História I Am Still Learning To Love - Pentatonix - 01 - BUT FIRST, I KNOW YOU?

Kirstin ama Avriel. Na verdade ela o amou desde o ensino médio. Quando ela adentrara naquela escola, naquela sala. Desde então não tirou olhos dele, foi como se uma maldição caísse sobre ela, a mesma não via como maldição, tinha sido a maior bênção do mundo se apaixonar por aquele cara. É o que ela sempre acreditara.

Kirstin tinha o cabelo loiro e um pouco enrolado grande até o meio das costas, era consideravelmente magra, e sempre fora baixinha e mesmo entrando no ensino médio nada havia mudado. Nem os bullying por causa de sua estatura baixa. Kirstin não é de se importar com opinião alheia. Uma vez ou outra dava bola e por consequência a jogava para baixo.

- Entre logo senhorita. - Disse o professor a tirando do transe.

Kirstin então envergonhada - por chamar sua atenção, o que ela odeia, e por notar que Avriel a encarava -, sentou-se na quinta e penúltima cadeira da segunda fileira da direita pra esquerda. Atrás estava Avriel o rapaz sério com os olhos claros, havia poucos pêlos em seu rosto, magro e seu cabelo era liso, curto até a testa e nas ponta faziam uma volta pra frente, apesar de usar touca era possível ver. Ter ele sentado atrás dela, deixou a moça bastante desconfortável, preferira outro lugar, porém a sala estava muito cheia e havia somente dois lugares sendo o outro no meio da sala, onde toda atenção seria para ela. Ao lado direito de Avriel estava um dos seus melhores amigos, Jeremy, branco com os olhos um pouco puxados, cabelo cortado na lateral apenas deixando o topete em cima, o mesmo olhava Kirstin com um brilho especial nos olhos, porém ela não percebeu. Estava se sentindo desconfortável demais para notar outras coisas, no lado esquerdo de Avriel estava o brincalhão Kevin, negro um pouco gordo e cabelo raspado, e na frente Alexsander, loiro de olhos claros bastante magro e com o corte de cabelo igual ao de Jeremy, com a diferença do topete ser mais baixo. Kevin era o mais intimo de Avriel, os quatros eram super amigos.

Avriel então cutucou Kirstin que se virou para trás.

- Olá me chamo Avriel, prazer em conhecê-la, mas pode me chamar de Avi.

- Oi me chamo Kirstin.

- Você é nova na escola, Kirstie?

Kirstie? Ela estranhou o modo que Avriel disse seu nome, como se fosse um apelido. Ela amou na verdade.

- Sim entrei hoje - sorriu timidamente.

kirstin - agora Kirstie - percebeu que os alunos da classe conversavam como se já conhecesse-se há anos, Kirstie estranhou, pois por todos terem vindo de escolas diferentes não é normal conversarem fluentemente.

- Silêncio pessoal, silencio - pediu o professor - iremos iniciar a aula.

Outra coisa que a garota estranhou foi o fato de que o professor não fizesse apresentações de nada e ninguém.

- O que vocês lembram do ano passado? - Silêncio - sério? Ninguém? Avriel, Daniel, Jeremy?

Ninguém ainda disse nada.

- As férias fizeram mal a vocês, não se recordam do que aprenderam, nem parece que tiveram aula comigo.

Kirstie estranhou novamente.

- Estávamos de férias professor, ninguém iria pegar o caderno do ano passado e relembrar uma matéria que já foi dada - Kevin disse dando ênfase quando falou "ano passado".

- Pois então meu jovens, vocês já estão no terceiro ano do ensino médio, precisam fazer revisões nas férias mesmo, daqui a pouco vem a faculdade...

- Aqui é o terceiro ano? -Praticamente gritou Kirstie.

- Sim senhorita, por quê?

Kirstie guarda o caderno e o estojo na bolsa e numa velocidade considerável se levantou, e seguiu em direção da porta.

- Me desculpe professor, eu entrei na sala errada. Sou do primeiro ano. - Todos riram ao que ela disse, menos Avi.

- Os primeiros anos são no outro prédio - finalizou o professor.

A menor saiu da sala e mesmo assim pôde ouvir risos saindo de lá, se sentia envergonhada. Por talvez tudo aquilo acontecer na frente de Avi.

Correu para o outro prédio e dessa vez entrou na sala certa onde ocorria as apresentações dos alunos, nessa sala havia bastante lugares livres por ser uma sala bem espaçosa.

