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História Hotter Than Hell - Brincar de Morrer


Escrita por: Mallu09

Capítulo 11 - Brincar de Morrer


Fanfic / Fanfiction Hotter Than Hell - Brincar de Morrer

Anastasia Steele

"Eu estou morta…"

Se passou uma semana que estou vivendo no automático, uma semana que eu me isolei. Depois que eu apaguei sábado passado no banheiro da festa, Christian me encontrou e cuidou de mim enquanto estava inconsciente, quando acordei no dia seguinte eu não me lembrava de nada, apenas de uma coisa, do meu pesadelo meu corpo se lembrava perfeitamente. Olhei para o lado e dei de cara com um Christian dormindo tranquilamente, eu não conseguia olhar para ele sem me lembrar do que tinha me acontecido, ele vai sentir tanto nojo de mim. Então eu fiz a única coisa que foi capaz no momento,eu fugi. Arrumei todas as minhas coisas na mochila e sai quando todos estavam dormindo, tinham convidados jogados a cada cômodo da casa, eu tinha deixado a chave com Christian então não haveria problema. Eu fugi como se a minha vida dependesse disso.

Eu não queria estar naquela casa e ver o Elliot, eu não queria ter que fingir que nada tinha acontecido, tudo o que eu quero é distância daquele monstro. E desde aquele dia que eu fugi da casa de praia, eu me isolei, me afastei de todo mundo inclusive do Christian. Eu não aguentaria olhar para ele sabendo o que eu fiz, por que eu sei que aquilo tudo foi culpa minha, não fui capaz de ser forte o suficiente para lutar.

Esses dias tem passado como um borrão, vou todos os dias para escola mas não tenho ânimo para nada, nem aos treinos eu estou indo, não me arrumo mais, eu sou apenas uma casca de mim mesma, não sou a pessoa que  todos estão acostumados a ver. Estou vivendo a base de remédios, é única saída para continuar suportando. Christian sempre tenta conversar comigo para saber o que está acontecendo, liga,manda mensagens e no colégio sempre tenta me encontrar mas eu sempre dou um jeito de fugir dele e me escondo. Eu definitivamente não estou sabendo lidar com isso, estou sufocada, cansada, minha cabeça está  confusa. Me sinto perdida, sem saber para onde ir. A única forma que eu encontrei de amenizar a dor foi me machucando, não tira nem a metade do peso que sinto no meu coração e na minha alma, mas foi a única saída que encontrei, a dor diminui.

Eu não consigo dormir, fico acordada a noite inteira, se dormir tenho pesadelos, se ficar acordada a realidade me assombra, qual é a saída? Acabar com isso de vez? Eu quero, mas não tenho coragem. As vozes na minha cabeça voltaram a me atormentar, elas dizem para eu fazer isso, por que assim que eu fizer, toda a dor vai acabar. Eu quero que a dor acabe, necessito disso.

A manhã está chuvosa e eu estou embaixo das cobertas escondida, hoje é quinta o que significa que eu tenho que levantar para ir pra aula. O despertador tocou duas vezes anunciando que eu estava mais que atrasada mas eu não tenho a mínima vontade de levantar, não tenho ânimo para nada. Enxugo algumas lágrimas que tinham caído, respiro fundo e tiro a coberta de cima de mim, caminho me arrastando até o banheiro e tiro o pijama que estava vestindo. Entro no chuveiro e tomo um banho rápido, quando acabo me enrolo em uma toalha e vou até a pia escovando os dentes. Saio do banheiro e vou até o closet, visto uma calcinha e um sutiã pretos, pego uma calça jeans, um moletom enorme que cobrem os meus pulsos machucados e calço um all star surrado. Prendo meus cabelos em um coque bagunçado e coloco os meus óculos de grau, eu só os uso quando estou totalmente sem saco para usar as lentes. Troco os curativos do meu pulso e os sinto doer, ontem eu tive uma crise e me machuquei mais uma vez, eu já estava com eles inflamados antes e depois de ontem vejo que não vão sarar tão cedo.

