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História Hyung, me faz carinho? - Jungkookie


Escrita por: softkookv

Notas do Autor


Oi… aaaaaaah eu to mto nervosa…
Pra quem não me conhece, eu me chamo Lana, e eu amo de paixão Taekook. E esse projeto é a coisa mais linda que existe e que eu amo tanto e tanto e to uma pilha de nervos com o meu debut aqui.
Vocês devem estar acostumados com fics maravilhosas e bem escritas Eu prometo que vou me esforçar sempre pra dar meu melhor aqui.
Queria agradecer as adms do projeto, por essa oportunidade. Eu nunca gritei tanto por ter passado em um projeto… uashuahsuahs… Obg novamente por essa oportunidade.
Queria agradecer três pessoas em especial. Kook do meu Tae e Tae do meu Kook, meu casal favorito… aushaushauhs.. Obg vcs duas por me aguentarem surtando mto e por não deixarem eu desistir de nada, e Let, obg pela capa.. eu ainda tô namorando mto ela. E a Ari, por me acalmar na época das inscrições. Obrigada vcs três…
Agradecer tbm minha adm, Lym. Obg por betar e, novamente, obg pela oportunidade e pelas dicas. E por criar esse projeto que eu tanto amo!

Espero que todos gostem.
Desculpa esse textão..
Até as notas finais…
Boa leitura!!

Capítulo 1 - Jungkookie


— Taehyung, esse é o amigo do papai, Min Yoongi. E esse é o filho dele, Jungkook.

Olhei para o homem de forma entediada, por que já devia ser o quinto ‘’amigo do papai’’, que o mesmo me apresentava em seis meses. Alguns saiam de manhã cedo de casa e eu os pegava no pulo, como papai dizia, e outras, essas saídas a parques e jantares estranhos. Dessa vez, é cinema. Mas pela primeira vez, o homem sorriu para mim sem aquela cara que eu sempre recebia. A senhorita Park, minha professora, diz que é cara de quem comeu e não gostou, mas sorri para não magoar o chef. O ômega sorriu me mostrando os dentes bonitos, um sorriso que fazia reflexo em mim e eu acabei me deixando levar com ele.

— Oi, Taehyung — ele se abaixou um pouco para ficar da minha altura. Tenho nove, mas papai diz que sou muito pequeno para minha idade. — Namjoon vive falando de você. Estava doido para te conhecer — falou animado.

— Oi, eu — olhei rapidamente para meu pai que arregalou os olhos. Teatrinho do senhor Namjoon e seu prestigiado filho está começando, senhoras e senhores — eu também estava. Papai fala bastante de você, Hyung — não sei como, mas ele sorriu mais ainda.

— Espero que possamos nos dar bem então — concordei. — Esse é meu filho, Jungkook. Tem a sua idade.

O garoto um pouco mais alto que eu, se aproximou. Os olhos negros e redondinhos, a pele clarinha e o formato da boca pequeno, eram iguais aos do pai. Não falou nada apenas me olhava sem expressão alguma.

— Não, Yoonie — nós três nos viramos para meu pai. — Taehyung é dois anos mais velho que o Jungkook.

— Oh! — o ômega se levantou surpreso. — Eu achei que... — ele parecia envergonhado.

— Tudo bem, Hyung — maneei a cabeça para o confortar, sorrindo pequeno. — Papai fala que eu sou muito pequeno para minha idade. Mas eu ainda vou crescer — ele assentiu carinhosamente.

— Vamos comprar os ingressos — papai ditou me dando dinheiro que era para o sorvete que ele havia prometido mais cedo. — Fiquem perto um do outro — assentimos juntos. — E Taehyung, — o fitei. — cuide do Jungkook, você é Hyung agora.

Arregalei os olhos.

Finalmente eu sou Hyung!

[x]

— Hyung... Você não acha que é perigoso?

Ninguém, a não ser os Deuses, sabem o quanto eu adoro ser chamado assim. Principalmente por Jungkook.

O garoto, que agora é oficialmente meu irmão, já que nossos pais acabaram de se casar, desde nosso primeiro encontro, relutou um pouco em me chamar de tal forma de respeito. Exigida, é claro, por mim. Às vezes eu deixo de falar com ele por horas, só respondendo quando ele me chama de Hyung. Adoro provocar ele. Jungkook fica tão fofo bravinho, que eu não me aguento. Posso ser o mais velho, no entanto, eu vou sempre o provocar. Principalmente nessas horas.

