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História Hostility - I just wanna say goodbye Before the possibilities came true


Escrita por: LilithShadows

Notas do Autor


PARABÉNS PARA AS MINHAS LEITORAS LINDAS E PACIENTES! Ontem foi o aniversário de dois anos de Hostility e vocês que merecem os parabéns... Vocês aguentaram isso tudo mesmo? Nem sei o que dizer, a não ser agradecer por todas que não desistiram de mim e da minha fic. E A todas que estão chegando agora e me dando apoio. Valeu mesmo meninas!

Mas a tia Lilith não é uma vaca completa. Advinha o que acaba de ficar pronto? O capítulo novo! UHULLLLLLLLL ~rebola~ Parecia que nunca ia acontecer né? Mas ele está aqui, fresquinho e indo para a betagem de Lilith Bernardini ( Assim que ela aparecer kkkk )

Sem mais enrolação, vamos agilizar essa bagaça pra que o novo chegue logo.

Enjoy

Capítulo 26 - I just wanna say goodbye Before the possibilities came true


–Eu não ganho nem um beijinho?- Disse fazendo biquinho mas eu não conseguia me mover.

Eu ainda não conseguia controlar o movimento das minhas pernas, mas o susto ia passando aos poucos então ele me encarou fingindo aborrecimento.

– Pietra, se você não vier aqui agora me dar um abraço nós dois iremos nos aborrecer!

Ouvir o nome que eu mais odiava da boca do ser que eu mais adorava fez algo despertar em mim. Eu subi no sofá e pulei no colo de Jimmy quase nos fazendo cair no chão. Ele gargalhou gostosamente e acariciou minha cabeça. Deu-me um beijo na testa e quando menos percebi estava chorando como um bebê.

– Por que você me deixou sozinha?

Ele me colocou de volta no sofá e deu a volta se sentando ao lado de onde eu estava em pé. Me deu uma leve batida atrás dos joelhos o que me fez desequilibrar e cair ajoelhada no assento.

– Eu não deixei você sozinha.

– Como não? – perguntei descrente enxugando as lágrimas com as costas da mão e fazendo bico como se fosse uma criança. Mas o engraçado é que na frente dele, eu era uma criança.

James se aproximou e mordeu levemente minha boca que logo se abriu em um sorriso. Era impossível ficar muito tempo deprimida com ele.

– Eu já disse que não deixei você sozinha. Eu nunca deixo vocês.- Ele considerou alguns segundos e do nada gritou – MAS TU TAMBÉM SÓ FAZ MERDA HEIN GAROTA!

Eu fiquei assustada com Jimmy olhando sério daquela forma para mim. Mas logo sua feição se suavizou e sua gargalhada louca e estridente preencheu a sala. E preencheu meu coração. O som dela era tão perfeito que eu não precisava mais ouvir nada. Só aquele timbre quase alucinado que seu riso tinha. E eu sabia que aquele era o melhor. Tudo iria ficar bem.

– Gostou do grito né? Te assustei não foi? – Disse me puxando para que deitasse em seu peito e me apertou forte em seu abraço. – Você só faz merda mas eu te amo tanto!

– Você está diferente... Você parece muito mais...

– Mais o quê Pietra? – Ele disse segurando meu rosto e fazendo com que eu o encarasse. Seus olhos azuis me queimavam na intensidade e na beleza que eles possuíam.

– Mais feliz...

– Lógico, to comemorando aniversário hoje! É um dia feliz.

– Pera aí. – Disse tentando me soltar, mas ele não deixava, continuava me apertando em seu abraço. E a loucura que eram suas palavras fizeram as minhas saírem sem que eu percebesse. – É aniversário da tua morte cara! Você está feliz? Você sabe como seus amigos estão hoje? Sua família? Como você pode estar feliz...

Ele me beijou os lábios tenramente. Era tão reconfortante sentir aquele beijo. Não era um beijo comum como aqueles que você dá em um homem quando está apaixonada. Era um beijo terno, casto, isento de malícia mas cheio de amor. E mais uma vez eu quis chorar por saber e ao mesmo tempo não saber de onde eu conhecia aquela sensação.

Era tudo tão claro quando ele me beijava. Eu conseguia compreender o porque de tudo. Eu sorri por entre o beijo por reconhecer enfim o motivo de todas as coisas que aconteciam comigo e ao meu redor. Tudo levava a só um lugar sempre e culminaria em Jimmy! Mas foi só ele se afastar de mim que toda a compreensão desapareceu tão rápido quanto havia chegado. E ele sorriu bobo como se soubesse disso.

– A gente quando está preso lá não consegue ver as coisas claramente...

– Lá a onde Jimmy? – Pronto, eu começava a achar que espíritos ficavam loucos ou que eu era louca e estava imaginando um espírito louco.

– Lá onde você fica... Onde eu fiquei... – Ele disse aquilo como se quisesse que eu identificasse e depois de alguns segundos eu consegui.

– Ah! Mas ué? Aqui não é lá? – Indaguei confusa.

– Claro que não. Aqui só eu e você. Mas nada. Você não consegue me ver lá. Por isso ta dizendo que eu te larguei.

Era confuso mas dava para entender um pouco o que ele me dizia. Então ele continuou.

– Você não me vê lá pelo mesmo motivo que você não percebe que está repetindo tudo que nem da ultima vez.

– Qual motivo?

Ele bufou. Aquele assunto parecia irritá-lo um pouco e eu me esquivei, finalmente conseguindo me livrar do seu abraço. Levantei do sofá e ele rapidamente enlaçou minha cintura e me fez cair sentada ao seu lado, me abraçando da mesma forma acolhedora que Brian fazia.

