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História House of Cards - Prólogo


Escrita por: arttyoong

Notas do Autor


Avisos:

•É a minha primeira fanfic Jikook postada no spirit
•Provavelmente a história deverá ter uns 20 capítulos ou mais.
•Atualizações uma vez por semana. Mas se depender da minha família deixar eu escrever (ARGH) e se vocês quiserem eu talvez consiga postar mais rápido.

Espero que gostem!!!!

Capítulo 1 - Prólogo


JIMIN

 

 

    Senti o primeiro pingo de chuva escorrer pela minha bochecha. Outro pingo caiu no meu ombro. E outro. E mais um.

Simples gotas passaram de chuviscos para uma chuva intensa que muitos não esperavam pela manhã. Não foi surpresa quando comecei a ver as pessoas correndo a procura de um lugar coberto para se proteger da água. Ao contrário deles, eu continuei seguindo meu curso em direção ao trabalho deixando meu corpo ser molhado. Eu gostava da chuva apesar de tudo, e acho que ela gostava de mim também porque ela caia toda vez que eu me sentia triste. Acho que era uma forma de me acolher, como um abraço de mãe. Por isso que eu não a rejeitava como as outras pessoas e me permitia sentir a água encharcar o meu corpo.

Eu trabalhava na rádio da minha cidade há uns dois anos e poderia ser um trabalho legal, a não ser o fato de eu só servir pra buscar café e croissant de queijo para o meu chefe e os demais colegas de trabalho. Eu odiava aquele emprego, e odiava o meu chefe também. E durante esses dois anos eu sonhei enfiar o croissant de queijo na garganta dele todas as vezes que ele reclamava do quanto aquela porcaria estava fria. Mas eu tinha que me controlar, afinal, eu tinha que conseguir dinheiro e comida. Ah, sim, e pagar o aluguel do meu apartamento furreca e empoeirado no fim do mês.

A minha vida parecia uma repetição de ctrl c e ctrl v todos os dias, e isso me deixava mal de alguma forma. Eu já cheguei a preparar um discurso de demissão e fazer as malas pra viajar pra Jeju ou qualquer merda de lugar que surgisse na minha cabeça, mas não dava. E isso tudo porque eu não conseguia continuar.

Simplesmente não dava pra seguir a minha vida normal como se nada tivesse acontecido, isso seria a pior coisa que eu poderia fazer. E eu não sou assim. Meu subconsciente alertava que eu era o culpado, que eu merecia essa vida medíocre até o fim porque era assim que tinha que ser. Eu tinha que sofrer isso assim como ele sofreu. E como eu não fiz nada para ajudá-lo, ele também não iria me ajudar.

Eu juro que tentei focar em algo que me distraísse como um relacionamento novo, fotos novas, amigos novos e até umas bebidas aqui e lá - e eu nunca coloquei um pingo de álcool na boca! -.

E mesmo tentando, eu sempre fraquejava e olhava para trás. E como sempre, lá estava ele pronto para me receber de braços abertos me puxando mais uma vez para um labirinto sem saída.

Quando cheguei ao trabalho a chuva tinha cessado um pouco, mas continuava lá como um lembrete que não iria embora tão cedo. Mesmo sabendo que não teria uma resposta, dei um sorriso de leve para o céu como se estivesse cumprimentando uma velha amiga que não via há tempos.

ㅡ Por Deus, você tá todo molhado! ㅡ Namjoon arfou vendo a poça de água que eu tinha feito na entrada e me lançou um olhar feio logo em seguida. ㅡ Eu vou ter que secar isso tudo, não acredito.

ㅡ Desculpe. ㅡ Dei de ombros aceitando a toalha que ele estendeu assim que fez suas reclamações.

Enquanto me secava, dei uma olhada em mim mesmo avaliando o meu estado. Bem, eu estava péssimo. O meu cabelo parecia tudo menos um penteado decente, e meu sapato tinha mais água do que as garrafas da minha geladeira que eu tinha que encher antes que sofresse de falta de nutrientes.

ㅡ Siwon não para de falar o quanto vai te matar por não ter chegado na hora.

"Na hora? Como assim se eu..."

Olhei para o relógio na parede arregalando meus olhos logo em seguida.

