Por favor... — A garota começa a tremer, agarrando o ombro dele com força, numa tentativa falha de afastá-lo.

Ayato, por sua vez, lambe a área do pescoço que ele quer morder e expõe suas presas. Asami fecha os olhos, imaginando o quão dolorosa seria sua mordida... Porém sente um vento gelado. Abrindo os olhos devagar, ela vê o vampiro se afastar de si, começando a rir.

— Isso vale à pena cada gota de sangue! Sua cara assustada é a melhor! — Ele continua rindo da cabeleireira, que raciocina sua brincadeirinha, ficando furiosa. Porém, ela não faz nada contra o ruivo, a fim de não piorar sua situação; que já não é a das melhores.

Já no quarto, Sekai está concentrada na música que toca dos seus fones, deitada de bruços na cama, nem percebendo que Laito tinha entrado. Só quando ele senta ao seu lado e desliza os dedos pelas suas costas, que é quando Sekai se arrepia, é que vê o ruivo de chapéu ao seu lado.

— Que susto! Não sabe bater na porta? — Diz, sentando na cama e pondo a mão no peito, suspirando pesado.

— Eu não sou rude como meus adoráveis irmãos. É claro que eu bati na porta, mas parece que você não ouviu.

— Mentira. O volume nem está tão alto! Você invadiu, mesmo!

— Bem, eu moro aqui, não é? Qualquer quarto é da minha casa. Posso entrar em qualquer um que eu quiser... — Ele segura delicadamente o queixo de Sekai com o dedo indicador e o polegar. — E do jeito que você está, só penso em um certo lugar para...

— Opa. Meu pé escorregou. — Akane fala, após tentar acertar um golpe de Taekwondo na cabeça de Laito, que desvia e, consequentemente, se afastando de Sekai. 

— Oras, não precisa ficar com ciúmes, bitch-chan. Eu posso cuidar bem das duas.

A vidente fica assustada com o seu comentário, não querendo ver aquelas cenas indecentes na sua cabeça. Akane, por sua vez, continua com o mesmo olhar frio e calmo de quando entrou.

— Sai daqui. — Com o polegar, ela aponta para a saída. 

— Certo. Entendi. Desculpe atrapalhar o casal 'yuri'. — Sorrindo, ele sai do lugar.

— Salvou minha pele. — Sekai sorri aliviada. Já a lutadora, senta na cama da amiga, também aliviada.

— Pelo menos cheguei a tempo. — Comenta com um fraco sorriso. — Escuta.... Eu tive um sonho que tenho que te contar... […]”



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