1. Spirit Fanfics >
  2. I Can Change For You >
  3. Taste the Feeling (part II)

História I Can Change For You - Taste the Feeling (part II)


Escrita por: AnnaWrou

Notas do Autor


💠💠Título do capítulo: Saborear a sensação (Parte II)💠💠

Boa leitura <3

Capítulo 78 - Taste the Feeling (part II)


Fanfic / Fanfiction I Can Change For You - Taste the Feeling (part II)

 

Isso é o começo de algo lindo

Isso é o começo de algo novo

Você é a única que me faz perder a cabeça

Você é o começo de algo novo

Eu jogo tudo para longe

Eu jogo tudo para o alto

Vejo você cair em meus braços de novo

Você é a terra que eu pisarei

Você é as palavras que eu cantarei

Me leve de volta, de volta para casa

Me veja cair com os pés no chão

Me leve de volta, de volta pra casa

Isso é o começo de algo novo

Você é o começo de algo novo

Harry

 

Uma hora e meia depois o filme acabou e ela soltou a minha mão, para passar a mão por seu cabelo. Ela logo percebeu que eu estava a olhando feito um bobo.

- O que foi? – Perguntou sorrindo.

- Na… nada – Sorri corando.

- Tá tudo bem?

- Aham. Tudo. – Dei um longo gole em meu refrigerante, quase engasgando.

- Que bom…

- E aí, vamos?

- Vamos, mas é a minha vez de te levar em um lugar... – Disse ela, me fazendo olhá-la com os olhos estreitos e um sorriso desconfiado no canto dos lábios.

- Você está aprontando?

- Imagina… – Ela rolou os olhos, sorrindo – Eu só vou te levar para comer as melhores almôndegas ao molho com queijo, do mundo.




 

Alex

 

A noite tinha chegado e era o último momento para o horário das visitas na delegacia acabar.

Estava frio, era uma noite comum em Londres. Eu via a fumaça da minha respiração se misturar com a fumaça do meu cigarro. Mesmo frio, ousei me escorar em uma árvore que gelou ainda mais minhas costas, mesmo usando três camisas e minha jaqueta inseparavelmente preferida.

Em volta as pessoas caminhavam como sempre, e como sempre eu estava invisível e alheia a elas. Eu gostava dessa sensação, ainda mais agora.

No meu bolso estava a maldita faca que devia levar para Elliot. Já tinha recebido a ligação do Jerome e soube que ele já estava preso. Era a hora de agir. Na verdade, já era pra ter feito isso desde ontem, mas algo em mim estava evitando. Foi quando decidi ir, já que não podia fazer nada, eu estava encurralado.

Enquanto caminhava em direção a delegacia, vi um carro parado perto de lá. Era um carro da galera de Jerome, tinha certeza. O cara era tão egocêntrico que colocava a sua marca em todos os carros e até alguns de seus capangas usavam-a no corpo como tatuagem. Era uma águia com o bico tão curvado para baixo que quase fechava um círculo em sua volta. A princípio pensei que eles estivesse ali para checar se eu faria o serviço direitinho. Porém, vi bastante movimento dentro do carro. E algo dentro de mim, não sei por qual razão, me fez ir até lá.

Os idiotas estavam tão entretidos rindo de alguma coisa que nem notaram a minha aproximação pelo lado, pelo meio fio da rua.

“O escroto vai entregar a faca para o Elliot. Mal sabe ele que todos os dois vão se ferrar. Jerome não vai soltar Elliot e ainda vai jogar o Alex na cadeira por cúmplice. Ele merece pra deixar de ser idiota e arrumar problemas pra nós”.

Isso foi a única coisa que escutei, e foi suficiente. Rapidamente comecei a dar passos para trás. Estava tão pasmo que não ousava nem respirar. Meus passos nunca foram tão delicados como aqueles. Meus olhos não saíam daqueles três homens ainda rindo dentro do carro, só que agora eu já não os escutava mais, não escutava mais nada. Só voltei a respirar, só voltei para aquele planeta quando estava longe demais deles.

Dobrei um pouco os joelhos e caí sobre com as mãos no chão. Minha cabeça estava pesada de tantos pensamentos. Uma ira tomou conta de mim a ponto de apertar os meus próprios joelhos com uma força imensa. Olhei com raiva para aqueles três e tudo que eu queria era ir lá e cortar a garganta dos três. Já matei muitos, mais dois ou três, não me importaria! Mas não podia fazer isso. Ia ser pego. Eu não era de pensar muito quando estava com raiva, mas me surpreendi em estar pensando agora. Foi então que eu olhei para a delegacia.

Vou ferrar todos vocês, seus filhos da puta! Pagarão caro por tentar me ferrar. E então caminhei a passos largos em direção a delegacia. O clima já não estava tão frio, eu estava fervendo. Eu podia escutar o barulho alto dos meus pés ao se chocarem contra aquele chão gelado. Meus olhos estavam fixos na delegacia. Não sabia o que ia falar ou como me comportar, mas que eu ia fazer alguma coisa, ah, eu ia!

- Posso ajudá-lo? – Um guarda me olhou estranho… quase como se me conhecesse de algum lugar, mas não tivesse lembrando. E era provável, já estive preso naquela delegacia.

- Pode – Disse ajeitando minha jaqueta, mas minha intenção era checar se a faca ainda estava ali – Preciso falar com… – Dei uma pausa, e respirei fundo. O que eu ia fazer ia mudar completamente a minha vida – … preciso falar com Elijah Crawford, por favor – E então o guarda me olhou mais estranho ainda.

- As visitas estão quase acabando, garoto – Disse ele.

- Não vou me demorar, prometo – Estava sendo uma coisa que não costumo ser; educado. Mas era preciso.

- Cinco minutos, apenas – Falou ele. Era um gordinho meio careca e com um bigode proeminente. Acredito que ele estava doido pra ir para casa; tão doido quanto eu estava.

- Obrigado – Murmurei, mas acho que ele nem ouviu, já que falei tão baixo. Também não sou de agradecer ninguém.

Fiquei indo de um lugar para o outro, nervoso. Mas logo, rapidamente, um homem veio em minha direção. Ele fez apenas um sinal com as mãos para que eu o seguisse. Não era mais o gordinho bigodudo. Eu o segui sem pensar duas vezes, e ainda olhei para trás para ver se conseguia enxergar alguma coisa ou os otários do carro. Nada.

Ele me levou em uma sala pequena, bem pequena mesmo. Mal cabia uma mesa com duas cadeiras. As cadeiras e a mesa eram de um alumínio que eu não ousava encostar, quanto mais sentar naquele frio.

- Sente-se aí e espere – Disse o guarda e em seguida saiu.

Uma ova que eu vou sentar nessa droga gelada, disse ao dar voltas ao redor.

Finalmente Elijah entrou pela porta.

- Alex?! – Disse assustado. Não consegui definir bem qual era a sua expressão.

Um momento parecia de raiva, em outro surpresa e teve momento que eu arriscava até dizer que ele estava feliz em me ver.

- E aí, meu parceiro! – Esbocei um sorriso e um abraço indo em sua direção. Mas quando vi que ele não manifestou o mesmo, só ficou parado, eu não concretizei.

Ele virou-se para trás e viu que o guarda ainda estava na sala.

- O que você está fazendo aqui…? – Ele perguntou nervoso, mas sussurrando.

- Eu vim falar da sua amada, cara. Ela disse que está quase passando mal sem ter aquela transa selvagem com você – Claro que não era isso que eu estava tratando ali.

O guarda fez uma careta e saiu da sala. Deu certo. Ele pensou que trataríamos de assunto bem íntimos e nos deixou a sós. Londrinos e suas etiquetas...

- Do que diabos você está falando?! – Furioso, Elijah soltou mais a voz. E acredito que se não tivesse de algemas, teria me dado um soco.

- Caralho, Elijah! Eu só estava inventando isso para ele sair! – Fui para perto dele, mas ele deu um passo para trás – Olha, eu sei que é difícil me ver depois de tudo que houve e muito mais de acreditar em mim, mas eu estou aqui para te ajudar! – Revelei.

- Você me ajudar? Você me ajudar?! – Eu pude ver a raiva em seus olhos claros.

- Sim! – Passei a mão na face limpando os respingos de sua saliva e então voltei a falar – Olha, presta atenção, nós só temos alguns minutos. O Eliot foi preso propositalmente porque foi pago para te matar. Era para eu vir aqui deixar uma faca para ele fazer o serviço. Mas eu resolvi te avisar diante de tantos anos de amizade! – Já estava feito. Não tinha mais volta.

- Do que você… – Ele estava estranhando, mas ele não era de todo idiota.

Ele olhou para trás como se pudesse ver através das paredes e olhar nos olhos de Eliot.

- Olhe, está aqui a faca – Tentei colocar em seu uniforme, mas ele recuou – Você precisa dela para se defender. Mata esse otário! – Esbravejei.

- Eu agradeço você vir me avisar, mas eu não vou fazer isso. – Ele deu um passo para trás. Vi gratidão nos seus olhos, apesar de também raiva e desconfiança.

Elijah era um bom homem. Melhor do que eu em perdoar.

Ele deu duas batidas no vidro para chamar o guarda.

- GUARDA! – Gritou logo em seguida.

