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História Apenas nós - Capítulo I (Arco 1)


Escrita por: meizinhaaaaa

Notas do Autor


Boa leitura.

Capítulo 1 - Capítulo I (Arco 1)


Fanfic / Fanfiction Apenas nós - Capítulo I (Arco 1)

Sempre gostei do inverno, o arrepio que percorre o corpo assim que a fria brisa bate, trasmite uma sensação incrível que me faz recordar da época que me banhava na fazenda observando a lua. Me mudei pra Nova York a alguns meses e mesmo com os meus dias sendo bem tranquilos, não consigo encaixar um tempo para admira-la como fazia antes. Apesar desta cidade ser uma das maiores do mundo, eu vivo de maneira pacata em minha casa onde já há diversos enfeites como piscas piscas, bonecos de neve e pinheiros, afinal, faltam apenas duas semanas para o Natal. 

Sabe? Às vezes sinto falta do interior, dos animais da roça, do verde imenso mas, depois que me formei na faculdade seria impossível construir uma carreira naquela cidadezinha.

De toda forma, agora estou aqui, na Report's Aclo, uma das emissoras mais famosas de Nova York. O prédio possui uma vista privilegiada para o Central Park, com diversos andares em vidro. A empresa em si, é incrivelmente linda, promissora, rende - com certeza - pilhas de dinheiro para para o dono e por incrível que pareça, eu trabalho aqui. A princípio quando fui contratada era a realização de um sonho, mas até agora não tenho feito jus a profissão, afinal, nunca cobri um furo. Eu apenas escrevo documentários pequenos, comentando sobre como os desfiles de moda estão populares e no momento, estou revisando o trabalho - como sempre - mal feito de Laxus, meu irmão e por algum motivo divino, meu superior.

-Lax, é natal! As pessoas querem saber de muitas coisas! - coloquei as mãos na cintura - Mas não!...  - revirei os olhos - Você me faz um artigo sobre como os casacos vermelhos, estão mais caros que os azuis e com apenas duzentas palavras, sendo que o Acnologia pediu com quatrocentas e vinte? Nem parece que eu sou a irmã mais nova. - suspiro cansada.

Laxus: Um loiro alto com uma cicatriz no olho. É um galanteador e tanto, acaba com o coração das pobres moças. Talvez seja por isso que o contrataram, ele dá outra cara para a empresa. Mas em contrapartida, ele não sabe trabalhar, quer dizer, ele não sabe trabalhar nessa área da reportagem, o que me faz ficar com todo o trabalho que era pra ser dele. 

O observei repreensiva e notei que ele parece estar concentrado em qualquer outra coisa que não fosse eu. Ele encarava os pés, a janela, dava um sorriso para alguma garota e o ciclo se repetia.

-Lax? Laxus!

-Não precisa gritar. - disse ajeitando sua gravata.

-Você ouviu alguma coisa que eu disse? - cruzei os braços. 

-Lucy, você sabe que sou bom advogado. - revirou os olhos - Não sei nada sobre jornalismo... Estou aqui apenas por...  Pra ajudar o papai... Sei lá... -suspirou - Nem sei como que me contrataram... - disse por fim com descaso.

-Isso eu sei mas, pelo menos tente Laxus... - apertei minhas têmporas - Eu sempre tenho que te salvar pois você não sabe fazer nad...

-Lucy, - me cortou - aqui no trabalho eu sou seu superior, tenha mais respeito. - franziu o cenho.

-Mas não deveria! Você não sabe nada! Não presta nem pra escrever um documentário decente...  - saí de perto resmungando.

Fui na direção da cafeteira que ficava - coincidentemente - do lado de minha mesa. Com certeza ela era minha salva vidas e companheira nas piores horas. Apos selecionar a opção "café extra forte" percebo uma azulada se aproximando esbanjando um sorriso sapeca.

-Me deixe adivinhar. - riu - Vai ter de reescrever um artigo tosco e salvar a pele de Laxus como você sempre faz?

Levy é uma de minhas melhores amigas. É a menor garota que conheço, tem cabelos azuis e olhos âmbar lindos mas parece um pequeno dragão.

-Bom... É meio que a minha função, ele é meu irmão... - suspirei - E superior. - acrescentei revirando os olhos enquanto bebericava minha bebida.

-Fala pra ele onde enfiar isso. - Juvia apareceu do meu lado.

