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História Horn of Cheesecake. - Capítulo Três.


Escrita por: linophobia e hyunqiu

Notas do Autor


oi amores

eu acho que deu certo

Capítulo 3 - Capítulo Três.


— Tem certeza?

   Jisung indagou após alguns minutos de silêncio. Minho bebeu mais um gole do seu café antes de encarar o amigo com uma expressão séria. — Tipo, absoluta? Minho, você estava de óculos?

O mais alto espetou Jisung involuntariamente com o garfo próximo às suas mãos, vendo-o segurar um gritinho enquanto tocava na sua nova pseudo-ferida. — Para de ser abestado, esse assunto não é brincadeira, Jisung!

— Tá, tá, tá! Você não precisava partir para a violência! - o mais novo disse fazendo uma expressão indignada enquanto a dor irritante nas costas de sua mão esquerda ia cessando aos poucos. - mas de verdade, você realmente tem certeza absoluta de que era o Minnie?

— Mais que absoluta. - um suspiro escapou involuntariamente pelos lábios finos do mais velho que mexeu nos próprios cabelos para disfarçar o próprio nervosismo, falhando miseravelmente, diga-se de passagem.  Alguns minutos se passaram, Jisung mexeu no prato vazio com o canudo que usava anteriormente para beber seu chá gelado enquanto parecia pensativo.

   Minho não se atreveu a dizer sequer uma palavra, sabia que Jisung precisava analisar a situação de todos os lados possíveis antes de chegar à uma conclusão. Sua vontade era de voltar para casa e chorar até dormir.

Poucos metros de distância dos dois amigos havia um certo garotinho ponderando sobre a sua situação atual, com o olhar fixo no garoto de bochechas fofinhas enquanto não conseguia pensar direito em nada. O foco se desviou dos dois mais velhos assim que Han se levantou de onde estava, levando Minho consigo. Jisung não estava com uma expressão muito boa, desta vez parecia mais do que desanimado.

   Talvez até mesmo magoado.

   Seungmin se sentiu estranho ao notar isso enquanto o garoto pagava pelo que haviam comido. Sabia do que provavelmente se tratava, pela primeira vez sentiu vontade de esclarecer as coisas, sentia como se algo ruim fosse acontecer caso não fizesse isso.

— Jisung, você...

— Agora não é a hora e nem o lugar. Me liga quando conseguir uma explicação convincente, espero que tenha um bom fim de tarde, Seungmin. - e assim a expressão no rosto do mais novo demorou para carregar.

   Han Jisung havia sido grosso consigo pela primeira vez. Han Jisung, o próprio poço de felicidade e boiolisse havia sido grosso consigo.

• • • 🍰 • • •

— Se você não estivesse em um estado deplorável eu bateria a sua cabeça na parede. É sério Hyunjin, onde você tava com a cabeça? Por que você nem sequer cogitou a possibilidade daquilo ter sido quase a porra de um incesto? - Seungmin dizia enquanto batia massa de bolo em um pote usando uma colher de madeira. Hyunjin se perguntava como o mais novo possuía coordenação motora o suficiente para discutir e fazer aquilo ao mesmo tempo enquanto sentia a sua cabeça doer.

   Seungmin estava com a mente carregada, não conseguia parar de pensar nas palavras de Jisung e no jeito que elas haviam sido proferidas. A probabilidade do garoto estar magoado consigo era mais do que alta, tanto que o Kim já havia confirmado suas suspeitas.

— Seung... Eu não sei. Eu... Eu me deixei levar assim como você, e você poderia ter me feito parar. - Hyunjin dizia em um tom baixo, característico da entoação natural da sua voz misturado com um sentimento infinitamente melancólico. Seus dedos brincavam com a farinha acumulada sobre a mesa onde estava debruçado. — Ao menos ele te deu a opção de tentar se explicar. Eu sei que eu errei, eu sei o quanto eu errei ontem à noite, mas o Lino ficou irritado ao ponto de dizer coisas horríveis para mim. Eu não culpo ele, mas aquilo doeu em um nível... Eu nem sequer imaginava que ele fosse capaz de dizer aquilo.

