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História Hostility - Seize the day


Escrita por: LilithShadows

Notas do Autor


Tá bom... Desculpa a demora. Mas ta aí mais dois capítulos que fizeram a fusão e agora são um só ahsuhaushuahsuah Muito obrigada mesmo por vocês estarem acompanhando mesmo já tendo lido essa budega. É mesmo uma coisa maravilhosa. Sem mais delongas... Enjoy

Capítulo 3 - Seize the day


Saímos pelo backstage e Matt não me dirigiu palavra alguma. Isso estava começando a me incomodar. Então fui obrigada a puxar qualquer assunto.

– Hum... Matt, ta frio não é? Você não deveria ter saído sem cami...

– Deveria ter falado isso enquanto estávamos no camarim, eu arranjava um casaco para você. Agora eu não vou voltar. – Ele disse me cortando. Mas não foi o fato dele me cortar no meio de uma frase que me deixou magoada, apesar de ter sido uma puta falta de educação. Foi o tom de voz que ele usou comigo. Tão rude e seco. Tão diferente do que eu imaginei diversas vezes que ele seria. Será que M. Shadows tinha distúrbio bipolar e eu não sabia?

– Mas eu não estava falando sobre isso...

– Não sei se você notou, mas são 3 da manhã, eu estou cansado, fiquei de ressaca acordado enquanto você realizava seu “teenage dream” com o Zacky. Você vai realmente continuar a falar no meu ouvido?

Aquilo me indignou. Para começar a culpa não era minha se ele ficou de ressaca ainda acordado, até entendo que isso seja uma merda. Mas não era motivo para me tratar mal. E quem disse para ele que o Zacky era meu teenage dream? Ele, Matt Shadows, era meu Teenage dream e sinceramente, estava começando a deixar de ser. Eu senti meu rosto arder, é muito triste quando você descobre que alguém que você admira é um completo idiota. Minha vista começou a embaçar, mas eu não ia chorar na frente dele. Como eu ia consegui passar um ano perto desse cara? Respirei fundo e me controlei, apertei o passo e comecei a andar na frente dele.

Logo, avistei Taylor na porta do clube apertando com força os braços ao redor do corpo. O coitado cheio de frio me esperando e eu me divertindo. Eu essa amiga inútil, esqueci completamente que ele existia, mesmo depois de ter passado horas comigo na fila. Corri ao seu encontro e o abracei com força.

– Tay, me desculpa por favor! Eu sou uma idiota...

– Onde você estava Jade? – Ele estava com o nariz e as bochechas muito vermelhas. Era mistura de frio e irritação. Me afastei do Tay, abaixei a cabeça e me preparei para escutar. Hoje parecia o dia ideal para as pessoas descontarem em mim sua ira, mas pelo menos ele tinha motivo - Eu vi você sendo tirada pelo segurança e logo em seguida fui até a o posto médico saber de você, e você não estava lá. Ninguém sabia de você. Fiquei tentado a ligar para sua casa e se você não atendesse agora eu iria fazer isso mesmo...

Taylor estava tão entretido em descontar em mim toda a sua raiva (e ele tinha o direito de fazer isso) que nem notou quem se aproximava de nós dois.

– Boa noite – Matt disse com um sorriso, diga-se de passagem, lindo, no rosto. Nem parecia o ogro de minutos atrás. – Você deve ser o amigo da Jade... Eu sou Shadows.- Disse isso estendendo a mão para que Taylor apertasse.

O coitado ficou tão sem reação que levou alguns segundos para perceber que ele deveria apertar a mão do homem. Um pouco inseguro ainda, conseguiu apertar a mão do outro.

– Bem, sei que realmente você deve ter ficado preocupado, mas quero deixar claro que a culpa não foi da Jade, nós a prendemos lá para acertar uns detalhes...- Como se o Taylor fosse idiota o suficiente para não sentir o cheiro de cachaça que exalava tanto de mim quanto de Matt- Seja como for, ela vai ter a oportunidade de esclarecer isso com você. Sei que vocês estão cansados então vamos para o carro, que eu vou deixá-los em casa. –

Matt caminhou em direção ao carro enquanto eu e Taylor nos encarávamos. A expressão da cara do Taylor era hilária. Uma mistura de “CARALHO O SHADOWS” com “WTF” que eu juro, se eu estivesse de bom humor, teria rido. Segurei no braço de Taylor e seguimos assim para o carro.