– Não posso ser muito mais claro que isso. – Disse rindo.- Mas lá a gente fica cego.

– Mas o que eu fiz da ultima vez?

– Isso você só vai saber no final, Quando acaba. Só depois disso, quando a gente acha que perde, que ganha de verdade.

– Ah! Jimmy! – falei irritada como se fosse uma criança birrenta e ele riu. – Hoje você está demais. Não quero mais saber... Nem precisa explicar. – Cruzei os braços sobre o peito.

– Olha. Eu não queria que você repetisse os mesmos atos pra que você não se machuque de novo. Mas agora chegamos a um ponto de onde não tem mais volta. Você fez exatamente igual. Você confundiu, brincou e instigou sentimentos que não poderia ter instigado. E agora você está por um triz de viver infeliz e arrastar quem você pensa prezar para a mesma infelicidade. Mais uma vez você não se permitiu porque você é assim Pietra, você tem medo de quando as coisas boas acontecem. Então você se encolhe e deixa passar.A sua sorte. – Ele me abraçou mais apertado e acariciou a minha barriga com um carinho que beirava a devoção. – É que eu existo. E vou dar um jeito pra que tudo se arranje.

Eu relaxei com o carinho e então ele me virou me deitando no sofá. Encarei seu rosto e os orbes mais azuis que dias ensolarados na orla me encaravam risonho. Eu não entendia o peso de nenhuma de suas palavras então ele se aproximou do meu ouvido e sussurrou.

– Obrigada por cuidar dele. Ele precisa de você e você sabe disso.

– Sei sim. – disse sorrindo, sabia que ele se referia ao Syn.

– Ele vai cuidar muito de você também. Porra garota! Você é sortuda afinal. – Disse rindo o que me fez encolher ligeiramente pelo arrepio gostoso que percorreu meu corpo nesse momento. – Adeus.

–Não!- Levantei um pouco o tronco e o segurei antes que ele se afastasse. – Não vai por favor. Preciso de você aqui!

– Mas eu vou estar com você. – Ele me olhava como se aquilo fosse óbvio.

– Ok então- Disse tentando me acalmar. – Quando você volta?

– Eu não vou mais aparecer aqui.

– Como não? Você disse que não ia me deixar... – Comecei a me desesperar e tentar me agarrar a ele. Segurava onde minhas mãos pudessem alcançar. Mas ele já havia me deitado no sofá novamente. – James eu não posso ficar sem você. Você sabe que é tudo que eu mais amo! Eu não posso!

Mas meu desespero não apagava seu sorriso e ele moveu os lábios sem emitir som e eu visualizei nitidamente.

Eu te amo...                   

 

 

Tudo ao meu redor ficou escuro. Mas eu ainda sentia que meus braços o seguravam. Eu estava enlaçada ao seu pescoço e não iria soltar. Ele não ia me deixar. Não de novo. Eu não iria permitir isso. Eu iria carregar ele pra onde quer que eu fosse ou ele me carregaria pra onde quer que ele fosse.

Eu podia ouvir sua voz. Eu achava que podia ainda ouvir sua voz sussurrando meu nome. Aquela era sua voz? Mas ele nunca me chamou assim...

– Jade amor? – Senti as mãos de Zacky me acariciando e ao reconhecer sua voz o empurrei assustada.

Levantei do sofá em um salto olhando ao redor. Olhei o visor do celular em cima do sofá e ele marcava 00:01.

Esfreguei a mão pelo rosto nervosa e eu tentava me lembrar o que estava acontecendo. Olhei para o sofá e vi Zacky me encarando espantado.

Depois de alguns segundos ele se levantou me abraçando parecendo reconhecer os sintomas daquilo que presenciava.

– Calma amor. – Disse afagando meu cabelo carinhosamente. – Foi só um sonho.

Eu tentava lembra que sonho tinha sido, mas não conseguia.

– Fiz uma cena ridícula agora né? – Disse sorrindo sem jeito e me afastando dele enquanto sentava no sofá.

Zacky se aproximou de mim colocando uma mão em cada lado de meu corpo como se me prendesse ao sofá e beijou a ponta do meu nariz sorrindo. Senti um forte cheiro de bebida mas ignorei.

– Claro que não amor, só acordou assustada. Com o quê você sonhou? – Disse esfregando levemente o nariz em minha bochecha me fazendo cócegas.

– O pior é que eu não lembro. -disse rindo e ele me acompanhou.

– A sensação é ruim?

– Não muito. Só estou impressionada com uma coisa que eu não lembro o que é.

– Ah... Sim... – Aproximou seus lábios do meu pescoço beijando lentamente me causando arrepios gostosos. - Então, eu queria te deixar impressionada com outra coisa. – Deu uma mordidinha leve no pescoço.

Juro que eu estava até disposta a deixar que ele me impressionasse com outra coisa, levando em consideração que Zacky era realmente muito bom em fazer isso. Só que o cheiro de cerveja misturado a tabaco e suor que ele exalava estava começando a me incomodar.

–Pera aew mocinho... O senhor demorou por que?- Disse empurrando ele pelos ombros que me encarou divertido achando que aquilo fazia parte do jogo. Eu tinha quase certeza de onde ele estava e com quem estava. Eu confiava muito em Zacky desde que fizemos as pazes e achei que viver dessa forma seria melhor para ambos. Mas eu precisava afastar ele pelo menos do meu nariz.

