Caio franziu a testa, nunca tendo ouvido tal expressão antes Bas gemeu de dor sobre a bandeja, Luiza o acariciou, enquanto lágrimas surgiam em seus olhos.
– Não suportaria se algo acontecesse com Bas... Ele é tudo que me restou de Berlianel!
Martha entrou nesse instante trazendo um casaco, que Caio colocou sobre as costas de Luiza.
– Berliane? – repetiu, vendo com tristeza as lágrimas caírem sobre o rosto dela.
– Ela era minha mãe de criação – explicou ela enquanto ele segurava a bandeja e a empurrava para a limusine que aguardava na calçada. – Mudei para a casa de Berliane quando tinha 12 anos foi o único lugar onde consegui ser verdadeiramente feliz, ela me tratava como se fosse da família ela me amava de verdade...
– E você ainda a vê? – perguntou ele, ansioso para afastar os pensamentos dela do pobre Bas e distraí-la um pouco.
Luiza enxugou as lágrimas com raiva.
– Berliane morreu quando eu tinha 20 anos, ficou doente por muito tempo... Um dos filhos dela comprou Bas para alegrá-la nos seus últimos meses de vida. Achei que era uma ideia louca lhe dar um bichinho de estimação quando estava tão mal, Bas, porém, a fez sentir um novo interesse na vida... Ele alegrou seus últimos meses, e então eu o levei comigo quando ela morreu.
Com a bandeja no colo, ela acariciou o corpinho de Bas.
– Como soube que Jason me seguiu ontem à noite? E que veio me visitar hoje?
– Quando você foi embora ontem, mandei um de meus seguranças protegê-la discretamente para garantir que ficasse a salvo com Jason por perto, nunca se sabe murmurou ele.
– E por que você fez isso? Quer dizer que um de seus homens andou me seguindo desde ontem? – exclamou ela sem poder acreditar.
– Por isso soube dos planos de Jason e que veio vê-la hoje defendeu-se ele.
– Jason estava para ir embora calmamente quando você entrou e tudo virou de pernas para o ar, não preciso de um segurança. O que sou eu? Uma princesa ou algo assim? Nada tenho de valor para ser roubado. – Olhou em volta, de repente se lembrando. – Para onde vamos?
– Para uma clínica veterinária onde Bas será cuidado.
Luiza fitou o corpinho exangue do chihuahua, notando o sangue em seu focinho, e seu lábio tremeu.
– Eu o amo tanto que chega a ser ridículo – confessou. – Ele não é treinado, e Jason o irritava tanto quando eu morava com Mel que passou a odiá-lo.
– Bas me mordeu também.
– Mas você não o chutou, chutou? – murmurou ela.
Caio fitou o cãozinho e suspirou, salvar Bas era uma prioridade quando a mãe de seu filho amava tanto o animal.
A mãe de Caio tivera muitos cachorros de estimação e gostava deles, mais do que demonstrava gostar do filho.
Caio observou Luiza sentada ao seu lado e tão magrinha, tentou imaginar aquele corpinho aumentando com seu filho dentro e sentiu uma onda de emoção junto a uma excitação sexual.
Como tal pensamento podia ser erótico? Não conseguiu acreditar, qualquer idiota podia engravidar uma mulher.
Nada havia de especial, embora no seu caso o ato que provocara isso fora maravilhoso, lembrou, pensando na sensualidade que os envolvera à medida que a limusine alcançava seu destino.
Caio pegou a bandeja com o cão sobre os joelhos de Luiza e carregou Bas para a clínica.
Uma enfermeira de uniforme veio recebê-lo, e logo um veterinário robusto surgiu para fazer várias perguntas.
– Precisamos tirar um raio-X e estabilizá-lo primeiro é preciso cuidar da pata, se tivermos sorte, não será nada muito grave.
Enquanto o veterinário falava, Bas teve uma convulsão que fez as três patinhas sadias se debaterem no ar Luiza gritou, alarmada, e tentou contê-lo.
– Lamento, não é um bom sinal – avisou o veterinário – mas não há nada para impedir. – Conduziu- os para a sala de espera e levou Bas para a cirurgia.
– Esta é uma das maiores e melhores clínicas veterinárias do Reino Unido – garantiu Caio para A ela – Aqui é o lugar certo para salvar Bas.
Luiza fitou o espaço, tentado imaginar a vida sem a presença adorável de Bas, e estremeceu.
Meia hora mais tarde, a enfermeira apareceu e comunicou que Bas teria que passar a noite em observação, pois ainda podia necessitar de uma cirurgia de m emergência para a fratura no crânio.
– Como vou pagar as contas de tudo isso? – lamentou-se Luiza em voz baixa enquanto Caio se levantava, sem dúvida louco para ir embora, ela refletiu. – Esta emergência deve custar os olhos da cara.
– Vou providenciar tudo - assegurou ele.
Puxando-a pela mão para se levantar também; ela era leve como uma pluma e estava tão preocupada com seu animalzinho que mal percebia a presença dele.
E Caio descobrira que ser ignorado era uma nova experiência para ele e que não apreciava muito quando a mulher que o ignorava usava jeans apertado e blusão.
De certa forma, a falta de interesse na própria aparência diante dele aumentava a irritação de Caio.
As outras sempre queriam estar bem-vestidas e maquiadas na sua presença ficou tenso ao recordar a doçura de seus seios e lábios e lutou para se concentrar no momento presente.
– Agradeço muito, mas não quero ficar lhe devendo nada – admitiu Luiza, quase tropeçando nos degraus na entrada da clínica, enquanto Caio a segurava pelo braço.
– Concorde em conhecer seu avô e não me deverá nada – retrucou ele com os olhos azuis brilhantes que sobressaíam no rosto bronzeado.
#caluh❤
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