Neguei com a cabeça e fui embora dali, correndo como quem está sendo perseguido pela própria morte.

E era o que ia acontecer!

Acabei de foder com a minha vida por uma pessoa que sequer estava querendo defender a sua!


 

Parabéns, Alex. É isso que dá resolver bancar o bonzinho e querer salvar o seu parceiro!

 


 

Narrador
 

Elijah caminhava de volta para sua cela sem olhar para trás. Sabia que o ex-companheiro era bastante duvidoso, mas em seus olhos, pela primeira vez pareceu ter… sinceridade.

O caminho até sua cela não era longo, porém parecia nunca chegar. Talvez a quantidade de pensamentos por segundo o fizesse ter a sensação que o tempo e espaço em sua volta tivesse parado. Mas pensar sobre o tempo não era uma questão ali, a sua questão principal era se o que Alex tinha falado era mesmo verdade e se for verdade, o que ele deveria fazer?

Ele não queria acreditar, não queria mesmo. Mas por que será que aquilo o afagava o coração? Talvez não soubesse com exatidão, só que já não teria tanto tempo assim para pensar sobre. Lá estava Elijah, de frente para a sua cela, com aquele homem.

Assim que entrou, deu uma boa olhada em Elliot, que o devolveu um sorriso amarelo. Elijah já o conhecia, e não era de agora. O odiava profundamente. Antes mesmo de Alex dizer que Elliot tentaria matá-lo, Elijah já o odiava suficiente para matá-lo ali dentro. Mas não agora, não podia. Ele estava tentando se ajeitar na vida, ser solto logo e logo dentro da delegacia, enquanto estava preso, mataria um homem? Não, isso não parecia certo. Então, o que fazer?!

Nada além de um sorriso amarelo. Foi isso que Elijah fez.

O clima era insuportável.

- Ei, Elijah! – Disse Elliot o provocando.

- O que você quer?! – Era notável que o garoto estava se aguentando, não conseguia esconder o que se passava dentro dele.

- Calma – Ele fez um sinal com as mãos – Só queria saber quem veio visitar você… – Aquela pergunta não era da conta de Elliot, e Elijah sabia bem disso. Tanto que não se deu o trabalho nem de olhar para ele, quanto mais respondê-lo – Tudo bem… – Disse Elliot entendendo sua posição.

Nada confortável com a demora de Alex, Elliot caminhava de um lado para o outro da cela. E quando ia até as grades, esticava o pescoço e tentava observar o mais longe que podia na esperança de ver Alex adentrando para lhe entregar a faca. Ele estava realmente preocupado e nervoso. Sempre que Elijah tirava os olhares dele – o que era raro –, Elliot aproveitava para fitá-lo dos pés a cabeça. Em sua mente, ele media o corpo de seu adversário, as chances de perder em uma luta e o que faria. Podia até estar nervoso, mas estava obstinado a terminar o que começou.

- Não adianta ficar ansioso para receber visitas, novato – Disse o guarda – O horário já terminou – Completou com um sorriso de satisfação em dar aquela notícia.

Elliot se mordeu por dentro. Ficou tão furioso que se não estivesse tão escuro dentro da cela, seria possível ver aquele homem quase pálido ficar da cor de um tomate bem maduro. Como se não bastasse, ainda socou as grades da cela fazendo os guardas irem até eles.

- O que pensa que está fazendo, oh, idiota?! – Disse um dos guardas já com um cacetete nas mãos.

- Estava esperando o Alex, Elliot? – Elijah não queria, mas deixou escapar.

Se arrependeu do que tinha dito no segundo seguinte, mas não podia mais voltar atrás, já tinha dito.

Elliot o olhou com um olhar fuzilante. Elijah sabia que o que viria a partir dali não era nada bom. Fechou os punhos e cerrou Elliot devolvendo o olhar amedrontador de ira. Os dois guardas observaram meio surpresos, tentando entender o que estava se passando ali. O clima estava mais notável do que o frio que fazia lá fora em Londres.

E foi então que o tolo Elliot entendera o que estava se passando. Seu olhar saiu de Elijah por um momento e fitou toda a cela como se as explicações estivessem escritas por toda a parte. Entendeu que tinha sido Alex que tinha visitado o rival e que ele não iria deixar nunca a faca para ele.

Descobriu que foi traído por todos.

O traído trincou os dentes amarelos de tanto fumar; quase os quebrou.

- Desgraçados! – Elliot esbravejou voando na direção de Elijah.

Crawford viu toda aquela situação como se estivesse em câmera lenta. Raiva? Ele tinha muita daquele homem. Perdeu as contas de quantas vezes ele tinha ameaçado ele e sua irmã. Mas não via apenas isso. Detrás dele haviam guardas, uma grade que o prendia e razões nas quais sustentavam ele estar ali. Elise.

De forma alguma poderia brigar dentro da cela. Pode ser difícil para um homem segurar a sua ira; mas só vence o ódio quem já foi derrotado pelo amor.

Elliot o socou com bastante força. Talvez mesmo que quisesse defender aquele soco, não teria, ele tinha sido muito rápido. Elijah caiu sobre a cama de colchão velho. Suas costas doeram quase tanto quanto o soco. mas antes que ele pudesse se preparar para se defender, o seu rival já estava a subir em sua cintura e se preparando para ferí-lo novamente.

- Eu não preciso de uma faca para matar você, babaca! – Tudo tinha acabado de ficar claro. Realmente, Alex estava falando a verdade.

Elijah tentava se defender dos golpes de Elliot, e até que conseguiu bem. Pelo menos, o suficiente até que os guardas destrancassem a cela e adentrassem para socorrê-lo.

- Você vai para um cantinho bem especial, brigão! – Disse os guardas tendo que arrastar Elliot pelo chão como quem puxa um cão raivoso.


 

 

Dianna

 

- E você se lembra da primeira e última vez que andamos juntos de moto em Holmes Chapel, naquelas férias...? – Já estávamos no carro, indo em direção ao centro, até o point das famosas almôndegas ao molho com queijo.

- Tá, disso eu não lembro… – Sussurrou desconfiado, erguendo a mão para enfiá-la em seus cabelos.

- Vou te contar então...




 

~Flashback ON~




 

Estava me aproximando da cozinha quando percebi um aroma vindo de lá de dentro. Parecia com… Panquecas?

Fui até lá e quase caí para trás quando encontrei Harry perto do fogão, aparentemente preparando-as.

- Achei que não soubesse cozinhar… – Comentei me sentando em cima do balcão, feliz por ele estar de costas e poder olhá-lo o quanto eu quisesse...

- Bom dia para você também. – Ele se virou por um momento, dando um sorriso debochado.

Segurei o riso.

- Onde está a Anne?

- Foi na minha vó. Quer panqueca? – Olhei para elas e estavam todas queimadas. Não salvou uma...

- Bom… – Fiquei com pena – Tudo bem… mas só duas  – Ele sorriu de canto, e colocou-as em um prato para mim.

Peguei o pote de nutella na geladeira e espalhei por minhas panquecas. Quase nem reparei que estavam queimadas. Na verdade, nem reparei…

Harry sentou-se à mesa e sorriu pra mim ao me ver mastigar. Não resisti e sorri de volta.

- Estou vendo o quanto me ama – Quase engasguei com o pedaço de panqueca. Peguei meu copo e dei um profundo gole no suco.

- Po-porque diz isso?

- Você está comendo com tanto gosto essas panquecas tão queimadas – Respondeu com um meio sorriso.

- Estão boas. Toma – Empurrei até ele o pote de nutella.

- Só se for por isso mesmo – Ele disse e pegou um pouco no pote para espalhar em suas panquecas.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, apenas comendo, e nos fuzilando em olhares. Não conseguia tirar meus olhos dele e nem ele de mim…

- O que acha de dar uma volta comigo na minha duas rodas?

- Na sua moto? – Arqueei uma sobrancelha.

- E onde mais seria? Não tenho bicicleta, nem dá pra arrancar as duas rodas do carro.

Rolei os olhos.

- Grosso… – Por mais que a coisa que eu mais quisesse no mundo fosse ficar tão perto dele, tinha que admitir o meu pavor por motos – Não, obrigada, tenho amor a minha vida…

- Qual é. Eu nunca deixaria você se machucar – Senti meu corpo ir gelando e meu rosto corando. Ele disse mesmo isso?

- Por que quer tanto que eu vá? Está planejando me matar? – Ele soltou uma risada tão gostosa, que não tive como não sorrir.

- Olha, você me deu uma grande ideia… – Disse entre risos.

- Imbecil. – Murmurei levantando e indo até a pia.

- Ei, ei, volta aqui. – Ele correu atrás de mim e me alcançou, puxando meu pulso de leve para trás – Porque não tenta? – Soltei sua mão do meu pulso da forma mais delicada possível.

- Não sei não, Harry...

Estremeci quando seu indicador tocou meu queixo e o empurrou de leve, me fazendo levantar o rosto e encará-lo.

- Eu sei que tem medo mas pode confiar em mim. Eu vou ter cuidado. – Falou compreensivo.

- ‘’Confiar’’ não é o tipo de coisa que seja fácil quando envolve você, Styles – Virei o rosto na direção oposta do dele.

Sua mão afagou meu ombro de leve.

- Eu não suportaria ver você machucada… – Virei o rosto lentamente para encará-lo.

