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História I Can Change For You - Faith in Love


Escrita por: AnnaWrou

Notas do Autor


💠💠Título do capítulo: Fé no amor.💠💠

Boa leitura <3

Capítulo 55 - Faith in Love


Fanfic / Fanfiction I Can Change For You - Faith in Love

 

- Ele falou a verdade! Ele cumpriu com a promessa! Ele voltou para mim! Ele voltou para mim... – Disse ao começar a perder meu chão novamente.

- Moça, a senhorita não está bem! Por favor, um médico! – Ela pediu me segurando como se a qualquer momento eu pudesse cair. E foi isso que me aconteceu.

 Eu te disse que voltaria de onde estivesse se você cantasse para mim... meu amor... E aqui eu estou... Eu voltei... – Foi a última coisa que escutei antes de me ver caindo nos braços daquela enfermeira.

Eu tinha certeza que era a voz de Harry. Só não sabia se era a minha mente aliada ao meu coração me pregando uma peça ou se de verdade... ele estava se comunicando comigo...

 

Eu não posso apagar... eu não posso dormir... não ainda... não ainda...

 

Estiquei o braço, calmamente, tentando tocar o controle que ali havia... enquanto sentia a enfermeira tentando me manter equilibrada... erguida...  Alcancei o controle que bipava o médico e prontamente apertei o único botão que existia... respirando aliviada por chamar alguém... para finalmente... finalmente dar uma boa notícia...

 

­­­­­­­­­­­­­

 

 

Narrador

 

Ás pressas, Doutor Phillips entrou no leito da U.T.I devido ao chamado do Bip de Dianna. Abrindo a porta com veracidade, o médico a viu jogada ao chão e a mão de Harry tremer sobre o colchão junto aos seus dedos.

- Senhorita! Senhorita! – Sua primeira reação foi jogar-se no chão, ao lado dela e buscar seu pulso. A garota estava com pulso, mas estava fraco e já estava bastante pálida. – ENFERMEIRA! – Ele gritou sobre seu ombro para que viessem ajudá-lo.

Logo em seguida, duas enfermeiras que passavam pelo corredor vieram até seu socorro. As duas mulheres eram pequenas e robustas, o que ajudou na hora de levantar, Dianna.

- O que aconteceu, doutor?! – Elas perguntaram eufóricas.

- Não sei ainda, ela está desmaiada. Levem-na para receber medicação – Ele deu a ordem tirando sua atenção de Dianna e virando-se para Harry – Eu preciso cuidar desse garotão aqui – O clima era de muita tensão dentro do quarto. O pobre médico estava com duas preocupações, no entanto, seus olhos brilhavam animado. Finalmente, depois de mais de trinta dias, Harry tinha finalmente dado sinais de atividade.

- Tudo bem! – Disseram ao tirar Dianna de lá.

- Preciso de uma equipe de transferência no leito 45-B, urgente! – O médico pediu por meio de uma ligação para a recepção.

Enquanto esperava a equipe, ele ia olhando a pulsação de Harry. Quando ele tinha entrado, apenas sua mão estava tremendo, mas agora todo o seu braço estava entrando em movimentos bruscos e aleatórios. A princípio ele se preocupou pensando ser uma convulsão e se fosse, precisaria de uma medicação urgente, porém, o garoto não estava com sinais de convulsão, como tremores e nem febre. Harry precisaria fazer alguns exames urgentes para saber do que se tratava.

Em poucos minutos, a equipe chegou e levou Harry para a sala de tomografia e ressonância. O garoto tinha cessado os movimentos bruscos, mas ainda mantinha alguns leves.

Assim que o médico o colocou sobre a maca e virou-se para ligar a máquina, ele escutou uma voz que o fez parar instantaneamente o que estava pretendendo fazer.

- Onde estou...? – Era uma voz embalada, quase como se estivesse com muito sono.

- Harry... – O médico disse com um sorriso no rosto. – É um milagre que esteja aqui.

- O que... – Harry, com os olhos muito apertados, sensíveis por conta da luz, deu uma boa olhada em volta – O que você está fazendo?! – O garoto tentou sair de cima da maca com movimentos assustados.

- Calma, calma, Harry! – Ele tentou acalmar o garoto indo até ele e mantendo-o em cima da maca o segurando com força.

Mas Harry estava muito nervoso, desorientado. E apesar de seus movimentos estarem muito desorganizado e fraco, o médico encontrou certa dificuldade de mantê-lo parado.

- Precisamos fazer isso. Você estava em coma, Harry! – Ele informou-o.

- Em coma...? – Harry parou imediatamente e o olhou profundamente como se tudo aquilo fosse um caminhão o atropelando de surpresa.

- Você não lembra? – O médico pôde respirar e se ajeitar. Harry já não estava mais tentando mover-se. Na verdade, o garoto ficou parado, olhando para o chão como se estivesse buscando aquela informação dentro de sua mente, sem sucesso. A expressão de assustado em sua face era notável. O garoto não lembrava-se daquilo e isso estava o assustando, talvez mais do que o fato de ter ficado sabendo do seu coma.

- Mas como eu não lembro? O que aconteceu? Por que? Onde está minha família?! – Harry começou a se exaltar novamente, era natural ele ficar assim.

- Calma, Harry. Você acabou de acordar de um coma, precisa ficar calmo e fazer exames. Eu prometo que nada de mal acontecerá com você e enquanto faz esses exames eu entrarei em contato com sua família e direi que está acordado – O médico foi se afastando com as mãos apontadas para Harry pedindo calma – Eles ficarão muito felizes.

Harry estava muito nervoso, preocupado e confuso. No entanto, o garoto se deixou acreditar no médico. Afinal, ele não tinha o que fazer, sentia seu corpo fraco e desobediente. E mesmo assustado, sabia que aquilo era o certo. Durante todo o processo dos exames, ele se manteve calado, apesar de inquieto e nervoso. O que acabou por atrapalhar um pouco o processo, já que tiveram que repetir alguns exames por não ter dado certo.