Minha outra melhor amiga azulada, assim como Levy, é um anjo, com sua pele mais branquíssima, a gentileza de um coice de cavalo e a simpatia de uma manada de mamutes em debandada, esta é ela. Ah, e ela possui olhos azuis.

-Eu não vou falar nada, - ri - gosto de ter meu emprego - sentei em minha mesa.

Encarei toda aquela papelada em cima da mesma e depois de alguns segundos de reflexão sobre o que eu estava fazendo da minha vida, comecei organizar e colocar cada coisa em seu devido lugar. Poucos minutos depois, escuto meu telefone da empresa tocar.

-Lucy, o o chefe quer você na sala dele, agora. - era Zeref, secretário de Acnologia. 

Zeref, o definiria como rústico, ele é bem cético e direto, mas no fundo é um amor, eu acho. Têm madeixas e olhos negros e assim como Laxus, só de respirar arranca suspiros involuntários das mulheres.

-Se divirta. - Levy sorriu sarcástica do meu lado.

-Boa sorte! - Juvia acenou.

Andei tensa em direção da sala de meu supervisor. Dei duas batidas de leve na porta e escutei um "entre" abafado.

-Olhe, Acnologia, - comecei - se isso for sobre o artigo do Laxus para o fim do ano eu...

-Esqueça o artigo. - me cortou com descaso enquanto mexia em seu notebook - Eu tenho outra coisa pra você. - sorriu - Sente-se, querida.

Acnologia, dono empresa, um homem grosso, que aparentemente só se importa consigo mesmo e com dinheiro. Ele tem cabelos compridos negros - lindos, totalmente brilhosos e sem friz - e uma pele tão hidratada que é de se dar inveja.

-Bom... - pude ver ele pegando uma revista em sua gaveta - O que você sabe sobre a família real de Magnólia? - arqueou a sobrancelha.

-Magnólia? Bem... - me sentei de frente a ele - O rei morreu no começo do ano, e o príncipe que vai assumir é um... - coloquei a mão no queixo - Bosta, se me permite dizer. 

-Ele também é um playboyzinho e mulherengo. - completou - O príncipe playboy Natsu, sumiu antes da morte do pai. - me jogou a revista - E isso não seria um problema mas, o tempo limite em Magnólia para ficar sem um rei é de um ano. - notei que Natsu estava na capa da revista - E bom, isso se expira em janeiro e eles precisam de um novo rei antes que o Natal chegue.

-Mas, então... Se o príncipe sumiu... O que acontece?

-É exatamente isso que você vai descobrir. -  sorriu - "Sua Alteza" - soou zombeiro - voltará este fim de semana e se ele abdicar, preciso de alguém para registrar os fogos de artifício. - gesticulou com as mãos - Marcaram uma coletiva de imprensa para o dia dezoito. E eu preciso de uma pessoa no local. - ele vai me mandar pra um lugar extremamente longe daqui pra cobrir um furo maravilhoso desses? Algo não está certo.

-Olha, eu não quero me desmerecer mas, por que me escolheu?

-Você é linda, talentosa, esperta, inteligente... - sorriu amarelo.

-E?

-E nenhum dos meus jornalistas podem ir este fim de semana... - suspirou em derrota.

- Imaginei,  - ri - okay então. Pelo menos, não vou ter de arrumar a bagunça do Laxus.


***


-Playboyzinho mimado, não tinha responsabilidades e desapareceu poucas semanas antes da morte do pai... - lia em um jornal online.

-Lu! É esse cara que vai ser a sua matéria? - Levy perguntou atrás de mim com os olhos brilhando. 

-Felizmente ou infelizmente, sim. - bati a cabeça na mesa.

-Infelizmente nada! Dou nota dez pra ele. - Juvia apareceu me olhando sacana - Olha esse sorrisinho... - apontou pra uma das fotos que apareciam na tela.

-Bem, ele não faz meu tipo. E esse cabelo rosa falsificado. - ri.

-Ei! É natural. - Levy argumentou.

-Duvido muito.

-E também, Lucy, ele faz o tipo de todo mundo. - Juvia soltou.

-Não o meu. - falei com indiferença. 

-Impossível, ele é mais bonito que o Zeref e o Laxus, juntos! - a azulada completou.

-Lucy, você tem que desencalhar. Quanto tempo faz que você terminou com o Loki? Um ano? Dois? - Levy contava nos dedos.

-Okay, okay... - suspirei com as mãos para cima - Dá pra não falarem sobre a minha vida amorosa?...