Por mais que eu morresse de medo daquela moto, não possuía um pingo de medo de andar com ele... no fundo eu sabia que ele iria devagar, se eu pedisse...

Eu realmente iria trocar um passeio com ele para ficar em casa em uma manhã super tediosa? Nunca.

- Tudo bem – Minha voz saiu tão amena – Eu vou com você…

- Então vamos.

Ele pegou a chave da moto ao lado da porta e depois seguiu até a varanda, onde a mesma estava estacionada.

- Você pode ir devagar, por favor? – Pedi enquanto caminhávamos até aquele veículo mortífero de duas rodas.

- Vou pensar no seu caso – Ele subiu na moto, me entregando um capacete enquanto eu tentava parar de tremer. Eu estava mesmo nervosa.

Não queria, mas sentei na moto com ele.

- Dianna? – Ele me chamou e eu quase caí de susto. Estava muito absorta tentando colocar meu capacete do jeito certo – Deixa que eu te ajudo – Ele se inclinou para colocá-lo em mim, e, meu Deus, porque esse homem tem que ser tão cheiroso? Isso não é justo – Se segura, eu vou começar a andar – Engoli em seco e fechei meus dedos em torno da sua cintura, me desesperando quando a moto começou a andar, ainda que devagar.

Fechei os olhos e me concentrei em qualquer coisa que não fosse o fato de eu estar em cima daquele treco.

Mas eu estava com ele…

Com ele…!

E foi isso que me acalmou…

- Está gostando? – Perguntou-me ainda pilotando.

- Até que não é nada mal… – O vento forte batia contra o meu rosto.

Andamos pelas ruas de Holmes Chapel por mais alguns minutos, até que senti sede e pedi que Harry parasse em um posto que havia a frente.

Ele parou para eu descer, ele teria que estacionar a moto do outro lado da pista.

Tirei o capacete e entrei na loja de conveniência para comprar duas águas. Saí da loja e percebi que o trânsito estava parado, mas ao mesmo tempo agitado por tantas pessoas. Uma sensação terrível se espalhou em mim.

E essa sensação só piorou quando eu vi o motivo daquela aglomeração. A moto de Harry estava amassada e retorcida no canteiro central da via. Meu coração disparou imediatamente e eu quase caí onde estava. Corri alguns metros à frente, até chegar ao acostamento e perceber que uma multidão em círculo cercava alguma coisa no chão.

Algo dentro do meu peito quis que não fosse ele. Quer dizer, tudo queria que não fosse!

Os carros deram passagem pra eu atravessar a rua e chegar até a outra pista. Meu coração já doía. Na minha garganta havia um nó que prendia o choro que estava prestes a sair de forma convulsiva e descontrolada. Minhas mãos abriam uma trilha entre as pessoas aglomeradas até que eu chegasse ao centro. Eu queria chegar e ao mesmo tempo não chegar. Porque a dor de vê-lo poderia me dilacerar...

O corpo dele estava deitado e sem movimento no chão do asfalto. Um primeiro soluço saiu da minha boca e eu comecei a chorar enquanto corria até ele. Cheguei onde ele estava e me ajoelhei perto dele enquanto o olhava. Minhas mãos queriam tocá-lo, e eu estava quase tocando, mas um homem me faz parar.

- A ambulância já está chegando… É melhor não mexer nele. – Minha cabeça balançou e eu continuei chorando. Os olhos dele estavam fechando suavemente e seu rosto estava cheio de sangue.

- Não chora… – Ele disse me fitando.

- O que aconteceu, Harry…? – Murmurei entre o choro.

- Eu fui atropelado enquanto atravessava a pista para estacionar a moto

- Mas como foi isso?

- Ele não teve culpa. Foi o veículo que avançou a preferencial – Explicou-me uma mulher.

- Não deixe que ele se esforce, moça... – O mesmo homem aconselhou-me.

Assenti e logo se fez presente o barulho da sirene. Rapidamente eu e o homem levantamos.

Dois paramédicos pularam da ambulância carregando com eles uma maca. Eles tiraram o capacete de Harry e rasgaram a blusa dele fazendo os primeiros exames, e depois o colocaram sobre a maca. Agarrei no braço de um dos paramédicos que estava voltando para a ambulância.

- Moço, me deixa ir com vocês. – Funguei. – Por favor, eu o conheço. Ele é meu meio-irmão. Por favor. – Minha voz saía esganiçada e tremida. O homem me olhou com pena, então segurou os meus ombros e me colocou dentro da ambulância. Eu soluçava e minhas mãos tremiam.

- Procurem um calmante pra ela. – Escutei um dos paramédicos falar. Olhei e vi um comprimido branco a minha frente, estendido, assim como uma garrafa de água.

O meu medo era de dormir e não acompanhar o que estava acontecendo.

- Isso não vai me fazer dormir, não né? – Perguntei segurando o comprimido e depois o copo. Ele sorriu.

- Não. Só vai fazer você ficar mais calma... – Assenti engolindo o remédio. – A senhorita não quer ligar para alguém? Como irá voltar pra casa? – Me perguntava. Eu não ia sair de lá até que meu amor fosse liberado. Não ia...

- Não, eu não vou sair de perto dele… – Olhei para Harry que afirmou calmamente com a cabeça.

Chegamos ao hospital e tudo aconteceu muito rápido. Eles o tiraram da ambulância e o levaram para dentro. Eu fiquei para trás, na sala de espera. Não era permitida a entrada de ninguém para além daquela porta.

Baixei minha cabeça e senti o efeito do calmante. Eu fiquei sem tremer e meu choro se acalmou. Mas o meu pensamento estava a mil. Por que eu aceitei passear com ele de moto? Por que? A culpa disso é minha! Só minha! Se tivéssemos ficado em casa nada disso teria acontecido…!

Lembrei de que tinha que avisar a Anne. Levantei e procurei por orelhões. Logo ela atendeu a ligação e dez minutos depois ela chegou.

- Ele vai ficar bem. – Nos disse o médico.

- Graças a Deus. – Uni minhas mãos sobre a boca, por fim respirando – Então podemos vê-lo?

- No momento ele está dormindo por causa do efeito de alguns analgésicos…

- O que ele sofreu, doutor? – Anne perguntou-o, aflita.

- Bom – Ele olhou em sua prancheta – Seis pontos na testa, dois na sobrancelha. Devido a queda, ele pode se queixar de dores nas costas e lombar, mas nada que nos preocupe. O garoto teve sorte. Atropelamentos costumam ser muito violentos, com traumas às vezes irreversíveis aos pacientes – Anne e eu estávamos chocadas com toda a sinceridade dele, mas devo admitir que não é todo médico que fala a verdade assim – Logo ele acordará e poderão vê-lo...

- Obrigado, doutor, por cuidar do meu filho…

Ele assentiu e despediu-se saindo.

Quase uma hora depois fomos avisados que ele havia acordado.

- Vai primeiro, Anne... – Ela assentiu saindo.

Fiquei sentada mexendo em meu celular, sendo bombardeada de perguntas da Elise sobre como ele estava. Certamente Anne avisou a todos o que tinha acontecido. Enquanto eu respondia mais uma mensagem sua, e com a mesma resposta, ouvi a voz de Anne soar ao meu lado.

- Pode ir, querida. – Sua expressão estava até mais viva – E já vou avisando que ele está um dengo só...

- Tudo bem, eu já estou acostumada. Eu já cuidei dele bêbado tantas vezes… ele fica igual…  – Ela assentiu sorrindo.

Levantei da cadeira e segui para o quarto onde ele estava.

Abri a porta e ele olhou para a porta, sorrindo. Corri até ele e o abracei com cuidado. Ele tinha uma das mãos em meus cabelos e a outra em minhas costas.

-  Eu senti tanto medo… – Murmurei contra o seu peito.

- Eu tô bem agora… – Segurei seu rosto com as duas mãos, analisando cada machucado, cada ponto em seu rosto.

- Que bom que não se machucou tanto… – Acariciei suas bochechas, vendo-o fechar os olhos.

Ele os abriu em seguida.

- Sabe o que mais me doeu naquela hora...? – Perguntou ao limpar minhas lágrimas com seus polegares.

- O que…?

- Não foi a minha cabeça latejando ou todos os músculos do meu corpo doendo... foi ver você chorando… – O olhar dele foi diferente de todos os olhares que ele já havia me lançado. E seu tom de voz também. Foi uma coisa completamente doce e gentil, que eu não sabia quando aconteceria de novo, e se aconteceria de novo…

- Você tem certeza que não bateu a cabeça…? – Disse espontaneamente e ele tentou não rir.

- Não, não bati

- Então você é um fofo mesmo… – Disse acariciando o seu rosto. Ele se limitou a sorrir torto – Você quer alguma coisa?

- Água, por favor. E alguns chocolates também...  

- Engraçadinho. – Ele ensaiou sentar na cama mas se encolheu de dor no segundo seguinte – Cuidado, bebê! – Prendi a respiração e engoli a seco, desejando que pudesse apagar a última palavra que falei. Nunca o chamei assim em voz alta!

- Você me chamou de que? – Perguntou-me sorrindo e eu corei por um momento.

- Desculpa…

- Não, tudo bem, eu gostei... – Ergui o olhar até ele, corando mais ainda.