Escondo os pulsos com as mangas do moletom, pego minha mochila, meu celular e saio do meu quarto. Plugo os meus fones no meu telefone e coloco uma música para eu ouvir nas alturas. Desço as escadas rapidamente e vou direto para a garagem, não passo pela sala de jantar para tomar café e eu também não quero ter que econtrar aquelas pessoas que moram na mesma casa que eu. Abro o meu carro e entro colocando a minha mochila no banco do passageiro, abro a porta da garagem e saio com o carro, dirijo calmamente pelas ruas de Seattle, tento não ficar distraída por que eu estou dirigindo e não quero provocar um acidente. Quando chego no colégio, estaciono o carro, pego minha mochila e saio o trancando em seguida. Caminho direto para dentro, estou andando pelos corredores e vejo que a maioria dos meus colegas olham para mim e cochicham sobre o meu estado, não dou nem importância para esses comentários. Vou até o meu armário e pego os livros que eu precisaria para as aulas, coloco eles na minha mochila e fecho a porta do armário. Quando eu me viro para caminhar, Christian está ao lado do meu armário, levo um susto e fico parada no lugar.

— Você não vai fugir de mim mais uma vez.— ele diz enfático.— Você pode me explicar o que está acontecendo? Eu estou a dias tentando entender Anastasia! Mas você não me explica nada.

Ele estava com raiva e acima de tudo perdido. Também pudera, eu tenho dado um gelo nele a dias, fugido sempre que ele aparece e me esquivando de suas perguntas, mas eu não posso contar o que aconteceu a ele, aconteceria coisas ruins se ele soubesse e eu não quero ser a responsável. Posso ver em seu rosto que ele também está muito preocupado comigo, sua aparência está cansada e ele tem olheiras embaixo dos olhos, seus cabelos estão revoltos e suas roupas estão amassadas, ele fede a maconha. Sinto muito Christian, eu não queria fazer isso com você.

— Eu não sei do que você está falando.— digo com a voz falha.— Eu tenho que ir por que já estou atrasada.

— Não, você não vai sair sem me dar uma explicação.— ele puxa o meu braço.— Você está estranha desde a festa! E por que você fugiu da casa de praia sem dar um aviso, sem falar com ninguém? Sem falar comigo!

— Não, eu não tenho tempo para  falar disso agora.— minha voz está embargada.— Eu tenho que ir.

— Me fala Anastasia.— ele puxa minhas mãos nas sua com força e começa a me sacudir. As mangas do moletom caem e eu fecho os olhos, sei o que vem agora. Ele grita.— Que porra é essa Anastasia? O que você fez?

— Me deixa em paz.— grito nervosa e começo a tremer.— Me solta.

Empurro Christian e saio dali correndo, vou até o banheiro feminino e entro em uma cabine. Sento no chão e abraço os meus joelhos começando a chorar, escondo o meu rosto. Eu quero tanto fazer parar, acabar com essa dor de uma vez por todas mas não sei como, eu não estou conseguindo mais suportar. Levo a mão direita até os cabelos da minha nuca e os puxo com força arrancando-os, meus pulsos ainda estão sangrando então não posso me cortar tão cedo, isso vai resolver por hora. Escondo o meu rosto nos joelhos e o choro vai tomando mais força, essa dor no peito tem que acabar, eu vou fazê-la parar. O sinal toca dando início a primeira aula, levanto do chão pegando minha mochila e saio da cabine, vou até a pia, tiro os meus óculos e jogo água em meu rosto e pescoço. Me seco com papel toalha e coloco meus óculos novamente, saio do banheiro e vou direto para a sala de aula.

