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História Hydrogen - Four


Escrita por: LysEvans

Capítulo 5 - Four


-Você tem certeza quanto a isso? - Natasha perguntou cruzando os braços.
-Tenho. E Hill concorda que pode ser útil. Os resultados dos testes até agora foram positivos, porém não é saudável mante-la trancada aqui. Ela não é uma prisioneira. - Steve argumentou.
-Eu sei, mas ainda tenho receio quanto a deixa-la estar com pessoas normais.
-Ela é minha responsabilidade e eu vou assumir qualquer risco quanto a isso.

Natasha deu de ombros como que se tirando qualquer relação com as decisões de Steve. Ela sabia que Evelin não parecia ser uma ameaça, pelo menos até agora, mas isso não a fazia menos perigosa.

Steve por outro lado havia decidido como sua missão pessoal fazer com que Evelin se adaptasse ao mundo atual. Todo o tempo livre que ele tinha era gasto com a moça que aos poucos demonstrava avanços em se socializar.

Natasha sabia que Steve estava projetando em Evelin toda sua frustração em não conseguir ajudar seu amigo Bucky, que também havia sofrido intervenções sob o poder da Hidra. Era como uma maneira de compensar por ter falhado com seu melhor amigo, mas ela não era Bucky e no fundo Steve sabia que nunca seria a mesma coisa.

Evelin por outro lado se esforçava para continuar. Os testes com Dr. Banner haviam cessado pois o cientista confessou não saber como reverter os procedimentos que haviam sido feitos a ela uma vez que não haviam registros dos métodos, e ele não faria nada que arriscasse a sua segurança. No mês que passou os dois haviam desenvolvido não uma amizade, mas Evelin confiava no estranho homem e gostava do tempo que passavam juntos.

Assim como ela gostava de falar com Jarvis. Mesmo não entendendo exatamente o funcionamento do "homem/computador", ele havia sido de uma enorme ajuda. Todos os dias Evelin compreendia mais coisas através do auxílio de Jarvis madrugada a dentro já que o sono parecia ter perdido seu caminho até ela.

E também havia Steve, o homem que a todo custo tentava se conectar a ela. Ele sempre parecia estar por perto e disposto a passar seu tempo ensinando coisas que não havia como Jarvis fazer.

De certa forma era frustrante todas esses pessoas sendo boas com ela sem esperar nada em troca quando ela não tinha nada a oferecer.

E quando Steve sugeriu que fossem jantar fora da torre dos Vingadores (aparentemente haviam mais pessoas além de Steve, Dr. Banner e Natasha formando o grupo com esse nome que ajudava pessoas) Evelin de imediato recusou. Ela não queria causar outro tumulto ou por alguém em risco.

-Se eu confio que você se sairá bem por que você não pode fazer o mesmo? - Steve perguntou-a.
-Porque eu sei do que eu sou capaz e também dos meus limites.
-Eu não quero te forçar a fazer nada, mas manter você aqui o tempo todo te caracterizaria como prisioneira. E isso quebraria a promessa que eu fiz, portanto você não tem outra opção a não ser ir comigo.

Fitando - o com os olhos estreitos Evelin sorriu pela forma como o raciocínio de Steve fazia sentido, mesmo que isso a fizesse ter que concordar em sair.

-Tudo bem.
-Excelente!

****

O restaurante não estava tão movimentado por ser meio de semana, o que foi um alívio para Evelin. As pessoas que passavam sequer prestavam atenção à eles. Até agora tudo corria bem e a mesa do lado de fora permitia uma vista perfeita da Torre dos Vingadores que se destacava entre os outros prédios.

-Banner me disse que terminou com os testes. -Steve disse tentando iniciar uma conversa enquanto eles comiam.
-Sim. Não há nada que ele possa fazer a respeito do meu "problema". - Ela confirmou brincando com uma batata frita que estava em seu prato.
-Você já sabe o que vai fazer agora?
-Andei pensando em talvez encontrar um emprego. Voltar para Alemanha. Não sei ao certo.
-Você pode sempre ficar conosco. Tenho certeza que os outros iriam apreciar te ter por perto e seu poder poderia ajudar muitas pessoas. - ele ofereceu com um sorriso.
-Por que você está sendo tão bom comigo?
-Porque você é uma boa pessoa e precisava de ajuda. É o que nós fazemos, ajudamos pessoas.
-Mesmo assim, eu não tenho como retribuir e isso me deixa desconfortável.
-Então me deixe treinar você. Assim você poderá retribuir ajudando outras pessoas.
-Eu não sou nenhum tipo de herói. Eu não salvo pessoas! - Evelin sibilou fechando as mãos em punhos e o copo com água de Steve tombou sobre a mesa. Com um suspiro de pesar ela endireitou o copo e com um gesto fez com que a água retornasse ao copo - Sinto muito.
-Não tem problema. Eu não queria te pressionar. - Steve disse sinceramente arrependido por ter insistido. - Acho melhor voltarmos.