— Hyunjin, você já ouviu falar em diálogo? - Seungmin indagou enquanto despejava a massa de bolo em uma forma redonda, fazendo com que Hyunjin revirasse os olhos.

— Ele não atende o celular e não responde minhas mensagens.

— Não. Hyunjin, presta atenção cara! Diálogo, olho no olho! É óbvio que ele não vai atender o celular, é óbvio que ele não vai responder as suas mensagens, ele tá puto com você! Sinceramente, vocês dois são tão complicados... - o Kim suspirou irritado, fazendo Hyunjin deixar um sorriso melancólico escapar quando analisou a própria situação. Se sentia um idiota.

   Seungmin agora estava batendo chantilly em outro pote, realizando aquilo sem fazer muito esforço enquanto o Hwang observa o rosto sujo de farinha do mais novo. Daria tudo para conseguir fazer parte do seu próprio estresse sumir como o melhor amigo fazia.

   "[...] Fecha os olhos e faz um pedido"

   A voz de Minho ecoava pela mente de Hyunjin, enquanto a lembrança do sorriso bonito do mais velho o fazia se sentir cada vez pior. O amava com todas as suas forças, não haveria como conviver consigo mesmo sabendo que o deixou escapar por um... Mal entendido.

Um grande e horrível mal entendido.

• • • 🍰 • • •

O dia nublado já começara péssimo, havia sido extremamente maçante para Kim Seungmin. Não satisfeito com uma manhã cheia de clientes que tiraram o dia para encher o seu saco, durante a tarde o horário padrão em que Jisung geralmente aparecia foi recheado de uma ansiedade sem fim. Seungmin sentia medo, mas ainda tinha uma pequena faísca de esperança misturada com um pouquinho de coragem e disposição.

Os minutos foram passando, logo uma hora se foi, nada do Han. O menino Kim mentiria se dissesse que seu próprio coração não perdeu quase totalmente a vontade de bater dentro de seu peito apenas por não ter a presença crucial do pequeno ali, bem... Isso até o momento em que o sino dourado da porta soou, anunciando a chegada do alguém que tomara quase todos os pensamentos do atendente que esperou incessantemente durante seu dia inteiro. No instante em que o viu, tentou ao máximo não transparecer a felicidade que queria exalar de seu ser mas o brilho em seu olhar era inevitável e impossível de esconder. Apesar disso, Seungmin se manteve sério diante de Jisung que o momento permanecia sentado em um dos banquinhos que ocupavam um lugar perto do balcão.

O menino Kim observou Jisung por alguns instantes antes de colocar uma fatia de cheesecake em um prato diante do mesmo. O garoto esquilo não pensou duas vezes antes de começar a degustar do doce, sem dizer uma palavra sequer àquele que ansiava por qualquer ação que lhe permitisse ter a voz. Era completamente esquisito sentir suas mãos suando enquanto esperava qualquer reação do garoto à sua frente.

— Você quer escutar a minha versão da história, ou...?

— É isso que eu vim fazer aqui. - curto e direto. Jisung tinha os olhos no cheesecake e o cutucava com a colher de metal, estando com a mente totalmente voltada para a sua paixão. Não conseguia enganar a si próprio, e apesar de estar tentando passar a áurea mais neutra possível, também não conseguia enganar o seu próprio coraçãozinho.

O Kim soltou um longo suspiro, sentindo a sua motivação voltando aos poucos enquanto concordava com a cabeça para si mesmo, antes de começar o "esclarecimento" .

— Bom, naquele dia eu não estava bem... o Hyunjin também não, e sabe como é, né...

— Você não 'tava bem? - Uma das sobrancelhas do Han se ergueu. Jisung agora matinha os olhos fervendo no outro enquanto apontava a colher que antes usava para comer em direção ao mais alto. — E achou que era melhor vocês dois se pegarem na brotheragem?

Seungmin molhou os próprios lábios enquanto Jisung se ajeitava no banquinho, voltando a comer o cheesecake como se não houvesse amanhã. O atendente apenas se calou e sentou em sua cadeira perto do caixa, onde se debruçou sobre o balcão.