Todos já estavam lá então eu fui a última a entrar, quando estou caminhando até uma das mesas do fundo, sinto o olhar de Christian acompanhando os meus passos. Vejo Mia e Kate olharem para mim preocupadas mas como eu já estava as ignorando tanto, elas não vieram saber o que estava acontecendo, já perguntaram várias vezes e eu nunca respondi. A professora começa a explicação da matéria de álgebra mas eu não presto atenção, na verdade parece que estou fora de órbita, eu estou aqui mas ao mesmo tempo não, entende? Encolho os meus braços nas mangas do moletom. De repente minha visão fica turva, fecho os olhos e abro em seguida, tudo volta ao normal. Meu corpo começa a tremer e minha respiração a se alterar, minha cabeça pesa  e eu aperto os olhos para suportar a dor. Vozes atormentam a minha mente me deixando angustiada sem saber o que fazer, me sinto sufocada dentro dessa sala, preciso sair daqui. Pego minhas coisas com pressa e saio correndo, ouço vozes chamarem por mim mas não consigo distinguir quem é, não paro, corro mais rápido.

O portão da frente do colégio estava trancado, escalo o muro com rapidez e logo pulo para o outro lado, corro para o estacionamento e entro no meu carro, dou a partida e saio dali em alta velocidade. Estou cortando os carros, dirigindo como uma louca pelas ruas de Seattle, não sei para onde ir, eu só quero fugir, só quero tirar esse peso que está esmagando a minha alma. As lágrimas caem como cascatas, os soluços saem sem controle mas do que nunca eu quero dar um fim nisso, eu não aguento mais. Então eu lembro de um lugar que seria perfeito para isso. Paro em frente ao prédio abandonado que Christian tinha me levado, tudo era tão descomplicado, como as coisas podem mudar desse jeito? Saio do carro e entro no edifício, subo todas as escadas com uma rapidez impressionante e logo chego no topo, largo minha mochila no chão e subo no parapeito ficando sentada lá com as minhas pernas balançando, olho para baixo e é muito alto daqui de cima. Uma queda e seria fatal. Perfeito.

Penso em tudo o que tinha me levado até ali, penso em toda dor e sofrimento que causaram em mim no passado e na dor que está voltando com mais intensidade agora. Penso que o mundo será bem melhor sem Anastasia Steele nele, todos vão ser bem mais felizes. Penso nos monstros que me pegaram e agora não vão poder mais me alcançar, não vou deixar que me peguem outra vez. E penso em Christian, em tudo o que ele me fez sentir nesse pequeno espaço de tempo, em todos os dias que ele me fez a garota mais feliz sem nem saber, em tudo o que aprontamos juntos. Ele com certeza vai encontrar uma garota legal, melhor do que eu. Não sou necessária para ninguém, todos vão ficar bem sem mim. As lágrimas caem, eu fecho os olhos pronta para ser livre, de toda a dor e de todo o sofrimento. Vou finalmente encontrar a paz.

— Anastasia.— ouço um grito. Christian, viro a cabeça em sua direção.— Não faça isso.

Eu sinto muito Christian, não tem outro jeito. Eu não quero mais viver, eu cansei de fazer parte desse mundo. Viver sentindo dor constantemente? Eu não quero isso para mim.

— Não tem outro jeito.— digo chorando.— Eu tenho que acabar logo com isso.

— Não é verdade, sempre tem um jeito.— ele se aproxima cautelosamente.— Você sabe que não vai ter volta se fizer isso.

— Eu sei, e eu não quero que tenha.— soluço.— Ninguém vai se importar, eu não aguento mais.

— Eu me importo.— Christian grita e eu choro ainda mais.— Por favor fale comigo Ana.

— Eu não quero falar.— grito e volto a olhar para baixo.— Eu só quero fazer a dor parar.

— Ana por favor.— Christian diz desesperado.— Fale comigo, me conte o que aconteceu e eu prometo que vou te ajudar. Mas antes, desce daí.

— Não, eu não vou descer.— balanço a cabeça negativamente.— Você vai ter que subir se quiser que eu conte.

— Tudo bem, como você quiser.— ele concorda.— Mas não se mexa.

