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História Hunter - HIATO - Entre as sombras a verdade


Escrita por: OldHunter

Notas do Autor


Boa(m) noite (dia),(tarde),(madrugada).
Essa não é a minha primeira fic do gênero, mas a primeira do tipo que abordo mais profundamente. Embarque nessa história e espero que gostem.

Capítulo 1 - Entre as sombras a verdade


Hunter

Capítulo 1 -> Entre as sombras a verdade

"O caçador nunca tira os olhos de sua presa. Receba o sangue e abrace a verdade"

Era um dia nebuloso no reino de Astera, pessoas na capital apressadas como sempre, vivendo suas vidas fúteis e se movendo sem chegar a lugar nenhum. Essa era a ilusão de vida perfeita, que era almejada por camponeses que não tinham oportunidades para morar lá. Contudo, o desejo de morar na capital é compreensível, pois muralhas e guardas transmitiam bem mais segurança do que simples cercas.

Muito distante dalí, atravessando a densa floresta, uma sombra se mexia em meio a neblina. Um jovem vestindo roupas comuns e de cabelos negros que chegavam até seus ombros. Ele estava ferido e cambaleando, havia um corte não muito profundo em seu abdomen que sangrava bastante. Sua visão estava turva e confusa, suas pálpebras pesavam como se a morte o convidasse para seu sono eterno. Algo se movia nas proximidades, mas não se parecia com um humano, era veloz e sua sombra era bem maior que a de um humano.

Sem rumo ele continuou em frente. Os sons de folhas se mexendo e de grunhidos que vinham aparentemente da outra sombra estavam lhe deixando louco. Exausto, ele continuou movimentando suas pernas, mas sua mente não estava mais ali, até que tudo foi interrompido por uma súbita queda, ele havia tropeçado em uma riz de uma árvore. E de repente um apagão, finalmente se rendendo à exaustão ele fechou seus olhos e permaneceu inerte no chão.

Imagens sem contexto apareciam em sua mente como um sonho. Corvo, sangue, fera, exército, tudo o que aparecia perdia completamente o seu sentido como esquecer de um sonho ao acordar, e assim se foram suas memórias.

Uma sensação estranha, momentos após ele voltou a sentir seu corpo, mas seus olhos ainda estavam fechados. Fazendo pequenos e rápidos movimentos involuntários ele percebeu o sinal, ainda estava vivo e agora podia acordar.

Lentamente suas pálpebras se abriam, recuando com a luminosidade. Por uma pequena passagem entre as pálpebras ele via figuras totalmente embaçadas e em seguida escutou uma voz infantil:

      - Olha! Ele tá acordando!

Suas pálpebras se abriram totalmente até que ele conseguiu reconhecer claramente as imagens. Era uma pequena cabana de madeira, ao seu redor haviam várias camas e decorações feitas de pequenos galhos e penas, no centro havia uma lareira e perto dele haviam duas pessoas, uma mulher adulta e uma menina.

      - Onde… é que eu estou? - Sua voz era sonolenta.
      - Está seguro. - Respondeu a mulher. - Nós te encontramos à poucos metros daqui, desacordado, ferido e com uma febre altíssima, falando nisso beba esse chá, vai te ajudar a se recuperar da febre.

Ela o entregou uma caneca de barro com um chá verde. Ele tomou o chá, ignorando o gosto, e entregou a caneca de volta à ela.

      - Eu me chamo Heide e essa garota ao meu lado é Gina. Qual o seu nome? - Perguntou Heide.
      - Meu nome?… - Disse ele com dificuldade - Meu nome é Adrien.

Muitas coisas não estavam claras em sua mente, suas memórias não apareciam mesmo que se esforçasse, contudo, a única coisa que estava clara era este nome: Adrien.

      - Adrien… é um nome bonito, mas não me parece que você é de nenhuma vila ou coisa do tipo. - Disse Gina.
      - Gina! Não seja rude com o rapaz! - Disse Heide.
      - Vilas… eu não consigo me lembrar… - Disse Adrien.

A conversa foi interrompida por um barulho de alguém abrindo a porta. Era um homem, ele tinha cabelos médios, olhos castanhos e barba, algo em seu olhar transmitia confiança. Ele andou até o lado da cama e se sentou em uma cadeira que estava próxima.

      - Então ele acordou. - Disse o homem.
      - Eu já cuidei da febre dele, agora ele precisa descansar por causa de sua ferida. E a propósito, o nome dele é Adrien. - Disse Heide.
      - Adrien… hum… é um nome sofisticado.
      - Foi o que eu disse! Ele não deve ser daqui! - Disse Gina.
      - Nós não devemos julgar pela aparência. - Disse o homem. - Meu nome é Matthew, prazer em conhecê-lo Adrien. De onde você vem?
      - Eu já perguntei, ele parece ter perdido a memória. - Disse Heide.
      - Perda de memória? Isso é bastante incomum.
    
Matthew parou por um momento, como se algo o alarmasse. Ele se levantou da cadeira e lentamente puxou a porta para verificar o exterior onde havia uma movimentação incomum e agitada.