- Já avisei os seus familiares e eles já devem estar vindo para o hospital – O médico informou risonho e Harry soltou-lhe apenas um sorriso fraco.

Pensativo, Harry exigiu explicações.

- Agora você precisa me contar o que houve, por favor! – Ele segurou na mão do médico assim que o mesmo passava perto dele na maca.

- Tudo bem – Ele respondeu sentando-se do lado de Harry – Você levou uma forte pancada na cabeça e ficou muito tempo inconsciente. Tivemos que operá-lo para conter um edema e houve uma hemorragia. – O médico fez uma curta pausa e Harry esbugalhou os olhos – Isso acabou restringindo o seu cérebro de oxigênio, e o danificou. Por consequência, você ficou em coma e, possivelmente, teria sequelas ao sair dele, se saísse. No entanto, para nossa alegria, você parece não ter nenhuma sequela, Harry – Disse o médico, animado, e pegando no ombro do rapaz.

- Mas o que aconteceu para que eu recebesse essa pancada?

- Tivemos a informação de que foi em uma briga.

- Mas por que me bateram? O que eu fiz? Quem é essa pessoa? – Harry virou-se e começou a fazer perguntas novamente.

O médico presenciando aquilo, que o garoto estava começando a se exaltar, percebeu que não seria muito prudente reviver essa memória agora, já que ele tinha acabado de acordar e estava muito confuso, o que era normal. Além do mais, o médico queria ter o resultado dos exames em mãos para assim poder entender o real estado do garoto.

- Não é momento de falarmos disso, Harry. Mas prometo que logo, logo, conversaremos sobre isso, tudo bem? – Ele pediu encarecidamente.

- Tudo bem... – Harry parecia estar mais calmo, demonstrando uma calma e compreensão maior do que a que ele estava tendo antes.

- Agora eu preciso fazer algumas perguntinhas para você – Disse o médico.

- Eu não lembro de nada sobre o que ocorreu... eu... eu... – Harry começou a ficar eufórico conforme tentava resgatar essa lembrança.

- Não é sobre isso. Esqueça isso, Harry – Pediu o médico ao tocá-lo no ombro – O que eu quero saber são perguntas simples, tudo bem?

- Sim... – Ele disse sem muita certeza se uma pergunta simples seria realmente simples para ele naquele momento.

Sua cabeça estava tão confusa; como se tivessem misturado todas as suas lembranças, seus sentimentos e seus pensamentos em um único espaço e chacoalhado bastante depois. O que o deixava altamente confuso e com intensas dores de cabeça.

- Qual o seu nome completo? – O médico pegou uma prancheta, na qual pareceu ir anotar as respostas do garoto.

- Harry Edward Styles – Ele respondeu sem muito esforço. Porém, ele se surpreendeu a responder. Era quase como se tivesse a sensação de que outra parte, dentro dele, respondera por ele. Ainda não se sentia tutor de sua cabeça.

- Qual o nome de sua mãe?

- Anne Cox.

- Onde você mora?

- Parkside, Merton, número 403.

- Qual o dia do seu aniversário?

1 de fevereiro.

- Em que ano nasceu?

-  1994.

- Sete mais sete?

- Quatorze – Ele se esforçou um pouco mais para responder.

- Quem é o presidente dos Estados Unidos?

- Obama.

- Em que ano estamos?

- 2016.

- Complete a frase: – O médico deu uma pausa – Água mole, em pedra dura, tanto bate até que... – Parou de falar para que Harry pudesse completar.

- Fura – Respondeu abrindo o seu primeiro sorriso desde que acordou, achando engraçado a pergunta.

Seu sorriso estava meio torto, mole, o que chamou a atenção do médico. No entanto, é parte normal ter uma coordenação motora prejudicada após acordar de um coma longo.

- Você está muito bem, garotão. – O médico bagunçou o cabelo já bagunçado de Harry.

- E por que eu sinto meu corpo tão estranho? Não consigo formular coisas em minha cabeça, minha memória parece ser de outra pessoa e meus movimentos... – Enquanto ele falava, tentou levantar o braço. O mesmo levantou-se de forma demorada e fraquejando, como se ameaçasse cair a qualquer momento por falta de força.

- Isso é normal, mas vamos esperar o resultado dos exames para saber mais, está bem?

- Tudo bem... – Ele concordou, mas estava explícito a sua preocupação.

- Você sente todos os membros? – Perguntou o médico.

- Sim... – Respondeu indo se certificar de que sentia realmente.

- Que bom! – Disse o médico, animado, se preparando para dar as boas novas.

- É normal sentir gosto de chocolate na boca? – Perguntou Harry.

- O que? – O médico virou-se para ele com o cenho franzido.

Ele escutou direito, mas pediu que ele repetisse a pergunta para ter certeza do que tinha pensado escutar.

- Se é normal sentir gosto de chocolate na boca... – Harry deu uma pausa e passou a língua novamente sobre seus lábios – E é o meu preferido... – Sorriu.

- Não me lembro disso ser possível... – Comentou doutor Phillips – Pode ser uma memória forte que esteja lhe fazendo sentir o gosto de chocolate a boca – O médico levantou essa hipótese.

- É sim, esse gosto é mesmo de... – Quando Harry estava terminando sua frase, Anne entrou porta adentro.

- MEU FILHO! – Ela gritou e correu para lhe dá um abraço.

- Mãe! – O mesmo abriu os braços e abraçou ela com todas as forças.

Harry estava tão emocionado quanto Anne, sentia dentro de si o quanto era bom abraçar sua mãe. Ainda mais vendo-a naquele estado.

- Meu filho, é tão bom te ver assim! – Ela começou a beijá-lo em toda sua face – Eu estava com tanto medo! Tanto medo! – Anne voltou a beijá-lo, chorando muito.