Fico sem entender por que ele vai fazer isso, Christian morre de medo de altura por mais que não admita, eu usei isso como arma para ver se ele ia embora, mas ele vai subir aqui, por mim? Ele sobe no parapeito e senta ao meu lado, ficamos por um tempo em silêncio, só o meu choro era ouvido. Tento tomar coragem para contar mas eu não consigo, como eu vou falar para o Christian que seu irmão mais velho me estuprou? E que ele ignorou todos os meus protestos? Isso é tão nojento, ele vai sentir nojo de mim.

— Eu não consigo.— sussurro enquanto choro.— Eu não consigo falar Christian.

— Ei, olha para mim.— ele pega o meu rosto e me vira para ele.— Eu tô aqui ok? Você pode me falar qualquer coisa eu nunca vou julgar você.

Conte Ana. É agora ou nunca. Fale o que está atormentando você a dias, você não pode carregar isso tudo sozinha. Aceite a ajuda.

— Eu fui estuprada.— choro desesperada. Christian me olha de olhos arregalados.— Na noite da festa, quando eu me afastei de você para ir ao banheiro. Quando eu saí de lá o cara me encurralou e me forçou.— solto um soluço e abraço o meu corpo.— Eu estava tão chapada, o corredor estava totalmente escuro e não passava ninguém lá. Eu não tinha forças para lutar contra ele. Fiquei tão confusa sem saber direito o que estava acontecendo, eu só protestei, neguei o quanto pude Christian mas ele ignorou todas as minhas recusas e foi até o fim.

— O quê? — ele está com raiva.— O que você está me dizendo Anastasia?

— Me desculpa.— meu corpo treme por causa dos soluços.— Você me odeia agora não é?

— O que? Mas é claro que não Ana.— ele diz exasperado.— Você não teve culpa de nada disso.

— É claro que eu sou a culpada.— grito. Mais lágrimas.— Eu estava drogada e bêbada, se eu não estivesse isso não teria acontecido.

— Isso é besteira! A maior besteira que eu já ouvi Ana.— ele balança a cabeça negativamente.— Você estava bêbada e drogada mas isso não importa caralho! Você não pediu para ser estuprada.— ele grita.— Nós estávamos juntos o tempo inteiro, nos divertimos como qualquer outra pessoa alí, esse cara que abusou de você não passa de um nojento, covarde que não sabe ouvir um não.

— Mas e se eu tivesse…— sou bruscamente interrompida.

— Não tem e se.— Christian fala alto.— Você. Não. É. A. Culpada! Você é a vítima, não importa o estado que você estava, sóbria ou não você continua sendo a vítima Ana! — olho para ele e Christian me parece transtornado.— Você sabe quem é o cara?

— Não.— digo rapidamente e olho para frente.— Quem ele é não importa.

— Anastasia.— rosna.— Quem.É.A.Porra.Do.Cara?

— Foi o Elliot.— revelo chorando.— Christian por favor não faça nada.

— Um porra que eu não vou fazer! Aquele filho da puta está morto.— ele grita raivoso.— Vamos sair daqui, você vai pra a minha casa. Eu vou resolver essa merda.

— Christian por favor não faz besteira.— soluço.— Você pode se arrepender.

— Quem vai se arrepender é ele.—  Christian diz com ódio.— Foi bom machucar você não foi? Pois eu vou fazer ele se arrepender de casa minuto. Vamos.

Descemos do parapeito com cuidado, Christian pega a minha mochila e nós vamos até a porta que dá acesso as escadas. Descemos os lances rapidamente e saímos do prédio, Christian me leva até o seu carro e diz que depois viria buscar o meu carro. Ele dirige concentrado mas posso ver pela força que está segurando o volante que ele está fazendo de tudo para se controlar, controlar a raiva que serpenteia por todo o seu ser. Quando chegamos no seu prédio, ele entra com o carro na garagem, pegamos e elevador e subimos para a sua cobertura. As portas do elevador se abrem e nós entramos, deixo minha mochila no sofá me jogo no mesmo, fico olhando para o teto.

— Se você quiser tomar um banho, comer alguma coisa fique a vontade. Mi casa és su casa.— ele tenta brincar.— Vou sair mas volto logo.