- Chegou cedo - ironizou o professor - sente-se logo, por favor.

Seus olhos vai de encontro lindsey, uma conhecida do antigo colégio, kirstie sentou ao lado da mesma.

- Olá Kirstin - Lindsey cumprimentou.

- Olá lindsey, ainda bem que estamos na mesma sala, tive sorte por ser da sala de um conhecido.

- Eu caí na sala de dois conhecido.

- Quem seria a outra pessoa?

- Scott - apontou para o garoto loiro e alto de olhos azuis que se apresentava na frente de toda classe. - você chegou bem atrasada, o que houve?

- Entrei na sala errada, num terceiro ano, foi vergonhoso todos riram de mim.

Lindsey jogou um sorriso de compreensão. Lindsey era pouca coisa maior que Kirstie, simpática e bonita, tinha o cabelo até os ombros num tom avermelhado. Tudo o ocorrera bem, kirstie até criara um laço de amizade com Scott e Lindsey. O dia tinha sido bom para a menor fora o fato de que Avi não falara mais com ela e isso de algum modo incomodou.

O dia de Mitchell foi ruim. Apenas. Não era algo que fosse fora do do seu padrão cotidiano, Mitchell sempre sofrera por ser um garoto mais feminino, por preferir vôlei em vez de futebol, por andar com garotas em vez de garotos, por rebolar mesmo não querendo... Enfim, Mitchell sofria por ser um gay afeminado. Sendo ele magro, branco, olhos pretos, cabelos curtos, lisos e escuros e também era novato. Ele se recusou ter que fazer uma apresentação na frente da classe, era zoado demais para se expor daquele modo, e fazer isso era como se colocasse seu pescoço na forca. Mesmo sendo quieto e estando no fundo da sala fora zoado quando soltou a voz por um momento, escutando uns "viadinho", "bichona", "boiola" ecoarem pela sala.

Mitchell se manteve firme na sua posição, o professor não desistiria, disse que se não apresentasse iria para a sala do Diretor e que são normas da escola.

- Me chamo Mitchell Grassi, tenho 14 anos, sou de Arlington, me mudei para essa cidade à trabalho do meu pai e sonho ser estilista - Mitchell tentou ser breve.

- Arrasou viado - disse um dos alunos fazendo movimentos afeminados no intuito de ofender o garoto, e conseguiu.

Os alunos riram, constrangido voltou para o lugar.

- Alunos, silêncio - advertiu o professor.

Mitchell percebeu que dois alunos observava a situação com a cara fechada, um deles era negro e o outro gordo e com óculos, ambos transparecia ser gay também, tiveram vontade de falar com o garoto, e fizeram isso no intervalo.

- Olá Mitchell, vimos o vexame que fizeram você passar na sala, mas você não deve se importar com eles, isso é o que fazemos desde sempre, e tem funcionado, aos poucos eles diminuíram.

- Pra vocês é fácil falar, já que não são como eu - Mitchell disse justamente pra descobrir se eram gays.

- Ah somo sim, sabemos na pele como é sofrer o preconceito - disse o gordo.

- São repetentes? - indagou Mitchell ao comer seu lanche.

- Sim, meu nome é Todrick - o negro estendeu a mão.

- Prazer... Bom meu nome vocês já sabem - Mitchell estendeu a mão também.

- O meu é Mário - o de óculos estendeu a mão e Mitchell retribuiu - Gosto do seu nome, vamos abreviá-lo

- Vamos sim... Pode ser Mitch. - sorriu como retribuição - bom, nós vamos indo qualquer coisa, procure por nós e não deixe os valentões te oprimir.

Eles fora para algum lugar, o garoto queria seguir eles, fazer amizade, mas era tímido demais. As ofensas caíram sobre ele o resto do dia, tentava ignorar, mas era difícil. O dia fora ruim, mas por algum motivo sentira que as coisas mudariam.

A semana correu bem para todos, até para Mitch que antes só respondia o que perguntavam, agora trocava algumas palavras com Mário, Todrick, e algumas garotas. A que ele mais se apegou foi Naomi Samilton, a garota negra do terceiro ano, do cabelo Black power, ela era a famosa da escola, as garotas - e alguns garotos - a idolatrava e queriam ser com ela, por ser de uma família rica e por consequência metida, todo mundo achara isso dela, Mitch era um dos poucos que achava ela ao contrário do que diziam, Naomi para Mitch foi companheira, Humilde e compreensiva. Mitch se apegou tanto á ela, e teme isso, caso seu pai mudar de cidade de novo, sentirá na pele a dor de partir... Outra vez.