Me virei inquieta e peguei a jarra de água e um copo.

- Aqui está, tome… – Eu dei a água na boca dele – ...tá adorando ser paparicado, né?

- Tô…  – Disse manhoso – Você me deu água na boca, chamou de bebê… acho que vou ser atropelado mais vezes... – Disse rindo.

- Não brinque com uma coisa dessas, por favor. Você quase me matou de preocupação – Ele parou de rir e segurou minhas mãos.

- Desculpa. Eu só estava brincando – Acariciou minha mão direita.

- Tudo bem, bebê... – Me inclinei dando um beijinho em sua bochecha.


 

~Flashback OFF~


 

- Você sempre cuidou de mim… – Ele disse de forma boba, enquanto dirigia.

Assenti acariciando sua mão que estava em minha perna.

- É esse o lugar? – Perguntou apontando.

- Sim. – Sorri ao olhar pela janela.

- Ok, vamos encontrar uma vaga agora...

Rodamos umas cinco, acho que umas dez vezes pelo quarteirão para encontrar qualquer vaga. Poderia ser em qualquer lugar que fosse perto. Sorte que encontramos.

Ele desceu do carro e segurou na minha mão entrelaçando os nossos dedos.

 


 

Alex
 

Meio que já era acostumado com essa sensação paranoica de que tinha sempre alguém me seguindo. Mas agora eu sabia que de fato tinha alguém atrás de mim ou não demoraria para haver.

Lidar com a realidade de ser pego e ir para a cadeia tinha horas que era até emocionante, dava uma certa adrenalina. Só que, agora, os que estavam me seguindo, não iam simplesmente me colocar na cadeia, mas iam me matar e isso não era tão emocionante assim.

Enquanto corria de volta para a cidade, o mais rápido possível, refletia sobre a besteira que tinha acabado de fazer. Sabia que eles iam ferrar para mim, mas, droga! Bem que eu podia ter pensado melhor e ter encontrado outra solução! No entanto, uma parte dentro de mim estava bem satisfeita com tudo isso. Não ferrei com o meu parceiro, fim de papo.

Elijah era um dos poucos, na verdade, o único, que eu podia chamar de amigo... o resto, eram só meus capangas...

Estava escuro e bastante frio em Londres naquela noite. Sair daquela floresta não estava sendo fácil. Sentia vários cortes em meu corpo feitos por galhos e folhas que pareciam facas. Isso era o de menos. Pensara até que ser devorado por um animal grande ali seria melhor do que Jerome pôr as mãos em mim. Aquele cara não era boa coisa… não mesmo. Conseguia ser pior do que eu. Vocês me acham um monstro perverso? Isso por que não o conheceram…

Olhei em volta e estava só, não havia uma viva alma sequer pelo caminho. Isso até me deu um alívio. Porém, eu sabia que não era o suficiente para ficar tranquilo, era só questão de tempo para que eles me pegassem. Jerome sabia onde eu morava e não demoraria para ele saber o que eu fiz e vir atrás de explicações. Explicações essas que eu não tinha.

Por isso eu fugi.

Tinha ido em minha casa assim que saí da delegacia. Só peguei uma mochila e poucas roupas. Soquei tudo dentro, peguei algum dinheiro e também algumas trouxinhas de metanfetamina. Fechei todas as cortinas da casa, mas fiquei me perguntando durante o caminho se havia trancado a porta ao sair. Saí dali tão apressado que talvez não tivesse feito isso.

Liguei para Corll e exigi que ele tomasse conta de Emily. Que a protegesse em qualquer circunstância. Dei minha palavra a Elijah e apesar de não ter muitas coisas boas na vida, isso eu tinha. Palavra.

Avistei a cidade ao longe. Acelerei o passo da corrida como quem busca energias não sei de onde. Talvez ainda desse tempo de pegar algum trem, ou até mesmo algum vôo.

Porém, para a minha infelicidade, assim que eu virei a esquina da Back Kingsgate Parade, me deparei com uma cena que me fez urrar de raiva.
 

Dianna...?

 

Ela e o Styles estavam entrando felizes em uma lanchonete de mãos dadas!




 

Dianna

 

- Uau, esse lugar é incrível – Ele disse assim que entramos.

- Você gosta muito daqui

- É, eu tenho mesmo bom gosto – Disse me olhando sugestivo e eu sorri tímida.

- Escolhe uma mesa… – Mostrei ao redor.

- Aquela. – Apontou. E por coincidência ou não, ele escolheu a mesa que sempre sentávamos.

- Por que escolheu essa mesa...? – Perguntei com um sorriso esperançoso.

- Sei lá, porque ela é bem centralizada...? – Ele riu e eu também. Não foi dessa vez, tudo bem.

- É uma boa resposta – Ele puxou a cadeira para mim e sentou na sua em seguida.

- Como sempre longe de mim, vem cá – Ele puxou a minha cadeira para perto da dele e deu um beijinho em minha cabeça – Tá cheirosa… – Enfiou seu rosto entre meu cabelo, deslizando o nariz, cheirando, como ele fazia. Como ele sempre fazia!  

- Seu bobo – Ele segurou meu rosto entre as mãos e me deu um selinho.

- Boa noite. Desculpem por atrapalhar – O atendente sorriu envergonhado – Sejam bem-vindos ao Nando’s! Já fizeram o seu pedido? – Cumprimentou-nos um atendente.

- Err… não – Harry disse.

- Mas já escolhemos. – Completei – Nós iremos querer duas porções de almôndegas ao molho com queijo, por favor – Ele assentiu anotando em sua caderneta.

- Com uma porção de batata frita ou sem? – Perguntou-me.

Harry me olhou tão travesso.

- Com, por favor. – Eu disse e Harry me roubou um selinho. O atendente sorriu e assentiu saindo.

- Mas você está tão beijoqueiro hoje – Passei meu nariz pelo dele bem de leve.

- Você ainda não viu nada… – Corei, mas lhe dei um pequeno soco no ombro.

- Você ainda está namorando!

- Eu vou resolver isso hoje! – Defendeu-se agoniado.

- Não importa. Até lá não nos beijáremos. – Cruzei os braços.

- Dianna! – Ele protestou emburrado, com um bico lindo em seus lábios.

- Você sabe que estou fazendo o certo… – Ele suspirou fundo e escondeu seu rosto em meu pescoço, abraçando a minha cintura.

- Tudo bem, eu sei que é o certo… – Disse ainda enfiado em meu pescoço e emburrado.

Inclinei o rosto e beijei sua bochecha. Ele sorriu de canto e ergueu sua mão direita, esfregando as pontas dos dedos entre meus cabelos.

- Eu odeio você ser tão certinha, sabia…? – Eu ri e o dei um tapinha na cabeça.

Nosso pedido chegou à mesa.

- É bem bonito – Ele comentou ao analisar o prato – Me dá na boca? – Pediu sorrindo.

Ri um pouco. Uma vez manhoso, para toda a vida manhoso.

Peguei um garfo e espetei em uma almôndega. Assoprei um pouco, checando, e estiquei o braço até ele.

- Abra a boca… – Ele separou os lábios e assim levei o garfo até eles, deixando-o morder o que queria. Depois levei à minha boca o que sobrou de sua mordida.

- Mmmmmm – Murmurou enquanto mastigava.

Sorri hipnotizada.

Ansiosa.

Esperançosa.

Será que ele ia lembrar?

- Isso é bom… muito bom… – Ronronou mastigando.

- Quer mais?

- Sim – Espetei mais uma almôndega e levei até sua boca.

Ele me deu um selinho melecando propositalmente os meus lábios de molho. Sorri o afastando.

- Acha que consegue comer sozinho, bebezinho? – Ele me fez uma careta.

- Consigo – Disse espetando duas almôndegas ao mesmo tempo em seu garfo.

Sorri satisfeita. Ele não lembrou, mas gostou. Ele amou aquelas almôndegas…

O observava comer tudo, à medida que também ia comendo o meu pedido. Ele ainda roubou três almôndegas minhas, sequer me importei. O que era meu era dele… sempre foi dele… sempre seria…

Ele colocou a mão por dentro do meu vestido, assim que terminou de comer, e ficou fazendo carinho em minhas costas, do meio até o final delas, enquanto assistíamos uma garota cantar Eternal Flame naquele palco improvisado.

- Legal, né? – Ele disse sorrindo.

- Já cantamos ali, sabia? – Ele me olhou surpreso. Assenti – E você já cantou duas vezes...

- Uau! – Voltou seu olhar para o palco rapidamente.

Suspirei algumas vezes, minha cabeça automaticamente resgatando as lembranças da última vez que estivemos ali. Não me contive e mordi o lábio inferior antes que perguntá-lo:

- Você confia em mim? – Ele me olhou por alguns segundos mas assentiu – Então vem comigo! – O puxei pela mão.

- Di-Dianna! – Disse enquanto o puxava, fazendo-o tropeçar em seus próprios pés.

Não conseguia pensar em outra coisa a não ser tentar mais uma vez ajudá-lo a lembrar. Seria a minha última cartada. Eu tinha a ideia perfeita. Incerta, mas perfeita. Antes, porém, precisava resolver algumas coisas.

Me virei para ele rapidamente.

- Fica aqui um instante. Só um instante. – Ele me olhou confuso mas assentiu.