- Eu estou bem, mãe... – Ele disse abrindo um sorriso.

Harry ainda se sentia um pouco estranho, mas tinha que falar isso para acalmar sua mãe. Para ele, era meio que estar dormindo, apesar de inúmeras sensações estranhas de preambulo ainda estarem a martelar sua cabeça. Mas forçava-se a pensar que aquilo tudo não passava de lembranças produzidas por sonhos.

- Ele está bem mesmo, doutor?! – Anne virou-se rapidamente para o médico que segurava sua prancheta e sorria detrás deles.

- Sim, até então só temos a comemorar. Ele acordou do coma e parece não ter nenhuma sequela. Mas devemos esperar os resultados dos exames para podermos ter mais certeza – Ele a informou.

- Graças a Deus! Graças a Deus! – Ela repetia enquanto abraçava o seu tão amado filho.

- Harry! – Os meninos, Niall, Liam, Louis e Zayn foram entrando porta adentro e já abrindo um sorriso enquanto gritavam pelo amigo.

Todos deram-no um abraço grupal com Harry e Anne no centro. Harry ficou muito feliz em vê-los. Apesar de se sentir bastante encabulado, sentir o carinho de seus amigos e de sua família era gratificante o suficiente para ele esquecer um pouco de toda aquela loucura.

- Como você se sente, cara? – Perguntou Niall.

- Ah, eu me sinto bem... – Mentiu. Ele estava bem, diante do seu estado passado, mas não se sentia totalmente bem.

- Nossa, cara, você nos deu um baita susto – Falou Louis.

- Me desculpem, por favor – Harry se desculpou.

- Ele acordou bonzinho demais! – Zayn bagunçou o cabelo do amigo.

- Agora espero que aquele idiota do Alex seja preso e nunca mais saia pelo que ele te fez. Se eu pudesse, eu mesmo acabava com a raça dele, cara. – Disse Niall, enfurecido.

- Quem é Alex? – Perguntou Harry, confuso.

Um silêncio tomou conta da sala.

- Vamos com calma, gente – Pediu Anne.

- Foi ele que fez isso com você, Harry. Aquele desgraçado. – Falou Liam.

- Ah... sim... – Harry se fingiu saber sobre para dar corda e continuarem a falar. Sabia que se mostrasse confuso, sem saber de fato o que tinha lhe acontecido, sua mãe e o médico iriam impedir que continuasse sobre o tal assunto.

- Pessoal, sinto muito, mas vou ter que buscar os exames. Enquanto isso, podem ficar aqui com ele, mas sem esforçá-lo, tudo bem?! – O médico fez um pedido, mas foi quase uma ordem.

- Tudo bem! – Todos repetiram com um sorriso ao olhar para Harry, bem, sentado, e acordado a frente deles.

 

 

 

Dianna

 

- VOCÊ NÃO ENTENDE, moça, eu preciso ir vê-lo! PRECISO SABER COMO ELE ESTÁ! – Eu gritava brigando com a enfermeira que não queria me deixar sair da maca.

- Mas senhorita, você acabou de desmaiar e não terminou sua medicação. São ordens médicas, não posso deixá-la sair daqui – A enfermeira informou-me.

- Eu já me sinto bem! – Eu estava um pouco tonta, mas nada que pudesse impedir-me de querer ver Harry. Na verdade, nada nessa vida me impediria de querer ver Harry após o episódio de ver seus dedos mexendo. Mexendo em minha mão!

- Sinto muito, mas não posso deixar – A enfermeira ainda se negava.

- Pode, pelo menos, me ajudar a ir até o banheiro? – Pedi.

- Claro! – A enfermeira ajudou-me a levantar da cama colocando o meu braço sobre seu ombro e me levando até o banheiro.

Eu, prestes a entrar no cômodo, usei toda a minha força para empurrar a mulher para dentro do banheiro. A enfermeira saiu cambaleando. Ela não iria ser jogada tão facilmente, mas para a minha sorte, ela escorregou no piso molhado e perdeu o equilíbrio, caindo para dentro do banheiro.

- Me desculpe, por favor! – Me desculpei ao trancá-la do lado de dentro do banheiro.

Saí a passos largos em direção ao quarto da U.T.I. Os corredores pareciam estarem bem maiores do que os que eu me recordava. Meu coração palpitava com violência de tão feliz pelo que tinha ocorrido e se enchia de esperança e alegria ao imaginá-lo bem ao chegar lá. No entanto, também me via vivenciando a mesma cena daquele sonho horrível.

Isso tem que estar acontecendo, não pode ser um sonho. Eu tentava afirmar enquanto caminhava cada vez mais para chegar até ele.

Sim, estava com medo, não tinha como estar. Tinha medo de sentir aquele mesmo golpe gélido no meu coração e ter sido apenas mais uma alucinação ou sonho.

Eu já tinha chorado tanto, que já não conseguia chorar. Minha respiração demorava para vir, respirava com dificuldades. Até o ar parecia pesado e frio. Por mais que eu me esforçasse para chegar logo, os corredores pareciam lutar contra mim. O tempo parecia ser meu pior inimigo, pois cada segundo que eu passava dentro daqueles corredores, era um segundo a menos com Harry.

Foi então que finalmente cheguei ao leito da U.T.I, mas ele não estava lá. Sua cama estava vazia, o que me preocupou muito.

- Com licença! Com licença! – Pedia atenção dos enfermeiros e funcionários que passavam por ali, mas nenhum parecia me dar atenção.

Meu coração já estava quase parando de tanta agonia. Era como se duas mãos geladas o pressionasse, e isso doía tanto que até o ar não se mantinha dentro de meus pulmões. Naquele momento, a única razão da minha vida parecia ser, apenas, saber onde estava Harry. Saber como ele estava.