Lógico que depois do big coice que eu tinha tomado eu não ia sentar no banco da frente. Recolhi minha insiguinificancia abri a porta traseira e sentei. Sobrou para o Taylor o banco da frente, o qual ele ocupou com prazer. A viagem transcorreu sem nenhum acontecimento significativo. Taylor logo se acostumou com Matt e os dois foram conversando animados até chegar em sua casa. Taylor desceu do carro me mandou um beijo e entrou em casa. E Matt não deu partida no carro.

– Seria muito educado da sua parte se você sentasse agora aqui na frente. – Olha que fofo, quem veio falar de educação comigo. Eu bufei, passei por cima do banco do carona e me sentei. Ele estava fazendo com que eu me sentisse uma criança mal humorada. Eu permaneci calada até que paramos na porta da minha casa. As luzes estavam apagadas, o que era um ótimo sinal. Minha mãe não ia me encher de perguntas. Mesmo com 23 anos, eu ainda morava com ela, e lhe devia explicações.

– Eh... Muito obrigada Shadows.- Tentei abrir a trava mas adivinha ? Ele não desbloqueou...

– Você pode me chamar de Matt, ok? Se eu não me engano, já disse isso para você.- Seu tom de voz tinha mudado, ele estava bem menos agressivo. A história da bipolaridade estava começando a tomar força na minha cabeça.- Olha, eu fui um idiota com você, me desculpa.

Eu fiquei parada esperando a continuação. Pelo menos assumiu que foi um idiota. Grande progresso senhor Sanders.

– Você não merecia ter ouvido aquilo. E eu não tenho nada a ver nem com a sua vida. Se você e o Zacky estavam conversando ou sei lá...

– Pera aí, mas não aconteceu nada.- Ele deu um sorriso tão sarcástico que meu deu ódio.

– Se seu celular não tivesse tocado tudo indicava que teria acontecido. A propósito, gostei da música. - Senti que essa foi a deixa para mudar de assunto, o que foi ótimo, meu rosto já estava quase roxo, porque vermelho não expressava mais a minha vergonha.

– Sou fã de vocês esqueceu? – Eu disse sorrindo, e rezando para o meu rosto estar parecendo menos envergonhado.

– Mas Bat Country? Pensei que toques telefônicos de meninas fossem mais calmos... Sei lá Gunsliger ou Dear God.

– Você está insinuando que suas fãs só gostam das baladas? Foi isso que eu entendi?- Ele gargalhou. E todos os pelos do meu corpo conseguiram ficar arrepiados. O som da gargalhada de Matt era lindo, melodioso.

– Longe de mim dizer algo como isso. Nossos fãs gostam da nossa música. E isso é tudo que eu afirmo. – Quase suspirei. Ainda bem que deu tempo de segurar. Ficamos alguns segundos nos encarando em silencio. Isso começou a ficar incomodo então resolvi aliviar o clima.

– Me diverti muito com vocês hoje, obrigada. – Engraçado como as coisas são, só depois que eu disse isso, que percebi que parecia que estava me despedindo de um encontro.

– Também me diverti. E o lance que eu falei da ressaca é verdade mesmo, é muito ruim ficar de ressaca acordado, mas isso não é desculpa para tratar você daquele jeito.

–É... Eu sei. Vamos fingir que isso não aconteceu certo? Assim eu não fico chateada nem você precisa pedir desculpas. - Eu não queria sair dali. O sorriso dele me prendia dentro do carro. O silencio começou a se tornar incomodo novamente. Então tive que quebrá-lo. - Eu tenho que ir... – Ele destravou a porta e se inclinou em minha direção. Um pouco sem jeito e pouso os lábios em minha testa.

– Boa noite Baby Doll - E quando eu saí do carro ele gritou. – Descanse bem e aproveita a sua casa, porque amanhã alguém vem te buscar. Ah... E não se empolgue muito, eu mesmo vou cuidar para que não seja o Zacky. - Eu preferi não revidar, só fui até a porta da minha casa e entrei. Só então escutei o carro dando partida e indo embora.

