“Você nunca dá oi, nem se lembra do meu nome e é provavelmente porque você se acha mais legal do que eu”
Cooler than me – Mike Posner
"Página não encontrada.”
Onde eu estou? Em Nárnia? Certo, eu evidentemente odeio Nárnia.
Fechei a tela do computador e me levantei quando escutei uma buzina de carro, e bem, eu conhecia aquela buzina muito bem.
Tentei ficar calma e pensar que ele estava ali para outra coisa além de me perturbar, mas Naruto apenas continuou buzinando. O exato problema não era apenas ele estar ali, o problema era ele estar ali aquela hora da noite. Afinal, eu tinha aula amanhã, mas ele sempre ignorava esse fato.
Coloquei uma calça e uma blusa e logo desci as escadas silenciosamente, mas claro, de nada adiantou, já que a minha tia estava ali e… Ótimo, conversando com ele.
— Que filme vocês vão assistir, querida? — Ela perguntou quando me viu descer as escadas.
O que diabos o Uzumaki havia dito a ela?
— Filme? Que filme?
— O filme que o meu raio de sol quiser.
Raio de Sol? Naruto com toda certeza havia passado em um bar antes de vir aqui. Tia Kurenai sorriu alegre e eu logo o puxei para fora da casa.
— O que o meu raio de sol quiser? Então agora eu tenho escolha?
Naruto levantou uma sobrancelha.
— Claro que não. — Eu revirei os olhos e entramos no carro.
Assim que ele ligou o carro, pegou um cigarro de dentro do bolso.
— Você fuma?
— Às vezes.
Suspirei, pegando o cigarro da mão dele.
— Pelo menos não enquanto eu estiver aqui.
Naruto revirou os olhos, claramente se perguntando como eu ousei fazer isso.
— Para onde nós estamos indo? — pergunto no meio do caminho.
Naruto olha para mim, desviando os olhos da estrada.
— Lembra da Ino?
— Não pessoalmente, você me falou dela ontem.
Ele assentiu, voltando a olhar para a estrada.
— Sim, vamos nos encontrar com ela.
Cruzo os braços esperando que ele pudesse ler os meus pensamentos e terminar de me responder, mas infelizmente Naruto não é um telepata.
— Por quê? Agora eu sou sua dama de companhia também?
Ele gargalhou, mas logo me respondeu.
— Odeio dever coisas, Hyuuga, e uma das coisas que devo é a Ino. Eu acho que está na hora de pagar.
Tentei não prestar muita atenção nisso e liguei o rádio do carro, até ele entrar em uma rua meio deserta — totalmente deserta — e parar o carro.
— Que lugar é esse?
— Por que você faz tantas perguntas? Venha.
Pus uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e acompanhei Naruto.
Nós entramos em um galpão, onde várias pessoas nos olhavam estranhamente enquanto bebiam e jogavam sinuca. Corei quando um homem velho com cara de motoqueiro me olhou de cima a baixo e fui completamente tingida de vermelho quando alguém bateu na minha bunda.
— Naruto, me tira desse lugar, acabaram de me assediar agora.
Naruto gargalhou, me forçando a me segurar no braço dele, afinal, eu não queria ser assediada mais uma vez naquele bar estranho.
— Sabe Hinata, quando eu disse ganhando intimidade, eu não sabia que você iria tão longe.
Revirei os olhos e apertei o braço dele com mais força.
— Que fique claro que estou te segurando apenas por medo desse lugar e não por qualquer intenção amorosa.
Ele riu mais uma vez e apontou para uma mesa, nos levando até lá. Até agora eu não havia tido nenhum sinal de alguma garota além de mim.
— Pode me soltar Hina, ninguém vai tentar abusar de você.
Soltei-me rapidamente dele, me sentando na cadeira que Naruto não puxou para mim. Logo uma mulher um tanto gorda chegou à nossa mesa.
— Naruto querido, o de sempre?
Ele assentiu, então olhou para mim.
— Quer alguma coisa?
Vendo que eu poderia pegar alguma doença contagiosa se colocasse minha boca em algum daqueles copos completamente sujos, balancei a minha cabeça em negativa.
— Não, obrigada.
A mulher assentiu, então se virou rebolando e saindo de perto de nós.
— Que nojo, ela estava dando em cima de você.
Naruto riu olhando para a minha cara de desgosto.
— Está com ciúmes, Hyuuga?
— Claro que não, ciúmes de você? Poupe-me.
Ele deu de ombros e logo a mulher voltou com um copo de cerveja. Naruto se acomodou na cadeira bebendo.
— Relaxa Hinata, daqui a pouco sua tortura acaba.
Ah sim, quando eu estiver completamente morta. Obrigada pelo consolo.