Em minha mente vários pensamentos furtivos vieram para me atormentar. Pior do que a sensação de estar dentro daquele sonho horrível, era de estar vivenciando um pesadelo pior. O de que Harry tinha tido um ataque, morrido e tinham levado para a ala dos corpos. Deus! Como aquilo me maltratava. E eu que achava que não tinha mais lágrimas para chorar, começaram a jorrar novamente. Foi então que, finalmente, alguém que vinha na direção do quarto me informou.

- Você é amiga do rapaz que estava nessa cama? – A enfermeira me perguntou ao me abordar diante do meu desespero.

- Sim, sim! – Respondi de imediato sem me importar de ter sido chamada de amiga.

A enfermeira colocou uns sacos na lata de lixo e virou-se para mim.

Coloquei a mão na boca por alguns segundos.

- Eu posso perguntar uma coisa? – Perguntei chorosa.

- Pode perguntar.

- Ele morreu?

- Não! – O alívio se formou em meu rosto quando ela negou – Ele está na sala de ressonância e tomografia. Venha comigo que eu a levo até lá – Disse ao virar-se para sair do quarto com algumas bolsas de soro e levá-las em suas mãos.

Eu só a acompanhei.

A vontade que me deu foi de segurá-la pelos braços e carregá-la o mais rápido possível para chegarmos logo. Apesar da enfermeira estar a passos rápidos, e eu me encontrar fraca ainda, aqueles passos eram vagarosos demais para a minha vontade. Para a minha agonia. Enquanto caminhava até ele, fui invadida por intensas lembranças...

 

 

~Flashback ON~

 

- Amor... – Chamei-o e ele me olhou com uma carinha concentrada – Quando eu ficar velha caquética você vai continuar me amando? – Ele sorriu para mim.

- Claro que vou, eu também vou estar velho caquético junto com você. – Rimos baixo e juntos.

- Nós ainda estaremos juntos? – Deslizei carinhosamente minha mão esquerda por entre seus cabelos.

- Claro que vamos.

- Você jura?

- Eu já jurei.

- Quando?

- Quando eu me apaixonei... – Sorri encantada e abaixei o rosto para beijar sua bochecha – Nunca poderemos nos separar, meu amor... – Suspirei e corri com leveza meus dedos por seu rosto.

- Mas isso não foi uma promessa de verdade... – Disse baixinho.

- Claro que foi. – Rebateu sorrindo. – Você acha pouco o meu coração ser todinho seu? – Fechei os olhos e sorri de canto.

- Claro que não... – Disse antes de dar um beijo em sua têmpora direita. – Isso é mais do que suficiente... – Fechei os olhos e rocei meu nariz pelo dele.

- Mesmo assim eu vou fazer.

- O que?

- O juramento.

Encostei minha bochecha em sua testa, o abraçando.

- Você não precisa fazer isso... – Disse baixinho – Eu acredito no seu amor.

- Eu prometo te amar para sempre. – Ele por fim falou. Ignorando o que eu disse.

Ergui meus olhos para os seus e me perdi ali.

- Para sempre, Dianna. – Sorri passando meu polegar por sua bochecha. – Não importa o que aconteça. Eu sou seu e você é minha. – Sorri quase em lágrimas, quando olhei nos suaves olhos verdes e sinceros dele – Eu te prometo ser para sempre.

 

 

~Flashback OFF~

 

 

~Flashback ON~

 

 

Suspirei mais uma vez ao sentir a respiração de Harry bater em minha bochecha enquanto eu roçava, levemente, para cima e para baixo, os meus dedos em sua barriga. Sentia sua mão apertar de leve a minha cintura e seus dedos vez ou outra também fazerem carinho em minha pele. Mesmo ele estando quase dormindo, eu podia ouvi-lo ronronar toda vez que os meus dedos o acariciavam.

- Você parece um gatinho... – Comentei carinhosa.

- Por que? – Perguntou baixo e sonolento.

- Você ronrona igual a um quando recebe carinho... – Ele sorriu preguiçosamente, de olhos fechados.

- E também fico mole... – Murmurou manso.

Sorri ao ouvir a voz grogue dele, afastando ligeiramente minha cabeça para olhar o seu rosto.

Sereno.

Belo.

Meus olhos estavam perdidos em seu rosto...

- Você está me olhando. – Balbuciou ainda de olhos fechados.

- Sempre. – Cantarolei e ele sorriu.

- Nem posso reclamar afinal eu faço o mesmo com você... – Ele disse encolhendo os ombros e eu ri.

- Você também costuma me espiar quando estou dormindo, Harry Styles? – Brinquei e mordisquei sua bochecha, queixo e mandíbula, fazendo-o se arrepiar. Seus lábios se curvaram para cima em um sorrisinho.

- Sempre. – Novamente ri.

- Seu bobo.

Sorri assim que ele uniu seus lábios nos meus em um beijo calmo. Sua língua invadiu minha boca com calma enquanto minha mão foi ao seu rosto. Ele envolveu seus braços em torno de minha cintura, possessivamente. Era quase como se ele dissesse: você é só minha.

- Te amo tanto... – Ele disse baixinho.

Afaguei seus cabelos e sorri abertamente. Um sorriso de pura felicidade.

- Eu também te amo muito. Demasiadamente, exageradamente grande, extremamente muito! – Ele riu gostosamente. 

- Maluca – Fez uma careta e eu colei nossos lábios de novo. – Epa. – Partiu o beijo calmamente – Continua com os carinhos. – Um sorriso gaiato cresceu no canto de sua boca quando ele notou eu parando.

Estreitei os olhos e ele me devolveu o olhar.

- Você é muito abusivo.

- E você adora.

- Adoro – Confirmei e ele riu dengoso sem abrir os olhos.

Passei meus lábios em sua bochecha indo em direção ao seu pescoço onde mordi lentamente arrancando um baixo risinho dele.

- Boa noite, raio de sol... – Ele disse, sua mão foi parar em minha cintura em um carinho rápido.