— Dongsaeng atrevidinho você ehn?! — me virei para o mesmo.

Yoongi não queria uma lua de mel, eu ouvi eles conversando um dia sobre, sou curioso. Então papai alugou um chalé grande no interior e viemos para cá para nossa primeira viagem de família. Mas ainda bem que tem um parquinho, assim nem eu e nem o Jungkook ficamos entediados, segundo nossos pais.

Não faz muito tempo que a gente se conhece. Acho que desde o primeiro dia que nos vimos a gente meio que sabia que iriamos nos ver muito. Nos damos bem até então, mas provocá-lo é minha maior satisfação. Vamos dividir o quarto durante muito tempo e, eu por ser o irmão mais velho, vou abusar de uma autoridade. Como agora.

Os últimos raios de sol davam adeus em mais um dia entediante no mínimo, passamos a tarde jogando vídeo game e papai insistiu para que nós dois fossemos brincar ao ar livre. Já corremos, não tão rápido porque Jungkook insiste que vamos cair e nos machucar. Já fomos nos balanços, onde ele não quis me acompanhar em balançar de pé, porque podíamos cair e nos machucar. E agora escorregador, que Jungkook começou de novo a falar que é perigoso, que eu posso me machucar. Deuses, por que ele tem que ser assim? Esse escorregador é muito maior do que o de perto de casa. É claro que eu vou inventar de descer isso da forma mais radical o possível. E não tem dongsaeng atrevido que me para.

— Desculpa hyung — as bochechas cheinhas ganharam uma tonalidade avermelhada. — Mas, é que é perigoso desde assim.

— Ninguém te perguntou Jungkook — bufei e ele se ajeitou no espaço do escorregador, esperando sua vez — Agora me dá a mão e me ajuda aqui.

Jungkook me deu as mãos como eu havia pedido e eu comecei a me remexer no escorregador ao ponto de ficar totalmente deitado. Olhei para cima sorrindo largo para o moreno que mantinha a cara de preocupação.

— Me solta quando eu falar ‘Já’, ok? — ele assentiu rápido com a cabeça. Voltei minha atenção nos meus pés respirando duas vezes. — JÁ!

Foi instantâneo. Jungkook me soltou e eu comecei a escorregar. O escorregador tinha duas lombadinhas, onde meu corpo deslizou igual os carrinhos de controle remoto que o papai havia me dado de natal, certinho. Meus pés tocaram o chão de pedrinhas e eu me levantei como aqueles ginastas olímpicos, com os braços para cima, me sentindo vitorioso. Eu mereço uma medalha por essa aterrissagem. Me virei para Jungkook e ele estava sentado batendo palmas com um sorriso fofo nos lábios. Rimos e eu corri para subir as escadas e esperar novamente minha vez.

— Quer descer assim também? — perguntei me sentando de pernas abertas atrás dele, esperando que ele me desse as mãos para que eu o segurasse.

— Melhor não hyung. Não quero me machucar — pisquei algumas vezes. Poxa ele não viu que foi divertido? E eu não me machuquei. Por que ele tem que ser sempre tão certinho?

— É, é melhor mesmo. Você não se machuca e eu não preciso ficar de babá de um bebê — provoquei cruzando os braços, emburrado. — E além do mais, você não conseguiria parar em pé igual eu fiz. Você é muito bebê ainda.

Jungkook não me respondeu, apenas se ajeitou no escorregador e desceu. Eu me mantive emburrado e de braços cruzados. Qual é a graça de ter um irmão mais novo, se não for para botar a culpa nele? Jungkook não colabora. Sempre certinho.

Sequer notei quando ele voltou para o escorregador, me cutucando no ombro.

— O que foi hyung?

— Nada. Tô pensando em como eu vou descer agora — mentira, mas tive uma ideia. — Já sei! — descruzei os braços e deitei o tronco no escorregador, tomando cuidado para que minha blusa cobrisse minha barriga, não quero sair assado. — Segura meu tornozelo.

— Hyung é perigoso — novamente, mas segurava meus tornozelos.

— Jungkook, eu sei o que eu tô fazendo tá legal? — tentei olhar para trás, meio inútil. — No ‘Já’ — ele assentiu novamente. Voltei a olhar para frente e talvez eu esteja com medo? Melhor colocar as mãos na frente. Cruzei os braços cobrindo minha visão. — JÁ!