-É sério, Lucy, essa matéria pode catapultar sua carreira.


***


No final do meu turno ainda tive de achar outro assunto para o Laxus escrever - não, não consegui me livrar desse afazer - e corrigir quando ele terminou. Agora, estou na porta da confeitaria que sempre vou após o término do meu expediente.

-É. Parece que esse ano as coisas aumentaram gradativamente o preço... Está tudo cada vez mais caro por causa do... - o dono estava conversando mas me viu - Me dêem licença.

-Preparou o de sempre? - me aproximei da bancada. 

-Sim, um pedaço de key lime pie, um strawberry shortcake, um milkshake de baunilha e um copo de chocolate quente. São dez dólares. - concluiu me entregando tudo empacotado - E eu não sei pra onde vai isso tudo. - riu.

-Coloca na conta. - revirei os olhos.

-O quê??? Acha que é especial? - franziu o cenho.

-Talvez só um pouquinho. - beijei sua bochecha - Obrigada,  papai. - ele esbanjou um sorriso em resposta.

-Que tal se na noite de natal, ao invés dos nossos bagels nós fizéssemos cheesecakes? Sabe, eles eram os preferidos da sua mãe...

-É, sobre isso... - me lembrei que teria de viajar a trabalho, como pude aceitar aquela proposta? Não vou estar aqui no natal pra ficar com papai...

-O que foi, Lucy? - perguntou preocupado. 

-O meu superior me deu uma matéria para cobrir e...

-Que bom filha! - me abraçou desengonçado.

-Ela é sobre a família real de Magnólia. - disse quando ele me soltou - O príncipe é meio que um garoto mimado e talvez até abdique.

-Filha, esse vai ser um grande passo na sua carreira. - tinha um certo tom de orgulho em sua voz.

-Sim, mas... - suspirei - Eu teria que estar ausente no natal. - falei rápido - E eu sei que você estaria sozinho, e...

-Filha, - pousou a mão em minha bochecha - não se preocupe comigo. - sorriu - Sabe que sempre estarei aqui. - apontou para meu peito.

-Pai... - sorri de volta.

-De qualquer forma, a questão é arriscar pra ganhar. - disse convicto - Então não se preocupe com seu velho, vou estar bem. Sem contar que Laxus vai ficar aqui comigo. - riu - Pode ir lá pra essa tal de Mag-não-sei-o-quê. 

-Magnólia, pai. - ri.

-Isso. - bateu as mãos - E me deixe orgulhoso, filha. -  o abracei forte.

-Você é o melhor pai do mundo.

-Eu sei, eu sei. Mas ainda são dez dólares na sua conta!

 

***

 

Meu avião pousou em Magnólia e desci do aeroporto até a área dos táxis e depois de um longo tempo de espera um carro amarelo parou ao meu lado indicando que era minha vez. Eu estava prestes a entrar quando um homem passa correndo por mim e adentra o mesmo.

-Com licença?! - o encarei franzindo a sobrancelha.

-Desculpe, preciso muito ir nesse carro. - sua voz soou séria e ele não me encarou - Tenho de entrar nesse táxi, se não, não chegarei a tempo. - disse sem fôlego, devia estar correndo.

Ele estava de óculos escuros e touca, trajava roupas enormes de frio e um cachecol branco. E ao olhar com mais atenção, escondido por de trás de todo aquele pano, ele possuia uma barba grossa de uma coloração questionável: rosa.

-Mas esse táxi é meu! - esbravejei incrédula. 

-Peço desculpas. - ele disse e bateu a porta - Te compenso qualquer dia desses. - sorriu.

-Você não pode fazer isso, cretino egoísta! - chutei a roda do carro.

Logo depois o mesmo deu partida para algum lugar de Magnólia. 

Me compensar? Vou acabar me atrasando por causa dele.

-Babaca... - murmurei.

Depois de esperar mais um tempo, peguei outro táxi, fui até a pousada onde ficaria hospedada, arrumei minhas coisas e parti em direção ao palácio real, e sim, estava atrasada. 

Cheguei na portaria do castelo e havia pessoas de imprensas de diversos lugares do mundo. Todos entramos pela entrada 5 do castelo, recebemos crachás de identificação e fomos até a sala onde nos sentamos e começamos a esperar pela chegada do príncipe Natsu. No entanto, passaram-se muitos minutos e nada de "Vossa Alteza" dar o ar da graça, e é claro, que todos começaram a ficar inquietos.