— Onde está ela?
Naruto deu de ombros, mas logo depois apontou para a minha direita, onde uma garota entrava no galpão.
Ela era realmente magra, tinha olhos azuis e feições que a faziam parecer uma boneca, o que não combinava em nada com as suas roupas punk, muito menos com a sua maquiagem pesada ou o cabelo loiro em um rabo de cavalo bem alto.
Realmente, eu concordava completamente com o diretor em expulsá-la, a garota parecia que havia acabado de se drogar.
— Namorada nova, Naruto?
Ela perguntou se aproximando e me fitou de cima a baixo com um ar sarcástico.
— Eu não sou namorada dele. — Balbuciei em voz baixa, com medo de uma faca me acertar se eu dissesse algo errado.
— Essa é a Hinata, Ino.
— Ah, a garota que você está fazendo de idiota.
Bem, muito obrigada. Só não arranco os cabelos dela por que não quero que ela lance algum feitiço em mim.
— Ela é amiga das garotas, pode conseguir o vídeo muito facilmente.
Espera aí, vídeo? Que vídeo?
— Vídeo?
A tal Ino olhou para mim, então deixou a cabeça pender para um lado.
— Ela é tão inocente Naruto, como você aguenta alguém tão diferente de você?
— Você preferia que eu estivesse com você, Ino?
Ela solta uma gargalhada e eu me controlo para não jogar uma pedra dentro da boca dela.
— Vamos ao assunto principal — ela volta a olhar para mim. — Você deve ter visto o vídeo da Sakura e do Gaara.
— E como vi — disse, me recordando da situação com um suspiro.
— Muito bem, eu quero aquele vídeo.
Levanto uma sobrancelha, fingindo não ter entendido. Bem, eu realmente não tinha entendido.
— E?
— Você vai roubá-lo.
Arregalei os olhos. Ok, o que significa isso agora? Prefiro ser desmascarada logo, pelo menos posso voltar para casa sem ser presa.
— Fui rebaixada a ladra agora? Eu não vou fazer isso, de jeito nenhum.
Naruto revira os olhos, então olha para Ino.
— Um minuto, Ino. — Diz e me puxa com força pelo braço até um canto, me olhando nos olhos.
— Você realmente quer que eu desmascare você? Na frente de todos? Por que eu posso fazer isso.
Passo a mão pelo meu cabelo, nervosa.
— Você está me arranjando muitos problemas, Naruto.
— Só isso, Hinata, é muito fácil, não vai te arranjar problema algum.
Reviro os olhos olhando para o lado.
— Não? Eu não quero fazer isso com a Sakura, Naruto.
Ele sorri, pela primeira vez docemente e desconfio que ele esteja querendo alguma coisa.
— Vamos lá, Hinata! Se você fizer tudo direitinho, pode até ganhar um beijo no final.
— É agora que eu não faço mesmo — Naruto suspira, então me olha nos olhos, me impedindo de desviá-los. — Certo, mas se eu for presa, você que vai pagar minha fiança.
Ele sorri mais uma vez e nós voltamos até a mesa onde está Ino Yamanaka.
— Muito bem, onde eu coloco o vídeo?
Ino sorri satisfeita e tira um pen drive do bolso do seu casaco, jogando para mim.
— Espero que vocês consigam — ela diz docemente, então olha para Naruto. — Por que você sabe o que acontece com quem não me paga, Uzumaki.
Ele engoliu em seco, me fazendo imaginar o que Naruto devia a Ino para me forçar a fazer uma coisa tão grave assim. Ele colocou a mão atrás de minhas costas me guiando para fora do galpão.
— Só mais uma coisa — Ino diz antes de sairmos. — Vocês tem certeza que não são namorados? Por que realmente parece.
Corei instantaneamente — de raiva, claro — e puxei Naruto para fora. Logo nós entramos no carro dele e já ligo o aquecedor, congelada e morrendo de frio.
— Como a Sakura pode ter uma amiga como ela?
Eu digo colocando o cinto.
— A Ino nem sempre foi assim, apesar do senso de humor.
Percebo que minha bochecha está um pouco mordida, graças ao meu estado nervoso.
— Como assim?
— Sabe, a Ino de antigamente era realmente apaixonada pelo Gaara.
— O Gaara? — Pergunto, surpresa.
Eu sempre pensei que fosse a Sakura quem amasse ele.
— Exato, eles sempre andavam juntos, mas poucos desconfiavam que ela gostasse dele, já que o Gaara era louco pela Sakura.
Não Hinata, não volte a mastigar sua bochecha.
— Apaixonada por Gaara? É como ser apaixonada por você, o que é completamente estranho.