 

 

POV’ S Matt

 

 

“Caralho!!! O que está acontecendo comigo? Que coisa mais idiota foi aquilo que eu falei para a garota? E em pensar que eu não a conheço a mais de 6 horas... Mas também. Por que ela estava daquele jeito logo com o pedaço de tocinho do Zacky? Eu sei que as garotas até gostam dele e tal, mas achei que a unanimidade fosse o Synyster. A... Mas aquela bola de banha vai ter o que merece. Eu não posso deixar que ele estrague o péssimo nome que nossa banda já tem porque ta passando pela puberdade pela nona vez. Eu vi que foi ele que chegou em cima da menina.Igual a um desesperado. Mas ela também podia ter se controlado um pouquinho mais. Cair nas cantadas do Baker é ser burrinha demais. E ela nem é tão bonita assim. Ela tem um rosto comum, olhos castanhos e cabelo vermelho. Acho que é o cabelo vermelho que deve chamar atenção. Ou devem ser os olhos mesmo. São tão intensos. O olhar dela queima. E o corpo dela. O Zacky passou a noite medindo ela de cima a baixo. O corpo dela é comum. Nós já pegamos mulheres muito mais gostosas e com muito mais silicone, com certeza. Deve ser porque o seios delas não são exagerados. Devem ser bons de pegar e com certeza se encaixariam perfeitamente em uma boca. Uma boca qualquer. E ela deve ser sexy também... Quando ela joga os cabelos, eles caiem em forma de cascata pelas suas costas e ela toda hora umedece os lábios com a ponta da língua. Isso mexe sim com a imaginação de um homem,ainda mais quando esse gesto é tão inocente. A culpa já está saindo um pouco das costas do gordo. É difícil resistir a certas coisas. Mas eu não tenho nada a ver com isso. E mesmo não tendo, eu vou falar com ele.”

Eu estava tão perdido em meus pensamentos que nem reparei que estava na porta da casa do Zacky. O bom de fazer shows na Califórnia era esse. Por ser minha terra, eu não precisava prestar atenção, eu chegaria onde eu quisesse. Até de olho fechado.

Sai do carro e entrei na casa do gordo. Com certeza ele já estava ali... O tênis dele estava jogado no chão da sala. Subi as escadas em direção a seu quarto e quando abri a porta, tive a visão deprimente de um Zacky bêbado, dormindo de bruços com o lençol cobrindo apenas da sua cintura para baixo deixando as costas do nosso querido leitão nuas. Infelizmente nesses momentos agente só pensa em uma coisa. Montinho. Me joguei com tudo em cima do porpeta.

– Seu viado. Acorda!!!!!

Transtornado, o coitado tentava me empurrar como se ele fosse conseguir. Eu fiquei com pena e sai de cima dele, o empurrei pro lado e sentei na cama.

– Precisava falar com você.

– E não podia esperar até amanhã Shadows...- Disse se sentando com dificuldade e encostando na cabeceira da cama.

– Não podia não. E você não dorme a essa hora. Nem são 5 da manhã ainda.

– Eu bem que poderia estar acordado a essa hora se não fosse o maldito celular da Jade ter tocado. Ai você saiu de lá arrastando a garota...

– Era exatamente isso que eu quero falar.

– VOCÊ FICOU COM ELA?! – Ele gritou e eu comecei a rir. A reação dele foi tão espontânea que eu não me segurei. Peguei uma blusa no chão e entreguei a ele.

– Coloca isso, eu não preciso assistir suas banhas balançando para mim. – Ele colocou a blusa me encarando ainda com uma expressão que denotava que nós éramos crianças em uma caixa de areia e eu tinha roubado o seu baldinho.- Para de fazer bico pra mim eu hein... Como se nós já não tivéssemos saído com a mesma mulher antes. Para de palhaçada.

– Mas ela é... É nossa fã .- Eu sei que eu não deveria, mas eu tive que render o assunto. Era engraçado.

– Grandes coisas. Agente nunca pegou fã nenhuma, não é mesmo. Quem olhar você assim, transtornado até acredita nisso. E você não estava nem preocupado com isso, dentro do camarim...

– Eu não estava pensando direito, só isso.

– Então começa a pensar de agora palhaço. Eu não fiquei com ela não, só a deixei em casa.- Ele me encarou avaliando se deveria acreditar ou não em mim e eu prossegui. – Olha Zacky, não tenho nada com sua vida e menos ainda com a dela. Mas para pra pensar cara. Ela não é mais uma que hoje você vai comer e nunca mais ver. Ela vai passar um ano com agente cara. E falando sobre nosso Dia a dia para outros fãs. Você não acha que se ela estiver magoada ela não vai expor isso? Nós não a conhecemos cara... Só vai com calma.

Ele me olhou por alguns minutos pensativo. Meneou com a cabeça e logo a sacudia afirmativamente.