-Onde está o príncipe?! - ouvi um dizer.

-Já era pra ele estar aqui a trinta minutos! - outro murmurou.

 Um homem de cabelos azuis e uma marca de nascença no rosto, vendo o alvoroço, subiu no pequeno palco que havia sido montado e se apresentou no microfone como Jellal, assessor da rainha.

-Senhoras e senhores, muito obrigado por virem hoje. Sei que viajaram grandes distâncias para estarem aqui mas, lamento anunciar que teremos de cancelar a coletiva de imprensa. - ouvi muitas reclamações - O príncipe Natsu está... - ele pareceu pensar - Indisponível no momento. - concluiu.

-Que falta de ética!... - uma ruiva comentou ao meu lado.

Todos os presentes começaram com seus protestos típicos de jornalistas enquanto eu me dirigia em direção a saída.

-Por que já está indo, senhorita? Não têm perguntas? - o azulado disse e todas as pessoas me encararam.

-Ficar aqui de nada adiantará, não vai mais ter coletiva então, não tem necessidade de eu perder meu tempo aqui, não concorda, senhor? - percebi ele dar um sorriso de lado.

-Façam como ela, um exemplo de  jornalista. - com isso saí da sala.

Que mané voltar para Nova York o quê?! Não posso voltar de mãos vazias, Acnologia me botaria na rua. Mas não sei o que fazer...

Já estava fora do hall do castelo tentando bolar um plano infalível para descobrir algo sobre a família real quando vejo alguns empregados andando em direção a uma entrada para os fundos do enorme castelo. Os segui sorrateiramente cantando mentalmente a música do filme "Missão Impossível".

Cheguei a um corredor onde tudo era no tom creme e vermelho. Havia várias pilastras e janelas compridas com flores aos seus pés. Notei também alguns quadros famosos espalhados e um lindo tapete de linho rubro no chão.

-E tudo tão... - pensei alto e comecei a tirar fotos de umas estátuas e dos quadros que haviam ali.

-Posso lhe ajudar, senhora? - fui interrompida de meus desvaneios por uma voz grave atrás de mim.

-N-não eu... É.... Sim. - gaguejei me virando bruscamente dando de face com o peitoral de um homem  - Na verdade era pra eu...

-Ah, - disse como se lembrasse de algo - Americana, não é mesmo?

-Como? - não havia entendido a pergunta.

-Você deve ser a nova tutora da princesa Wendy, certo? - olhou algo em sua prancheta.

-Eh... - não tenho escolha - Sim! Sou eu, a tutora. - sorri afirmando.

-Muito bem. - bateu as mãos - Siga-me, por favor. - se virou - A propósito, meu nome é Gajeel. - fomos em direção às escadas - Eu sou o guarda chefe aqui do palácio.

Prendi a respiração e então percebi que meu crachá com identificação de repórter ainda estava a mostra. O guardei em minha bolsa rapidamente.

 Agora que parei para observa-lo: Alto, cabelo negro comprido, alguns  piercings espalhados, músculos extremamente definidos e um terno extremamente passado. 

-As guirlandas vão acima da lareira na sala de estar e a rainha quer mais polinésias no átrio.  - ouvi após virarmos em um corredor pela milésima vez.

Quem falava era uma moça que devia ter por volta dos quarenta anos, cabelos azuis e compridos, olhos um tanto quando amedrontadores.

-Senhora Aquárius, a nova tutora da princesa Wendy chegou. - o moreno me apresentou.

-Mavis Vermilion, creio eu... - me indagou.

-Sim, essa sou eu. - afirmei um pouco incerta - Prazer em conhece-lá. - estiquei minha mão, ela a ignorou.

-Sua agência disse que só estaria disponível depois de fevereiro. - cruzou os braços.

-Eu não estava, mas meu outro trabalho terminou antes, então...

-Então pensou que podia simplesmente aparecer... Aqui. - me cortou enquanto arqueava a sobrancelha.

-Desculpe. - disse sem graça - Posso ir embora se foi uma má ideia. - engoli seco.

-A rainha mencionou que desejava ter alguém para manter a princesa ocupada durante os feriados. - Gajeel se pronunciou - A última tutora foi embora de forma, - pareceu pensar - abrupta.

-E o que aconteceu?  - questionei em um certo tom de preocupação.

-Isso não lhe concerne. - Aquárius soou firme.