- Boa noite, meu amor... – Dei um cheirinho em sua bochecha com meus dedos correndo em sua nuca. – Onde gostaria de receber carinho agora?

- Nuca, barriga, pescoço e costas.

 Respirei fundo e o olhei.

- Eu preciso dormir também, sabia? – Ele segurou a risada.

- Faaz, amoor. – Choramingou tão manhoso que eu jamais conseguiria dizer não.

Nos ajeitamos na cama e com isso ele pôs seu rosto em meu pescoço. Ele sempre dizia não conseguir dormir sem sentir o meu cheiro. Que sem isso faltava alguma coisa...

Levei minha mão as suas costas, e meus dedos subiam e desciam calmos por sua coluna em um carinho... eu desenhava círculos perto de sua nuca e pescoço... e observava sorrindo seus pelos se eriçarem a cada deslizar de dedos. Fiquei assim por longos minutos até ser interrompida por ele mesmo.

- Durma, amor. – Sussurrou baixo. – Chegou a minha vez de velar o teu sono...

 

 

~Flashback OFF~

 

 

~Flashback ON~

 

 

Já estávamos a mais de uma hora andando por todo o zoológico.

 - Amor, olha isso! – Harry disse eufórico. Virei a cabeça para o lado, intrigada.

Me aproximei dele e vi que ele estava com algo em sua mão, parado ao lado de um pequeno tanque de vidro que ficava no meio de um grande pátio. Olhei mais de perto e pude identificar. 

- Oh, uau! Eu não sabia que você gostava tanto de tartarugas marinhas.

- Na verdade é um cágado. – Rimos – É um cágado africano azulado. Ele tem apenas 5 semanas de vida, mas ele vai crescer para ter quase 200 quilos. – Ele disse lendo na plaquinha que havia ao lado do tanque.

- Whoa!

- Quer segurá-lo?

- Claro. – Sorri ansiosa. Ele era lindo.

Porém quando Harry foi tentar me dá-lo, o cágado agarrou-se em sua mão com suas patinhas, sem querer soltá-lo.

- Eu acho que até ele te quer, amor. – Novamente rimos.

- Tem outro aí dentro... – Ele disse e colocou sua outra mão dentro do tanque, o animal recuou ligeiramente. Ele o levantou para fora do tanque para que eu pudesse dar uma olhada. Sorri e ele colocou o pequeno cágado na palma da minha mão. Quando o animal percebeu que não havia ameaça, ele curiosamente enfiou a cabeça para fora de sua casca. Sorri infantilmente.

Examinei aquele pequeno bichinho em minha mão. De suas perninhas escamosas a seus olhinhos redondos e cauda minúscula.

- Ele é fofo, amor. – Gentilmente acariciei sua macia cabecinha com um de meus dedos.

Harry sorriu e eu perguntei:

- Qual é o nome dele?

- Raphael Michelangelo.

- Misericórdia. – Harry gargalhou gostosamente.

- É o que está escrito aqui. – Apontou para a plaquinha.

- Quem fez isso com ele? – Perguntei ao voltar meu olhar para o bichinho. Ouvi novamente a risada de Harry – Quem fez isso com você, amorzinho? Tão lindinho com um nome tão... – Fiz uma pausa como se não quisesse magoá-lo – Com um nome tão forte... – Acrescentei com uma careta, recebendo outra risada de Harry. – Podemos levá-lo para casa, amor? – Perguntei como uma criança de dois anos de idade.

- Infelizmente não... – Fez beicinho – Eu também queria levar o Violet Van Damme. – Esbugalhei meus olhos ao encarar ‘‘seu’’ cágado.

- Violet o que, amor? – Ele soltou uma gargalhada alta.

- Foi o primeiro nome que me veio à cabeça, poxa.

- De péssima escolha. – Ele riu.

- Para. – Disse rindo.

- Melhor deixarmos ele aqui mesmo, amor – O provoquei.

 Me aproximei de ‘‘seu’’ cágado e sussurrei pertinho dele:

 - Eu acabei de te salvar, lindinho. – Harry sorriu e me olhou.

- E você acabou de perder seus privilégios com o cágado bebê. – Ele disse removendo o animal da minha mão, fingindo indignação.

- Ah… – Fiz beicinho.

Ele gentilmente colocou o pequeno cágado de volta em seu tanque de vidro junto com o que ele também segurava.

- Até logo, Van Damme. Até logo, Michelangelo. – Despediu-se deles me arrancando dois sorrisos bobos.

Eu posso morder os três?

Ainda observamos os dois mais um pouco, enquanto eles lentamente se arrastavam em torno de seu tanque. O olhar de Harry moveu-se para mim e ele sorriu. 

- Agora vamos para o tanque das cobras? – Meus olhos se arregalaram.

- Está doido? – Ele riu.

- Qual é, vamos. Elas não são perigosas.

- Imagina. Só podem te comer vivo.

- Você é uma medrosa – Disse rindo.

- Eu sou precavida.

- Vamos, amor. Qualquer coisa eu prometo te tirar de dentro da barriga dela.

- Harry! – Soltei um gritinho de pânico e ele gargalhou tanto, que contagiou várias pessoas ao nosso redor.

Seus olhos desceram até os meus lábios onde ele deu um rápido selinho.

- Vamos, medrosa... – Ele entrelaçou as nossas mãos e puxou-me.

- Amor, eu não vou para a ala das cobras. – Disse, mesmo indo a contragosto.

- Tudo bem, vamos para os crocodilos. – Parei com a mão na cintura e o encarei.

- Amor!

- Veja o lado bom – Ele disse e eu torci meus lábios ainda o olhando – Se algo acontecer, ele come nós dois e lá dentro poderemos bolar um super plano para sair de dentro dele.

Suspirei com tamanha idiotice.

- Amor. Você anda vendo muito procurando Nemo. – Ele soltou uma risada. Gostosa e linda.

Deus, como era bom fazê-lo rir.

E o que depender de mim... eu farei isso a minha vida inteira...