– Eu estava com os outros... Nós... Bebemos um pouco e conversamos sobre coisas boas.- Disse sorrindo largamente um sorriso lindo e brilhante.- Então... Voltando ao quanto eu quero te deixar impressionada...

Ele ajoelhou em minha frente e abriu minhas pernas rudemente enquanto arqueava uma sobrancelha me encarando. Eu ri e ele encaixou seu corpo entre elas. Levou as mão as minhas costas me fazendo ficar com o tronco levemente esticado e deslizou suas mãos, subindo pela extensão de pele e levantando minha camiseta lentamente. Sem nunca deixar de me encarar e sorrir.

Não que o sexo com Zacky fosse ruim quando ele não estava sob efeito de alguma coisa. Muito pelo contrário. Era maravilhoso e terno. Mas eu tinha que admitir que quando ele bebia era mais... Não sabia explicar.

De surpresa ele pousou gentilmente seus lábios em minha barriga e a beijava lentamente. Dando pequenas mordidas pela extensão enquanto subia seus lábios pelo meu corpo. Aquela altura eu já estava completamente certa do que eu queria. Eu já respondias as caricias com pequenos sussurros de seu nome o que lhe agradava muito. Zacky gostava de fazer com que eu me lembrasse que eu era dele.

Essa ideia martelou na minha cabeça por alguns instantes e pareceu tão absurda. Mas logo o pensamento se dissipou quando ele mordeu com um pouco de força meu seio esquerdo ainda por cima da blusa me fazendo arfar e jogar a cabeça para trás. Escutei um leve ronronar de riso seu e logo ele se ocupou de beijar novamente meu pescoço, fazendo com que eu me inclinasse em sua direção na tentativa de senti-lo.

Então seus lábios se juntaram aos meus e o bafo extremamente ( a aquela altura) insuportável de cerveja , tabaco e eu tinha certeza absoluta que senti cheiro de Nachos também, praticamente me tonteou e eu o empurrei rapidamente tentando puxar ar puro de algum lugar.

Zacky me encarava confuso.

– Amor, o que aconteceu? Você está se sentindo bem? Você está pálida.

– Acho que não. – Mordi o lábio envergonhada e ele beijou minha bochecha. Se levantando em seguida e indo em direção a cozinha.

– Você comeu alguma coisa Jade?- Ele gritou de dentro da cozinha. Ouvi o barulho do fogão sendo aceso e das panelas sendo colocadas sobre ele.

– Não... Fiz a janta e me deitei para ver TV enquanto você não chegava. Peguei no sono...

– Então é isso. – Ouvi sua voz mais próxima e senti ele beijando o topo da minha cabeça.Em seguida um copo com água gelada passou por cima da minha cabeça e eu o peguei.- Beba.

–Obrigada- Murmurei bebendo a água e já me sentindo um pouco mais aliviada.

– Vou tomar um banho rápido e volto para cuidar do meu bebê.- disse rindo e se dirigiu ao banheiro.

Depois que eu ouvi o chuveiro ser ligado me dirigi até o banheiro e entrei. Me sentei na privada olhando Zacky esfregando os braços com a bucha e me encarando com um sorriso malicioso.

– Me diz que você melhorou e veio me violentar enquanto eu tomo banho. – Disse divertido. - Prometo que não vou gritar.

– Tem como deixar de ser tarado cinco minutos só? Eu só não quero ficar sozinha.

– Ah... Não custa nada tentar né? – ele voltou a tomar banho cantando uma musica que eu achava que era Britney Spears e isso me fez rir um pouco.

E como gostava de uma plateia. Quanto mais eu ria mais palhaçadas ele fazia e quando menos esperei ele já dançava nu na minha frente me puxando e fazendo com que eu dançasse junto.

– Meu anjo medroso. Como pode desse tamanho ter medo de ficar sozinha? – Disse depois beijando minha boca rapidamente.

– Zacky você comeu nachos? – perguntei do nada.

– Comi sim... – Ele me encarava com uma expressão confusa.

– Então amor, escova o dente antes de jantar, porque eu acho que vou morrer se eu senti esse cheiro de novo.

– Ta bom né...

Foi na direção da pia do banheiro mas logo se virou de frente para mim me olhando de forma estranha.

– O cheiro do nacho está te fazendo mal?

Balancei a cabeça afirmando. Ele continuou a me encarar com um brilho estranho no olhar que eu não consegui reconhecer. Era como se estivesse com um segredo que não queria me contar e estava feliz por isso.

– O meu cheiro também está te fazendo mal?

Considerei por instantes e sim, o cheiro dele estava me enjoando. Eu só fiquei bem mesmo depois que ele tomou banho e tinha o cheiro do meu sabonete no corpo.

– Acho que a mistura que você fez que me enjoou. Não o seu cheiro. Por que?

Ele abriu um largo sorriso e seus olhos brilhavam de uma forma que eu nunca vi.

– Por nada meu amor.

Foi escovar o dente e eu me retirei para colocar a nossa janta que eu comi feliz como se não houvesse dia seguinte. E Zacky passou a noite toda me encarando com ternura. Isso estava começando a me deixar irritada porque quando eu perguntava ele só sorria bobamente e dizia que eu era linda.

Fomos dormir e ele não mais tentou que nossa noite fosse diferente daquilo. Apenas puxou meu corpo para si, me abraçando por trás e sussurrou em meu ouvido.

– Finalmente depois de tanta tristeza eu tenho a impressão de que vamos ser felizes como nunca.

– Achei que você já era feliz Zacky V.- Falei me aconchegando mais ao seu braço sentindo o sono me pegando rapidamente.