– Você ta certo cara. Eu não poderia ter agido assim. Mas não sei se isso aconteceu com você, mas ela passa aquela sensação... Sabe do que estou falando. – Balancei a cabeça negando e ele abriu um largo sorriso.- A sensação de que a conheço a minha vida inteira.

Eu só arranquei o travesseiro das costas dele e taquei com força na cara dele.

– Que papo mais gay Zacky! Eu sempre te achei estranho, mas agora... – Levantei rindo e ele abraçou o travesseiro deitando novamente e murmurando um “ Que se foda” Antes de fechar os olhos e me ignorar. O Zacky era muito bom nisso. Ele se fechava no próprio mundo e ignorava tudo o que incomodasse ao redor. 
- Boa noite para você também Baker! – E dizendo isso deixei o quarto de Zacky. No carro eu forçava pensar em coisas como a nossa agenda de shows. Meus problemas mal resolvidos com Valary, que ainda não aceitava muito bem nosso divórcio, na banda de novo. Mas a todo o momento surgia o sorriso, o olhar e nome de Jade na minha cabeça. Eu não queria admitir mas era verdade o que o Zacky tinha dito. A Jade passava mesmo essa sensação de que fosse alguém que eu conhecia a séculos. Era estranho e eu não queria aceitar isso. Como também não queria aceitar que eu estava me lixando com imagem de banda naquele momento. O que me irritou de verdade era o Zacky estar em um lugar que deveria ser meu. Pelo menos eu achava que deveria ser eu ali, imprensando ela contra o frigobar. Finalmente admiti. O que tanto me incomodou foi a inveja que eu senti. Eu a desejava. Mas eu iria ignorar esse desejo. Pelo menos por enquanto...

Povs Zacky

Um barulho irritante insistia em perfurar meus tímpanos. Merda de toque do inferno. Comecei a tatear a mesinha de cabeceira em busca do meu celular. Quando o achei nem me dei ao trabalho de tirar o travesseiro da cara. Enfiei ele por baixo do travesseiro mesmo e encostei o celular no ouvido.

– Fala porra

– Bom dia para você também meu querido amigo rechonchudo. – A voz de Synyster latejou dentro da minha cabeça. Nunca pensei que a voz dele fosse tão irritante.

– Cara sem sacanagem, eu tava dormindo pô...

– Nem tinha notado. Ta de ressaca né? Bebeu muito pra conter a frustração não é?

– Não sei do que você está falando. - Eu até sei, mas é melhor me fazer de desentendido. Aquela garota me deixou literalmente na mão.

– Não sabe não, é? Entendo você. Enfim, só liguei pra avisar que eu to indo buscar a ruiva gostosinha que você quase pegou ontem.

 

–E eu com isso Syn? – A melhor coisa nesses momentos é a indiferença, apesar de alguma coisa me incomodar no que Syn acabava de dizer.

– Você meu caro amigo redondinho, nadinha. Já eu? Der repente faço a ruiva perceber a burrada que ela ia fazer ficando com você. E dou a ela a chance de ter a maior e melhor experiência sexual da vida!

Meu estomago revirou. O que provavelmente era efeito da bebedeira passada, misturada a outras coisas que agora nem vem ao caso.
- Era somente isso que você tinha a me dizer? Já posso voltar a dormir?

– Pode sim. Só não esquece que às dez da noite nós já teremos que estar dentro do ônibus. Você não vai querer o Sanders putinho com você não é? Ele ta um pouco tenso com esse lance de ter uma fã com a gente. Vamos tentar não irritá-lo. Pelo menos não muito...

A imagem de Matt irritado era um pouco assustadora. Quando nós éramos crianças, era fácil lidar com as crises raivosas do cara. Ele era mirradinho. Mas e agora? Agora ele era um monstro gigante e ninguém gostava de ficar por perto quando ele começava a gritar.

– Falou cara. Pode relaxar, as dez eu to dentro daquela porra.- E desliguei o telefone.

Até tentei voltar a dormir. Mas havia algo que me incomodava profundamente. Me levantei e fui até o banheiro. Minhas mãos em formato de conchas jogavam a água gelada da torneira contra o meu rosto e então me olhei no espelho. Eu estava horrível. Minhas olheiras estavam mais fundas do que nunca e meu cabelo uma droga. Que falta fazia a Gena, ela resolveria isso em dois tempos.