Uma vez papai ligou a televisão e deixou em um canal aleatório, e no mesmo passava um documentário que eu iria trocar na hora, mas alguma coisa me chamou a atenção. Uma tal de Gravidade. Eu não entendi muito, e eu tenho certeza que o papai disse que eu iria aprender na escola mais tarde, mas era alguma coisa que dizia sobre manter você no chão e uma maçã que caiu na cabeça de alguém. Ela realmente caiu, ou jogaram nele?

A questão é que eu acho que a gravidade é um dom. Eu ouvi histórias que, nossos ancestrais podiam controlar o tempo, o fogo e ler mentes, de acordo com a sua categoria. Eu ainda não sei qual é a minha, mas papai por exemplo controla o trânsito. Já vi ele muitas vezes falando ‘já’, e o sinal verde piscando para que a gente pudesse andar. E até mesmo Yoongi, que mesmo convivendo pouco com ele, eu sei que o ômega consegue ler a mente do meu pai. Acho que Jungkook tem o dom da gravidade, e ele não me jogou uma maçã na cabeça. Ele me puxou para cima.

— Hyung? Tudo bem? — seus olhos negros eram realmente brilhantes e por mais aguda que era a dor que eu sentia, não consegui gritar. Ao invés disso, senti meus olhos descarregar grossas lágrimas. — Não, hyung, não chora — me abraçou forte. — Eu tô aqui, e-eu vou cuidar de você. Eu cuido de você, bebê.

— Jung... Jungkook — gaguejei devido ao choro baixo. — Tá doendo.

Minha testa ardia e, eu senti algo grudado em meus fios. Tentei tocar, mas ele não deixou. Segurou minhas mãos e nós dois as olhamos, sangue. Eu tremi por inteiro e pensei em abrir o berreiro de vez, mas novamente, ele não deixou. Me abraçou forte, me fazendo afundar meu nariz em seu pescoço. Jungkook nunca havia me abraçado assim. Ele nunca tinha me abraçado. Na verdade, eu nunca o vi abraçando qualquer pessoa, nem mesmo o Yoongi. Ele sempre foi reservado, mas agora, ele me abraçava, tão protetor e gentil. Respirei fundo. Tem cheirinho de bebê.

Eu não sei por quanto tempo ele me deixou chorando em seu pescoço, ou quanto tempo durou aquele abraço forte e protetor. Só sei que ele trouxe com calma até nosso chalé, sempre me assegurando que iria estar comigo, que iria me proteger.

 

 

 

— Hyung...

— O que disse Tae?

Papai havia me sentando na mesa e limpava minha testa com algodão, não ardia igual aos remédios de casa. Minhas mãos tinham curativos e carinhos que Yoongi havia comprado.

— Jungkook já tá no banho — Yoongi apareceu na cozinha. — Quer ajuda Joonie?

— Ah, não precisa, Yoonie — papai riu baixo voltando a cuidar da minha testa. — Já remendei o Tae diversas vezes. Sou mestre nisso — sorriu para mim colando mais um curativo de carrinho na minha testa. — O queixo agora — moveu a cabeça para cima e eu o imitei.

— Papai — chamei recebendo um ‘uhm’ em resposta. — O que é ser Hyung?

— Uhn, acho que é cuidar do saeng. Ser responsável, saber se ele tá bem, se alimentando bem, se preocupar com ele. Como um irmão mais velho mesmo.

Aquilo me deixou pensativo. Admitindo para mim mesmo, eu nunca quis um irmão mais novo. Mas queria muito ser Hyung. Já estava cansado de sempre ser o mais novo dentre meus primos. Eles vivem pegando no meu pé, me mandando fazer coisas e jogando a culpa em mim quando eu me machucava. Mas hoje, quando chegamos no chalé, os dois mais velhos vendo sangue e eu chorando baixo me fizeram sentir culpa. Porque eu estava pronto para levar a culpa como sempre levava, mas Jungkook assumiu a responsabilidade, até mesmo chorou de desespero quando Yoongi o pegou no colo. Jungkook se culpou por ter me deixado machucar.

— Por que a pergunta, Tae? — Yoongi estava ao meu lado tirando com cuidado os fios de cabelo que grudaram debaixo do curativo. Papai colou meu cabelo junto.

