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História Hora de amar - Capítulo 14


Escrita por: LisMorelos

Capítulo 14 - Capítulo 14


Ela se voltou de súbito e colidiu com Caio e seus olhos azuis. 

– Por que está zangado comigo? Qual o motivo? – perguntou furiosa. – Sou eu a parte ofendida.

Caio, que se orgulhava de ser um mestre quando se tratava de disfarçar as próprias emoções, rangeu os dentes.

– Estou zangado porque transformei nosso encontro em uma grande confusão e fiz você se virar contra seu avô – admitiu.

– Não me virei contra quem não me fez mal, e tenho certeza de que é um excelente senhor e desejo tudo de bom para ele – retrucou ela constrangida. – Mas não sei se quero conhecê-lo e por certo não pretendo ir a nenhum lugar com você depois do que descobri a seu respeito!

– E o que descobriu a meu respeito que é tão ameaçador? – replicou Caio tentando não olhar para as nádegas de Luiza nem para sua cintura minúscula. 

Gostava do corpo dela, com suas formas sutis e delicadas, que o haviam encantado na cama pensando assim, sentia-se excitado.

– Você pode ser o que bem quiser – disse ela com agressividade, acenando com as mãos para a sala luxuosa. – É rico e instruído sou pobre e luto para terminar meus estudos. Mas o pior é que não posso confiar em você, porque não diz a verdade.

A boca sensual de Caio se curvou de maneira divertida, e isso a irritou.

– Caso isso ajude, prometo agora que não lhe contarei mais nenhuma meia-verdade nem omitirei a verdade, por pior que seja para você.

– Seria um bom começo, quero dizer, quanto dinheiro você tem? – ela perguntou. – Tem um jato particular?

Caio tinha uma frota, porém decidiu não revelar por enquanto, apenas confirmou com um gesto de cabeça.

Luiza ficou desapontada, pois esperara que não fosse tão rico.

– E possui mais de uma casa? – continuou.

Ele começava a gostar da expressão consternada dela, que não parecia apaixonada pela sua conta bancária.

– Sim – murmurou respirando profundamente. – Herdei uma fortuna de meus pais, ambos de famílias ricas quando se casaram.

Como ela fora tola em pensar que Caio era um sujeito comum uma dor profunda a invadiu por ter sido tão cega para não perceber o relógio de ouro caríssimo que ele usava, as abotoaduras de brilhantes e o terno de corte perfeito. 

Não era um mero funcionário da empresa com um carro à disposição, não. Era o proprietário que dirigia os negócios, e, de acordo com Iwanessa, as Indústrias STA eram internacionais.

– Por que veio me procurar, Luiza? – perguntou ele de supetão. 

por sua vez também percebendo que existia uma mulher no mundo que desconsiderava seu dinheiro e poder, e isso o fascinava.

Luiza pousou os olhos verdes em seu rosto e deu de ombros de maneira fatalista.

– Porque estou grávida...

E a notícia pareceu pairar no ar em meio a um grande silêncio, que se prolongou até a sufocar, impelindo-a a falar de novo:

– Desculpe dar a notícia de maneira tão súbita, mas apesar de tomar a pílula como lhe disse, tive um problema estomacal naquela semana e meu médico acredita que, tenho vomitado, fiquei desprotegida. 


Caio continuou a fitá-la como se tivesse descido de paraquedas na sua frente sem aviso.

Estava pálido por baixo do bronzeado e muito tenso, os olhos brilhantes, seus piores suspeitas se confirmavam.

– Grávida? Tem certeza?

– Claro que sim, atualmente os testes são feitos logo nos primeiro dias – murmurou ela.

– E tem certeza de que é meu?

– Sabe muito bem que não houve outros antes de você, e garanto que não houve outro depois – declarou ela com frieza, magoada com a pergunta. – O bebê é seu – concluiu.

Um bebê essa ideia fazia o cérebro de Caio ferver. Com suas palavras, Luiza concretizara seu maior pesadelo. Ele caíra em uma armadilha em que jurara nunca se envolver.

Tinha amigos que entraram na mesma situação, e o final nunca tinha sido feliz.

Durante toda a sua vida adulta tomara cuidado para não correr esse risco. 

Mas só podia culpar a si mesmo por ter aceitado a palavra de Luiza e não usado camisinha para se garantir, tudo dera terrivelmente errado, concluiu.

– Está chocado – disse ela com desconforto. – Também fiquei chocada, mas não quero fazer um aborto...

– Jamais lhe pediria tal coisa – interrompeu elencom suavidade. – Somos adultos, lidaremos com isso.

– Não é muito fácil lidar com bebês – comentou ela com desespero na voz. 

Lembrando-se da trabalheira com as crianças de colo em seus lares de adoção, ter um bebê é um trabalho em tempo integral, refletiu com medo. 

Não podia ser deixado sozinho nem um minuto, necessitava de cuidados constantes e não costumava dormir a noite inteira. 

O nascimento de uma criança viraria a vida dela de cabeça para baixo, além de arruinar todos os seus planos.

– Seria melhor para mim que não estivesse grávida – murmurou ela com aborrecimento. – Tenho provas dentro de duas semanas. Agora não poderei me concentrar...

– Está estudando? – perguntou ele emergindo da nuvem cinzenta que o cercava.

– Sim, quero ir para a faculdade no outono.

Caio refletiu sobre as gigantescas lacunas na investigação de Socrates. Do mesmo modo que a fotografia não mostrara sua beleza, os fatos mais básicos sobre sua vida também haviam sido omitidos.

Luiza não se contentaria apenas em limpar escritórios pelo resto da vida; sem dúvida tinha ambição; se ele tivesse feito mais algumas perguntas antes, teria descoberto isso há mais tempo.

 Agora, porém, saber quem ela era, o que era, não mais importava diante da perspectiva da criança que iria nascer

Socrates merecia mais do que essa surpresa desagradável.



#caluh❤




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