ㅡ Caralho, eu tô atrasado! Ele vai me matar. ㅡ Lamentei colocando as duas mãos na testa pronto pra dar adeus ao meu emprego de merda antes mesmo de procurar outro para me garantir.

ㅡ Foram só meia hora ele nem vai... ㅡ Olhei para Namjoon com a maior cara de tédio que eu conseguia fazer ㅡ É, ele vai te matar.

ㅡ Ajudou muito, obrigado.

Tomei coragem indo direto para a sala do meu chefe, onde também era minha sala. Mesmo todos tendo seu próprio canto de trabalho - inclusive Namjoon, o cara que ficava na recepção - eu tinha que ficar em uma mesa no canto da sala do meu chefe. Segundo ele, era uma forma de aula particular para que eu entendesse o ramo de locutor porque segundo ele eu era incapaz de aprender sozinho. Minha aula, na verdade, era andar até o café mais próximo e trazer a porcaria do croissant de queijo que ele cismava em comer todos os dias pela manhã como se só existisse aquele troço na terra.

Que morra engasgado então filho da puta!

ㅡ Siwon-hyung. Posso entrar? ㅡ Perguntei dando duas batidas na porta.

Ouvir ele falar alguma coisa - provavelmente para o público - e logo depois o som de uma música antiga da Britney Spears. Acho que aquela Baby one alguma coisa Time.

ㅡ Entra.

"Ok, ele não vai me matar. Até porque ele iria preso, certo? CERTO?"

ㅡ Olha, desculpa o atraso a chuva me pegou e... ㅡ Fui cortado.

ㅡ Você tá encharcado, misericórdia! ㅡ Ele me olhou de cima abaixo. ㅡ Meu Deus cuidado com os fios, não quero ter que ver alguém morrendo eletrocutado na minha sala.

Continuei parado esperando que ele falasse alguma coisa. Sei lá, tacar um microfone na minha cabeça e me demitir, por exemplo.

ㅡ Não vai fechar a porta? A música tá quase acabando.

ㅡ Você não vai me matar? ㅡ Sussurrei ㅡ Nem me demitir?

ㅡ O quê? ㅡ Levantou uma sobrancelha esperando que eu repetisse de novo.

ㅡ Não vai me matar?

ㅡ O quê? Não! Eu sou um locutor renomado, minha carreira iria pro ralo. ㅡ Suspirei aliviado colocando uma mão no peito agradecendo a Deus, a Zeus, a Poseidon ou qualquer coisa que pudesse me ouvir naquele momento. ㅡ Mas se chegar atrasado de novo, sua morte não vai ser um acidente.

Concordei diversas vezes e fiz uma reverência antes de me sentar no meu lugar no canto da sala.

ㅡ Vá comprar um croissant e um café expresso pra mim.

Olhei pra cara dele com a bunda a centímetros de sentar na cadeira desacreditado com o seu pedido. Eu tinha acabado de chegar e ele já estava com fome? Por que não mandou alguém comprar?

Eu odiava tanto esse cara, meu Deus.

O xinguei umas cinco vezes antes de sair da sala pisando com força no chão indo comprar o que ele queria.

Passei pela recepção recebendo uma risada de Namjoon.

ㅡ Eu sei, todo mundo odeia ele.

Mesmo o ouvindo eu não respondi e apenas fui me livrar da minha simples obrigação.

Era assim o meu dia. Eu era o garoto do café, do croissant e de vez em quando organizador de CDs também. Depois do fim do meu expediente eu comprava alguns pacotes de lámen e ia pra casa me afundar no meu sofá e me acabar de espirrar com meu apartamento cheio de poeira. Eu não fazia questão de faxina, até porque ninguém ia na minha casa nem pra perguntar se eu estava bem, então não tinha motivo pra eu arrumar tudo pra receber visitas. O máximo que eu fazia era passar uma vassoura no chão e tirar umas teias de aranha do teto e nos cantos só para a minha sobrevivência.

Mas quando eu cheguei na portaria e me deparei com o porteiro acenando freneticamente pra mim, eu soube que aquele dia terminaria diferente.

ㅡ O que houve, Jaerim? ㅡ Perguntei, exausto demais para ouvir suas histórias quando mais jovem.

ㅡ Como foi seu dia hoje, Jimin? Se alimentou bem?

Por que todo mundo perguntava se eu estava comendo bem? Meu Deus, o que eles têm a ver com isso?