– Eu sou... Só acho que vou ser ainda mais.

Infelizmente essa felicidade dele eu não estaria incluída, provavelmente, mas naquele momento eu não me importava com isso. Na verdade eu não entendia dessa forma. Tudo o que eu pensava ali era que ficaria sem comer nachos por muito, muito tempo mesmo.

–Bom dia!- Senti os lábios quentes de Zacky encostarem-se a minha bochecha.

– Não! Ainda está de madrugada. – Disse me virando de lado e puxando a coberta por cima do rosto. Eu estava morrendo de sono e não queria levantar. Não mesmo.

– Jade, já são 9 da manhã. Vamos tomar café que nós hoje vamos à casa do Matt... Lembra? Comemorar o ano novo na casa do Matt ?

Perguntou virando meu corpo para frente, sentando e se posicionando em cima da minha barriga, com um joelho de cada lado do meu corpo.

– Eu falei que ia ajudar né? – Disse tirando a coberta do rosto e o olhando suplicando para que ele negasse. Mas com um aceno da cabeça ele afirmou, sorrindo.

Aproximou-se de mim e me deu um leve selinho. Tentou aprofundar o beijo, mas eu o empurrei batendo em seu ombro levemente.

– Seu porco! Acabei de acordar... – disse rindo.

– Antes você não ligava para isso.- Zacky fez um biquinho lindo que eu fui obrigada a beijar em seguida. – E eu gosto do seu “bafinho” de manhã... Parece até... Não sei... Cabo de guarda chuva misturado com cerveja choca!

Bati nele de novo e rapidamente ele me impulsionou trocando as posições, fazendo com que eu ficasse por cima de seu corpo. Sentei em sua cintura e me aproximei lhe dando um beijo carinhoso em sua bochecha.

– Bom dia amor!- Disse.

Deixei dessa vez que ele tomasse meus lábios e aprofundasse o beijo, lentamente passeando as mãos por minhas coxas. Porém o que vinha acontecendo já a 3 dias se repetiu. Meu estomago revirou e revirou e mais rápido do que quando ele mudou a posição de nossos corpos na cama eu já corria para o banheiro.

Levantei rápido o assento da privada e comecei a vomitar coisas que nem mesmo sabia que estavam em meu estomago. Sentei no chão porque me senti extremamente tonta novamente e quase me abracei a privada. Senti as mãos geladas de Zacky em minha testa e logo ele enrolou meu cabelo o afastando de meu rosto. Sua mão gelada me acalmava nesses momentos e quando terminei de vomitar o encarei. Ele parecia preocupado.

-Se arruma que nós vamos ao médico.

- Não Zacky. Eu já estou bem! – Disse tentando me levantar e ele me ajudou apoiando os braços ao redor do meu corpo e me erguendo.

- Está ótima!- Quando ele usava seu tom sarcástico eu tinha vontade de bater nele. - Essa é a quarta vez seguida que você acorda assim Jade, não passa pela sua cabeça que talvez tenha algo estranho? – Ergueu uma sobrancelha me encarando sorridente.

Pensei nisso por alguns minutos e logo o esclarecimento veio à tona. Olhei para ele assustada e ele começou a gargalhar. E isso me irritou profundamente.

- Pode ser que tenha alguma coisa errada. Sabe... Eu posso estar com a pressão alta. – Disse esperançosa

- Errada não amor. Diferente... – Disse beijando o topo da minha cabeça e se dirigiu para fora do banheiro.

Já tinha passado uma hora que eu já havia passado na consulta. Fiz alguns exames e Zacky parecia ansioso. Segurava minha mão de tempos em tempos e eu sentia que elas suavam. Estávamos apenas aguardando os exames ficarem prontos para que o médico pudesse dar o diagnóstico e receitar os medicamentos que eu precisaria.

Eu já estava começando a ter medo de quando esse resultado saísse. Enfim, não era possível que isso pudesse acontecer. Na verdade. Era muito possível. Mas eu não queria acreditar que fosse. Eu não saberia ser... Eu não poderia ser!

- Senhorita Greewood- O médico apareceu sorrindo na porta de sua sala e indicou com a cabeça que eu entrasse.

Segurei com força a mão de Zacky. Meu estomago revirava de ansiedade e com certeza eu iria vomitar se não tivesse expulsado tudo de meu corpo algumas horas atrás. Sentamos na frente do médico que encarava os papéis com cuidado.

- Então doutor.- Zacky perguntou esperançoso. – Algo errado.

- Na verdade senhor Baker, a senhorita Greenwood nunca esteve tão saudável.

Eu tinha medo dessa frase. Muito medo mesmo e sabia o que viria a seguir. Abaixei a cabeça e fechei os olhos rezando para que tudo fosse só um sonho. Só isso.

- Senhorita Greenwood, essa é a lista de vitaminas e a autorização de antitetânicas que a senhora deverá tomar. A primeira a senhora vai tomar agora, assim que sair do consultório. Como a senhorita está com uma pequena deficiência de ferro, vamos começar agora mesmo com os comprimidos. Seu pré- natal começa quinta. – Disse sorridente e entregando a Zacky que agora parecia catatônico ao ouvir seu desejo ter sido concretizado. - Bom, as cólicas que a senhora vem sentido são normais. Porém não quero que se esforce muito nem se aborreça. Sua taxa de anticorpos ainda não baixou o suficiente para receber o bebê em seu organismo. A cólica vem disso. Seu corpo ainda não reconheceu a situação e vai tentar expulsar o “corpo estranho” enquanto seus anticorpos estiverem altos dessa forma. Os 3 primeiros meses de gestação são complicados então, siga as recomendações corretamente, que tudo dará certo. – terminou me encarando preocupado e eu apenas acenei a cabeça.