Ri dos meus pensamentos. Que coisa idiota de pensar da sua ex- namorada. E para que eu estava tão preocupado com a minha aparência? Era só o inicio de mais uma turnê, eu não iria precisar me preocupar com isso enquanto estivesse trabalhando dentro daquele ônibus, e nos shows, nós sempre temos uma equipe de apoio maravilhosa que por pior que estejamos, sempre nos fazem parecer perfeitos. Talvez eu soubesse por que eu estava tão preocupado. Talvez eu quisesse chamar a atenção de uma certa pessoa...

Sai do banheiro e me atirei na cama. Flashs da noite passada não saiam da minha cabeça. Aquele sorriso, o jeito que ela joga os cabelos... A boca dela, tudo em Jade me deixava maluco desde a hora em que entrei naquele camarim. Comecei a rir sozinho quando lembrei que jurava que ela tinha uns 16 ou 17 anos. Mas pudera. Nunca vi mulheres de 23 anos com aquele ar angelical e inocente que ela tem. Eu nem cheguei a conversar com ela, não flertei com ela. Eu simplesmente imprensei a garota do nada. Eu falei a verdade para o Shadows, eu não conseguia raciocinar. Eu a vi de costas para mim, e o desenho que as curvas dela faziam era de deixavam qualquer um louco. Pelo menos me deixava louco. Então apareceu um pouco da pele dela pela barra da blusa quando ela se inclinou para pegar a cerveja e maldição! Eu só queria sentir aquela pele perfeita e aveludada de encontro a minha. Só de pensar nisso, certa parte do meu corpo começava a dar sinal de vida e isso era atitude de adolescente, não de um cara com quase 30. Tem alguma coisa nessa garota que ta me descontrolando e o pior de tudo, eu to gostando de ficar descontrolado.

 

 

Pov’s Jade

 

 

E para todos aqueles que acharam que depois que Matt me deixou em casa eu revirei na cama até pegar no sono... Parabéns. Porque foi exatamente isso que aconteceu. Não conseguia pegar no sono de forma alguma. Também pudera. Foram muitas emoções para um coraçãozinho tão fraco como o meu. Enfim quando estava mais do que claro eu consegui pegar no sono. Mas esse sono foi interrompido 3 horas após com minha mãe entrando no quarto e abrindo as cortinas.

- Bom dia amor! – Se ela soubesse o estado deplorável no qual eu me encontrava ela não faria isso comigo. Abri os olhos contrariada e minha voz por pouco não saia.

-Bom dia mãe.

- Chris meu anjo.- Só minha mãe me chamava de Chris.- O porque dessa cara? Achei que você tinha se divertindo ontem.

- Me divertir sim...- Disse me sentando na cama. – Só não consegui dormir... Mãe, eu tenho que te contar...

- Já sei querida. A promoção. Eu já estou sabendo. Uma mulher ligou para cá o dia inteiro atrás de você e a noite aquele rapaz do pôster no seu armário, aquele que fica escondido, ligou e me explicou o porquê estavam lhe procurando, aí eu disse onde você estava.

- Ué... Como a senhora sabe do meu pôster?- Então reformulei a pergunta. Era óbvio que mamãe mexia nas minhas coisas. Nunca existia privacidade em uma casa em que se encontrasse Verônica Greenwood.- Como a senhora sabe que era o Matt mãe?

- Minha filha!- Ela me olhou fingindo que estava ofendida. - Há quase 10 anos eu escuto esse homem berrar no meu ouvido, impossível não reconhecer... E ele se apresentou- ela completou- Vamos tomar café da manhã. Você precisa de um... Está com a cara horrível...

Me levantei da cama e acompanhei minha mãe, pronta para fazer um escândalo e dizer que o Matt não berrava. Não muito... Era meu lado, fã psicopata entrando em ação então preferi reprimi-lo.

Aproveitei o máximo do dia com a minha mãe dentro de casa. Falei para ela sobre meus planos para o site dos meninos. Eu queria que fosse algo intimista. Um fã site baseado em informações quentíssimas. Afinal, seriam aprovadas por eles. Seria a visão de um fã, sobre seus ídolos sem ser infestado de rumores. Eu queria postar o cotidiano deles, vídeos que mostrassem eles sob a minha perspectiva. Minha mãe estava feliz por mim é claro. Mas eu notava certo incomodo em sua voz. Meus dois irmãos já estavam casados com suas próprias famílias para se preocuparem. E eu, a única filha mulher, me sentia na obrigação de cuidar da minha mãe, desde que meu pai morreu. Até enquanto cursei a faculdade no Arizona, todo o fim de semana estava aqui. Lógico que essa necessidade de cuidar da minha mãe, me anulou um pouco. Eu não corri atrás de nada que eu queria, e perdi inúmeros namorados por conta de nunca poder estar com eles. Mas agora era minha hora. E acho que no fundo, minha mãe sabia disso.