 

 

~Flashback OFF~

 

 

   ~ Flashback ON~

 

 

Apesar de Harry e eu nos odiarmos profundamente, naquele dia, precisamente, naquelas férias, estávamos conseguindo nos dar realmente bem.

Conviver juntos.

Era final de tarde no Mirante. Eu e Elise estávamos sentadas na areia conversando, e observando algumas pessoas jogarem vôlei, enquanto tomávamos alguns drinks sem álcool. Pensei rapidamente – apesar de abominar profundamente isso – pensei rapidamente em como eu gostaria que aqueles drinks tivessem álcool. Seria tudo que eu precisaria para tomar coragem e chamar Harry para passear comigo...

- Elise, filha. Venha cá um minuto. – Meu pai a chamou, de longe.

- Que saco – Ela resmungou levantando-se em seguida.

Até que...

- Dianna.

Dei um pulo por puro susto. Deus! Eu estava pensando nele e de repente ele aparece do nada atrás de mim?

- Que susto, Harry! – Suspirei fundo e ele sorriu da cara que eu fiz.

- Vamos dar uma volta perto da lagoa?

Eu estou sonhando? Eu estou mesmo sonhando?

- Por que quer dar uma volta comigo? – Perguntei incerta.

- Estou com planos de te afogar hoje. – Rolei os olhos e o ignorei, mexendo meus pés para cima e para baixo na areia.

- Idiota. – Murmurei olhando para frente.

- Vamos. – Insistiu baixinho – Por favor. – Epa. Ele me pediu por favor? Meu Deus, agora eu vou.

- Tudo bem, vamos. – Assenti.

- Eu te ajudo – Ele disse e esticou sua mão para me ajudar a levantar.

Sorri sem graça, esfregando as mãos nos braços, mas segurei em sua mão. Só que o abestado me puxou, propositalmente, com tanta força, que eu acabei cambaleando e caindo na areia de novo. De cara.

De cara.

Não sei como caí nessa!

Enquanto eu tentava não me asfixiar ali, eu só ouvia a risada escandalosa dele. Me virei e levantei no mesmo impulso. Bati a areia do meu rosto e corpo e parti para cima dele.

Ele saiu correndo, rindo, e eu segui atrás dele, quem olhasse, diria que estávamos brincando de pega-pega. Uma mera brincadeira inocente. No entanto, eu só queria esganá-lo. Torturá-lo com instrumentos. Arrancar suas tripas.

Parecíamos duas crianças e sinceramente, apesar de tudo? Eu amava me sentir assim junto dele.

- Tá bom. Chega. – Ele disse ofegante, se apoiando em seus joelhos com a mãos, tomando ar, assim que chegamos na margem da lagoa. Fiz o mesmo e ri da sua expressão cansada, e aparência descabelada, porém, mesmo assim ele continuava lindo. Extremamente lindo...

- Seu cabelo está parecendo um ninho... – Murmurei rindo e ele também riu. 

- Culpa sua, insuportável. – Me empurrou pelos ombros e foi em direção a uma árvore que havia ali. Apoiou suas costas nela e ficou olhando para a água.

 Andei até lá, e me aproximei dele.

- Eu ainda não acredito, sabia? – Ele disse, depois de um tempo de silêncio e eu o olhei sem entender.

- Não acredita em que? 

Ele suspirou e me olhou.

- Que estamos nos dando... sabe... que estamos nos dando ‘‘bem’’. – Se embolou nas palavras – Ou que pelo menos não nos matamos ainda – Gesticulou diversas coisas que me fez rir.

- Eu te juro que nem eu estou acreditando – Confessei e ele soltou uma risada tão gostosa que eu não pude evitar abrir um sorriso apaixonado.

- Só não vai se acostumando, Agron. – Ergui a cabeça para fitá-lo – Eu ainda te odeio. – Ele me lembrou e eu mordi levemente o lábio.

- Eu sei disso, Styles. – Disse sincera – Você também não é das minhas pessoas preferidas. – Ele riu levemente com um aceno de cabeça.

- Ótimo. Por que é melhor ficarmos assim. – Admitiu convicto.

Ergui o rosto para olhá-lo e perguntei:

- Por que?

Ele me olhou de forma intensa e eu devolvi o olhar com a mesma intensidade. Ele fitou os meus lábios e depois ergueu o olhar aos meus olhos.

- Porque sim. – Disse baixinho e embargado. 

- Entendi... – Proferi, sem tirar os olhos dos lábios dele.

- Hm, interessante. – Ele observou.

- O que?

- Seu olhar.

- Que olhar?

Um lento sorriso se formou no rosto dele.

- Esse olhar piegas. – ‘’Explicou’’ segurando nossos olhares.

- Piegas? – Perguntei singelamente

- Sim. Esse típico olhar de ‘eu quero te beijar’ – Respondeu com um sorriso confiante.

Ou seria convencido?!

Levantei minhas sobrancelhas.

- Você acha mesmo isso, Styles?! – Perguntei incrédula.

- Acho. – Assentiu ainda com um sorriso prepotente, vaidoso e lindo.

- Bom, se você estivesse realmente certo, por que acha que eu não tentei te beijar ainda? Estamos só nós dois aqui. Nossos pais estão lá longe. O que me impediria?

- Talvez você esteja esperando ser beijada.

- Por você? – Soltei uma risadinha pelo nariz, mesmo sentindo as minhas pernas tremerem.

- Exatamente.

- Você quer testar a sua sorte para ver?

Ele levantou uma sobrancelha e deu um passo para perto de mim.

- Cuidado, Agron. – Respirei – Eu acho que posso querer.

Senti meu rosto arder.

- Você não ousaria – Dei um passo para trás, quase à beira da lagoa.

- Isso é um desafio? Você está me desafiando? – Perguntou se aproximando.

- Não.

Ele me olhou sério, mas sorriu.