-Algo sobre um rato na cama dela... - Gajeel murmurou e arregalei os olhos.

Percebi que Aquárius o encarou mortalmente mas, ele manteve sua postura.

-Venha comigo por favor. - a azulada disse em rendição e começamos a subir os degraus da escada que levava para o terceiro andar, Gajeel não veio conosco - Onde está sua bagagem?

-Em uma pousada.

-Mandarei alguém buscar. - disse quando começamos a subir outro lance de degraus.

-Não é preciso, posso pegar. - sorri amarelo tentando evitar que ela descobrisse que eu era uma farsa.

-Estou surpresa que tenha conseguido um quarto, com toda a imprensa aqui na cidade. - andávamos pelos corredores - Parasitas, todos eles. - balançou a cabeça em negação. 

-A escória da Terra. - ri.

Mal sabe ela que eu sou um desses "parasitas".

-A rainha Grandine vai querer conhecer você. 

-A rainha? - fiquei rubra.

-Imagino que está familiarizada com nossa etiqueta real: não deve apertar a mão de sua majestade mas pode fazer uma reverência. -  balancei a cabeça consentindo.

Andamos mais um pouco até escutarmos uma discussão vindo de uma sala.

-Eu precisava de mais tempo para pensar!

-Teve tempo, Natsu! Não pode faltar aos compromissos reais!

-Sim, mãe, eu sei mas eu...

-Com licença. - a azulada empurrou a porta.

Nós duas adentramos a mesma, mantive meu olhar baixo. Ao levantar vi uma mulher que claramente era a rainha, uma senhora de cabelos azuis compridos, roupas bege muito bem passadas e um sapato social preto. Ao olhar para seu lado vi uma certa pessoa familiar na minha frente.

-Você? - ele me questiona indignado.

-Vocês se conhecem? - a rainha indagou.

-Nossos caminhos se cruzaram. - respondeu a pergunta com tom de brincadeira - Cretino egoísta, às suas ordens. - fez uma reverência com um sorriso sapeca no rosto. 

-Eu... Sinto... Muito... Não fazia ideia quê... - estava corada - Que... Era voc...

-Não, não. - me interrompeu com as mãos na frente do corpo - Sou eu quem deve pedir desculpas. - desviou o olhar.

-E você é?  - a rainha peguntou cortando nosso diálogo.

-Vossa majestade, apresento a senhorita Mavis Vermelion, a nova tutora da princesa Wendy. - Aquárius se pronunciou.

Fiz uma reverência - totalmente desengonçada - e vi Natsu segurar o riso. Então uma porta das outras diversas portas que davam para aquela sala, é aberta.

-Natsu! - uma garotinha com duas muletas aparece.

Baixinha, com cabelos azuis compridos, um sorriso no rosto e algumas pulseiras coloridas no braço.

-Aí está você, meu anjinho. - Natsu foi em sua  direção sorrindo.

-Não sou seu anjinho. - fez bico.

-É sim. É um pequeno e lindo anjinho. - à pegou pelos braços e começou a rodopia-la fazendo com que ela soltasse as muletas no chão.

-Natsu, solte-a. - a rainha disse repreensiva.

-Meu anjinho! Meu anjinho! - ele dizia enquanto ainda a rodava.

Ele parece uma criança que estava em um parque de diversões, totalmente elétrico e imparável. Seus olhos brilhavam e mesmo que aquela barba enorme atrapalhasse um pouco, eu via que ele esbanjava um sorriso cheio de carinho e amor, um sorriso sincero, como o de um bebê.

-Natsu, pare! - Grandine a rainha parecia estar ficando alterada.

-Continua Natsu!... Mais rápido! Mais rápido! - a garota dizia rindo em contradição.

-Natsu Dragneel, coloque-a no chão, agora! - esbravejou ríspida.

-Como desejar, Vossa Majestade. - diz sarcástico colocando a garota no chão.

-Eu não sou uma boneca de porcelana, mamãe. - a menina diz emburrada - Consigo brincar como todo mundo.

-Mas me preocupo mesmo assim. Se alguma coisa acontecer com você...

-A mamãe não me deixa fazer nada além de estudar e ir ao banheiro. - a garota reclama para Natsu.

-Agora eu estou com muita pena de você. - disse zombeiro enquanto a garotinha se reestrutrurava com suas muletas e mostrava língua.

-Sua barba e seu cabelo estão horríveis por sinal. - a rainha balançou a cabeça em negação. 