Kirstie se sentia feliz por não ter ficado isolada e por mais que tenha passado só um mês, sentia que Scott e Lindsey eram melhores amigos, mesmo que as pessoas zoam ela por ser baixinha, isso não afetava sua vida. Como sempre foi ela não se incomodava com o que as pessoas pensavam ou não dela, naquele ambiente três pessoas eram importantes, o loiro, Scott, a violinista Lindsey, e o pegador Avi Kaplan. Ele faz jus a sua fama, cada quinze dias uma garota era a comentada por ter ficado com Avi, e as garotas falarem não parecia incomodar Avi, mas incomodava Kirstie, ela temia ser verdade tudo aquilo que as garotas fofocavam. Kirstie secretamente admirava Avi, ou não tão secretamente assim.

Aos poucos Avi notava que quando solitário, sentia um "peso" e certas vezes notava a fonte do "peso". Mas a fonte se duplicou.

Avi num dia, indo para sua casa o que requer passar por alguns lugares solitários acabou esbarrando em uma pessoa em alta velocidade e com medo, Avi conhecia aquele rosto de algum lugar.

- O que foi cara, está tudo bem?! - Avi perguntou preocupado.

Mas o garoto, que era menor que Avi nada disse, somente tentava escapar das mãos dele que o segurava nos ombros.

- Mas primeiro, eu conheço você? - o maior franziu o cenho.

Uma manada de garotos aparecera, todos ofegantes e com expressões sérias, logo todos reconhecera Avi.

- Opa Avi, valeu por segurar Mitchell pra nós.

Mitch se mantinha atrás de Avi com medo em excesso.

- O que houve, ele fez algo á vocês? - Avi quis saber.

- Não especificamente, só queremos bater nesse viadinho - um deles disseram.

Avi olhou para o garoto atrás de sí, o mesmo tinha uns traços femininos e logo deduziu ser gay, Avi voltou-se para o grupo de garotos e torceu muito para que não fosse preconceito. Avi odeia isso e qualquer tipo de intolerância ele abominava. Se fosse esse o caso ele com certeza iria comprar a briga, mesmo que não conhecesse o garoto.

- E por qual motivo? - cruzou os braços.

- Não vê? Ele é uma bixa.

- Por isso? - irou-se - pois bem, terão que passar por mim primeiro, pra querer tocar o garoto.

- Qual é Avi? Vai proteger? É seu amigo?

- Eu não o conheço, mesmo assim, vocês não vão bater nele.

Mitch se sentia protegido, aos poucos, a expressão de medo ia embora. Acreditara que não iriam tocar no Avriel Kaplan, Filho do dono e diretor da escola Michael Kaplan.

- Avi não queremos problemas contigo é só liberar o garoto e ficamos na paz. - Disse o gordo do grupo.

- Virou viado também é? Tá comendo ele? - Disse o mais alto.

- Mesmo que eu estivesse, isso não é da conta de vocês.

Avi se mantinha firme com os braços cruzados em frente de Mitch, mesmo que todos os garotos fossem maior e mais forte que ele, não sentira medo algum, se sentira determinado. Pois tinha uma carta na manga.

Um dos garotos deu um passo a frente e olhou bem no fundo dos olhos verde de Avi e disse.

- Você vai mesmo querer enfrentar? Estamos em maior quantidade, Apenas um de nós daria conta de você. Saia da frente.

- Você são da escola não é? Pois bem - Avi saiu da frente de Mitch que temia muito e se sentia traído, mesmo que não conhecesse Avi, estava depositando uma confiança imensa no mesmo. - Faça, bata nele. E então irei falar ao meu pai para expulsar vocês por preconceito. Por agredir alguém sem um motivo convincente.

Os garotos ficaram calados, mentalmente atacavam Avi.

- E tem mais - gesticulava com as mãos - digo á ele para cancelar o campeonato de futebol americano desse ano será que ele vai me atender? Vocês do terceiro iriam ficar decepcionados se não participassem do ultimo campeonato de vocês naquela escola.

- Cala a boca, cara você nem lembra do nosso nome - testou um dos garotos.

- Ah não? Stuart, Christoffer, Adrian, Robert, quer que eu continue? Não estou forçando ninguém a nada, vocês querem bater no garoto por ser gay, vão em frente. Só não esqueça das consequências.