— Não, não me deixa sozinha.— digo desesperada. Me levanto e vou correndo abraçar o Christian. Começo a chorar novamente.— Não vai atrás do Elliot, Christian por favor.

— Não me pede isso Ana.— ele pega o meu rosto com as duas mãos e olha para mim em seguida dá um beijo na minha testa.— Eu prometo que volto logo para ficar com você.

— Christian.— grito mas ele já tinha entrado no elevador.— Não vai…

Choro pensando no pior que está por vir. Eu nunca vi o Christian com tanto ódio, ele estava muito fora de si mas tentava a todo custo se controlar por mim. Mas pelo visto o ódio venceu. Temo não por Elliot, mas por Christian , o que ele vai fazer? Ele não pode se colocar em risco assim, ele pode ser preso outra vez. Ando de um lado para o outro mas em seguida deito no sofá, estou agoniada sem saber o que acontecerá a seguir. Eu só quero que o Christian volte logo. Fecho os olhos e entro em um mar de inconsciência.

              Christian Grey

Eu não conseguia acreditar. Depois de dia vendo a Ana se isolar e se destruir sem ao menos saber o motivo, agora eu sei a razão dela estar agindo assim. Ela fugiu de mim, tentou me afastar de diversas maneiras mas eu não desisti, eu iria descobrir o que estava acontecendo com ela. Aquela pessoa que estava vagando pelos corredores como se não estivesse ali, sempre isolada e com o olhar atormentando, rosto inchado pelo rosto não era a Ana que eu conhecia. Não era a minha Ana. Ela estava sucumbindo cada vez mais e eu não ficaria parado esperando que o pior acontecesse. Ela está se mutilando. E foi então que eu resolvi agir, quando ela saiu da sala correndo não pensei duas vezes e fui atrás dela, segui seu carro e percebi que ela estava indo para o prédio abandonado. Quando eu subi ao topo e a vi sentada no parapeito prestes a se jogar, o meu coração parou por um breve momento. Ela estava tão perdida, dizendo que isso faria a dor passar, que ninguém se importaria se ela fosse, isso não é verdade por que um mundo sem ela não é o meu mundo.

Ela estava determinada a dar um fim a tudo e eu estava mas determinado ainda a fazê-la desistir, eu estava em pânico, com um medo absurdo que ela se jogasse. Eu sentei ao seu lado e fiz ela conversar comigo, contar tudo o que estava a atormentando, parecia que algo a impedia de me contar o que tinha acontecido. Mas o que eu ouvi depois me fez descobrir o por que. Eu sabia que Elliot era um babaca mas não fazia ideia que ele era capaz de fazer uma monstruosidade como essa. Forçar alguém? E em um momento que ela estava absolutamente vulnerável? Que tipo de monstro esse canalha é?

Ela se culpava, ela estava consumida por uma culpa que não era dela. Acha que provocou isso ou até que mereceu e isso está bem longe de ser verdade. Ela não estava fazendo nada, não provocou ninguém, já que essa é a desculpa da maioria desses nojentos. Ela me provocou, se não queria não usasse essa saia curta. Ou ela estava bêbada, não disse não e nem lutou o suficiente. Mas não há justificativa para isso, não importa a roupa que a mulher estava ou o seu estado, se você continua mesmo quando ela diz não, você, estuprador de merda é o único errado da história. Não tente encontrar uma justificativa para fazer a vítima se tornar culpada de um abuso por que em qualquer situação ela é apenas isso. A vítima.

Ana disse não, ela tentou lutar mesmo sem saber direito o que estava acontecendo, mas mesmo assim o filho da puta não parou, continuou até que ela ficasse destroçada. Maa depois de tudo o que eu escutei eu não poderia ficar parado sem fazer nada, aquele merda merecia uma lição e eu vou ser encarregado de dar isso a ele. Anastasia faz de tudo para que eu não vá atrás dele e faça alguma bobagem, mas isso é o que eu mais quero fazer agora, não importa que ele seja o meu irmão mais velho, ele machucou a minha garota e vai pagar por isso. Deixo Anastasia no meu apartamento, quando vou sair ela ainda tenta me impedir mais uma vez, mas ninguém vai me impedir de fazer isso, nem mesmo ela. Afinal, isso é por ela, apenas por ela.