     
      - Garoto, fique aqui e descanse um pouco. - Disse Matthew - Heide, prepare um elixir e uma cama.
      - O que houve? - Perguntou Heide assustada.
      - Eles voltaram…

Assim que ele deixou a cabana a atmosfera se tornou tensa e Heide estava com um olhar de preocupação.

      - Gina, fique perto de mim e Adrien, não se preocupe, tudo vai ficar bem. - Disse Heide enquanto arrumava uma cama.

Adrien estava confuso, por que toda aquela preocupação tão de repente? Mesmo sem saber o que acontecia ele sabia que algo estava errado. Ele se concentrou para tentar escutar o que acontecia.

Fora da cabana….

Matthew Se dirigiu até uma ferraria que ficava logo a frente e puxou uma espada de dentro de um grande pote. Ele então foi até o portão principal que era feito de enormes troncos de árvores. Haviam pessoas curiosas juntas nas laterais e duas pequenas torres um pouco maiores que o portão onde dois homens faziam vigia.

      - O que você vê daí de cima? - Matthew Perguntou para um dos homens.
      - Tem uma carruagem vindo, os cavalos estão assustados e não estão desacelerando, devemos abrir o portão? - Perguntou o homem.
      - Pode ser a Helena e nós não vamos ter uma segunda chance de adivinhar se a carruagem bater, abra o portão!

Matthew Se posicionou longe do portão e sacou sua espada, ele precisava de muita concentração para realizar o próximo movimento.

      - Todos se afastem! - Gritou Mathew.

O portão se abria lentamente, mas não foi o suficiente quando a carroça passou raspando pela lateral, mudando sua direção para o grupo de pessoas que estavam ali.

Muitos correram, mas alguns congelaram de medo enquanto os gritos de desespero aumentavam. Mas do nada tudo parou os sons não estavam mais presentes e todos se moviam lentamente. Os olhos de Matthew brilhavam em uma cor vermelha forte, sua extrema concentração tornou a percepção dos acontecimentos totalmente diferentes. Ele tinha tempo para analisar quem estava na carruagem.

Era uma jovem de roupa preta e capuz, haviam pequenas flechas presas em seu braço e pescoço assim como na carruagem de ferro e nos cavalos. Era Helena, como ele suspeitava, agora ele só precisava de um jeito de tirar ela e as outras pessoas daquela situação.

Matthew analisou até que teve um plano, então era hora de agir. Ele rapidamente correu para frente e arremessou sua espada na roda direita da carruagem. A espada se prendeu entre a roda, fazendo a carroça se inclinar e tombar para a direção oposta das pessoas que estavam prestes a serem atingidas. O impacto lançou Helena para frente, mas Matthew saltou e agarrou-a no ar rapidamente.

Matthew se arrastou no chão, protegendo Helena, ela estava sangrando bastante e aparentemente não podia falar, ele devia levá-la até Heide o mais rápido possível. Mas era cedo demais para se aliviar, pois de dentro da carroça saltou um imenso lobo selvagem.

O lobo rosnava para Matthew e correu furiosamente em sua direção. Ele não fez nada para desviar, apenas um movimento com sua mão, como se estivesse trazendo algo para perto. O lobo saltou, mas antes que seus dentes pudessem tocar Matthew sua espada se soltou da roda atravessando o lobo e o empalando na parede de uma cabana.

Dentro da cabana…

Adrien conseguia escutar a comoção que acontecia fora da cabana, mas não muito claramente, até que ouviu um estrondo seguido de sons de passos. Os sons de passos começaram a aumentar quando de repente a porta se abriu. Era Matthew e ele estava carregando Helena.

      - Heide traga o elixir, rápido! - Gritou Matthew

Ele apressadamente deitou a jovem na cama, algo havia caído do bolso dela, mas ele não tinha tempo para se preocupar com isso. Ele puxou de seu bolso um frasco com um líquido vermelho e o conduziu para Helena que recusou empurrando o frasco com sua mão. Matthew observou o intenso brilho vermelho nos olhos dela e então entendeu o motivo dela ter recusado.

Heide atravessou uma cortina de pano que ligava aquele lugar à uma espécie de cozinha trazendo uma garrafa de vidro com um líquido transparente reluzente em cima de alguns panos. Ela despejou um pouco do líquido em dois panos dobrados e um deu um pouco para Helena beber.

      - Me desculpe, isso vai doer. - Disse Heide - Me ajude Matthew, você puxa a do braço.

Heide colocou o pano sobre a flecha e a puxou, o mesmo fez Matthew. Helena soltou um grito angustiante de dor e se debateu antes de apagar totalmente. Heide e Matthew estavam preocupados, mas em alguns segundos ela recuperou a consciência e abriu os olhos. Gina que estava escondida ao lado da cama se sentiu aliviada.

Os olhos de Helena não estavam mais brilhando vermelho mas algo na sua expressão facial era estranho. Ela parecia estar preocupada e fazia um som estranho devido ao ferimento em sua garganta.

      - Haa… Haa… Ainda… não… acabou… tem… mais… um… - Helena se esforçava para falar.