Fechei meu punho com força e por incrível que pareça não tive vontade de chorar. Minha cabeça rodava em mil por hora. Só conseguia pensar o que eu iria fazer com uma criança? Como eu poderia cuidar de alguém se eu mal sabia cuidar de mim?

- Eu vou ser pai doutor? – Zacky perguntou com os olhos arregalados e aos poucos um sorriso brotando em seus lábios. E aquilo foi me acalmando.

O médico sorriu complacente enquanto eu erguia a cabeça para encará-lo.

- Aparentemente senhor Baker, o senhor já é pai a quase oito semanas. Certeza mesmo, só depois da ultra- sono grafia.

– Eu vou ser pai? – ele levantou da cadeira e meu puxou fazendo meu corpo chocar ao seu. Me pegou no colo e me abraçou tão apertado que parecia que iria quebrar meus ossos a qualquer momento. –CARALHOOOOOO!!! EU VOU SER PAI PORRA!!!

- Zacky, não pode gritar aqui!- Tentei em vão brigar com ele mas ele bombardeava meu rosto de beijos carinhoso enquanto alisava minha barriga.

- Eu sabia! Eu tinha certeza! – Ele dizia sem parar de me alisar enquanto o médico sorria.

Bom, eu tentei me acalmar e pensar que tudo ficaria bem. Zacky estava feliz. Eu poderia ficar feliz também com essa notícia. Acreditava que no fundo eu estava feliz. Por mais que eu estivesse com medo, tinha um ser sendo gerado em mim. E quando me dei conta disso, todo o amor do mundo foi transferido a ele. Ele era mais parte de mim do qualquer coisa. Ele era meu e eu o amaria incondicionalmente e finalmente alguém me amaria na mesma intensidade. Era puro, inevitável e as lágrimas começaram a rolar por meu rosto. Eu ainda estava com muito medo mesmo. Mas eu seria mãe, eu não ia mais poder-me permitir ao medo. Porque agora eu precisaria proteger alguém de seus próprios medos.

Porém quando olhei os olhos brilhantes de Zacky e os vi levemente marejados algo apertou meu peito. Tinha alguma coisa me incomodando. E a frase do médico ecoou na minha mente quase me deixando desesperada. “... o senhor já é pai a quase oito semanas.”

Era praticamente o tempo no qual todas as confusões aconteceram com maior frequência minha vida. Senti um nó na garganta, e comecei a chorar com Zacky alisando meu rosto enquanto enxugava as lágrimas.

- Tudo vai ficar bem amor! Eu prometo que vai.

Não, nada iria ficar bem.         .

 

 

 

 

Pov’s Syn

 

 

 

 

 

Tinha algumas horas que eu estava sentado na varanda de Sanders olhando a movimentação da rua. Enrolava com um cigarro na mão e uma garrafa de cerveja na outra. Lógico que esse era pelo menos o 5 cigarro desde que eu tinha chegado ali.

O que eu tinha na cabeça? Eu não fazia ideia. Só sabia que eu finalmente tinha me apaixonado por alguém. Finalmente Synyster Gates tinha sido domado. E domado por uma baixinha abusada, de olhos incríveis e corpo estonteante.

Ah!! Jessica me irritava a maioria do tempo. Fato!

Ela era irritante, implicante e discutia sempre que tinha oportunidade. E como ela era cabeça dura. Não aceita opinião alheia. Na verdade não aceita minha opinião. Ela implicava com tudo. Uma toalinha boba molhada na cama. O fato de eu fazer bolinha de meleca e ficar arremessando. E o pior era ouvir.

“Deus!! Me explica como esse homem pode erra um buraco tão grande como uma privada. Por que ele tem que sujar tudo? Tem que ser PHD em alguma coisa para conseguir mirar e acertar um buraco daquele tamanho Brian?”

Ai... Como ela me irritava.

Ela me irritava e meus pelos do corpo não paravam de eriçar ao lembrar-se da sua voz. Nem do seu sorriso. Ou do jeito doce qual o qual ela olhava para mim quando acordava de manhã. A gargalhada gostosa toda a vez que eu a fazia sorrir. Do som delicioso que era ouvir meu nome sendo pronunciado por aqueles lábios carnudos. Até quando ela brigava comigo eu não conseguia me conter e acabava rindo.

Ela era irritantemente perfeita para mim.

Por que então eu estava tão nervoso com tudo isso? Por que eu não tirava Michelle da minha cabeça então? Por que aquela ligação me deixou tão abalado.

Ouvir a Michelle dizendo que tinha se libertado de mim. Que finalmente ela via que não existia felicidade em lugar onde ocupasse o mesmo espaço que eu havia acabado comigo.

A culpa era minha. Eu fiz da vida dela um inferno. Em um segundo eu me vi passando por isso com Jessica. E uma dor muito mais forte do que julguei ser capaz de sentir um dia me tomou. Eu não poderia ouvir isso dela. Eu não conseguiria ouvir .

“Você já percebeu que é quase uma peste? Por onde você passa deixa destruição e tristeza. E se durante esses anos todos comigo você não mudou. Não vai mudar nunca!”

E mais uma vez meu coração ficou apertado. Eu mereci ouvir isso. Eu sei que mereci. E um dia eu amei Michelle. Ou pelo menos achei que a amava.