— Acho que... o Jungkook é meu Hyung — os dois não pareciam chocados, Yoongi até sorriu. — Ele pode né? Ser meu Hyung? — pedi olhando para Yoongi que assentiu com a cabeça.

— Se ele quiser — papai ditou colocando o último curativo no meu queixo. — Mas acho que Jungkook é um bom Hyung para você — sorriu e Yoongi o abraçou de lado. — Igual o Yoonie é para mim — piscou. Abri a boca espantado. Então Yoongi era o Hyung do papai?!

 

 

— Jungkook?

— Oi.

Já estava na hora de dormir. Papai me ajudou a tomar banho e Yoongi havia feito sopa para nós quatro, comemos vendo um desenho qualquer que Jungkook já estava assistindo. Ele me deu o controle para que eu pudesse trocar, mas eu deixei aquele mesmo. Não nos falamos muito e nem brincamos depois do jantar. Eu vim para o quarto depois de escovar os dentes. Mas não tinha sono. Esperei que o mais novo viesse para o quarto para poder pedir que ele fosse meu Hyung. Mas já faz horas que estamos deitados, ou minutos, eu não sei. Mas não consigo falar e nem o sono vem.

— Jungkook? — chamei tão baixo quanto das outras noves vezes.

— Hyung, você já me chamou umas dez vezes — consegui o ver sentado na cama do outro lado do quarto. Não é um quarto tão grande, e nem era tão pouco longe. Uma cômoda pequenininha que o papai falou que chama criado mudo, nos separava. — O que foi? — não era ríspido, ou grosseiro, parecia cansado.

— Eu queria te pedir uma coisa — eu estava deitado, duro, e a coberta quase cobria minha boca.

— O que? — o quarto tinhas as cortinas abertas e um abajur entre nós dois girava com estrelinhas. Yoongi havia trago, disse que seria nosso. Conseguia ver os olhos negros do outro brilhando.

Respirei fundo. Tenho que pedir para ele ser meu Hyung. Mas como se pede isso?

Uma vez eu ouvi do meu primo, Jimin, que ele pediu a virgindade da namorada dele na cama.

Acho que vou tentar isso. Não sei o que é virgindade ainda, papai disse que eu era muito novo para saber sobre isso quando eu o perguntei. Me lembro que minha tia ficou muito brava com meu primo por ele ter me contado aquilo.

Me levantei da cama pegando meu travesseiro e abraçando ele forte ao que me aproximei da cama do Jungkook. Ele continuava a me olhar curioso.

— Posso dormir com você? — falei tão baixo que tive medo que ele não tivesse me ouvido. Mas o moreno sorriu aberto e me deu espaço na cama.

Me acomodei em silêncio e ele nos cobriu. A cama parecia mais quente e mais macia que a minha, além do cheiro de bebê que vinha de Jungkook. Respirei fundo. Aquilo me deixava tranquilo. Fechei os olhos.

— Boa noite hyung — murmurou dando sinal que iria se virar de costas para mim.

— Jungkook — chamei antes que ele se virasse por completo. — Po-posso pedir outra coisa?

Ele se arrumou novamente na cama, voltando a ficar de frente para mim. Fechei os olhos tomando coragem.

— Vo-você q-quer ser o-o meu... o me-meu Hy-hyung? — a última parte saiu tão baixa. Será que ele ouviu? Abri os olhos.

Jungkook tinha os olhos arregalados e a boca meio abertinha. Não piscava. Será que ele ouviu? Ou ele tá tentando bocejar?

— Quero! — sorriu. — Eu quero ser — Jungkook sorria tão fofo que eu acabei me deixando sorrir também, aliviado por ele ter aceitado.

— Você promete que vai sempre cuidar de mim? — ele assentiu firme. — E sempre ficar do meu lado?

— Prometo, Tae. Eu vou sempre cuidar de você.

— Obrigado... Hyung.

Ficamos em silêncio, sorrindo um para o outro. O cheirinho de bebê do Jungkook era tão confortável para mim.

— Hyung… Me faz carinho?

[x]

— Ai que tédio.

Reclamei alto e em bom tom.