Tomei um banho e coloquei um short bem curtinho cinza, mas que era muito confortável. Peguei uma blusa imensa do AC/ DC que ficava gigantesca em mim e a coloquei. Ela cobria meu short e isso fazia que parecesse que eu não vestia nada além da blusa. Mas eu estava dentro de casa, se alguém não quisesse ver minhas pernas branquelas, que não fosse lá, certo? Desci as escadas e fui para sala assistir TV. E para minha felicidade estava passando a maratona da terceira temporada de True Blood. E eu como boa viciada que sou nessa série, me sentei esparramada no sofá, abraçada ao travesseiro, com um sorrisão na cara toda a vez que Eric Northman aparecia. Ai ai... Não tem como não suspirar vendo Alexander Skarsgard.

A campainha tocou e eu amaldiçoei até a décima geração do infeliz que estava na porta. Como minha mãe não apareceu, eu fui obrigada a ir atender. Quando abri a porta com o pior humor do mundo dei de cara com Syn e Johnny.

- Wowwww! Cat! Nunca vi uma blusa tão linda do AC/ DC... Se você tem o costume de atender as pessoas sempre assim, eu faço questão de tocar sua campainha dia e noite baby.

– Eu to de short por baixo palhaço.


– E ela é nossa fã hein... Imagina se não fosse...- Disse Johnny sorrindo.

– É a confiança meu caro amigo pigmeu. A confiança só faz duas coisas: divida e filho! E aí Cat? Quer tentar a segunda opção comigo?- Disse Syn arqueando uma sobrancelha para mim. Ele era sexy sim, sem duvidas, às vezes inconveniente. Mas era engraçado com toda a certeza

– Vocês querem entrar por favor, e parar de ficar falando sacanagem na minha porta.

–Claro Jade, agente pode falar sacanagem aí dentro se você prefere assim.- disse Johnny que me deu um beijo estalado na bochecha e entrou seguido de Syn, que logo puxou minha mão me arrastando junto com ele.

– Eu juro que não sabia que vocês viriam a essa...

– TA PASSANDO TRUE BLOOD !!!- Johnny exclamou e se sentou no sofá olhando hipnotizado para a televisão.

– Você gosta?- Eu perguntei já com um sorriso se formando no meu rosto, tudo o que fangbanger precisa é encontrar outro fangbanger para poder falar horas sobre os livros e a serie.

– É lógico, eu sabia que você era foda no momento em que te vi garota!

Sentei ao lado de Johnny e Syn do meu lado, e ficamos os três assistindo a serie até que minha mãe se reuniu a nós na sala. Os apresentei, ela adorou os meninos o que a animou o suficiente para que fosse para cozinha preparar alguma coisa para agente comer.

- Sua mãe é demais Cat. – Disse Syn, já se sentindo em casa, a jaqueta que ele vestia já estava jogada na poltrona ao que ficava ao lado do sofá. – Mas eu ainda não entendo o que vocês vêem de tão divertindo nessa serie.

Eu e o Johnny o encaramos sérios e então ele percebeu que era melhor não continuar o assunto... Ele era minoria. Se acomodou no sofá e me puxou para que eu deita-se minha cabeça em seu peito. Era muito cômodo estar ali. Ele era quente e seu perfume muito gostoso. Não pensem que era um ato maldoso. De forma alguma. Era mais acolhedor do que qualquer outra coisa. Apesar de que qualquer um que presenciasse a cena não compreenderia. Eu deitando minha cabeça no colo do Syn, enquanto ele fazia carinho em meus cabelos e Johnny, completamente deitado no sofá com a cabeça em minhas pernas. Eu me sentia segura entre eles e foi então que eu percebi, e algo no meu inconsciente me informou que por mais que Syn falasse aquelas besteiras todas para mim e Johnny fosse sei lá... O Johnny. Eu seria amiga deles. E eu poderia contar com eles sempre. Engraçado, eu sempre achei que os conhecia. E é essa a sensação que todo fã tem com relação ao ídolo. Mas naquele momento foi diferente. Eu não achava. Eu tinha certeza de que os conhecia. Deve ser algumas coisa de outra vida, ou qualquer besteira desse tipo.

