Caroline
Acordei meio confusa, não sabia que horas eram e nem sabia direito como tinha vindo parar na minha cama, me lembrava de ter dançado bastante, de acontecer alguma coisa com a Hayley e da minha conversa com o Stefan...
Meu deus, eu me lembro, me lembro de ter conversado com ele sobre a minha mãe, e de ter chorado, provavelmente foi ele que me levou para cá. Me troquei e desci as escadas e encontrei Elena e Hayley lá embaixo com o café pronto na mesa. Me assustei quando vi que Hayley estava com um gesso no braço esquerdo.
- O que eu perdi? Onde conseguiu esse gesso? – perguntei as duas.
- Você não se lembra mesmo, né? – perguntou Elena. Neguei.
- Me lembro de acontecer alguma coisa e vocês precisaram sair.
- Eu cai no degrau da frente e quebrei o braço. – Hayley contou. – você queria muito ir comigo, mas estava meio bêbada, daí a Elena e o Elijah foram comigo.
- Elijah? Você falou com ele? – perguntei animada. Queria saber se os meus conselhos deram certo.
- Deu tudo errado, Care, era para eu me aproximar e eu recuei. – disse, quase dei um tapa nela.
- Coitado dele, Hayley! Deve estar ficando louco, dá pra perceber de longe que ele está caidinho por você. – comentou Elena.
- Bom, chega de falar disso por hoje porque é dia de folga, e sabe o que isso significa? – questionei. Hayley sabia do que eu estava falando.
- Ah, não! – ela disse desanimada.
- O que é? – Perguntou Elena.
- Dia da faxina! – disse segurando a vassoura. – vamos, vai ser divertido fazer isso juntas, e essa casa precisa de uma limpeza urgente.
- Quero ver eu fazer isso com o gesso. – Hayley disse.
- Pode passar o pano com o pé. – riu Elena. Concordei.
Eu nunca imaginei que ficaríamos amigas da Elena assim tão rápido, já faziam semanas que ela estava na minha casa, e agora não era mais como hóspede, já havia me acostumado com ela lá, parecia que eu a conhecia faz tempo, e me parece que Hayley também pensa assim, passar um tempo com as duas sem ser no hospital me fazia esquecer dos problemas com a minha mãe.
Bonnie chegou quando a faxina estava quase acabando, e nos ficamos em casa conversando e comendo pizza até a noite. Enfim, foi um dia só nosso, como eu não tinha faz tempo.
Hayley
Passei semanas dentro de casa até tirar o gesso do meu braço, as vezes eu saia para ver a cidade mas era muito pouco, queria era voltar para o trabalho logo, mas enfim hoje era o meu primeiro dia de volta ao hospital e eu estava aliviada, mesmo que ainda não dê para fazer cirurgias.
Todos no hospital perguntaram sobre o meu braço, parecia que muita gente ficou sabendo do que aconteceu, até a Dahlia demonstrou um pouco de compaixão, sabia que por baixo do seu jeito mandão ela tinha um lado carinhoso.
Já que eu não estava boa o suficiente para fazer cirurgias, fiquei com trabalhos menores, como aqueles que eu fazia na minha primeira semana de estágio, pelo menos sei que isso é por pouco tempo.
Senti meu aparelho vibrar, tinha outro paciente para tratar. Fui no balcão e pedi a ficha. Era de um homem, ele tinha 26 anos e estava de preparando para uma cirurgia de risco.
Entrei na sala dele e logo fui recebida por uma mulher que estava esperando na poltrona, imaginei ser a namorada dele, ela ficou surpresa ao me ver.
- A médica chegou. – a moça avisou o paciente. – você é quem vai fazer a cirurgia nele?
- Não, eu só vou fazer uns exames antes de os médicos operarem. – respondi.
- Eu posso ficar esperando aqui? – ela perguntou.
- Você é parente do paciente?
- Minha melhor amiga. – o homem respondeu. Fiquei surpresa, jurava que eram namorados ou algo assim.