-Sim. - a pequena azulada riu - Parece o Papai Noel mendigo.

-Eu sei, eu sei. Só deixei crescer para não ser reconhecido. - o rosado diz em rendição - E, parece que funcionou... - me encarou e fiquei sem graça.

-Quem é você e o que está fazendo em meu palácio? - Wendy disse parecendo só agora ter notado minha presença. 

-Filha, maneiras. - sua mãe disse.

-Ela é sua nova tutora de Minnesota. - Aquárius se pronunciou.

-Eu sou a Lu... - opa - Mavis Vermelion. Muito prazer em conhecê-la, Wendy. - sorri.

-Você deve me chamar de "Sua Alteza Real". - revirou os olhos - Não te ensinaram nada na escola pra tutores?!

-Irá começar suas aulas amanhã, Wendy. - sua mãe a encarou ignorando seu comentário. 

-Mas é quase natal... - fez bico - E....

-Espero que a senhorita Vermelion dure mais que sua tutora anterior. - sua voz saiu severa.

-Façam suas apostas... - Natsu diz rindo - Veremos quem dará o primeiro ataque....

-Eu gosto de ratos. - comentei ao me lembrar o motivo da saída da antiga tutora.

-Um a zero, irmãzinha. - ela revirou os olhos.

-Senhora Aquárius, mostraria à senhorita Vermelion seus novos aposentos? - Grandine quem se pronunciou.

-Claro, Vossa Majestade. - curvou-se e se retirou.

-Obrigada. - comecei a andar de ré - Bom dia.

Quando percebi já era tarde. Havia esbarrado em um vaso que foi de encontro com o chão, como duas pessoas que anseiam em se encontrar. O barulho ecoou por toda sala e comecei a pensar em como aquele objeto custaria mais que meu rim e todo meu salário pelo resto da vida, juntos.

-Ai não... Eu sinto muito... Eu.. Era caro ou...

-Apenas porcelana Ming do século 15. - a rainha diz com descaso.

-Eu sinto muito... - me curvei e vi Natsu dar um sorriso de lado.


 ***

 

Estava de noite e já havia pego minhas coisas na pousada. Resolvi ligar para Acnologia. Afinal, tenho de compartilhar o que estou fazendo. Definitivamente, sou maluca.

-Eu estou dentro do palácio. Infiltrada...

-Estou amando. Isso é muito melhor que uma exclusiva. - escutei a voz de meu chefe do outro lado.

-Mas, eu tive que mentir para entrar aqui.

-Quem se importa?

-Posso ir para a prisão por causa disso?

-Duas ou três semanas, no máximo. 

-Não ajudou.

-Ouça, faça esse jogo o máximo que puder. Faça muitos vídeos,  áudios,  fotos, tudo que puder pegar. Você pode fazer isso Lucy?

-Com certeza.

 

***No outro dia***

 

-Imagino que tenha o currículo e o plano de aula que enviei à agência. - Aquárius disse enquanto andávamos pelo castelo.

-Eu... - pensava falhamente em uma desculpa plausível - Não, devem ter esquecido. - ela me entrega uma pasta. 

-Minha experiência com a sua agência pode ser mais descrita como, pura bagunça. - disse ríspida.

-Não se preocupe, senhora Aquárius. Não tem nada de bagunça comigo. - sorri. 

-Assim espero.

Seguimos o resto do caminho em silêncio até que chegamos em uma sala onde Wendy estava com sua cadeira de rodas.

-Vossa Alteza Real, - Aquárius diz entrando no cômodo - Você se lembra da senhorita Vermellion? 

-Bom dia, princesa Wendy. - sorri.

-Vá embora. - respondeu com descaso enquanto fazia alguns rabiscos em seu caderno.

-Isso não são modos de tratar sua nova tutora. - repreendeu - Por favor, sente-se. - me disse.

-Obrigada.

Puxei a cadeira e encontrei um rato no assento. Acho que minha expressão na hora foi: "MISERICÓRDIA, ALGUÉM TIRA ESSE TREM DAQUI!!!", Wendy riu.

-Pensei que houvesse dito que gostava de ratos. - sorriu cínica. 

-Não como almofada de assento.

Ela o pegou e guardou em um vidrinho que estava em cima de sua mesa, que estava por sinal, muito organizada.

-Agora, se já terminou com as emoções desta manhã,  sugiro que comece suas lições. Vou me retirar. - Aquárius disse e saiu da sala.