O coração de Mitch se aquecia. Os garotos se olhavam, Avi viu um carro passando e então usou outro truque.

- Olha lá quem está vindo! O meu pai, já aproveito e ele expulsa vocês agora mesmo, ou podem desistir disso tudo.

- Teve sorte de esbarrar em Avi, mas na próxima ele não estará aqui para te defender - os garotos se viravam para ir embora.

- Ah só mais uma coisa - Avi disse - se eu saber que vocês tocaram nele ou em qualquer outra pessoa... Já sabem né.

- Claro se esconde atrás do papai.

Os garotos se foram e o carro passou. Avi voltou para Mitch e segurava novamente em seus ombros.

- Está tudo bem agora... Você já deve ter ouvido falar de mim, sou Avriel, me chame de Avi.

- Já ouvi sim, sou Mitchell.

Mitch na visão de Avi não era bonito, mas não impediu que se instalasse um clima confortável entre os dois, um sorria para o outro, Mitch não evitou o inevitável. A paixão. Já com Avi foi algo irreconhecível, algo que normalmente sentia por garotas e por ser um homem alí preferia achar que não fosse a mesma coisa.

- Bom - disse Mitch tímido - obrigado, mas preciso ir.

- Não precisa me agradecer, qualquer coisa me procure, se quiser posso te levar até a sua casa.

- Não precisa.

- Certeza? Não é um problema, posso te levar - insistiu.

- Não! - O menor acabou por gritar - eu vou indo.

O grito assustou, então o soltou deixando partir, Mitch não queria gritar. É só que ter aquela aproximação de novo com um garoto hétero não o agradava e mesmo que Avi seja bonito e o desejasse muito, ele já vivenciou com um hétero antes e tirou prova que hétero só querem usar Mitch até não restar nada dele e quando as coisas apertam são os primeiros a abandonar o barco, foi assim que aconteceu com ele e Jason - Seu antigo namorado -, havia se machucado muito, a cicatriz ainda estava aberta, Mitch não conseguira se relacionar com homens, pelo menos não agora.

Correr de "valentões" era o normal de Mitch, raramente era alcançado tinha tempos de experiência em fugir e quando alcançado apanhava por todas as vezes que deu fuga, o que não era normal é alguém protegê-lo e todas as vezes que isso aconteceu a paixão era imediata. Isso ocorrera uma vez na sua vida. Ele sabia que não tinha chances com Avi, primeiro era hétero, segundo é do tipo que pega usa joga fora tal como Jason, era o que as garotas que ficavam com ele dizia. E de pessoas assim quer só distância, Mitch se achava feio também. Tinha certeza absoluta que Avi terminaria os estudos sem falar com ele novamente, Avi seria só mais um garoto por quem Mitch se apaixonara e com o tempo era esquecido dando o lugar a outro.

O terceiro bimestre já se fazia presente e desde o ocorrido Mitch sofria menos, não precisou fugir de mais ninguém, nenhum garoto se meteu com Mitch, nem o ofendia, Mitch todo dia agradecia Avi mentalmente, pois o mesmo trouxe paz.

Mitch a Naomi o que aconteceu, ela se sentira feliz por seu ficante ser uma boa pessoa, ela nunca acreditou nos boatos que ouvia de Avi, as pessoas tinha inveja dele por ser bonito e filho do dono da escola e para tentar humilha-lo inventavam coisas ruins deles exatamente como Naomi. Uma garota linda, elegante e bem de vida e as pessoas invejosas a difamava, isso nunca afetou, ela sabia que Avi não era uma pessoa ruim, após proteger Mitch teve certeza disso. O lance de Avi e Naomi é complicado. Quando um sentia vontade de beijar o outro estava lá disposto, nunca levaram para o lado pessoal e ninguém prendia ninguém, se Avi visse Naomi ficando com outro cara ele super apoiava e vice-versa. Eles eram super amigos, mas quando pintava algo os dois se pegavam como namorados, era uma espécie de amizade colorida.

Faltava só um mês para acabar o ano letivo quem passou de série passou, quem não passou irá rever toda a matéria no próximo ano, a sala de Avi havia ganhado o campeonato de futebol americano graças a sua liderança e também contando com seu último gol que fez um desempate nos quarenta e cinco do segundo tempo, sua sala ganhou de cinco à seis. Num sábado abriram a escola para fazer uma festa em comemoração a isso, e só entrava quem estivesse com uma autorização assinada de um dos alunos da sala vencedora. Normas da escola.