— Por que você não estava bem? - o Han voltou a perguntar, dessa vez menos ameaçador, voltando ao seu tom mais neutro sobre a situação. Seungmin levantou o rosto em um gesto tão rápido que o fez ficar levemente tonto, prendendo seu olhar nas orbes escuras de Jisung que fez contato visual por um tempo antes de desviar o olhar para o cheesecake.

— Você se lembra de quem trouxe aqui justo naquele dia? - o mais novo disse de uma vez antes que se arrependesse.

O menino esquilo voltou a olhar nos olhos igualmente escuros de Seungmin em busca de alguma recordação de tal dia, o qual nem se lembrava qual era. Os segundos que se passavam se pareciam mais com horas, Jisung levou um pedaço de cheesecake até a boca sem quebrar o contato visual que fazia com o outro, o cenho franzido denunciava que ainda estava em busca de alguma lembrança daquele fatídico dia. O maior sem quaisquer paciência, por fim, resolveu falar de uma vez.

— Aquele sardento, Jisung. O Felix.

Jisung largou a colher e pôs-se a analisar a situação. Refez mentalmente seus passos daquele dia, e de tudo que houvera feito na confeitaria naquele dia. Até que...

— Você ficou com ciúmes... do Felix? - disse por fim olhando diretamente para o Kim, ao que um pequeno sorriso já ocupava seu rosto.

— Para. - Seungmin pediu ao que desviou o olhar para algum ponto aleatório e seu rosto já tomava um tom rosado, talvez fosse um bobalhão mesmo. O menor, agora não segurava mais nada. Os olhos do Han já se enchiam de lágrimas pela pressão feita conforme ria sem parar, ria e ria, ria de novo, e ria mais. Um tempo se passou enquanto a crise de riso do menino esquilo cessava, Seungmin o esperava terminar pacientemente.

— Já acabou? - Jisung levou mais um pedaço do doce a boca e fez um sinal com o indicador ao Kim, pedindo para que esperasse mais um segundo.

— Agora já. Pode continuar. - Jisung respondeu fazendo com que o garoto à sua frente respirasse fundo antes de qualquer coisa.

— O Hyunjin e eu tivemos um momento de desabafo, ele parecia chateado com algo relacionado ao Minho e a relação deles. O Minho não fica em casa e o Hyunjin se sente sozinho... ele parecia bem bolado, para ser sincero. - Seungmin dizia tudo com calma e em momento algum ousou olhar nos olhos daquele que ouvia atentamente com um pensamento em mente: "Puts, ele não está olhando para mim, será que é mentira?" — E bom... meio que foi por impulso e-

— Por que você está tão nervoso? é tão difícil assim olhar pra' mim ao invés de fazer contato visual com a parede?

— Eu não tô' nervoso... só... ah, esquece. - o maior apoiou a testa nos dedos compridos em sinal de total frustração. Jisung já se via completamente irritado com toda a situação.

— Como você quer resolver tudo isso se nem ao menos consegue olhar pra mim enquanto fala? - a essa altura o cheesecake, pela primeira vez, já não tinha mais importância.

— Mas e você? Também não parece estar prestando nem um pouquinho de atenção em mim já que está se entupindo de cheesecake e mastigando enquanto eu estou falando de um episódio que foi tão delicado pra' mim, porra, Jisung! Você poderia ao menos tentar me levar a sério!

— Mas, Seungmin! Eu te levo a sério, cara! - Jisung estava de pé com as mãos firmes no balcão enquanto encarava o Kim. O mesmo suspirou e mudou totalmente a postura, parecia que havia desistido de discutir aquele assunto.