 

***

 

Wendy havia feito algumas atividades de matemática e eu estava conferindo - ou pelo menos tentando pois não estava entendendo nada do que ela havia feito.

-Então, como eu fui? - pergunta curiosa.

-Parece bom pra mim. - disse como se soubesse o que estava ali. 

-Eu tirei 96 no exame estadual. - fala com uma pitada de orgulho. 

-Bem; visto que você já é tão boa em matemática, por que não fazemos um pouco de redação? Redação é meu forte. - sorri pegando uma folhas.

-Você é escritora? - me questionou.

-Sim. - Sim? -  Não, - me lembrei que não estava lá como Lucy -   mas, eu estudei isso na universidade de Nova York.

-Pensei que você fosse de Minnesota. - ela cerrou os olhos.

-Eu sou mas, fui à faculdade em Nova York. - digo rapidamente.

Tomara que ela não desconfie de nada, do contrário, Acnologia me mataria. Tenho de ficar aqui por pelo menos mais um tempo pra...

-Está se imaginando o que aconteceu comigo, não é? - perguntou interrompendo meus pensamentos - Minhas pernas...

-Não! Que isso, eu só...

-Se chama espinha bífida e... Não tem cura. - deu um sorriso triste.

Ela guiou a cadeira de rodas até a janela mais próxima.

-Desculpe. Não queria incomodá-la. - sorri sem graça.

-"Pobre garotinha rica". É isso que você está pensando. É o que todos pensam... - ela olhava para fora da janela cabisbaixa.

Me levantei e fui em sua direção. 

-Na verdade... "Garotinha corajosa" é o que estava pensando. - coloquei minha mão em suas costas e ela sorriu. 

Olhamos pela janela e vimos o príncipe treinando arco e flecha mesmo nevando.

-O que acha de um pouco de ar fresco, Sua Alteza Real? - ela me encarou com um sorriso de "você só que ver meu irmão, mas vamos".

Nós nos aprontamos e fomos para o jardim onde o príncipe se encontrava. 

-O que está fazendo, Natsu? - ela perguntou enquanto nos aproximamos.

-Estou ajustando as miras do meu novo arco. - se virou para nós deixando seu rosto a mostra - Você está bem? - me questionou.

-Sim. - disse rápido - Estou bem, Sua Alteza Real, é só que... O seu rosto...

-Algo de errado com meu rosto? - disse passando a mão em seu queixo, que agora não havia mais barba.

-Não! Esta perfeitamente normal...

-"Perfeitamente" normal?... - perguntou com um sorriso sapeca passando a mão em seus cabelos que estavam cortados também.

-Não, não quis dizer isso. - coloquei as mãos na frente do corpo - O que eu quis dizer é que quase não te reconheci porque você se barbeou e cortou o cabelo, provavelmente porque sua mãe não gostou da barba. Não que tenha que fazer tudo que sua mãe diz. É só... - tentei mudar de assunto - Então, tiro com arco?

-Sim, meu pai me ensinou quando era mais novo. Não faz muito tempo. - sorriu enquanto ajeitava a flecha e a soltava longe do centro do alvo. 

-Podemos perceber que não faz muito tempo. - Wendy disse rindo.

-Ah! Você não deveria estar reduzindo uma fração ou algo assim? - diz vindo na direção dela.

-Estamos numa pausa. - revirou os olhos - Deixe-me tentar. - esticou seus braços. 

-Este arco é muito pesado pra vocês. - bagunçou o cabelo da irmã.

-Acho que a princesa Wendy pode fazer isso. A menos que tenha medo de ser humilhado. - o encarei com um olhar desafiador.

-Tá bom, vamos lá. - entregou o arco a ela e depois uma flecha - Se mamãe visse isso ela arrancaria minha cabeça. - riu.

-Melhor do que arrancar outra coisa. - Wendy murmurou.

-Princesa Wendy! - a repreendi.

-Como por exemplo: a orelha dele. - disse rindo como se fosse óbvio.

Eu dei uma fraca risada e percebi que Natsu me encarava sorrindo e corei. Já Wendy se concentrava em seu arco, mirou-o no alvo, respirou fundo e acertou bem no centro.

-Incrível! - digo surpresa - Toca aqui! - a princípio ela relutou mas depois deu um leve toque em minha mão. 

-Pura sorte de principiante. - Natsu revira os olhos.