- Só porque eu estava gostando dessa brincadeira... – Parou seu passo.

Arqueei uma sobrancelha.

- Brincadeira não. Provocação. – Ele corrigiu-se pausadamente, provocando-me – Ou seria melhor, tentação? – Acrescentou e eu mordi o lábio com o que ouvi.

- Harry, vamos voltar.

- Espera! – Ele me segurou pelo braço.

Suspirei erguendo meu rosto até ele.

- Vem aqui antes... – Enlaçou seus braços em minha cintura e me puxou para mais perto. – Você acha que pode lidar com isso depois? – Perguntou desafiadoramente, encarando a minha boca.

- Com o que, Harry? – Suspirei trêmula.

- Me beija...

Pediu manso, e eu olhei bem em seus olhos buscando alguma certeza de que ele realmente queria aquilo... de que não estava só jogando comigo... E ele não estava, ele me queria mesmo...

Ele queria mesmo...

Ergui minha mão e acariciei seu rosto. Ele deitou o rosto na palma da minha mão para sentir o carinho. Sorri de forma boba.

Aproximei meu rosto lentamente do seu, ele delicadamente me puxou mais para perto de si por minha cintura... E no momento em que nossos lábios iam se tocar... eu senti meu corpo cedendo em alguma coisa.

- Dianna!! – Ouvi-o quase gritar e quando eu vi... eu já estava toda encharcada dentro da lagoa. Senti uma ardência nos olhos e o choque térmico que levei com a água gelada. Ele pulou na água e nadou rapidamente até mim. Agarrou o meu tronco e o ergueu me salvando de um possível afogamento. Não sei por que, mas a correnteza estava me levando para baixo – Se segura em mim, se segura em mim! – Disse e eu arrodeei meus braços em seu pescoço sentindo seus braços me erguerem da água.

Olhei em volta e haviam muitos curiosos à beira da lagoa nos olhando, inclusive os nossos pais.

- Meu Deus, que vergonha... – Sussurrei baixinho e escondi meu rosto na curva do pescoço dele, enquanto ele me levava.

Enquanto ele me levava de volta.

Só que no caminho, ele acabou caindo em alguma depressão que havia no lago, que de imediato afundamos, e apesar disso, senti suas mãos me segurarem firmes pela cintura. Eu senti muita água descer por minha garganta, engasguei-me e comecei a perder os sentidos devido à falta de ar... pisquei algumas vezes na tentativa de manter-me acordada... eu estava lá e cá, lá e cá... porém, os meus olhos acabaram fechando-se.

- Afastem-se dela! Afastem-se dela! – Senti meu corpo encostar em uma superfície areada, e, com meus olhos ainda fechados, só conseguia ouvir a voz de Harry ao fundo. – Dianna, acorda, Dianna, por favor, acorda! – Pedia desesperado. Sentia ele pressionar o meu peito com suas mãos e por mais que fizesse de tudo para abrir os meus olhos, eu não conseguia. – Dianna, abre os olhos, eu estou aqui. Vamos lá! – Sua voz ao mesmo tempo em que saía determinada, soava embargada.

Ele está chorando? – Lembro que perguntei-me.

- FILHA!! – Ouvi o meu pai gritar e logo senti que alguém me fez boca-a-boca.

Foi o meu pai. Eu senti a sua barba roçar em minha bochecha...

Alguns segundos depois, eu tossi e vomitei toda a água. Meu corpo se ergueu num susto e em seguida tombei mole, revirando os olhos, mantendo-os abertos depois. Harry caiu sentado para trás na areia e olhou assustado para mim, incapaz de se mover.

- Graças a Deus, filha... está tudo bem... está tudo bem... – Meu pai disse ao beijar minha testa me abraçando forte.

Mesmo tudo ainda meio embaçado, fixei meus olhos em Harry, em choque.

Vi suas lágrimas ainda descendo juntamente com os pingos de água de seu cabelo...

Vi que seus olhos verdes estavam molhados também por lágrimas... por lágrimas!

Eu não me sentia assustada pelo que tinha acontecido a mim. Eu não me sentia mesmo...

Eu me sentia assustada por Harry... que tinha os olhos vermelhos e levemente inchados, por ter chorado, por ter chorado por mim.

 

~Flashback OFF~

 

 

Assustei-me um pouco quando caí na real – eu já estava em frente a porta da tal sala. Nossa, meu coração parou e uma flecha atravessou-me por completo. Vi tudo em volta se apagar em apenas um círculo que era aquela porta. Só aquilo parecia existir no mundo. No entanto, sem mais delongas, a enfermeira logo abriu a porta.

Meu coração voltou a bater como se estivesse a socar o meu peito. Foi tão rapidamente e tão forte que tomei um susto e piscava a cada batida dele. Vi aquele quarto ficando cada vez mais longe, quase como uma distorção do espaço. Dentro dele estava lá, Harry, Anne, Liam, Louis, Niall e Zayn. Olhei Harry sorrindo, sentado olhando para a sua mãe. Naquele momento, meu único pensamento foi: Ele está bem! Obrigada senhor! Ele está bem!

Mas quando eu me preparava para entrar, quando eu buscava forças de onde não tinha para poder falar com Harry, o médico, que estava saindo do quarto, faz um sinal com as mãos para que eu esperasse.

Achei estranho. Tudo que eu mais queria na vida era saber se ele estava bem, poder tocá-lo, senti-lo, beijá-lo. Mas um medo incontrolável tomou conta de mim. Um paradoxo que extraía de dentro de mim a minha alma. Meu coração estava indomável, acelerado e feliz. Minhas lágrimas não eram mais lágrimas gélidas, eu podia sentir o fervor no meu rosto de tamanha alegria. Sentia que a qualquer momento eu explodiria de felicidade e gritaria aos ventos que estava feliz e que amava aquele garoto. Nossa, todo aquele peso infinito que eu tanto me esforcei para carregar tinha saído de mim. Peso esse que se não fosse pelo meu amor a ele, jamais teria suportado.