Scott, Kirstie e Lindsey o trio inseparável foram, assim como Mario e Todrick, já não se pode dizer o mesmo de Mitch que, mesmo com a insistência de Mario, Todrick, Naomi e outras garotas preferiu ficar em casa. No meio da escola, no pátio, havia uma maquina onde tinha todos os tipos de músicas e uma abertura onde coloca cd's para tocar, tinha também quatro microfone, violão, violino, bateria, guitarra, violoncelo, piano, saxofone e atabaque.

- Olá a todos - Avi subira no palco e disse no microfone fazendo sua voz pouco grossa ecoar, todos viraram para ele - primeiramente quero agradecer a todos que vieram a nossa grande festa em comemoração a nossa vitória.

Avi puxou um banco perto do microfone onde se sentou e pegou o violão.

- Eu e Naomi - alguns gritos como "se beijem, "casem", "transem" o interrompeu - calma pessoal, não iremos nos pegar, não aqui.

Naomi vinha de encontro de Avi, enquanto Kirstie encarava tudo aquilo com desconforto.

- Para encorajar vocês a subirem aqui e soltarem a voz, Naomi e eu iremos cantar "All about that bass" da Megan Trainor.

A cantoria dos dois se iniciou, Avi com sua potencial voz encantava todos. Mas quem ele queria encantar não se fazia presente ali. Após acabar de cantar receberam uma salva de palmas longa e duradoura pra finalizar ambos deram um selinho e saíram em direções contrárias. E mais uma vez os alunos iam a loucura, Kirstie se sentia tão ofendida com aquilo. Ela já viu Avi beijando outras garotas, mas não na frente de mais de vinte salas.

Kirstie não deixou que aquilo acabasse com sua noite. Jogou a tristeza pro ar e continuou se divertindo com Scott e Lindsey. Mario se animou com a apresentação de Avi e Naomi e estava com uma vontade imensa de ir lá e cantar, mas não tinha medo das pessoas odiarem.

- Vai lá Mario, sua vez - dizia Naomi sua amiga de tempos.

- Não Naomi, eu vou passar a maior vergonha.

- Quê? Claro que não você canta tão bem.

- Só vou se você for comigo.

- Para de infantilidade Mario, vai lá e arrasa. Você sabe que pode fazer isso sozinho, se eu for contigo as pessoas vão só focar em mim. Você sabe como essa escola é, então vai lá cantar, deixe sua estrela brilhar - Naomi sorria largo.

- É isso aí, e eu irei logo em seguida - Todrick dizia para o animar.

- Está bem, eu vou.

Todrick piscou ao que Mario corria para o palco. Kirstie e Lindsey soltava altas risadas com as piadas que Scott contara, na euforia Mario acaba esbarrando no loiro derrubando o copo de refrigerante no chão, o gordo admirou a estatura do mesmo e ficou com medo de levar uma surra.

- Me desculpa cara, não foi minha intenção, me desculpa mesmo por favor não me bata - Mario dizia aceleradamente.

- Calma cara está tudo bem foi só um refrigerante - Scott sorria docemente.

Mario se alegrou. Pela primeira vez não apanhou ou levou uma bronca por esbarrar em alguém naquela escola e isso deu mais forças para subir no palco. Sentira que a maré daquela escola mudaria.

- Olá todos eu... - Mario estava tímido, mas ao olhar Scott que sorria largo toda timidez se foi - Eu vou cantar uma música e gostaria que todos ouvissem com atenção a letra.

Mario iniciou seu show. Pois era o que ele fazia, um show. Todos que assistiam observava com atenção, ninguém esperava que "Lay Me Down" saísse tão bem. Ainda mais vindo do Mario que todo mundo julgava por ser gordo, gay e feio, as pessoas daquela escola perceberam o quão errado era julgar um livro pela capa, Mario achou que estava indo mal, pois em nenhum momento escutou assobios ou gritos. As pessoas estavam ocupadas demais ficando surpresas com o que vera e ouvira e quando Mario abriu os olhos terminando de cantar pôde ver a expressão de espanto de todos e não demorou muito para os aplausos e assobios surgirem e foram tão longos. Mas do que quando Naomi e Avi cantaram, Mario se emocionou com tudo aquilo. Sentia a lagrima preencher os cantos dos olhos. Mario desceu e todos desejaram parabéns enquanto batiam em suas costas ou apertavam sua mão, o mais especial de todos foram as felicitações de Scott.