Me virei novamente e fui até a lateral do palco.

Passei os olhos e vi algumas pessoas por perto. Algumas encostadas na parede, comendo, outras conversando.

Tentei buscar por Tyler, o gerente do estabelecimento, mas não o encontrei.

Todos me olharam com dúvida, então me aproximei mais.

- Olá… – Sorri simpática. – Eu gostaria de cantar...

- Tudo bem, você será a próxima.

- Qual é a música? – Perguntou-me o baixista.

- Ela não é conhecida...

- Irá cantar sem acompanhamento? – Ergueu as sobrancelhas.

- Sim. É possível? – Perguntei-lhe.

- Sim. É possível sim… Mike! – Fez sinal para um cara – Você entra agora – Me avisou e sorri assentindo.

A minha garganta já estava queimando.

A mocinha encerrou a música agradecendo a todos, passei a mão pelo rosto e comecei a suar frio.

Tentei me acalmar colocando uma das mãos no peito, Calma, coração…

- Pode subir! – Subi no palco e senti o olhar de todos me seguindo. Especialmente o de Harry.

Ele soltou uma risada, abri um sorriso em seguida.

- Boa noite, pessoal... – Todos me responderam de volta – É a minha segunda vez neste palco mas confesso que ainda me sinto nervosa… – Ouvi risos – Sei que já escutaram várias pessoas nessa noite… e talvez estejam um pouco… saturados – Ouvi novamente risos – Mas eu estou aqui por um bom motivo. Eu estou aqui em cima por uma pessoa… – Olhei diretamente para Harry.

-  Eu vou matar você! – Consegui ler seus lábios e abri um sorriso ao ver que ele estava totalmente corado.

Esse seria o meu último golpe... se não funcionasse, teria que esperar ele se lembrar por ele mesmo…

- Meu anjo… – Sussurrei-lhe – Eu sei que tudo pode parecer confuso agora, mas quero que me escute... – Ele escutava tudo de cabeça baixa – E nos perceba em cada verso dessa música escrita por você… – Ele ergueu o olhar para mim e seus olhos estavam cheios d’água.

As pessoas não sabiam o que estava acontecendo, mas nós dois sim. Nós dois sim e era só isso que importava…

Sentei no pequeno banco que tinha ali e ajeitei o microfone. Todos pareciam aguardar um resultado de loteria, como se para cada um, faltasse apenas um número para ser o grande vencedor.

 

Ok, calma, coração, eu sei que hoje está sendo uma noite propícia a infartos fulminantes, mas calma…

 

Com as pernas bambas e um frio na barriga que eu não sentia desde que o beijei pela última vez... fechei os olhos e pedi em pensamento por um milagre… deixando em seguida a minha voz tomar conta do ambiente…


 

People say we shouldn’t be together

Too young to know about forever

But I say, they don’t know what they talk talk talking about

'Cause this love is only getting stronger

So I don’t wanna wait, any longer

I just wanna tell the world that you’re mine, girl



 

- Ohh... – Ouvi em um microfone.

NÃO PODE SER!

Meu coração disparou quando eu reconheci aquela voz. HARRY! Meu Deus!!



 

They don’t know about the things we do

They don’t know about the I love you's


 

Sequer me mexi quando ouvi-lo cantar... meus olhos ficaram abarrotados de lágrimas, queria piscar para que elas caíssem, mas não queria perder nenhum segundo da visão que tinha do rosto de dele cantando tão perfeitamente… tão perfeitamente a nossa música…


 

But I bet you if they only knew

They will just be jealous of us

They don’t know about the up all nights


 

Cantou de volta fazendo meu coração acelerar.


 

They don’t know I’ve waited all my life

Just to find a love that feels this right

Baby, they don’t know about, they don’t know about us


 

Sorri completamente inebriada por aquela imagem… levei as mãos ao rosto e comecei a chorar… o meu corpo tremia de um jeito que me fazia vibrar…

Ele me olhou, fazendo um sinal para que eu continuasse, e eu atendi.


 

Just one touch and I was a believer

Every kiss, it gets a little sweeter

It’s getting better, keeps getting better all the time, girl


 

Enquanto a emoção me invadia, e o choro esbarrava com a letra…


 

They don’t know about the things we do

They don’t know about the I love you's

But I bet you if they only knew

They would just be jealous of us


 

Ele cantou o refrão tão emocionado quanto eu... podia sentir toda a intensidade no tom de sua voz, no brilho de seus olhos mais verdes do que nunca…


 

They don’t know about the up all nights

They don’t know I’ve waited all my life

Just to find a love that feels this right

Baby, they don’t know about, they don’t know about us

 

 

Ele se aproximou de mim… parou e me deu um abraço apertado e acolhedor me fazendo sorrir entre lágrimas… me encarou e sorriu de canto com os olhos marejados...




 

They don’t know how special you are

They don’t know what you’ve done to my heart

They can say anything they want cause they don’t know us

They don’t know what we do best

It’s between me and you, our little secret

But I wanna tell ‘em, I wanna tell the world that your mine, girl


 

Seguimos cantando em perfeita harmonia… sua mão acariciando meu cabelo… ouvindo todos a gritar e nos aplaudir…



 

They don’t know about the things we do

They don’t know about the I love you's

But I bet you if they only knew

They would just be jealous of us

They don’t know about the up all nights

They don’t know I’ve waited all my life

Just to find a love that feels this right

Baby, they don’t know about, they don’t know about us

They don’t know about us… us


 

A plateia começou a gritar… ele fungou, seu rosto retorcido em uma emoção tamanha…

 

Haviam pessoas ajoelhadas fazendo movimentos de reverência para nós dois… começamos a rir, senti ele passando o braço por minha cintura me abraçando de lado… enquanto agradecíamos a todos...

Descemos a escadinha ao lado e nos abraçamos atrás do palco.

Choramos de emoção…

Nos apertando... 

Ali... tanto eu quanto ele sabíamos, no fundo, que nada e nem ninguém poderia nos afastar… nada mais poderia…

- Você lembrou? Você lembrou? – Ergui minhas mãos para afagar seu rosto.

- Só da mú...sica… – Murmurou em profundo choro.

Sorri mais do que satisfeita. E enchi suas bochechas de beijos, ele me tirou do chão para girar comigo em seus braços.

Ele me colocou novamente no chão, ergui minhas mãos trêmulas e peguei seu rosto entre minhas mãos.

- Você está quase lembrando… – Nossos olhares não se desviavam. – Está perto… está cada vez mais perto, meu amor… – Disse baixinho, e sacudimos a cabeça em positivo, sorrindo um para o outro.

Ele ficou me olhando nos olhos por longos segundos. Eu via suas lágrimas sumindo entre seus lábios…

Ele passou suas mãos delicadamente por minha cintura, aproximando nossos corpos.

Seu rosto estava cada vez mais próximo do meu, tão perto que eu podia sentir sua respiração e meus olhos não conseguiam desgrudar dos dele nenhum momento, era como estar hipnotizada. Eu não conseguia mexer minhas mãos, parecia que eu havia perdido todo o controle sobre elas ou sobre qualquer parte do meu corpo. Eu suava frio...

- Eu preciso te dizer uma coisa que está me queimando por dentro… – Sussurrou-me, e minhas pernas tremeram.

- Diga…

- Eu acho que estou apaixonado por você… – Ele disse e eu sorri igual uma boba.

- Por que você acha isso…? – Perguntei e ele riu rápido voltando a ficar sério depois.

- Vamos aos fatos, ok? – Ele perguntou e eu assenti. – Temos tudo para dar errado – Sorri o fazendo uma caretinha. – Isso vai ser clichê, mas... quando estou perto de você… eu me sinto completo, entende...? Completo... – Segurei o choro em minha garganta – Eu não sei se no fundo eu me lembrei de tudo ou se me apaixonei novamente por você… mas é você que eu quero no meu futuro. Que eu quero agora… que eu vou querer sempre… – Aproximei meu rosto do dele e senti suas lágrimas pingarem em meu rosto. Fiquei ali por longos segundos, até minutos, nossas testas coladas… olhos fechados.

- Você é o meu amor… – Sussurrei-lhe acariciando sua nuca.

Ele só sabia me olhar como um bobo e sorrir, com seu rosto ainda molhado e corado. Ergui minhas mãos e limpei suas lágrimas, em seguida as minhas.

- Eu preciso ir ao banheiro... devo estar toda borrada – Rimos rapidamente.

- Você está deslumbrante, raio de Sol…

- Seu mentiroso – O dei um selinho rápido – Eu já volto… – Ele assentiu desgrudando nossos corpos.

Segui para o banheiro e vi uma coisa que me deixou sem fôlego.

Alex.

Me olhando através de uma janela. Como se estivesse há horas ali...

Tive que me apoiar em uma parede para não cair.

Corri imediatamente para o banheiro e fiquei lá dentro por alguns minutos. Quem sabe ele fosse embora, ele tinha, ele tinha que ir! Eu tremia tanto, tanto, que ouvia o sacudir das pulseiras que estavam em meu pulso. Meu Deus, me ajuda... tira o Harry daqui… por favor...

Eu só pedia isso em pensamento. Não pedia por mim. Pedia por ele… por ele…!

Abri a torneira e joguei um pouco de água no meu rosto.