- Você pode entrar, mas só tome cuidado com o que vai dizer, tudo bem? – Disse doutor Phillips ao pegar em meu ombro.

- O que aconteceu? Ele não está bem?! – Perguntei nervosa, já temendo acontecer o que estava em meus pesadelos.

- Está, tenha calma. Ele está ótimo, sem nenhuma sequela. Só falo isso para que ele não se canse. Eu disse para todos lá dentro e agora só estou repetindo para você – Ele me informou, me acalmando.

Assim que suas palavras cessaram, eu assenti e não pude mais esperar. Corri rapidamente para dentro daquele quarto mal o enxergando por causa das lágrimas em meus olhos. Assim que atravessei a porta, todos viraram-se para mim, assustados. Meu coração batia tão rápido que o badalar dele dentro do meu peito era a única coisa que eu conseguia escutar. Todos me olharam, sorriram, e olharam para Harry. O mesmo olhou para mim e abriu um sorriso.

Sorri abertamente ao ver aqueles olhinhos verdes abertos me olhando. Abertos, meu Deus! Abertos!

- Meu amor... – Sussurrei para mim mesma, com uma mão sobre o peito – Harry... – Disse me esforçando, pois, as palavras e o ar fugiram de mim.

- Dianna! – Ele disse com um sorriso e abriu os braços para me receber.

Não havia palavra no mundo que pudesse descrever o que eu senti naquele momento. Enquanto eu o olhava e corria em sua direção com os braços abertos, todos os momentos que passamos juntos, em que nós nos abraçamos e todos os momentos em que seus braços era o meu lar, foram revividos em minha mente. Todos os momentos de horas passaram inteiros dentro de milésimos de segundos até eu chegar nele. Era tamanho o sentimento dentro de mim que não sabia se aguentaria chegar nele sem explodir.

E finalmente eu o abracei. Eu o abracei tão forte que quase o atravessei de tamanha velocidade. Nós nos desequilibramos na maca. Seus braços não estavam firmes como de costume, mas eu não liguei. Só o que me importava era que ele estava bem e ali para mim. Deus, como era bom poder sentir os braços dele novamente! Sua respiração no meu pescoço, o seu cheirinho, por mais que estivesse misturado ao cheiro de hospital. E, principalmente, o seu calor e o seu coração batendo perto de mim.

Tudo e todos os motivos que me fizeram ser forte se resumia apenas a ele. Foi por aquele momento que eu estava vivenciando ali que eu enfrentei todos os momentos ruins naquele hospital. Não teria medo e nem pensaria duas vezes em passar pela tempestade que passei para que eu pudesse ver um simples raio de sol e esse raio de sol era Harry. Era Harry bem.

Eu faria tudo de novo, se preciso, para tê-lo daquela forma.

Foi impossível controlar as minhas lágrimas dentro de seus braços. Ele colocou sua mão em meus cabelos, passando vagarosamente. Ele não disse uma palavra, mas quase pude ouvi-lo me pedindo calma.

Então, não aguentando mais, me saí de seus braços e segurei seu rosto com minhas mãos, delicadamente. Eu pude me ver refletida em seus lindos olhos verdes. Eles pareciam distantes ainda, mas não me prendi a isso. Devia ser por causa do coma, ou por estar ainda atordoado. Eu estava sentindo tanto amor por ele... que não sobrava espaço para pensar qualquer coisa.

Foi então que uni nossos lábios e o beijei devagar, calmamente, porém com um desejo incomparável!

 Ele abriu a boca para receber a minha língua... e nossas línguas se encontraram se enroscando como se estivessem se tocando pela primeira vez... o seu rosto inclinou-se levemente para o lado... minhas mãos grudaram carinhosamente em seu rosto... deslizando por sua pele... ele ergueu sua mão a minha nuca enroscando-a em alguns fios de cabelo... há tanto, tanto tempo eu quis sentir o gosto doce de seus lábios... Lábios esses que estavam com o gostinho do chocolate que eu mesma passei ali... nossos rostos se moviam de forma lenta... dando encaixe ao beijo... os meus dedos ainda acariciavam suas bochechas, deslizando por elas...

Beijá-lo... era como está em queda livre só que, em direção as nuvens...

As nuvens...

Nossos lábios, ainda moviam-se devagar um no outro...

Até que a mão dele cessou o aperto em minha nuca, e depois de alguns segundos movendo calmamente seus lábios nos meus, ele me empurrou levemente pelos ombros.

- D-Dianna, por que fez isso? Por que me beijou? – Ele perguntou, tocando seus lábios com os dedos e todos começaram a rir em seguida. Todos menos ele e eu. Que franzi o cenho para ele sem entender.

- Como assim, Harry, nós... nós... você e eu... amor... – Eu fiquei completamente perdida. Sem ter o que dizer. Por favor, meu Deus, que isso seja apenas uma brincadeira de muito mau gosto dele... por favor, meu Deus...!

- Você e eu... – Ele balbuciou baixo e olhou para Anne com uma expressão de puro desespero.

- Talvez ele só esteja um pouco confuso, gente – Disse Niall – Ele acabou de acordar de um coma, galera. – E isso até que fazia sentido. Afinal ele lembrou o meu nome... ele sabia quem eu era... talvez fosse mesmo só uma pequena confusão...

- Vocês estão juntos, filho... – Anne informou calmamente a ele e estendeu a mão para acariciar seu rosto.

Ele arregalou os olhos e ficou estático.

- Juntos...?? Como assim juntos?? – Se tornou eufórico – Eu tenho namorada! A-a minha namorada é a Alisson!


Notas Finais


Eu sei que vão querer me matar... já estou esperando, mas antes disso, lembrem que eu preciso viver para continuar a fic. kzsbdjhabshjbshd, brincadeiras a parte... me digam o que acharam e até o próximo bombástico capítulo ❤️


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