-Com certeza. - digo sarcástica. 

-A senhorita Mavis é a próxima. - ele sorri.

-Não. Eu não sei fa...

-Apenas tente, e largue de ser enjoada. -  a azulada revira os olhos me cortando.

-Bom não temos nenhum vaso Ming do século 15 por perto, então, pode tentar. - Natsu disse rindo.

Acabei cedendo, peguei o arco das mãos de Wendy e Natsu me entregou uma flecha.

-Como eu faço?... - perguntei-lhe nem sabendo como segurar o arco.

-Bem você coloca a flecha assim. - Natsu me envolveu por trás em seus braços - Pés alinhados, segura com a mão a altura do nariz. - pude sentir sua respiração a cada palavra dita - Estica. - o fiz - Bom! - disse orgulhoso. 

Estava mirando quando o olhei novamente, vi o sorriso mais lindo que havia visto em toda minha vida e acabei soltando a flecha que foi de encontro a uma janela de vidro do palácio. 

-Ai meu...

-No alvo. - Wendy di, boquiaberta - Vamos embora. - Natsu começou a empurrar a irmã para fora dali e eu fui junto.

-Vamos. Temos que sair daqui. - ele diz rindo.

-Não acredito que fiz isso... - murmurava envergonhada.

-Calma, Mavis. - Natsu disse - Não vai dar em nada. - sorriu novamente - Se com o vaso nao aconteceu nada, com certeza com a janela também não vai. - deu uma risada.

 

***

 

Estava em meu quarto conversando com Levy e Juvia por ligação de vídeo.

-Como eu entendo essas coisas? Parece grego pra mim. Gráficos de dispersão? O que é isso?

- Poderia contratar uma tutora.

-Juvia, é sério. - revirei os olhos.

-Fique calma e sinta-se em comunhão com os números. - Levy disse zombeira.

Ouvi batidas na porta.

-Tenho que ir. - desliguei o notebook - Entre.

-Oi. - Wendy entra no quarto com Aquárius empurrando sua cadeira de rodas.

-Olá, Sua Alteza Real. - sorri.

-O que está fazendo? - perguntou vendo uns papéis sob minha mesa.

-Estava preparando suas aulas de amanhã, cheia de números e... E coisas de equações... - digo confusa.

-Bem, lamentamos a invasão mas, a princesa Wendy insistiu. - disse com descaso.

-Gostaria que fosse minha convidada. - a pequena azulada se explica sorrindo.

-Convidada pra quê? - perguntei indo em sua direção.

-A família real servirá coquetéis a membros estimados da nobreza. - Aquárius se pronunciou - E a você, aparentemente.  

-Eu ficaria encantada. - sorri.

 

***

 

-Estou pronta. - me olhei no espelho - Uma maquiagem leve, um vestido preto com pedras, o comprimento de um palmo pra cima das minhas cochas, um All Star também preto e o cabelo solto. - suspiro - Vamos lá. 

Fui em direção do salão onde ocorreria o baile. Estava todo enfeitado, com várias pessoas conversado, dançando e comendo.

-Senhora. - uma moça me chamou com uma bandeja nas mãos - Deja uma gelatina de carne?

-Não, obrigada. - sorri amarelo.

-Ei. - alguém me cutucou - Quer se sentar comigo? - era Wendy - Eu também não gosto de gelatina de carne. - riu.

Sorri e a segui. Nos sentamos em uma mesa cheia de biscoitos e frutas.

-Muito melhor... - a vi sorrir - Adorei a mesa para crianças.

-Criança não. Já sou pré-adolescente. - resmungou e eu sorri.

-Olha só. Parece que convidaram uma serviçal para o evento. - um loiro apareceu e me encarou.

-Sai daqui Sting. - a azulada disse seca - Ela é minha tutora, e eu à convidei. - retrucou.

-Não se irrite, priminha. Estou apenas dizendo que essa garota devia se colocar no lugar dela. - pegou uma mecha de meu cabelo e começou a rodar em seu dedo - Ela não é digna de estar aqui...

-Quem não é digno de estar aqui é você. - Natsu apareceu - E olha só, cá está você. - tirou a mão de Sting do meu cabelo - Peço que não toque nem incomode mais a senhorita Mavis, pois não quero ter de quebrar um braço seu, priminho querido.


Notas Finais


Essa fanfic é baseada em um filme da Netflix, espero que tenham gostado.

Beijos da Meizinha


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