Entro no carro e saio da garagem as pressas, estou dirigindo como um louco e por muito pouco não causo um acidente no trânsito. Eu quero chagar o mais rápido possível na casa do meus pais por que é onde ele está nesse momento. Com a raiva que estou sentindo, acho que poderia mata-lo. Chego na casa dos meus pais e saio do carro, vou até o porta malas do carro e pego um pé de cabra que tinha alí. Vou para a entrada da casa e toco a campainha, Gail abre a porta mas eu nem falo com ela, apenas entro com tudo. Elliot está na sala então apenas vou para cima dele e bato com força o pé de cabra em seu rosto, o sangue jorra e nem dou tempo dele reagir. Mas eu não paro, ainda não foi o suficiente. O jogo no chão da sala e bato o ferro cada vez mais forte sem seu rosto e corpo, ouço Gail pedir para eu parar.

— Isso é pelo que você fez com ela seu desgraçado.— grito com ódio.— Eu vou matar você.

Chuto suas costelas com força e ele geme de dor, cospe o sangue no chão, abre um sorriso malicioso para e isso me deixa mais cego pela raiva. Dou socos em seu rosto e sua barriga, o seu sangue respinga em mim mas eu não paro. Pego o pé de cabra mais uma vez e lhe dou o que ele merece, eu teria continuado até ele não ser mais capaz de respirar, mas alguém me contém, tento me soltar mais é em vão. Meu pais chegam.

— Meu Deus.— minha mãe olha a cena horrorizada.— O que isso significa Christian?

— Sou eu acabando com o seu filhinho preferido.— rio amargo.— Agora mandem esse brutamontes me soltar para eu terminar o serviço.

— Isso é inaceitável.— meu pai diz com raiva.— Por que você fez isso Christian?

— Ele estuprou a minha namorada! — grito e minha mãe ficou chocada.— Então o que eu fiz não foi nem a metade do que ele realmente merece.

— Isso não pode ser verdade.— minha mãe diz não acreditando.— Elliot não seria capaz de fazer uma coisa dessas.

— Mas o que ele fez mostrou o contrário.— digo com raiva.— Quer saber? Acreditem no que quiser, levem o verme para o hospital, se demorar mais um pouco ele não vive para contar história.

Consigo me soltar do segurança e saio da casa mais rápido que eu entrei, entro no carro e saio dali em alta velocidade. Chego no meu prédio e estaciono o carro em uma das minhas vagas, vou até o elevador e aperto o código da cobertura. Quero ver como a Ana está. As portas se abrem e eu entro no apartamento, percebo que ela está deitada no sofá e está dormindo. Me aproximo e abaixo em sua frente, acaricio os seus cabelos e observo sua face serena. Ela abre os olhos aos poucos e me vê ali, me lança um sorriso calmo e se senta no sofá. Mas seu sorriso morre quando ela me vê melhor, de repente ela começa a chorar.

— Por que você está coberto de sangue? — pergunta chorando.— Não, você matou ele.

— Eu não o matei Ana.— digo calmo.— Só foi uma lição, não precisa chorar linda.

— Não, não, não.— ela grita e cobre o ouvidos.— Você não devia ter feito isso.

Tiro a camisa e limpo o sangue que tinha em mim, sento ao seu lado no sofá e a puxo para o meu colo, a embalo para que ela se acalme. Ela se agarra a mim com força e chora no meu peito. Acaricio os seus cabelos, tudo que eu queria era tirar toda essa dor dela. Eu não aguento ver a minha Ana assim.

— Shhh está tudo bem baby.— eu sussurro e beijo a sua cabeça.— Ninguém vai fazer nada com você se eu estiver por perto.