— Vou levar isso como um elogio.
Balanço a minha cabeça tentando esquecer os meus pensamentos e peço para ele continuar.
— Naquela época, quando a Ino ainda estava no colégio, nós estávamos procurando uma forma de eu pagar a ela, então ela disse que tinha uma ideia e nos levou até um armário…
— Para? — Interrompi, realmente pensando se eles haviam ficado juntos.
— Você pode me deixar terminar? — assenti. — Quando nós abrimos o armário, lá estava a Sakura e o Gaara se pegando, se pegando mesmo, Hina.
— Tá, já entendi.
Ele levantou as sobrancelhas, então virou em mais uma curva. Eu podia ser um tanto inocente, mas ele não precisava me olhar assim.
— A Sakura não é o que todos pensam, Hinata, ela fez isso de propósito.
Senti a impressão de que ele havia apertado com mais força o volante, irritado, mas deixei passar.
— A Sakura não pode ser tão má assim. — Falei, tentando defendê-la.
Sakura não havia sido má comigo em nenhum momento, ela parecia ser
muito diferente da Shion ou de qualquer outra líder de torcida.
— Isso é porque você não a conhece.
— Ela deve gostar do Gaara.
Isso fez Naruto gargalhar, tipo, jogando a cabeça para trás e tudo mais.
— Gostar do Gaara? Você é tão inocente Hina, duvido que tenha...
Então ele parou o carro, parando sua frase também, já estávamos na frente da minha casa.
— Dúvida que?
— Esqueça.
Balancei minha cabeça em negativa.
— Não, não vou esquecer, conte.
— Não é nada, Hina
Duvido que não seja nada.
— Por favor, Naruto — pedi suplicante.
— Duvido que você já tenha perdido o selo.
Arregalei os olhos instantaneamente, corando e tossindo.
— O que?
— Não finja que não entendeu. Você é virgem, Hinata?
Abri a porta do carro, ansiosa para fugir daquele carro e de Naruto.
— Naruto, e-eu... O que te faz pensar isso?
— Você nunca transou com o Kiba. — Olhei cética para ele. — Ele é meu melhor amigo, Hinata, eu sei.
Engoli em seco olhando para o lado, constrangida.
— Naruto...
— Você está esperando o príncipe encantado, Hina? — perguntou ele, segurando o meu rosto e me forçando a olhá-lo. — Não existe príncipe encantado, às vezes você tem que se aventurar com o vilão.
Então ele fez o que alguma hora iria fazer de qualquer jeito: me beijou. Um beijo forte devo dizer, chegando até a ser selvagem. Naruto me fazia sentir como se o único papel da vida dele fosse me beijar e que nada mais importava, mas como ainda não estou completamente louca, o empurrei, saindo do carro.
— Alguma hora você vai ter que parar com isso, Naruto — disse por último, então fechei a porta do carro e entrei correndo em casa.
Para a minha surpresa, ainda não havia chegado o final do dia. Parado, sentado ali em uma cadeira, estava Kiba, com uma cara de sono devido a ressaca. Com toda a certeza, ele havia feito muito esforço para chegar até aqui.
— O que você está fazendo aqui, Kiba? — perguntei, tentando parecer irritada quando joguei as minhas coisas em cima do sofá.
— Desculpa Hina, eu queria me desculpar por ontem. Eu não deveria ter bebido tanto.
Eu ri, sem graça e cruzando os braços.
— Você ainda tem coragem de se desculpar? Você me fez passar a maior vergonha da minha vida, Kiba!
Ele engoliu em seco e então se aproximou.
— Por favor, Hina, não foi por querer. Você é uma das únicas garotas com quem eu consegui ficar por algum tempo...
— Talvez porque tenha enjoado de todas as outras? — perguntei irritada.
No final, eu já sabia. Kiba era exatamente o tipo de cara que se apaixona tão rápido quanto se desapaixona.
— Eu realmente gosto de você, Hinata.
— Ok, que seja, eu te perdôo. Só vá embora.
Ele suspira, mas com algum pingo de coragem me puxa para um beijo.
— Não, Kiba, eu ainda estou chateada com você, muito.
Ele assente, então se vira e abre a porta.
— Só uma coisa, Hina.
— O que? — pergunto, me virando para ele.
— Você está me traindo?
Não Hinata, sem corar bonitinha, só diga que não e suba as escadas, como se estivesse irritada com a desconfiança dele.
— Por que você acha isso?
— Você anda estranha ultimamente.
Assenti com a cabeça e sorri falsamente.
— Não Kiba, eu não estou te traindo, só ando ocupada.
Ele concorda, então sai. Deixando-me com mais um pedaço da minha vida para colar.
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