Olhei em meu celular e vi que já haviam passado dez minutos. Harry já havia ido duas vezes à porta do banheiro feminino perguntar se estava tudo bem comigo, que como sempre, em tudo que envolve Alex, eu tive que mentir.

Resolvi sair do banheiro e olhei para a janela onde tinha o visto.

Ele não estava mais lá.

- Procurando por mim? – Ouvi uma voz dizer atrás de mim, me fazendo levar um susto. Me virei imediatamente e vi Alex parado com um sorriso pervertido nos lábios. Merda! Foi a primeira coisa que me veio à cabeça.

Ele vinha andando em minha direção, sorrindo, e a cada passo que ele dava, eu dava um passo para trás, até que bati com minhas costas na parede do corredor dos banheiros.

Meus olhos se encheram de lágrimas, não adiantaria gritar, porque com o barulho da música, ninguém me ouviria.

- Enfim sós – Ele disse quando chegou bem perto de mim, colando nossos rostos.

- Alex, me solta! – Tentava me afastar dele, o que foi em vão.

Ele segurou firme minha cintura e sussurrou no meu ouvido.

- Fica quietinha que vai ser melhor pra ele. – Pude sentir o bafo de drogas saindo de sua boca.

As lágrimas já caíam livremente pelo meu rosto. Eu não tinha reação nenhuma, não podia gritar, pedir socorro, Harry que pagaria! Eu só conseguia chorar.

- Não chore, coisa linda… – Acariciou meu rosto – Eu não vou te machucar…

Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, eu vi Harry chegando.

 


 

Harry

 

A cena que vi, me fez urrar sentindo o gosto amargo da raiva. Nunca senti algo assim por uma pessoa antes, ainda mais alguém que eu sequer conhecia, mas no mesmo instante que eu vi aquele cara, um ódio descomunal tomou conta de mim e eu parti pra cima dele acertando um soco em seu rosto.

-  SEU FILHO DA PUTA! – Gritei enquanto desferia socos em seu rosto.

Ele cambaleou e caiu no chão com o rosto sangrando. O peguei pela gola da camisa e o suspendi jogando-o de encontro à parede.

- NUNCA MAIS, ENTENDEU!? NUNCA MAIS VOCÊ ENCOSTA ESSAS MÃOS IMUNDAS NELA!! TÁ ME OUVINDO?!! – Gritava enquanto apertava seu pescoço.

Ele não respondeu, o que me fez sentir mais raiva ainda.

- EU PERGUNTEI SE VOCÊ ESTÁ ME OUVINDO! ESTÁ SURDO, PORRA?!

- Tá virando homem, Romeu...? – Sua voz arrastou em um tom provocante e eu franzi a testa sem entender por que ele me chamou assim.

- Ha-Harry vamos embora daqui, po-por favor. – A voz de Di saiu fraca e embargada por conta do choro.

Me virei para olhar em seu rosto, ele estava vermelho e inchado de tanto chorar. Meu coração se apertou. A  abracei com todo cuidado que eu tinha. Ela me apertou forte em seu corpo.

- Eu estou aqui... – Sussurrei enquanto acariciava seus cabelos.

Ela tirou sua cabeça da curva do meu pescoço e me encarou.

- Você está bem?? Você está bem?? – Ela me apalpava todo. Assenti todas as vezes. – Me tira daqui... – Pediu quase em sussurro.

Assenti, e me virei para o garoto que continuava estirado no chão, rodeado de pessoas que tentavam ‘‘socorrê-lo’’. Nos encaramos com ódio. Um arrepio passou pelo meu corpo. Foi estranho o que eu senti. Foi quase como um déjá vu.

- Nem pense em vir atrás da gente... eu acabo com você. – Disse rosnando e ele me abriu um sorrisinho nojento.

Peguei na mão dela e entrelacei nossos dedos. Seguimos para o carro e então abri a porta para ela, sentando-a com cuidado no banco.

- Como você está…? – Levei minha mão até seu rosto e acariciei sua macia bochecha.

- Melhor… – Coloquei seu cinto – Só vamos embora daqui, rápido, por favor! – Assenti fechando a porta do carro.

Ela estava tão assustada e acuada, que de repente eu só quis sair dali o mais rápido também.

Ficamos alguns minutos em silêncio, já estávamos longe o bastante.

- Você conhece aquele cara...? – Algo me dizia que sim. Que sim!

Ela não respondeu. E eu só esperei para ver se ela iria falar, porém, nada!

- Dianna. – Ela se curvou com as mãos no rosto.

- Harry, por favor…

- Di. Sim… ou não?

- Sim… você e eu o conhecemos… – Apenas movi a cabeça me afastando um pouco.

- Mas… quem é ele? Quem?

- Alex… – Ergui minhas sobrancelhas ainda sem entender. Quem diabos era Alex? O único Alex que eu tinha ouvido falar foi o que me…

Meus olhos se encontraram com os dela.

- Alex… o que fez isso comigo…? – Falei, enquanto esperava ela me dizer.

Ela assentiu soltando o choro.

Freei o carro bruscamente fazendo-a voar para frente e quase cair em cima do painel do carro.

- E você vem me dizer isso agora, Dianna?!? – Virei para ela.

- Eu não podia dizer antes!! – Ela me olhava aterrorizada.

- Podia!!!

- Eu não ia deixar vocês dois se matarem!! – Girei o carro voltando ao sentido da lanchonete – Harry, o que está fazendo?! O que está fazendo?! – Seus olhos saltaram.

- Eu vou matar esse desgraçado...! – Rosnei ficando a quase 100km/h.

- Harry, não! Não! Vamos para casa! Por favor!! – Ela estava praticamente implorando. As lágrimas começaram a rolar com mais força por seus olhos… porém não me contive, eu só acelerei mais e mais. Cego. Estava cego de ódio e rancor. – HARRY! – Assustei-me quando ela gritou.

- Eu não posso deixá-lo impune!! Não posso, Dianna!!

- Se você for atrás dele, eu saio desse carro e você nunca mais, nunca mais me vê! – Senti a minha garganta arder.

- Não me faça escolher…

- Você o escolheria...? – Ela me perguntou com uma dor estampada em sua voz.

Levei minha mão até entre meus cabelos e abaixei a cabeça, chorando baixinho.

Tive que parar o carro, não estava mais conseguindo dirigir naquele estado.

- Você é a coisa mais preciosa do mundo para mim e ele me tirou…! – Choraminguei baixinho.

Ela segurou meu rosto entre as mãos, buscando meu olhar com o seu.

- Não tirou, Harry, eu estou aqui, eu ainda estou aqui!

Fiquei em silêncio por alguns segundos. Eu ainda estava em descrença, em choque e com um turbilhão de sentimentos que me deixavam sem palavras.

Ela ainda encarava o meu rosto e deslizou sua mão direita por minha bochecha. Deitei minha cabeça naquele contato.

- Só siga para casa, amor, por favor... Eu estou te pedindo.

Limpei minhas lágrimas e apenas sacudi a cabeça em positivo ligando novamente o carro. E quando já tinha tomado uma boa distância dei um cavalo-de-pau ficando de frente para a pista contrária que vínhamos.

- Se importa se formos à casa da Alisson...? – Ela me olhou confusa – Eu só quero resolver logo isso. – Ela assentiu calma.

Entrelacei nossos dedos e seguimos para a casa da Alisson.

Ficamos em silêncio durante o caminho todo. A minha cabeça ainda estava rodando em pensamentos. Rodando…

 

~Flashback ON~


 

Final de tarde de uma quinta-feira. Todos tinham saído para visitar a baixinha na clínica, só ficou eu. Eu já tinha ido visitá-la pela manhã, quando saí da fisioterapia.

Alisson descansou a cabeça em meu ombro e puxou meu corpo de encontro ao dela, porém a afastei.

- O que aconteceu, amor?

- Nada. – Fui seco.

- Você não está prestando atenção no filme

- Não estou com cabeça, Alisson… – Disse esgotado.

- Está assim por causa dela...? – Ela se referia a Dianna – Esse mau humor todo é por causa dela?  – Me perguntou e eu baixei a cabeça para esconder a cara de “pego no flagra” que tinha no momento.

- Me deixa quieto.

- Como se você está comigo mas sua cabeça está visivelmente nela?! – Respirei fundo.  

- Não estou pensando em ninguém, Alisson. – Claro que era mentira.

- Você acha que eu sou idiota? Eu te conheço, Harry!

- Alisson, para com isso. Para com isso! – Já estava me irritando.

- Eu não gosto dela, você sabe o quanto ela abalou a nossa relação no passado! – A olhei com uma expressão de raiva – Não adianta me olhar assim, você sabe que é a verdade! Nós voltamos o nosso namoro agora e parece que o fantasma dessa garota está sempre entre nós! Vocês dois sozinhos naquela praia por dias me causa raiva até hoje. – Confessou em um tom de profunda ira.

- Então por que continua comigo?! – Chutei o balde.

- Por que você fez isso comigo?!

- Responde.a.minha.pergunta – Eu disse pausadamente, tentando controlar minha raiva.

- Não! Você responde a minha! – Levantei bruscamente do sofá.

- O QUE VOCÊ QUER QUE EU FAÇA!? – Gritei exasperado – Eu não posso simplesmente ficar longe dela, moramos na mesma casa, põe isso de uma vez na sua cabeça!! – Passei as mãos nervosamente por meus cabelos, andando de um lado para o outro.