O engraçado é que com Jessica não existia dúvida. Eu sentia alguma coisa. E doía imaginar a perda dela.

Isso, eu nunca tinha sentido.

Eu nunca fiquei a mercê de mulher nenhuma. Eu nunca fui dominado dessa forma. Nunca tive medo realmente de perder alguém como tenho de perder Jessica. E isso está me corroendo.

Tenho medo, muito medo mesmo que um dia ela acorde e também descubra que no fim eu sou uma grande perda de tempo. Que me deixe. Por que o que iria sobrar de mim sem ela? Cacos...

– Amor? – Senti sua mão pousando delicadamente em meu ombro.- Estão todos na sala conversando e o Zacky pediu para te chamar. Parece alguma coisa lá para falar.

A encarei sorrindo e apaguei meu cigarro. Segurei em sua cintura e a fiz cair sentada em meu colo. Ela riu e pousou os lábios quentes e macios nos meus.

– Na verdade você tinha que levantar e não me obrigar a sentar Brian. – disse rindo.

– Bom, vai me dizer que sentar no meu colo não é mais gostoso do que ouvir o que o Zacky tem a dizer? – disse arqueando uma sobrancelha e sorrindo divertido para ela.

– Parece importante Brian ...

– Não se esquiva da minha pergunta. – E eu mordi seu queixo o que a fez gargalhar. Sabia que sentia cócegas nessa área.

– Ta ok! Sentar no seu colo é muito melhor do que ouvir o Zacky falar. – Disse me encarando com a intensidade de seus olhos castanhos me queimando.

Beijei sua testa e me levantei com ela no colo a levando para a sala onde já estavam todos reunidos.

Todos estavam bebendo e conversando animadamente. Eu disse todos? Bom, todos exceto Matt.

Seu olhar estava preso a uma cena que eu diria comum mas para ele parecia torturante pela dificuldade que percebi que ele tinha de engolir a própria saliva.

Jade estava sentada no chão com a cabeça apoiada na coxa de Zacky que carinhosamente acariciava seus cabelos vermelhos. E Matt não parava de olhar. Fiquei surpreso por mais ninguém ter notado isso.

Deixei Jessica sentada ao lado de Johnny e me dirigi até o batente da porta onde Shadows estava ainda encarando a mesma cena sem parecer se cansar. Ele virou a garrafa de cerveja em seus lábios no momento em que eu me aproximei.

– E aí grandão? Por que está aqui quando está todo mundo lá, conversando?

– Por que você estava lá fora quando estava todo mundo aqui, conversando? – Ele me perguntou em um tom divertido.

– Problemas meu amigo... Problemas... - Respondi balançando a cabeça tentando não me focar naquele momento no que tanto me angustiava.

Ele arqueou uma sobrancelha rindo. E pela primeira vez desviou os olhos de Jade para que me encarasse.

– Então está aí sua resposta. – Deu mais um gole em sua cerveja e continuou. - Problemas meu amigo. Problemas...

– Você vai ter problemas se continuar encarando eles assim.

Ele mais uma vez desviou o olhar para a cena. E então abaixou a cabeça.

– Sinceramente Gates, eu queria muito arranjar um problema agora.

Ele pressionou com força a mão em punho como se lutasse internamente para não dizer nada. Coloquei a mão em seu ombro, em uma tentativa de confortá-lo.

– Cara... Não somos mais crianças. Isso não é mais o segundo grau onde você fica preso achando que o maior problema do mundo é que a líder de torcida namora o jogador de futebol e não você. Nós crescemos cara e somos amigos a anos. Acha que vale mesmo a pena ficar se remoendo por uma coisa que não tem jeito?

– Acho! – respondeu seco em um tom rude.

– Eu não acho. Eles estão felizes cara. Eles se acertaram e tão seguindo a vida deles. Por que você não pode fazer o mesmo?

Ele considerou o que eu disse por alguns segundos e voltou seus olhos na ruiva. Muito rapidamente senti ela olhando em nossa direção e seu olhar cruzou o dele. Percebi ela se incomodar um pouco com isso e em seguida desviar sua atenção ao que Val falava animadamente sentada ao lado de Zacky.

– Syn, o problema é que o jogador de futebol daquela líder de torcida ali – ele apontou com a cabeça em direção a Jade. – sou eu.

– Não foi você que ela escolheu.

Sei que isso foi rude mas eu já estava me irritando. Por que a porra dessa ideia não conseguia entrar na cabeça de Matthew?

Ele riu, mas seus olhos não acompanharam o leve sorriso.

– Ela sempre vai me escolher... Só não sabe disso ainda.

– Você está ficando doente Sanders. Isso não é bom para você e nem para ninguém.

Quando Matt ia me responder Zacky chamou a atenção de todos da sala.

– Aew cambada! Presta atenção em mim que eu tenho um comunicado importante a fazer.

Zacky se levantou tentando arrastar Jade consigo. A ruiva definitivamente não queria se levantar e puxava a mão dele fazendo com que ele se abaixasse. Sussurrou alguma coisa em seu ouvido, olhando sem graça para a nossa direção.

– Mas é claro que é uma boa hora Jade.- disse e por fim conseguiu puxá-la a abraçando possessivamente pela cintura. – Bom... Hoje mais cedo Jade e eu recebemos a melhor noticia que um casal pode receber. Na verdade, acho que foi a notícia mais incrível que um homem pode receber...

– PARA DE ENROLAR SUA BICHA GORDA!!! A GENTE QUER BEBER LOGO!!! – Gritou Johnny fazendo todos na sala rirem inclusive eu. Zacky apenas mostrou o dedo do meio para o menor e prosseguiu com um sorriso muito feliz nos lábios.