— Jisung, na real... Para você parece bobo mas para mim é uma situação completamente diferente. Você tem facilidade para fazer amigos, você fica tocando e brincando com qualquer pessoa... e eu tenho só o Hyunjin. Eu nunca gostei de absolutamente ninguém, e eu nunca fui com a cara de ninguém, o Hyunjin é como meu irmão e é o único pelo qual eu mantenho uma relação realmente sentimental e saudável, eu nunca faria nada assim com ele! O que nós dois tivemos foi uma conversa sobre dois assuntos delicados, ele me sensibilizou assim como eu sensibilizei ele, e foi sem querer. Tudo isso só aconteceu porque o único com quem eu me sinto confortável além dele estava tocando e se divertindo com outra pessoa! O sentimento que eu tenho por você é totalmente diferente do que eu tenho por ele, eu não estou brincando quando é u digo que nunca senti nada por ninguém. É por isso você é tão especial, você é a porra do meu primeiro! Eu fiquei muito chateado com você naquele dia, mas foi porque eu nunca na minha vida senti ciúme de alguém por quem eu estivesse apaixonado. - o rosto de Seungmin estava vermelho de vergonha enquanto o mesmo não tirava os olhos do mais baixo por nem sequer um segundo. A intensidade no seu olhar era imensa, quente e fria ao mesmo tempo. — Você não faz ideia do quão constrangedor foi aquilo, você não tem a mínima ideia do que eu senti naquele momento, então Jisung, pelo amor de deus, não fode!

Enfim os olhos de Seungmin se desprenderam do mais velho. Han Jisung se sentia minúsculo, se encontrava encolhido naquele momento, e baixou a bola. Seus olhos vacilaram e por um instante pensou que choraria ali mesmo, mas se conteve sobre esse sentimento deixando que apenas o desconforto lhe dominasse. Analisou cada pedacinho do que o Kim o havia dito há segundos, se sentindo um grande e completo idiota.

Em um reflexo do seu corpo dominado por um nervosismo estranho, Han tirou seu celular do bolso e checou a hora, notando a noite já caía do lado de fora e a confeitaria se encontrava vazia.

— Eu... tenho que abrir a floricultura. - assim como o celular, retirou do bolso traseiro a quantia certa cobrada pelo doce e deixou no balcão próximo à Seungmin que se encontrava quieto e um tanto quanto arrependido por ter sido um pouco rude em suas palavras anteriores.

— Você pode me esperar? Eu tenho que fechar aqui, se você deixar eu te levo até lá...

O Han teve de pensar muito bem antes de aceitar a proposta que lhe fora dada, mas acabou por não deixar a lógica levar seus pensamentos desta vez. Realmente não poderia negar que, apesar de tudo, gostava da companhia de Seungmin independente do que estivesse acontecendo.

Jisung o esperou pacientemente, sentindo o ar úmido do lado de fora enquanto o mais novo trancava a porta por fora. O Han tinha os olhos redondinhos presos nas luzes da cidade e na rua, qualquer lugar que não fosse Seungmin.

Os dois garotos andavam a pelo menos um metro de distância um do outro. Jisung tomava a dianteira e o mais alto andava cuidadosamente atrás. Ambos mantinha-se quietos desde que haviam saído da confeitaria, as palavras foram levadas com o vento frio até o momento em que os primeiros pingos de água de uma garoa levemente grosseira iniciavam, fazendo com que Seungmin risse sem humor.

— Eu acho que a gente meio que se ferrou. - o mais novo disse em um tom de brincadeira, arrancando um um suspiro seguido por um revirar de olhos por parte de Jisung.

— Jura?.. Nem tinha percebido. - o Han ironizou enquanto ambos começavam a caminhar mais rápido.

Os minutos se passaram, as ruas ficavam para trás até que finalmente uma chuva nada sucinta começasse a cair sobre os dois garotos. Seungmin riu no momento em que também tomou o pulso do Han entre uma de suas mãos, o puxando para que ambos começassem a correr na direção onde o Kim já conseguia avistar a floricultura de longe. Uma chuva grossa e barulhenta agora caia sem parar e sem piedade daqueles que não possuíam um guarda-chuva ou qualquer outra coisa para se proteger, batendo contra os braços descobertos como pedrinhas enquanto encharcava os dois garotos rapidamente.

Um verdadeiro dilúvio caía sem se importar com os dois meninos desprotegidos, os coturnos de Seungmin faziam barulho nas poças d'água enquanto Jisung se esforçava para conseguir acompanhar o ritmo do garoto. Se arriscaram atravessando a rua, seguindo em linha reta juntos até que enfim a tenda amarela protegesse, mais ou menos, ambos os garotos daquela tormenta.