-  Você não pode ou você não quer ficar longe dela, Harry?

A encarei buscando as palavras certas para responder sua pergunta.

E agora?

Magoá-la com a verdade ou iludi-la com uma mentira...?


 

~Flashback OFF~

 

~Flashback ON~


 

Estávamos circulando pela festa, eu, Niall e por incrível que pareça, a Alisson. Ela havia se encontrado com a gente e não saiu mais do nosso pé. O Liam estava ficando com uma menina e o Tomlinson também. A Elise também estava beijando um cara e a única que perdi totalmente de vista foi a madre Tereza de Calcutá.

- Cara, a Dianna tá linda. Me apresenta ela melhor, vai – Sacudiu-me Niall, e eu só tive vontade de esfaqueá-lo. Por ciúme e… por ciúme!

- Não, porra! – Empurrei sua mão do meu braço.

Olhei na direção dela e ela de fato estava deslumbrante. Eu não conseguia tirar meus olhos dela sempre que a via circulando por ali, mas parecia que a cada vez que a via ela estava ainda mais linda. Usava um vestido preto, rendado, com detalhes dourados. Seus olhos tinham uma maquiagem marcante… destacando seu lindos olhos Hazel… em seus lábios um batom neutro… algumas pulseiras em seu pulso esquerdo. E o melhor, um sorriso brilhante enquanto descia a escada olhando em minha direção, o que me fez sorrir torto.

- É, ela tá linda mesmo… – Confessei apaixonado, dando mais um gole em minha bebida.

- Eu não sei qual é a graça que você vê naquela coisa. – Alisson disse fazendo uma careta de nojo e eu juro que eu nunca senti tanta vontade de dar na cara de alguém como eu senti naquela hora. Respirei fundo e contei até dez, assim como Liam me ensinou a fazer para controlar a raiva. Ele sabe o quanto eu sou cabeça quente e impulsivo.

- A graça que nem você e nenhuma outra garota nesse mundo vai ter! – Olhei friamente para ela que engoliu em seco. Saí dali pisando firme antes que eu perdesse a cabeça e matasse aquela garota. Quem ela acha que é pra falar da minha Dianna assim?

Minha? Mas que loucura era essa? Eu já estava me derretendo por aquela garota? E tira esse sorriso bobo da cara, Styles! O que ela ia pensar de mim? Mas o que importa o que ela pensa de mim?

Parou, Harry, se situa!


 

~Flashback OFF~


 

Foi então que o meu celular tocou. Era a Alisson. Levei meu olhar de encontro a Di, e atendi desviando o olhar dela.

- Oi, Alisson.

- Amor, onde você está? Acabei de voltar da sua casa e sua mãe me disse que você não estava...

- Na verdade eu estou indo te ver. Está em casa?

- Sim, estou.

- Então até logo.

- Mas, amor..

- Tchau. – Encerrei a ligação.

Houve um breve silêncio.

- Tem certeza que quer mesmo fazer isso...? – Di perguntou-me num sussurro.

- Eu não tenho dúvida alguma. Por que isso agora?

- Tenho medo que esteja agindo só por impulso… – Confessou-me entre um suspiro.

- O que sinto por você não é um impulso e eu vou provar isso… – Ela sorriu fraco e eu sorri torto – Me dá um beijo… – Pedi manso e ela se inclinou me dando um selinho carinhoso.

Não demorou muito e chegamos à casa da Alisson. Respirei fundo, eu sabia que aquela conversa ia ser difícil. Não é fácil magoar o coração de outra pessoa por mais que o seu esteja intacto.

Soltei meu cinto e então me virei para Di.

- Vai ser rápido – Ela assentiu.

- Harry – Me virei de novo para ela – Vai com calma... – Pediu mansa e desci do carro em seguida.

Caminhei até a casa e senti uma fisgada em minha nuca.


 

~Flashback ON~


 

Acho que sempre fui apaixonado pela Alisson. Nos conhecemos no segundo ano e eu logo fiquei encantado com ela. Ela era linda, popular, cheia de vida, bem resolvida e não demorei a me apaixonar por ela.

Dentre tantas meninas ao meu redor, eu quis ela.

Começamos a namorar, e devo admitir que não foi nada difícil fazer isso. Nos entendíamos. Mas após quase um ano de namoro eu comecei a me sentir preso… sufocado… e querendo experimentar novas coisas.

Novas bocas…

Novos corpos...

E embora as coisas estivessem tensas entre nós dois, eu ainda era apaixonado por ela e sabia que com ela acontecia o mesmo.

Então um dia, decidi preparar uma surpresa para ela no fim da aula. O aniversário dela seria no outro dia e não iríamos estar juntos. Ela ia viajar com a família e por algum motivo ela não me chamou.

Eu logo iria descobrir o porquê...

Eu já tinha arrumado a mesa com um enorme bolo e salgadinhos na salinha de festa do ginásio. Eu também havia decorado toda a sala com balões coloridos, e com tudo mais que ela tinha direito. Pedi ao Niall e ao Louis que a entretecem enquanto isso.

- Harry…! – Niall estava ofegante, e vermelho, por ter corrido – Cara... você precisa v… só vem, só vem comigo! – Ele me pegou pelo braço me arrastando.

Pelo caminho notei que estávamos indo em direção ao pátio central. Perguntei mil vezes o que estava acontecendo, mas ele somente andava mais rápido ao invés de me responder.

Chegando lá, senti meu rosto perder toda a cor.

A Alisson estava se agarrando com um dos meus melhores amigos no meio do pátio, perante a todos. Eu fiquei em choque olhando como ele a segurava esfregando seu corpo cada vez mais nela… em como se beijavam com pressa e desejo.

O ódio subiu por meu corpo e meus olhos encheram-se de lágrimas mesmo sem querer… mesmo que eu não quisesse…

Eu continuava sem conseguir me mexer… sentindo o Horan apertar meu ombro cada vez mais, como um consolo… ou talvez raiva.

Eu não podia acreditar que ela estava fazendo isso comigo, não com um dos meus amigos e perante toda a escola!

As pessoas revezavam os olhares entre mim e ela e eu ainda continuava sem conseguir me mexer.

Eles pararam de se beijar e se afastaram, nisso o Horan e Tomlinson voaram em cima do Chase, o socando, já Alisson olhou para mim assombrada.

- Harry…  – Ela veio em minha direção, mas eu levantei a mão fazendo sinal para ela parar. Se ela chegasse perto de mim, eu com certeza daria um tapa monumental na cara dela.

- Não chega perto de mim... – Rosnei com uma voz fria.

Meu corpo tremia de raiva e eu sabia que tinha que sair dali antes que a coisa ficasse feia. Pra ela. Saí andando até o meu carro, de forma automática, eu mal via por onde estava indo. Eu só esperava que ela não viesse atrás de mim, porque eu iria explodir a qualquer momento...

Mas assim que cheguei ao carro senti meu braço ser puxado bruscamente para trás. Ela tentou me impedir de entrar no carro, chorando, dizendo que me amava, pedindo perdão, implorando que eu não fosse embora. Embora? Eu ia meter a mão na cara dela se ela não parasse!

- Alisson, me solta!!! – A empurrei e tentei entrar no carro de novo mas ela segurou meu braço novamente. Não aguentei mais segurar a minha raiva. – ALISSON VAI SE FODER, ME ESQUECE!! ACABOU!!

- NÃO ACABOU! – Gritou de volta.

- SAI DA MINHA FRENTE ANTES QUE EU TE MATE!!

- Você só viu a gente se beijando, foi só um beijo! Foi um erro!!

- Se beijando? VOCÊ ESTAVAM SE COMENDO COM ROUPA!

- Não, eu – Não queria mais escutá-la e me virei para entrar no carro.

Mas ela agarrou de novo no meu braço.

Tirei a mão dela, encarando-a com o meu melhor olhar de desprezo.

- Eu já disse que acabou. – Soltei um rosnado, por fim conseguindo entrar no meu carro.


 

~Flashback OFF~


 

Senti uma nova fisgada, um gemido de dor escapuliu por meus lábios. Congelei no lugar, com a mão na parede, me apoiando.

- Puta que pariu… – Murmurei baixo. Eu nunca mais tinha sentido essa dor tão intensa.

Caminhei com cuidado até a porta da casa dela, ainda me apoiando nas paredes, e bati duas vezes. Esqueci até da campainha.

Logo a porta abriu-se a minha frente.

- Oi amor! – Ela tentou me beijar, mas desviei.

Ela me olhava sem entender e aproveitando seus olhos fixos nos meus, eu disse:

- Acabou. – Ela ficou em silêncio por um tempo.

- O que?

- O nosso namoro acabou. – Ela me encarou com horror.

- NÃO! – Ela gritou avançando em cima de mim.

- Alisson, sem escândalo! – A segurei pelos ombros – Para! Acabou sim! – Seus dentes estavam travados, suas mãos batiam forte contra o meu peito.

- Eu te amo... você não pode fazer isso comigo, EU TE AMO!

- VOCÊ NUNCA ME AMOU, SUA CÍNICA! – Segurei seus punhos com força – Eu sempre fui só como um troféu para você porque todas as meninas me queriam, mas eu escolhi você! Mas isso acabou aqui! Agora. Eu escolhi a Dianna! – Disse duramente para que ela me entendesse.  