— Não me solta.— ela soluça.— Prometa que nunca vai me soltar.

— Nunca Ana.— eu garanto.— Você não vai a lugar algum.

Me levanto do sofá com Ana em meu colo e caminho em direção ao meu quarto. Coloco ela sentada na cama e entro no banheiro, ligo a banheira para encher. Quando ela já estava cheia o suficiente eu desligo a torneira, saio do banco e encontro ela do mesmo jeito que a deixei, sentada olhando para o nada. Tiro suas roupas e seu tênis, deixo seus óculos no criado mudo. Seu corpo inteiro treme e temo que ela esteja com medo de mim, eu não quero que ela tenha medo de mim.

— Ei, você está segura ok? — pergunto e ela concorda, algumas lágrimas caem mas eu as limpo.— Ninguém vai fazer mal a você.

Pego ela no colo novamente e a levo para o banheiro. Coloco Anastasia na banheira e sento no chão começando a lhe dar banho, solto seus cabelos molho eles, ela fecha os olhos quando a água entra em contato com o seu rosto. Pego os seus pulsos e tiro os curativos, esses machucados estão muito feios, vão demorar para cicatrizar. Lavo os pulsos com cuidado e a água se torna rosa, Ana chora de dor. E eu quero chorar junto.

— Por favor Ana. Me promete que nunca mais vai se machucar assim.— digo com a voz embargada.— Prometa.

— Eu prometo.— ela diz chorando.— Me desculpa Christian. Eu não queria ter me afastado de você.

— Está tudo bem.— digo baixo e abro um sorriso fraco.— Agora, eu vou cuidar de você meu bebezinho.

Ana ri fraco entre o choro, continuo a dar banho nela, lavo os seus cabelos e a sinto relaxar. Depois que o banho termina, a enrolo em uma toalha e pego Anastasia no colo, a levo de volta para o quarto, pego uma maleta de primeiros socorros e me ajoelho a sua frente. Cuido dos machucados em seus pulsos e faço os curativos. Vou até o meu closet, pego uma camisa minha e uma cueca para ela vestir. Volto para o quarto e seco o seu corpo a vestindo em seguida, termino secando os seus cabelos. Afasto as cobertas da cama e Ana se enfia embaixo delas fechando os olhos.

— Você está com fome? — pergunto baixo.— Quer que eu faça algo para você comer?

— Não.— ela diz baixo.— Eu quero que você fique aqui comigo.

— Tudo bem.— acaricio o seu rosto.— Só vou tomar um banho rápido e já volto ok?

— Ok.— ela diz lentamente.— Só não demora.

Vou para o banheiro tiro a calça, cueca e as botas. Entro no chuveiro e começo a tomar banho, encosto minha testa na parede fria e penso no dia fodido que foi hoje. Como tudo pode desmoronar assim, semana passada estava tudo bem e agora tudo está um caos e eu não sei como concertar. Saio do banheiro enrolado em uma toalha, vou até o closet e visto uma cueca. Volto para o quarto e me deito na cama ao lado de Ana, ela parece que está dormindo mas percebe que estou aqui por que seu corpo se arrasta até o meu e ela me abraça forte.

— Você nunca vai me deixar não é? — ela pergunta sonolenta.— Eu preciso de alguém para me salvar. Você é a única pessoa que eu tenho.

— Eu nunca vou deixar você Ana.— eu digo baixo.— Eu sempre vou te salvar.

— Promete? — ela deita a cabeça no meu peito.

— Prometo.— dou um beijo na sua cabeça.— Com a minha vida.

E foi então que eu percebi. Eu faria qualquer coisa por essa garota. Moveria montanhas, iria até o fim do mundo se fosse necessário por ela. E ver a forma que ela estava frágil, precisando de mim despertou um sentimento que antes eu não tinha. O desejo de proteger, de cuidar de alguém, Ana apesar da sua pose de menina malvada, ela é frágil e merece alguém que a cuide e a proteja. Acho que eu fui o encarregado a fazer esse papel. E farei de bom grado.







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