– Bom... Então ta! Vou começar pela minha resolução de ano novo. – Se voltou para Jade segurando sua mão.- Amor... Nós passamos por muitas coisas esse ano. E a melhor delas foi ter te conhecido. Você me faz feliz todos os dias e acredito que hoje você me deu a maior e mais incrível presente que eu jamais imaginava receber. Minha promessa de ano novo ... – Ele se ajoelhou na frente de Jade e beijou delicadamente a barriga da garota que pareceu tremer com aquilo. A essa altura quase todo mundo já olhava para eles de olhos arregalados. Matt ao meu lado estava tão tenso que eu tinha medo que ele partisse pra cima de Zacky a qualquer momento. - ... é que eu farei você a mulher mais feliz de todo o mundo. E vou cuidar de você e do nosso filho com todo o amor que vocês merecem.

Beijou os lábios da menina enquanto todos na sala começaram a felicita-los pela notícia. Mas qual era a notícia mesmo?

Eu estava em choque e não parecia ser o único.

Matt se dirigiu até eles e eu pensei que o pior ia acontecer. Ele andava resignado na direção dos dois e puxou Zacky pelo ombro. O abraçou com força e em seguida abraçou Jade. Percebi ele murmurando um “parabéns” e rapidamente saiu da sala.

Parabéns pelo quê afinal?

Então as palavras dele começaram a fazer sentido na minha cabeça. Ele engravidou a Jade. Ele vai ser pai! Ele vai ser um pai morto!

– SEU FILHO DE UMA PUTA ARROMBADO EU MATO VOCÊ! – Pulei em cima dele e o joguei no sofá com os outros rindo tentando me soltar dele. – VOCÊ TIROU A PUREZA DA MINHA CATZINHA!

É... Finalmente tudo o que eu tinha bebido ao longo do dia resolveu fazer efeito.

Jade colocou as mãos no meu rosto e me encarou sorrindo.

– Para Brian... Eu hein

– Parar?- Olhei me voltando para ela e ainda em cima de Zacky que ria descontroladamente. – Só depois que eu matar esse tocinho ambulante.

– Mas se você matar o meu tocinho ambulante, seu afilhado não vai ter pai... Imagina você ter que explicar que o próprio “dindinho” matou o pai dele. Porque eu não vou explicar...

Eu tive que sorrir e a abracei com força sussurrando em seu ouvido.

– Eu nunca vou te deixar sozinha Cat. Pode contar comigo que eu vou ser o melhor “dindinho” de todo mundo. Por mais que essa frase tenha sido muito Gay!

Abracei Zacky com força também sem deixar de ameaçá-lo de cortar seus bagulhos fora ainda. Porque todo mundo sabe que mulheres são virgens até que elas apareçam grávidas. Consequentemente, foi o gordo que tirou a pureza da minha Cat. Ele tinha que pagar por isso.

– Tu vai ver! Esse moleque vai tocar guitarra como ninguém. Olha o pai? O padrinho? – Disse me levantando de Zacky e abraçando Jade novamente.- Fudeu!!! Ele vai ser foda!

– Só espero que ele tenha uma boca mais limpa que a sua. Já fico bem feliz! Mas desculpa acabar assim com seus sonhos Syn, mas você sabia que pode ser uma menininha? E que pode preferir balé do que solos de guitarra? – Ela me perguntou divertida.

– É um garoto...

– Como você sabe disso? – Zacky disse se levantando e me encarando com um olhar descrente.

– Eu tenho certeza de que é. Simples assim.

Abaixei na frente da mais nova mamãe enquanto ela era paparicada por Jessica e Val que queria detalhes de como isso tinha acontecido? Bom... Eles iriam precisar de desenhos? Johnny tentou me empurrar alegando que ela sempre dava atenção para mim e hoje Jade era exclusiva dele. Ignorei ele depois de socá-lo, claro e me equilibrei novamente agachado. Sussurrei perto da barriga da minha Cat como se fosse um louco. E ela me encarava como se já esperasse essa atitude vinda de mim. Ela me conhece...

– Eu sei que você é um garotão. E já é o garotão mais amado do planeta.

Beijei sua barriga e ela riu. Notei o olhar enciumado de Zacky vendo essa cena. Achei que ele já tinha passado dessa fase de acreditar que eu e Jade tínhamos ou tivemos alguma coisa. Pelo visto não.

Não liguei para isso naquele momento. A notícia havia sido realmente muito boa no final das contas. Eu era padrinho do filho dos meus melhores amigos. E aquilo levou embora por alguns momentos toda a tristeza e confusão que eu sentia. Eu estava reconfortado estranhamente por isso. Me acalentou e me cobriu e eu senti que eu já amava aquela criança antes mesmo dela nascer por conta disso. Já me senti ligado a ela. E não entendia o motivo dessa ligação.

Fiquei tão bobo que me esqueci completamente de meu outro amigo, que tinha acabado de deixar a sala, completamente desolado pela mesma notícia que me deixou tão feliz.

Às vezes somos egoístas sem nem mesmo percebermos isso.

 

 

 

 

Pov’s Matt

 

 

 

Atitude infantil? Com certeza mas não poderia permanecer naquela sala mas nenhum minuto se não eu vomitaria. Entrei no meu quarto e bati a porta com força.