ㅡ Ahjussi... ㅡ Apoei meu braço pensando numa forma de me livrar de um diálogo que eu não queria. ㅡ Me perdoe, mas não quero ouvir você falar sobre a sua infância hoje. ㅡ "Hoje e nem nunca", acrescentei em pensamento.

ㅡ Eu já disse para não me chamar de ahjussi, pirralho. ㅡ Deu um tapa leve no meu braço me fazendo tirá-lo de cima do balcão automaticamente. ㅡ Eu não te chamei para contar minha história, apesar de ser muito boa... ㅡ Colocou a mão no queixo pensativo. ㅡ Na verdade, chegou uma encomenda para você.

Espera, o quê?

Olhei para cara de Jaerim esperando que ele me dissesse que era uma piada e me mandasse parar de ser iludido achando que eu receberia alguma coisa, porém, a única coisa que recebi foi uma caixa com o meu nome em cima e as informações do meu endereço. E tinha só isso nela.

ㅡ Tem certeza que não é outro Jimin? Você sabe, eu nunca recebo encomendas. ㅡ Me afastei um pouco da caixa como se a temesse.

ㅡ Sim, eu sei. Até estranhei quando entregaram. E pirralho, só existe um Park Jimin nesse prédio, que é você. ㅡ Empurrou a caixa para mais perto de mim.

ㅡ Q-quem que deixou aqui? ㅡ Minha voz saiu trêmula e me chamei de idiota por isso. Eu estava com medo de uma caixa, isso é tão ridículo.

ㅡ Ora! Quem que entrega as coisas? O carteiro, idiota.

Eu não sei se estava feliz ou com medo, ou sei lá, acho que uma mistura de sentimentos estranhos.   Eu não recebia nada desde que passei a morar naquele apartamento. Nem cobranças chegavam até mim, por que uma caixa chegaria?

Até pensei em abrir logo ali, mas não queria receber olhares de Jaerim para minha cara. Com esse pensamento, subi para o meu andar e me tranquei no meu apartamento assim que entrei. Liguei a luz e deixei a caixa sobre a mesa de centro olhando para ela esperando que explodisse. Ah, qual é! Eu tinha que saber se era uma bomba ou não.

ㅡ Por que eu tô enrolando tanto? É só uma caixa, por Deus!

Me sentei no sofá minúsculo e trouxe a encomenda para o meu colo. A virei procurando o nome de quem havia enviado, mas a única coisa que tinha era só o meu nome e informações do meu endereço como eu tinha visto antes. Meio receoso eu abri e me deparei com outra caixa dentro. Desta vez, a caixa não era uma que se jogava fora. Na verdade, era a caixa mais linda que eu já tinha visto na minha vida.

Era verde claro e na sua decoração tinha mini flores fazendo um arco envolvendo a caixa toda. Em cima tinha um laço um pouco mais escuro do que a caixa fazendo um contraste perfeito. Parecia que tudo tinha sido feito a mão, o que dava mais valor ao objeto.

Como eu sabia que a encomenda não era a caixa, puxei o laço me deparando com a verdadeira encomenda que fez minha testa franzir em confusão.

ㅡ Cartas?

Isso me pegou de surpresa, tenho que admitir. Quem faz uma cerimônia toda para entregar cartas?

Não que eu estivesse diminuindo o valor disso, mas é que cartas são algo tão normal, por que não enviar de forma tradicional, não é mesmo?

Não eram uma nem duas cartas, e sim dez. Pelo bolinho que se formava em cada envelope, não eram nem de longe pequenas. Em cada uma delas tinha um "Para Jimin" na frente em uma caligrafia perfeita que me fez ter uma certa inveja. Curioso, eu abri um envelope que estava por cima.

Se respirar era uma dádiva, eu não dava a mínima porque para mim se passaram minutos desde que abri a folha e me deparei com algo que fez meu coração parar por um momento.

Lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto involuntariamente, assim como os pingos de chuva pela manhã.

No começo da carta, o remetente se apresentava de primeira não me dando nem a chance de me preparar para o baque. E mesmo que eu já tivesse lido diversas vezes o nome, quando o pronunciei em voz alta foi como se a dor viesse em dobro.

O remetente era Jeon Jungkook, o causador das minhas lágrimas.


Notas Finais


Se gostaram eu vou ficar muito feliz de saber.
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