Lá pelo quarto episódio... Já eram umas oito da noite o celular do Syn tocou atrapalhando meu momento especial. Syn atendeu o telefone, sem tirar os olhos da TV. Depois que ele viu a primeira cena de sexo da serie, ele mudou um pouco de idéia sobre gostar ou não...

- Hey dude... Estamos na casa da Jade ué... Não foi o que você falou pra gente fazer?... Sim... nós vamos estar no ônibus as dez cara. Que saco... Você tem estado muito estressado cara! Isso é falta de sexo, você sabe disso não é...

Eu estava perto o suficiente de Syn, pois ainda me encontrava deitada em seu peito , para ouvir uma voz rouca, minha velha conhecida gritar um sonoro “Não fode, Gates”.

– Mas eu to fudendo cara... Quem não fode é você! Sacou... Por isso você ta assim... Tah... Já estamos indo. – E syn desligou o celular. – Cat, me desculpe, mas temos que ir.-Eu me levantei e o encarei

– Agora? Então vamos falar com a minha mãe, comer o que ela fez, e agente vai. Tudo bem?

– Lógico... Você não achou que íamos embora sem comer aquilo que ta cheirando bem pra cacete que vem da cozinha? – Ele me encarou rindo

– Chocolate, e é bolo... E deve ter calda, porque eu senti cheiro de calda. - Disse Johnny inspirando fundo com os olhos fechados.

– Hey!! Agora você me assustou cara. Você incorporou o Zacky cara? Para ele que é alto já é difícil esconder as banhas imagine pra você que tem a altura exata de um anão de jardim?

– Idiota... Só estou com fome mesmo. Você não me deixou almoçar...

Fui para a cozinha e eles logo me seguiram. Comemos o bolo de chocolate, que por sinal realmente tinha calda. Conversamos um pouco mais com a minha mãe e então fui buscar minha mochila. Já tinha preparado antes de dormir. Tinha tudo o que eu precisava ali dentro e como eu iria receber por semana, era uma das informações que constavam no site do concurso. O que eu precisasse a mais eu compraria ao longo da vagem. Eu coloquei uma calça Jeans clara e uma Camiseta regata branca que deixava aparecer a alça do meu sutian preto. Meu All Star xadrez no pé. Afinal sem ele eu não sou ninguém , e desci.

Nos despedimos da minha mãe, que já estava quase desidratada de tanto chorar. A abracei com força e disse que ligaria todos os dias. Ele deu um beijo em cada um dos meninos. E tinha que soltar a famosa perola “ Cuidem bem do meu Bebe ouviram?”

Synyster sorriu.
- Pode deixar senhora Greenwood... – Ele disse me abraçando – Vamos cuidar direitinho do seu Babe- E então sussurrou no meu ouvido- Se bem que você prefere que o V. cuide de você, não é mesmo?- Arregalei os olhos e entrei no banco de trás do carro. Syn assumiu o volante e Johnny o carona. Quando Syn deu a partida, Johnny me olhou pelo retrovisor, viu minha cara vermelha e depois olhou pro Syn.

- Você sacaneou ela com a história do zacky não é? – Disse balançando a cabeça.

- Você já sabe disso também... Mas você estava dormindo... – Eu disse quase que desesperada e Syn também me olhando pelo retrovisor me informou muito calmo.

- Cat... Tem algumas coisas que você vai ter que se adaptar. Uma delas é que nada é segredo por muito tempo quando você esta cercado de amigos de infância. É quase uma corrente sabe. Mas pode confiar na gente. Prometo não te zuar na frente de estranhos.

- Isso é tão tranqüilizador... – respondi irônica e eles riram. Johnny se virou no banco de frente para mim. 
- Pode relaxar Jade, nós somos legais... E só para você se sentir melhor. Hoje agente não vai ter nada para fazer mesmo. Agente assisti True Blood na sala de TV do ônibus a noite toda. A tela é grandona e o som Digital...
Eu fui obrigada a sorrir depois dessa. O Johnny era muito fofo. Ele sorriu para mim, e eu quase chorei. O sorriso era tão verdadeiro, aqueles sorrisos que você pode estar com mil pedras pra tacar no dono, ai ele sorri e te desarma por completo.



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