- Poxa cara, você foi esplêndido. O quão bem você canta.

Scott abraçou Mario firme e ele se sentia bem em seus braços. Pela primeira vez na vida torcia para um cara hétero ser gay, Scott levou Mario para o caminho da perdição chamado Paixão. Mas alguns minutos Scott, Mario, Kirstie, Naomi, Todrick, Lindsey e até mesmo Avi conversavam sentados em uma mesa, Kirstie percebera que Mario estava tão próximo de Scott e não foi a única pessoa da mesa ver isso.

- E você não vai cantar? - Avi puxou assunto.

- Não obrigada sou tímida demais pra isso.

- Kirstie achou que Avi não lembrava-se dela.

- Prazer eu sou a...

- Kirstie - Avi a cortou - eu lembro de você quando entrou na sala errada no início do ano.

- Sim - ambos sorriram - Foi tão vergonhoso.

- Eu também notei que você não parava de me fitar.

Kirstie corou. Ela ficou feliz em saber que ele lembrava dela, mas ficou tímida ao saber que ele notou os olhares que ela dava.

- Por que nunca veio falar comigo?

- Eu... Eu não sei, desculpa.

- Não precisa se desculpar - Avi teve um ataque de Fofura interno - Não fez nada de errado, eu que fui tosco por nunca ter ido atrás de você, não sabia que nesse frasco pequeno havia um enorme conteúdo.

Kirstie olhou para baixo e Avi a achou mais linda ainda ele a queria para si. Não como quando ficava com as garotas por uma noite só. Ele queria cuidar dela quando ficasse doente, a consolar quando chorar, casar, ajudar a amamentar o filho de ambos. Em apenas alguns minutos Avi sonhava alto. Alguma coisa dentro dele dizia que Kirstie seria a garota.

Todrick se lembrou do que prometeu para Mario, subiu no palco e quando terminou de cantar "End of time" da Beyoncé foi aplaudido de pé, não tanto quanto Mario ou Naomi e Avi, mas uma salva de palma considerável, mal desceu do local, Kirstie, Scott e Lindsey subiram, Lindsey pegou um violino que usaria e então cantaram "Radioactive" Lindsey arrasava com as notas que alcançava no violino. Após terminarem a música foram igualmente aplaudidos, Mario o felicitou Scott firmemente, Scott achou estranho a quantidade de tempo que ficou agarrado nele, mesmo terem se conhecido naquele dia ambos se sentiam tão próximos. Mario deixava estampado que gostou de Scott mais do que amigo.

O loiro também alimentava um sentimento maior do que uma amizade pelo gordo, não deixava exposto por medo de sofrer preconceito ele gostar de um homem ainda era algo muito recente e ele não conseguia lidar muito bem com isso, mas sabia que era algo real e fugir não faria bem a nenhum dos dois.

Já era tarde e bastante pessoas já foram embora. Kirstie e Avi foram dar uma volta pelo quarteirão da escola os dois se divertiam na presença um do outro. Avi com seus atos provara a Kirstie que ele era totalmente diferente dos boatos que percorrem escola á fora e isso fez ela se apaixonar mais por ele. Avi sentia um certo peso na consciência por ter saído com a garota que Jeremy, seu amigo, gostava se sentia mais culpado ainda por ter beijado ela, no momento Avi pensou em ninguém, pensou apenas em sí mesmo, no beijo que foi bom para os dois.

Avi se aproximou bem mais de Kirstie, não tinham um namoro oficial, era como Naomi só que com mais apelo sentimental, desde que ele conheceu Kirstie não beijou nenhuma outra garota. Somente ela. Quem não gostou muito desse fato foi Jeremy que se afastou de Avi, ele não iria arriscar sua felicidade por outra pessoa, sempre pensou assim, Jeremy nunca correu atrás de Kirstie quando pôde também.

Todos se apegaram muito um ao outro. Mitch se soltava mais na presença de Todrick, Mario e Naomi, a relação de Scott com Mario estava muito intima eles se gostavam, entretanto ninguém dava o braço a torcer. Mitch parou de fitar Avi, não queria ser a causa da separação de ninguém. Ele não percebeu que o jogo virou e que Mitch era admirado á distância por Avi, mesmo ele estando com Kirstie, gostar dela, fazer juras de amor e tudo. Avi escondia um sentimento obscuro por Mitch. Cedo ou tarde o sentimento ia florescer.