Ano vem ano vai e nós quatro sempre viajamos juntos. Já é nosso nono ano viajando em família. Agora tenho dezoito e Jungkook acabou de completar seus dezesseis. Mas parece que tem mais. Tão alto e cheio de músculos. O tipo de garoto que arranca milhares de suspiros por onde passa. Com certeza deve estar cheio de contatinho no celular de ômegas, betas e até alfas se duvidar, tudo esperando o cio do meu irmão chegar. Cerrei os olhos quando vi mais um ômega chegando perto dele.

Dessa vez, Jeju. Papai e Yoon conseguiram conciliar as férias de seus respectivos trabalhos com as nossas, minha e de Jungkook, do colégio. Eu enfim estou no meu último ano e logo menos faculdade. Só de pensar nisso me causa arrepios grotescos.

— Argh — reclamei chamando a atenção de Yoongi ao meu lado. — Eles não se cansam? — resmunguei arrancando uma risada alta do ômega ao meu lado.

Ambos nos escondendo do sol escaldante debaixo do guarda-sol enquanto os alfas, que todos temos certeza que Jungkook é um apesar de não exalar o cheiro característico, jogavam alguma coisa com uma bola de vôlei. Para ver quem não deixava a bola cair. Papai não estava nada mal, mas Jungkook, nossa. Todos aqueles músculos bem definidos, suado, o sol queimando a pele. Se eu ficasse muito tempo olhando, ficaria cego de tanto que a pele brilhava de suor com protetor solar.

— Nunca vi seu pai em tão boa forma — comentou.

— A jovem guarda está lhe caindo bem — brinquei.

— Se ele te ouve falando isso — riu. — Olha lá — apontou com o queixo.

— Deuses — bufei alto. — Essa garota não se cansa? Jungkook já não deu um chega para lá nela?

— É o quê? A quarta vez? — se virou para me olhar rapidamente.

— Quinta. Mesmo truque — voltamos a fitar a ômega. — Oh perdão minha bola voou de novo em você — forcei uma voz fina e afeminada. Estava irritado. Essa garota não cansa não?

— Ah que isso, não foi nada. Mais cuidado da próxima vez — Yoongi me acompanhou, tentando imitar a voz do meu irmão.

— Hahaha — coloquei a mão nos lábios igual a garota e Yoongi comprimiu os dele para não rir alto. — Tudo bem. Obrigada novamente Jungkook Oppa — Yoongi não se aguentou e riu alto atraindo a atenção dos três para nós dois. — Ai appa, por que você riu? — comecei a rir também.

Não sei quando foi, mas passei a chamar Yoongi de appa. Ele nunca achou ruim, sempre me tratou como filho de qualquer forma.

Ríamos tanto que nos dobramos. Minha barriga doía e pude ver de canto Yoongi enxugando as lágrimas. Paramos de súbito com um pigarrear alto. Papai nos olhava com os olhos estreitos e Jungkook tinha o canto dos lábios repuxado. Segurava uma risada.

— Vocês dois estão espantando qualquer chance que o Jungkook tem de arrumar uma namoradinha, ou namoradinho — revirei os olhos. — Eu tô até fazendo o papel do pai casamenteiro — suspirou.

— Ele tá mesmo — Jungkook concordou me fazendo revirar os olhos novamente.

— Isso é férias em família. Nada de namoradinhas, ou namoradinhos para o Hyung — abri as pernas batendo a mão no meio da espreguiçadeira para que Jungkook se sentasse ali. — Protetor.

Ele não negou sentou-se de costas para mim enquanto eu passava uma toalha retirando o excesso de areia de suas costas. Yoongi fez o papai se sentar e começou a fazer o mesmo com o marido.

Ignorei as lamúrias do meu pai sobre como nossa relação poderia atrapalhar uma investida de algum pretendente para meu Hyung. Jungkook riu baixo, e não disse nada. Yoongi confortou meu pai, falando que Jungkook só tinha corpo e altura, e que na verdade ele ainda era um bebê. Realmente, nada de namoros para um quase alfa de dezesseis anos.

Espalhei todo o protetor por suas costas. No começo com certa força desnecessária, admito. Parando com a minha leve demonstração de insatisfação, quando Jungkook acariciou meu joelho, suspirando baixo quando passei os dedos em seus ombros.

— Vamos comprar algumas bebidas — papai murmurou colocando uma camiseta e Yoongi se levantou colocando os óculos. — Querem alguma coisa para comer?

— Sorvete? — Jungkook murmurou se virando mínimo para mim.