— Por que diabos tinha que chover justo nesse momento? - o mais velho bufou e se apoiou de costas na vidraçaria da floricultura enquanto Seungmin apoiava o próprio peso nos joelhos em busca de recuperar algum fôlego. Os pensamentos de Jisung vieram à tona naquele momento, e o menino não hesitou em começar a falar não se importando com a água que escorria dos seus cabelos para dentro das roupas já encharcadas e nem com as meias molhadas.

Precisava dizer aquilo, e por mais que o barulho da chuva fosse alto, não o fazia parar de escutar a própria voz em sua mente.

— Seung... por mais que vocês sejam amigos isso não justifica o que o Minho me contou. Amigos não ficam do jeito que ele viu vocês dois naquele dia. - O Kim parou e suspirou antes de formular palavras certas para uma resposta digna.

Seungmin engoliu em seco, intercalando seu olhar entre Jisung e as ruas sendo lavadas pela água enquanto trovões soavam altos como coisas quebrando e relâmpagos iluminavam aquela noite gelada junto dos postes de luz.

— Jisung, eu errei. Eu sei disso, eu deveria ter afastado ele e dito não, mas eu não consegui! Eu estava fora de mim naquele dia e ele também... é tão difícil entender isso? Eu não quis, nunca iria querer. Jisung, cacete! Eu sei que eu vacilei, só... quero esquecer que isso aconteceu, porque foi muito constrangedor pra mim depois que me dei conta do que eu estava fazendo, e com quem. É de você que eu gosto.

O menino esquilo olhou para ele na maior descrença que conseguiu, escutando a chuva caindo como uma trilha sonora. — Sério mesmo? Você acha que eu vou cair nessa?

Seungmin o encarou de uma forma indecifrável, fechando os próprios olhos e cerrando os punhos antes de deixar a emoção tomar a sua decisão seguinte. Jisung o encarava com os braços cruzados, mas os descruzou no momento em que viu o garoto se aproximar de si em um movimento lento mas ao mesmo tempo tão rápido quanto sua mente conseguia raciocinar. Quando enfim percebeu o que estava acontecendo, Seungmin tinha uma das mãos em sua nuca e os lábios prensados contra os seus próprios, entreabertos e firmes o suficiente para desestabilizarem completamente qualquer defesa que Jisung possuísse.

Um pouco mais de resistência foi o suficiente para o menino Han desistir de tentar resistir, cedendo ao sentimento que se apossava do seu próprio corpo, levando-o assim a deixar que Seungmin o beijasse com uma força de vontade flamejante como uma chama de amor intensa. Seu corpo respondia a todo e qualquer movimento intenso dos lábios do mais novo enquanto as línguas se tocavam lentamente. A cabeça de Jisung se encontrava tão enebriada que poderia jurar escutar a melodia de um piano junto da voz de Ashe em sua mente. "Some mistakes get made, that's alright that's okay".

No momento em que aquilo soou em sua cabeça, o garoto não hesitou em passar os braços em volta do pescoço do mais novo. Aquele beijo era desestabilizador, nunca sequer havia imaginado que Seungmin conseguiria deixá-lo tão sem fôlego como o estava deixando naquele momento. As mãos molhadas e geladas do mais novo agora se encontravam em suas bochechas fofas, causando um choque agradável e estranho ao mesmo tempo assim como o som da chuva caindo misturado com a música na cabeça de Jisung faziam parecer ainda mais que haviam apenas os dois ali. Os únicos seres do universo dividindo um momento completamente novo.

Os lábios se moviam em uma sincronia que encontrava seu próprio ritmo lentamente, a profundidade era traçada de uma maneira única enquanto as línguas se tocavam causando uma sensação completamente diferente das outras vezes. Aquele beijo era mais do diferente, longo e incrivelmente cheio de sentimentos que faziam Ambos pensarem sobre a moral daquela história. Alguns erros foram cometidos, de fato, mas estava tudo bem. Jisung enfim percebeu que estava tudo bem.

Aquela sensação marcava o fim de um início, um prólogo em suas vidas e em meio a ele uma crise que foi superada, assim como um sentimento mútuo que enfim se libertou, floresceu. Daquele momento em diante as coisas dariam uma boa balançada.