- Tudo bem, você pode ficar. – disse por fim.
Enquanto fazia os exames atentamente, percebi o quanto a moça se preocupava com o homem, e aí foi que eu entendi tudo, ela o amava e ele não sabia, estava claro no rosto dela. Depois que ele entrou na sala de cirurgia, entrei no quarto e encontrei a mesma ali, sentada de costas para mim. Andei até lá e vi que ela estava chorando, mas enxugou as lágrimas no momento em que me viu. - Vai demorar um pouco para acabar, tem certeza que quer ficar aqui? - perguntei.
- Tenho, eu não vou sair até acabar. - ela respondeu.
- Você o ama, né? Porque não contou? - ela derramou as lágrimas de novo.
- Eu não sei, acho que ele não gosta de mim do jeito que eu gosto dele, mas agora ele pode morrer e eu nunca vou conseguir falar isso. - disse enquanto soluçava.
- Ele ainda tem muitas chances de viver.
- Então está feito, se ele sobreviver eu prometo a mim mesma que vou contar, sem hesitar. - respondeu ainda triste, mas tentando se reanimar. - obrigada Dra. Marshall.
- Eu acho que eu que devo te agradecer. - sorri de lado.
A história dessa moça me fez reavaliar tudo o que aconteceu na festa aquele dia, fui uma idiota completa, devia ter falado tudo para o Elijah antes, porque, do mesmo jeito que aconteceu com essa mulher, qualquer hora pode ser tarde demais.
Não tinha visto Caroline, nem Elena e nem Bonnie o dia todo, mas já podia imaginar onde estariam. Fui até a galeria no andar de cima a sala da cirurgia onde o meu paciente estava, haviam muitas pessoas querendo assistir e outras estavam até anotando no caderno. Sentei em uma cadeira entre Caroline e Bonnie. Caroline olhava assustada para a sala bo andar de baixo através do vidro.
- Coitado desse homem! - comentou ainda incarando o vidro - na nossa idade e já passando por isso.
- Ele era meu paciente. - disse calmamente. Ela se virou para mim.
- Sério? Achei que não podia fazer cirurgias.
- Eu não ia auxiliar, só fiz um exame antes de ele entrar. - expliquei. - ele tem uma melhor amiga que ama ele e nunca contou, agora ela acha que ele vai morrer sem saber.
- Que triste. - Bonnie comentou do meu lado esquerdo. Havia até me esquecido que ela estava lá. - desculpe, não pude deixar de ouvir.
Depois de um tempo, meu aparelho bipou de novo. Dei adeus as duas e sai para ver o meu novo trabalho.
Elijah
Apertei o botão do elevador querendo descer, estava muito cansado pois quando cheguei aqui ainda eram três da manhã e finalmente eu iria embora para casa. Hoje, felizmente, não tinham muitis pacientes na fila, na minha área de cardiologia muito menos, uma das poucas vezes que tínhamos um dia calmo.
O elevador abriu mostrando dois médicos, um com roupa azul-clara e o outro com uma azul-escura, pelas vestimentas já sabia que o com a roupa escura tinha mais experiência. Os dois saíram quando o elevador chegou e eu entrei sozinho.
Para contrariar a minha vontade de ir embora. O elevador parou no segundo andar e se abriu, e Hayley se revelou atrás dele. Tentei disfarcar a minha cara de surpreso.
- Dra. Marshall... - cumprimentei friamente.
- Dr. Mikaelson... - ela devolveu o cumprimento e se posicionou ao meu lado. Não consegui me segurar e olhei para ela para ver se ela estava me encarando, mas estava de cabeça baixa. Nesse instante ela moveu a cabeça para me olhar, e inesperadamente, ela me beijou.
Depois de alguns segundos, o que me pareceu ser mitutos, o elevador chegou e ela foi embora sem dizer nada, me deixando imóvel. O elevador fechou comigo dentro e percebi que havia até me esquecido de ir embora.
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