Adrien percebeu que ela estava estava tentando avisar algo e se levantou da cama. Ele estava prestando atenção na porta, quando ele escutou curtos e repetidos sons de algo correndo até aquele lugar. Mesmo prestando atenção ele se surpreendeu quando um outro lobo selvagem pulou na porta, o derrubando. O lobo ignorou Adrien e observou Gina, que estava quase gritando de medo. Ele rosnou e correu para atacar, ninguém estava perto o bastante para impedir. Adrien não podia deixar aquilo acontecer então agiu, ele se levantou rapidamente e pegou a faca que havia caído do bolso de Helena arremessando-a contra o lobo. A faca perfurou as costas do animal, que aguentou o ataque e se virou furiosamente para Adrien.

Adrien sentiu enjôo ao olhar para o lobo, sua imagem estava embaçadas e não era muito claro o que ele era realmente. A figura do lobo foi sumindo enquanto ele avançava na direção de Adrien cujo os olhos estavam com um estranho brilho vermelho. Ele então pode ver o que realmente era a fera, não se tratava de um lobo, mas uma criatura grotesca, de aparência putrefata que mais se assemelhava a um cão em decomposição.

A criatura saltou sobre Adrien, que com muito esforço segurou sua cabeça para se defender. A fera tinha um odor imenso e sua força era extraordinária, ele precisava achar uma maneira de sair daquela situação foi então que ele percebeu a faca ainda entalada no corpo da fera. Com um movimento rápido ele desviou uma de suas mãos e socou a faca, fazendo a criatura recuar por um breve momento. Ele aproveitou a deixa para atacá-lo, saltando sobre o lobo e segurando a faca. Ele a arrastou pelo seu corpo até a cabeça, rasgando a carne do animal, logo em seguida ele retirou a faca e o perfurou várias vezes incessantemente.

Adrien não sabia o porquê de tanta crueldade, ele apenas a fazia enquanto sua visão escurecia, ocultando todo o redor e apenas se concentrando naquele ato brutal. O nojo e a raiva se tornavam prazer quanto mais a carne se dilacerava. O brilho vermelho nos seus olhos se esvaía assim como aquela sensação, então ele lentamente parava de apunhalar a criatura, até que largou a faca e olhou para a cena.

Um mosaico de carne e osso pintado com sangue carmesim que manchava suas mãos e roupa, como um devido artista. A figura já não era mais uma criatura e sim um lobo, o que era estranho. A imagem daquela criatura inexplicavelmente o trouxe ódio e sede de sangue, mas quando o ódio desapareceu também se foi a criatura e o mundo ao redor voltou ao que era, ou melhor, o que devia ser.

Gina estava com os olhos fechados se encolhendo nos braços de Hide. Ela temia o lobo ou Adrien? Helena estava deitada na cama com os olhos entreabertos e Matthew estava com uma expressão séria e preocupada. Ele deu alguns passos para frente e parou perto de Adrien.

      - Adrien… Aquilo era um lobo para você? - Perguntou Matthew.
  
Adrien hesitou em responder por um momento, ele tinha medo do que aconteceria se falasse o que viu.

      - Seja sincero... - Matthew reforçou.
      - Não… era algo que eu nunca havia visto. Isso foi algo que eu nunca havia feito. - Disse Adrien nervoso.
     
Matthew olhou para Helena que respondeu com o mesmo olhar sério.

      - Não tenha medo do que pode acontecer garoto, seja lá quem você for ou de onde veio, sua vida mudará a partir de agora. - Disse Matthew.
      - Mudar? Como assim? - Perguntou Adrien.
      - Você entenderá em breve, e quando o momento chegar, prometa apenas que abraçará a verdade, ou nunca será o mesmo.

Nenhuma daquelas palavras enigmáticas faziam sentido para Adrien. Verdade, mudança, momento, o que tudo aquilo significava.

      - Me explique por favor, eu não entendo! - Disse Adrien.       
      - Por enquanto você deve se preocupar com outra coisa. - Disse Matthew.

Adrien percebeu que estava exausto, a adrenalina havia passado e ele sentiu uma enorme dor no seu abdômen. A ferida havia aberto e ele estava sangrando de novo. Não demorou muito para que desmaiasse.

Matthew tinha certeza do que viu, era certamente o espírito de um caçador. Adrien não sabia de nada, nem do seu próprio passado, era o dever de Matthew o guiar pelo caminho escuro que o aguardava.

Fora dos portões a noite caía, a ofuscada luz da lua não iluminava a floresta, tornado a vila um ponto de vida no meio da escuridão. Entre as árvores seres observavam, eram muito parecidos com humanos, mas assim como o lobo grotescos e podres. Alguns deles seguravam bestas e vestiam roupas de normais. E assim a vila era devorada pelo silêncio da noite e os olhares famintos do que se podiam ser descritos apenas como… Pesadelos.

Continua…


Notas Finais


Obrigado por ter lido, se possível, deixe um comentário com críticas ou opiniões, isso me motiva muito a escrever o próximo o mais rápido possível. Espero que tenha gostado.


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