— Eu quero! — os dois mais velhos assentiram e saíram de mãos dadas em direção ao quiosque mais próximo. — De frente, hyung.

Jungkook se virou, ficando de frente para mim. Derrubei uma quantidade generosa em minhas mãos e coloquei o tubo entre minhas pernas. Voltei a fitar seu corpo estrutural. Quando foi que ele ficou tão grande assim?

Respirava entre os lábios, bem lentamente e, eu não sei por que, mas tomando devido cuidado para não lhe olhar nos olhos. Minhas mãos tremiam todas as vezes que me via sem o contato de sua pele. Quente, muito quente.

— Você tá bonito hoje, Tae — falou baixo.

— Eu tô sempre bonito, hyung — sorri convencido, ainda sem o fitar. Meus dedos alcançaram seu abdômen definido, e ele sobressaltou quando rumei para suas costelas, me arrancando um sorriso tímido.

— Seu cheiro também tá mais doce — agora eu o fitei. — Não sei como nenhum alfa veio atrás de você ainda — riu baixo.

— Isso é porque só tem ômegas e betas nessa praia, e todos estão vindo atrás de você — deixei um beliscão em sua coxa. Deuses, que grossas. Ele não reclamou.

Ele não disse mais nada, mas eu sentia seus olhos queimando minha pele. Eu já havia espalhado todo o protetor por sua pele, mas ainda passava os dedos em si. Ele não retirou minhas mãos de si. Está quente, muito quente.

Fechei os olhos respirando com dificuldade. Algo queimava em mim e ainda sentia os olhos negros do outro em mim, curiosos.

— Tae? — ele tocou meu rosto. — Você está suando. Tá tudo bem? — perguntou baixo.

— Sim — coloquei meu melhor sorriso. — De-deve ser só calor. Eu vou dar um mergulho — me levantei rápido, sequer tirei a camiseta branca que usava. — Não toma meu sorvete. Eu já volto — gritei para Jungkook, que sorriu assentindo.

A água do mar estava gelada. O sol estava no topo, mas mesmo assim a água era gelada. E diferente do que eu achava, isso não refrescou meu corpo. Droga. Está quente. Muito, muito quente. Fechei os olhos prendendo a respiração e deixando os joelhos penderem para baixo. Um, dois, três mergulhos e eu ainda me sentia quente. Água estava na altura do meu peito e as ondas quebravam em minhas costas, quando eu não mergulhava. Eu estou molhado até o último fio de cabelo, mas suava de calor. Quente.

Abri os olhos, havia desistido de tentar me refrescar no mar. Voltava a passos lentos e pesados para a areia, as pernas tremiam mais do que o normal.

— Jung... Kookie — gemi. Arregalei os olhos.

Algo muito quente escorria pelas minhas pernas. Uma onda bateu e acabei caindo de joelhos. Deuses, o que é isso.

— Kookie... Kookie... Hyung — tinha certeza que havia gritado, mas minha voz saiu como um gemido arrastado, chamando a atenção de quem estava por perto.

Dois alfas e aquela mesma ômega atirada. Ela me olhava espantada e os dois largaram ela rumando a passos pesados e lentos em minha direção. Seus olhos vermelhos e sequer piscavam.

Merda. O que é isso?

Cio?

Arregalei meus olhos. Droga, isso é hora de entrar no cio. Logo agora? É o meu primeiro. Merda.

— Jungkook! — gritei, agora eu tenho certeza que eu gritei.

Não estava longe da praia e já conseguia ver o moreno correndo até mim com nossos pais logo a suas costas, um pouco mais lentos.

Gemi sentindo uma pontada forte no baixo ventre. Deuses, isso queima.

— Hyung! — gemi novamente mais alto, os dois alfas já estavam próximos e eu consegui ouvir eles decidindo quem iria primeiro. Socorro.

— Tae! — o moreno me abraçou pelos ombros. — Fiquem longe dele — urrou para os dois que se aproximavam.

— Hyung — me agarrei e ele de qualquer forma. — Me ajuda — gemi.

— Jungkook pega o Tae — ouvi a voz do meu pai. — E vocês dois, para trás.

— Ah, qual é sogrão — um deles falou com deboche, Jungkook tentava me pegar no colo. — O que um beta pode fazer por um ômega? — ria com o outro. — Deixa que eu cuido dele — aquilo me causou repulsa.