Quem findou o contato foi o mesmo quem o começou. Ao afastar os rostos mínimos centímetros, Kim pode ver que Jisung mantinha os olhos fechados e um sorriso discreto nos lábios avermelhadinhos enquanto ambos se encontravam ofegantes.

— Uau. - Jisung deixou escapar.

— Eu gosto de você, você e só você, esquilo. - o Kim olhou no fundo de seus olhos, e jurou que poderia ver todas as constelações neles.

— Você sabe que é completamente recíproco. - a voz de Jisung saiu em um sussurro e, desta vez, era a vez do Han de uní-los em outro beijo não tão diferente ao outro. Encharcados e apaixonados, provavelmente a gripe poderia esperar alguns minutinhos.

• • • 🍰 • • •

Do outro lado da grande cidade em um apartamento completamente vazio, o silêncio era preenchido apenas pelo som de um jovem adulto se entopindo com uma tijela considerável de lámen sabor porco. Fazia frio e o vapor que exalava do recipiente causava um conflito no rosto de Lee Minho, que não conseguia deixar de lembrar.

— Ele gostava tanto desse miojo... - um suspiro foi seguido pelos lábios finos e rachados sendo molhados pelo mesmo. O ambiente era solitário, Minho se sentia extremamente solitário e triste sem o seu menino, talvez agora entendesse uma pequena parcela do que Hyunjin passava enquanto o mais velho trabalhava por horas na clínica. — Talvez eu sinta a sua falta...

Foi apenas terminar essa lamúria que seu celular vibrou em cima da mesa, o Lee imediatamente estranhou, e levou um choque maior ainda quando notou ser uma outra mensagem de Hyunjin. Decidiu ignorá-la como todas as outras, mas o que lhe deixou cismado fora o fato de que o Hwang era como um radar, ele só aparecia se estivesse pensando nele. Minho bufou. As mensagens não paravam de chegar, tudo o que ele queria era comer o miojo em paz, poxa!

Na terceira ou quarta vez em que o celular vibrou, Minho decidiu abrir a conversa, e notou que havia um áudio de alguns segundos ali. Desligou a tela do telefone e voltou a comer, ele tentou resistir. A imagem que vira há alguns dias da última vez em que seus olhos se encontraram com os do Hwang martelava em sua cabeça e sua consciência dizia para não ouvir nada. Mas seu coração gritava. Fazia questão de gritar o quanto o garoto realmente queria ouvir a voz daquele que amava, mesmo que agora contragosto.

Mandou a racionalidade para o ralo, e abriu a conversa mais uma vez, ouviria cada palavra.

— Lino-hyung... se você estiver na casa do Jisung... ao menos me deixa saber se você está bem? Só diz alguma coisa por favor, por favor... eu só quero esclarecer tudo. Já fazem dois dias, eu não consigo suportar isso, não consigo suportar você tão longe de mim quando eu sei que eu te machuquei, só... por favor me responde. Conversa comigo, eu só quero esclarecer tudo... Eu te amo mais do que qualquer coisa, então por favor, me deixa explicar direito o que aconteceu.

E cada palavra fez seu coração se despedaçar em um milhão de pedacinhos. Desde o momento em que o chamara por seu apelidinho bobinho, céus, aquilo acabou com qualquer pensamento que negasse a sua vontade de guardar Hyunjin no bolso de sua camiseta. Minho largou o celular na mesa e deslizou os dedos pelas madeixas, puxando as mesmas enquanto mexia em suas têmporas, forçando algum pensamento a sair de dentro da própria cabeça.

— Puta que pariu... e agora? - o ar pesava, e ele queria chorar. Chorar até secar. Passou minutos no mesmo lugar antes de responder o amado com outro áudio perguntando sobre sua localização. Míseros segundos depois, foi respondido com uma localização em tempo real, e após saber onde Hyunjin se encontrava naquele momento, Lee Minho travou.

Não sabia se iria, ou não. Longos vinte minutos se passaram antes de Minho enfim tomar uma decisão.

Iria até aquele parquinho vê-lo. A noção que se ferrasse com a lógica.


Notas Finais


enfim

espero de coração que tenham gostado

até o próximo, menor que treixx


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