Eu não conseguia imaginar isso. Infelizmente não dava. Como assim a minha Jade estaria grávida de Zacky? Como poderia estar sendo feliz ao lado dele quando o lugar que ela deveria estar era ao meu lado. O sorriso dela deveria ser meu. Aquela criança deveria ser minha. Eu deveria estar ali, com ela nos meus braços. Não Ele!

O ódio me corroia e não adiantava o Brian vir falar nem ninguém. Eu não desisti. Eu a queria com toda a minha força e não aguentava saber que ela teria uma família com alguém que não era eu!

Urrando de dor e raiva, soquei a parede com força e logo senti as lágrimas quentes escorrendo por minha face. Eu chorava de ódio por fazer sempre tudo errado. Eu chorava de raiva por não ser eu ao lado da mulher que eu amava. Eu chorava de dor e tristeza por me sentir tão incapaz de fazer algo para que mudasse isso.

Eu estava tão perdido na minha tristeza e melancolia que me assustei ao sentir uma mão pequenininha encostar no meu ombro. Me virei e encarei Val que me olhava assustada.

–Matt...

– Não ouvi você entrar... – Disse enxugando o rosto como podia , não queria que ela me visse assim. Não queria que ninguém me visse assim. Me sentei na cama.- O que você quer?

– Matt – Ela sentou ao meu lado na cama e pouco a mão gentilmente em meu rosto.- Eu já vi você chorar inúmeras vezes. Não precisa ter vergonha. Eu sei que está doendo.

– Não... não sabe! – Eu estava sendo ríspido quando ela só queria ajudar. Eu era um cretino.

– Sei sim... Eu posso ver. Mas agora não tem mais jeito. Acabou Matt.

– Não acabou! – Disse começando a sentir raiva do que ela me dizia.

– Acabou sim. Agora eles não podem mais se preocupar com dramas amorosos Matt. Agora eles serão uma família. Eles terão um filho. Por favor... Enxerga isso? Acabaram os jogos... Ta na hora de você entregar os pontos e aceitar. Tentar se sentir feliz porque as pessoas que você ama são felizes.

Eu a encarava atônito. Eu não assimilei nada do que ela me dizia. Na verdade, nada do que ela ou qualquer um me dissesse iria me fazer mudar de ideia. Aquilo não era um problema... Não era. Eu iria superar isso também. Iria ser fácil.

Apenas balancei a cabeça respirando pesadamente, apenas para que ela parasse de me encher com aquelas ideias imbecis que eu não queria ouvir.

– Vai ser bem melhor assim. – Valary sorriu docemente depositando um beijo em minha testa. – Pensou no que eu te pedi?

Eu sabia que ela estava sendo boa demais por algum motivo.

– Val... Agora não, por favor...

– Matt, eu não tenho muito tempo. Logo todo mundo vai ver o que está acontecendo...

– Então fala a verdade. Mais fácil não? Não me envolva nisso...

– Por favor! – Ela segurou minha mão desesperada. – Esses anos todos me provaram que eu só posso contar com você. Eu preciso de você Matt. Eu estou perdida e com medo!

Revirei os olhos. Acho que para sempre seria assim.

Levantei me desvencilhando dela e fui até a cômoda. Tirei de lá meus óculos e uma touca. Coloquei minha casaco de flanela quadriculado. Estava frio lá fora. Afinal de contas era inverno mesmo estando na Califórnia.

- A onde você vai Matt?

- Respirar, porque se eu ficar mais cinco minutos aqui dentro morro asfixiado.

– Promete que vai pensar?

– Prometo Val...

Ela pulou batendo palmas e agarrou meu pescoço com força.

– Eu te amo tanto Matt. Obrigada!

Desvencilhei-me do abraço delicadamente e consegui sair do quarto.

Sem ser notado passei por quase todos e alcancei a rua. Não queria estragar a felicidade de ninguém. Mas como sou um completo idiota assim que sai virei de frente para casa e foi quando a vi.

Jade estava apoiada na sacada e me encarava com os olhos tristes. Aquela tristeza repentina era pelo o quê afinal? Ela não teria motivos de sentir isso. Nem direito para dizer a verdade. Mas ela continuou a me encarar mesmo assim. Quase me fazendo fraquejar e voltar para dentro da casa. Para o calor dos meu amigos e a sensação de conforto que só ela me provocava. Mas não... Ainda não era hora para isso.

Me virei e segui meu caminho sem olhar de novo para trás para que não mudasse de ideia. Amanhã eu resolveria tudo. Amanhã eu diria a Val se aceitava ou não o que ela me propunha. Apesar de achar que agora eu não teria mais nada a perder.Mas hoje eu só queria me desligar do mundo.

Eu tinha certeza de onde eu iria e como faria.

Entrei no bar analisando o ambiente. Quando a vi.

Ela estava sentada na mesa do canto olhando pela janela a rua. Seu olhar melancólico chamou minha atenção, mas do que deveria. Ela encarava a vista, mas seus olhos pareciam ver outra coisa. Algo muito distante. Algo que a machucava.

Sentei na mesa a assustando um pouco. Ela me olhou por alguns segundos e logo a compreensão tomou conta de seu rosto.

– Eu conheço você.

Sorri com aquele comentário... Ela não perguntava. Ela apenas afirmava com a cabeça. A voz era baixa, suave e delicada. Eu precisaria disso.

– Talvez não conheça tanto quanto eu gostaria... Por enquanto!

No fim, M. Shadows não estava morto dentro de mim. Talvez quem tenha morrido naquele dia tenha sido Matthew Sanders afinal. Ou pelo menos adormecido!

Eu ainda não tinha desistido. E nem desistiria...

 



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