— Jungkook — gemi me agarrando ao pescoço do mesmo. — Hyung.

— Kookie, leva o Tae para casa. Agora! — Yoongi gritou.

O moreno correu comigo nos braços. O tempo todo murmurando que tudo iria ficar bem, que ele estava e iria ficar comigo. E eu, eu só sabia gemer seu nome.

Não notei quando chegamos na nossa casa. Nossa pelo menos até o fim das férias. Jungkook me sentou no sofá e fez menção de se afastar. O segurei firme.

— Hyung... não... não me deixa — pedi. O tom era manhoso.

— Eu não vou bebê — acariciou meu rosto inúmeras vezes. Conseguia sentir o sal nos meus lábios.

— Tae — a porta da casa foi aberta abruptamente por um Yoongi desesperado. — Vem querido, eu-

— Não! — me agarrei mais ao meu hyung. — Jungkook, hyung... eu... calor...

— Ele está delirando? — o moreno perguntou. — Isso é normal?

— Ele não está delirando — ouvi a voz firme do meu pai. — Ele tá no cio e precisa ser saciado.

— Jungkookie — gemia. Minha boca estava muito próxima de seu pescoço. Aquilo me pareceu tão certo. Beijei o local, sugando de leve a pele com gosto salgado e com leve resquício de protetor solar, não me importei. Jungkook arfou baixo e aquilo foi como um estimulante para meu pênis dolorido. — Hyung... — minhas mãos desceram por suas costas, arranhando de leve a pele bronzeada pelo sol. — Eu quero você... Eu quero você Jungkookie...

Fora tudo muito rápido. Jungkook se virou e eu juro que achei que ele fosse me beijar. Eu, pelo menos, iria. Mas Yoongi segurou ele e meu pai me tomou com muito custo de seus braços. Nós dois gritamos um pelo outro. Papai tinha dificuldade em me segurar, e o mesmo valia para Yoongi. Quando dei por mim, estava trancado no nosso quarto.

Levei os punhos a madeira, depois de muito tentar abrir a porta. Do outro lado ouvia os três discutindo. Jungkook dizendo que queria cuidar de mim, Yoongi gritando inúmeros não e meu pai bloqueando a passagem. Eu estava duro, minhas pernas tremiam e alguma coisa escorria quente entre minhas nádegas. Queria poder me lembrar direito das aulas de biologia agora.

Era inútil tentar derrubar aquela porta. Gemi caindo de joelhos no chão. Minha testa continuou colada à porta e eu só consegui chamar pelo meu hyung. Do outro lado as coisas pareciam mais calmas. Já não ouvia Jungkook e Yoongi gritando, mas ainda sentia a presença do meu pai na porta.

— Papai — chamei, pois sabia que ele podia me ouvir. — Deixa o Kookie pelo menos ficar perto da porta.

Depois de tudo que ouvi eles gritando entre si, sabia que nossos pais não iriam deixar. Eu, por um lado entendia. Somos irmãos. Mas Jungkook não entende. Ele ainda é um bebê. Ao mesmo tempo que é meu hyung. Quer me proteger, me ajudar.

— Por favor, papai — gemi com dor. Eu só queria acalmar meu hyung.

Meu pai não arredou o pé da porta. Eu já não aguentava ignorar as pontadas no meu baixo ventre. Enfiei a mão dentro da bermuda úmida pela água do mar e o lubrificante natural que escorria aos montes de mim e me toquei. Duas vezes. Totalmente inútil e insatisfatório. Faltava algo. Fechei os olhos com força.

— Jungkook... — já não sabia se gemia ou se chorava.

Ouvi o trinco da porta e me afastei mínimo. Yoongi entrou correndo e fechou a porta logo em seguida.

Ele falava as coisas com pressa ao que me ajudava a arrancar a roupa. Dildos, vibradores, lubrificante. Três dias. Masturbação. Eu teria que me virar sozinho.

Não vi meu hyung nenhuma vez aqueles dias. Passei por ondas de calor horríveis e nada, nem mesmo os vibradores pareciam ser o suficiente.

Minha mente, projetava o corpo sarado do meu irmão. Dormi e me toquei inúmeras vezes na cama que ele usava. Seu cheiro me trazia calma.

Sempre me trouxe.


Notas Finais


Espero que tenham gostado!!
E até o próximo cap!

Begatem por.: @gcfmagics
Capa por: @hobigguk


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