-Eu quero ajudar, entretanto tudo que eu pareço fazer é ferir mais pessoas. - Evelin disse no caminho de volta à Torre - Eu matei aqueles homens e eu poderia matar você nesse instante por um descuido. Como eu posso ajudar alguém dessa forma?

Steve permaneceu em silêncio por alguns instantes antes de responder.

-Todos nós temos demônios com os quais lutamos diariamente. Você precisa ser forte e começar a lutar ou isso vai te consumir. Se você não quer machucar ninguém então você não vai. E eu vou estar aqui para te ajudar assim como qualquer um dos outros. Você não acha que Dr. Banner não passa por algo semelhante?

O Hulk. Ela não o havia visto pessoalmente mas sim através de vídeos. Era surreal como Dr. Banner podia se tornar aquela "coisa" assustadora. Um fardo desse deveria ser suficiente para levar qualquer um a loucura.

-E como você pretende me ajudar a ser como você?
-Isso é um sim?
-Talvez.
-Não se preocupe. Quando terminarmos com você, você provavelmente será melhor do que eu. Mas não vou mentir, será difícil.

***********

Steve não estava brincando quanto à dificuldade. As cinco horas da manhã Jarvis a acordou informando que Steve a esperava e que deveria vestir roupas adequadas a exercícios físicos.

Pelas próximas duas horas os dois praticaram corrida. A início ela tentou acompanhá-lo mas regredindo a um passo normal quando a velocidade do super soldado se mostrou extremamente superior e se limitando ao próprio ritmo.

A cidade acordava com o passar do tempo e Sam, que se apresentou como amigo de Steve, se juntou a eles na corrida. O homem era educado e não sentia necessidade de preencher o silêncio com assuntos ou conversa desnecessária, sendo uma companhia silenciosa e agradável.

Após o café da manhã, Evelin acompanhou Steve até um dos andares inferiores da Torre que se mostrou ser um galpão com o teto bem alto e diversos objetos que tinham o intuito de auxiliar em exercícios físicos. O local estava estranhamente vazio e ela supôs que fora de propósito.

Por cerca de uma hora Steve a colocou sob uma intensa rotina de exercícios físicos que não a exauriram como esperado. O metabolismo de Evelin respondeu à altura da demanda dos exercícios como se já lhe fosse rotineiro.

-Vamos fazer uma pausa. - Steve disse colocando o peso que Evelin estava levantando em seu suporte sem qualquer esforço. - Você está indo bem até agora.
-Não é tão difícil quanto parecia hoje cedo.
-É uma excelente saída para gastar energia. Talvez você consigo dormir hoje à noite.
-Como você...?
-Eu sei reconhecer quando alguém não tem dormido. Eu passei por isso quando estava me adaptando.
-E isso passa?
-Eventualmente. - ele respondeu olhando para um relógio afixado à parede próxima. - Por hoje acho que já fizemos o suficiente. Mesmo horário amanhã. Não se atrase.
-Não irei.
-E se tiver qualquer coisa...
-Sim, eu sei. - ela assentiu com um leve sorriso.

Ele sorriu de volta e se encaminhou até o elevador levando consigo sua toalha para secar o suor.

Após descansar por alguns minutos Evelin decidiu recomeçar os exercícios por conta própria. Se exercitar até o ponto de exaustão lhe garantisse algumas horas de descanso físico e mental, era exatamente o que ela faria.

Em um daqueles sacos de pancada ela experimentou desferir alguns socos. De início sem causar muito impacto mas a memória muscular aos poucos retornando e fazendo seus golpes menos patéticos. Ela nunca fora tão eficiente em combate como aqueles homens queriam. Em suas várias sessões de teste contra outras pessoas ela havia acabado espancada até não aguentar mais, mas sempre conseguiu algo efeito por si só. Os resultados variavam, entretanto ela ainda era fraca.

-Esse ódio pode ser útil se canalizado para o propósito correto. - Natasha a sobressaltou entrando em seu campo de visão. - Por que você não me mostra o que você sabe?
-Não sei se é uma boa ideia.
-Você não vai me machucar, confie em mim. É preciso muito mais que isso. - ela gesticulou fazendo pouco caso. - Mostre o seu melhor golpe.

Ainda incerta, Evelin avançou cuidadosamente e desferiu um soco, o qual Natasha desvio sem sequer piscar. E outra vez isso se repetiu. E outra vez. E outra vez. Até que os papéis se inverteram e Natasha passou a golpear. Era quase impossível ver de onde vinham os golpes e Evelin tentava ao máximo os bloquear. Não tardou para ela se encontrar ofegante com as costas de encontro ao chão, suor cobrindo cada parte de si.

-Você tem potencial se parar de se conter. - Natasha disse oferecendo a mão para ajudá-la se levantar. - Eu posso ajudá-la com isso.



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