Seus olhos dilataram de forma assustadora.

- Você não vai ficar com ela… – Rosnou-me.

- EU VOU SIM! – Joguei ela sobre o sofá e em seguida saí pela porta.

Meus pés me levaram automaticamente até o carro.

- E então, como foi? – Aflita, Dianna perguntou-me.

- Péssimo. Vamos embora. – Girei a chave na ignição.

- Mas você terminou com ela ou o que? Fala, Harry! – Ela se tornou agoniada.

- Eu terminei com ela – Seus olhos ganharam vida no mesmo instante – Mas temos que ter cuidado a partir de agora… ela não aceitou o término – Ouvi um suspiro cansado vir dela.

- Quantos mais psicopatas vão me aparecer…? – Ergui minha mão e a enfiei entre seus cabelos, acariciando sua nuca.

- Eu não vou deixar ela encostar em você… nem aquele desgraçado. – Ela sorriu por um minuto.

- Você falou igual antes…

- Antes...?

- Você sempre falava assim dele… – Sorri torto.

- Talvez eu ainda seja o mesmo, Di…

Ela sorriu emocionada e acariciou o meu rosto.

- Eu tenho certeza, meu amor… – Mordi o lábio inferior e sorri, beijando sua mão antes de voltar a dirigir.



 

                                                                          [...]




 

Chegamos em casa dez minutos depois, minha mãe e Ronald estavam no sofá da sala, assistindo televisão.

- Boa noite a todos – Os saudei, meio exausto. Me sentia cansado. De dirigir. De tudo.

- Boa noite. Como foi a noite? – Perguntou-nos Ronald.

- Boa – Respondemos por igual.

- Nossa, vocês parecem exaustos. – Disse rapidamente analisando-nos. – Filha, tome um banho quente, tem jantar pra vocês na cozinha.

- Vou sim, pai. – Ela disse já seguindo para a escada.

Suspirei sem desviar meus olhos dela.

Também subi para tomar um banho quente e depois desci para esperá-la. Me sentei no sofá e acabei apagando.

- Harry…? Harry…? – Ouvi ao longe alguém me chamando. Alguém não, ela. Notei que estávamos sozinhos.

- Desculpa, eu acabei dormindo… – Disse esfregando meus olhos.

- Não tem problema, tome... – Ela me entregou um prato com três pedaços de pizzas e um copo de suco.

- Obrigado… – Sentei para começar a comer. – Você já comeu?

- Sim. Fiquei com pena de te acordar… – Sua expressão se contorceu em pura fofura.

- Podia ter acordado – Comentei mastigando. – Para não comer sozinha...

- Não comi sozinha… – Ela sorriu de canto. – Meu pensamento estava em você o tempo todo – Soltei um risinho apaixonado.

- Só não te beijo agora porque estou com bafo de orégano e calabresa – Eu disse e um sorriso tímido nasceu em seu rosto corado.

- Seu bobo – Ela riu baixo.

Continuei a comer, vez ou outra a olhava, admirando, aquele sorriso encantado em seus lábios ao me olhar.

- Vou indo ajeitar o nosso cantinho...  – Engoli sorrindo. – Ele está uma bagunça. – Rimos.

Ela se afastou do sofá com um sorriso pequeno, deslizando os dedos pelo cabelo, antes de subir a escada.

Respirei fundo incontáveis vezes, eu me sentia muito nervoso.

Nada mais impedia o nosso beijo de acontecer.

Esperei dez minutos, dando tempo que ela ajeitasse o quarto e aproveitei para escovar os meus dentes. Fui até o guarda-roupas e peguei uma roupa de dormir. Troquei-me no quarto mesmo.  

Andei até o quarto dela, ela estava deitada na cama, de barriga para cima, dormindo. Sorri singelo. Apaguei as luzes e deitei-me ao lado dela.

Minha mão foi automaticamente para o seu rosto. Quando me dei conta já o acariciava. Sua pele era tão macia que me fazia ter vontade de ficar ali acariciando-a por horas. Meus olhos acompanhavam todo movimento feito por meus dedos.


 

~Flashback ON~


 

Vinte dias… faziam vinte malditos dias que a Dianna tinha viajado de férias com a minha irmã.

- Será que dá pra você prestar atenção?!

Já era a quinta vez que o Niall chamava minha atenção.

- Ta pensando na Dianna de novo ? – Perguntou e suspirou fundo quando eu assenti. Eu já me sentia bêbado.

- Isso aqui… – Apontei para toda a casa – Não tem graça nenhuma sem ela.

- Você tem uma casona dessas, milhares de jogos pro seu X-box, uma piscina incrível, uma vista maravilhosa e ainda diz que esse lugar não tem graça? – Questionou-me Niall e Louis saiu da cozinha com duas cervejas e sentou ao nosso lado. Arranquei as duas da mão dele.

-  Pra mim não tem… – Suspirei tristemente dando um profundo gole, e os dois se entreolharam.

- Styles… fala a verdade pra gente, você gosta da Dianna? – Niall perguntou e eu engoli a seco. Eu não sabia responder aquilo, estava tudo tão confuso… eu só sei que nada tem graça sem ela, porra, será que eu tô mesmo gostando dela?

- De verdade? Eu não sei. – Admiti de vez. Não ia adiantar muita coisa mentir pra eles. Porra, eu tava bêbado mesmo...

- Não sabe ou não quer admitir por medo? – Liam perguntou com calma e eu suspirei. Mordi o canto do lábio e passei as mãos no rosto.

- Não é mais fácil admitir logo, Styles? – Ouvi a voz de Louis ressoar e fiquei sem saber o que falar. Todo mundo sabia disso menos eu?

- Que porra é essa? Todos vocês armaram um complô contra mim? – Questionei-os e eles riram.

- Digamos que você não é sutil quando o assunto é a Dianna. – Niall disse e os meninos concordaram. Taí uma coisa que eu também tinha que concordar…

-  Eu só… droga, não sei explicar... – Falei confuso e eles sorriram.

-  Tudo bem, você ainda tem uns dias para se decidir sobre como você realmente se sente em relação a ela… ela volta em alguns dias, não é?

Assenti dando mais um gole em minha cerveja.

É, eu ainda tinha uns dias… e acho que eu teria que me decidir logo.


 

~Flashback OFF~

 

~Flashback ON~



 

Estava eu e Dianna, no sofá da sala, assistindo South Park, o meu desenho favorito. Ela estava quase deitada no sofá, com um dos braços sobre a barriga, concentrada na televisão...

Ela mexe comigo de uma forma inacreditável…

Ela tinha um ar misterioso no olhar e eu só queria decifrá-la...

Sério que eu estava de novo me derretendo por essa garota?

Nossas mãos se encostaram sem querer e ela encarou minha boca sem disfarçar.

- Você é tão macia… – As palavras saltaram da minha boca antes que eu pudesse pensar. Ela arregalou os olhos e logo ficou muito vermelha. Eu pedi desculpa mil vezes e afastei nossas mãos.

Notei que ela congelou.

- Desculpa – Repeti novamente. Fechei os olhos e criei coragem pra dizer – Você fica linda quando está com vergonha. Você cora, e arregala os olhos, é fofo… – Sorri de canto.

Ela mordeu o lábio sorrindo e aproximou nossas mãos de novo…


 

~Flashback OFF~

 

~Flashback ON~

 

                 

- E aí? Ela já voltou do encontro com o Malik? – Provocou-me Niall.

Soltei um suspiro e bloqueei a tela do celular o jogando para o lado.

- Você sabe que não, Niall!

- Estranho… – Continuou a me provocar. Ele estava querendo levar um murro ou um tiro.

- Cala a merda dessa boca! – Disse e voltei a prestar atenção na televisão. Sequer consegui. A minha cabeça só estava no passeio desses dois. Estava preocupado com o pé dela machucado. Preocupado com o que eles estavam fazendo. Preocupado que o Malik a roube de mim…!

Mas a questão mesmo é que eu tenho andado pensando tanto nela que quase piro.

Acho que devo admitir… sim, eu estou apaixonado por ela.

- Meu Deus! – Exclamei e sentei no sofá bruscamente. Niall me olhou confuso.

- O que houve?

- Eu acho que eu já sei. – Falei e ele me olhou como se eu fosse doido ou algo do tipo.

- Explica, né, eu tô sem a minha bola de cristal hoje… – Falou divertido e eu revirei os olhos.

- Eu acho que gosto da Dianna. – Falei baixo e ele não entendeu.

- Fala em voz alta, porra.

- EuachoquegostodaDianna. – Falei tudo junto e ele franziu o cenho.

- Harry, merda. Fala direito.

- Eu.Acho.Que.Eu.Gosto.Da.Dianna. – Disse pausadamente e ele sorriu.

- Acha? – Perguntou rindo e eu joguei meu corpo pra trás descansando minhas costas no sofá.

- Tenho certeza. Merda!

- E o que você pretende fazer?

- Nada? – Falei como se fosse óbvio e ele me olhou incrédulo.

- Tá de brincadeira, né?

-  Não.

- Larga de ser medroso, Styles.

- Não podemos ficar juntos.

- Por que?!

- Nossa família nunca aceitaria, Niall!

- Eles nem estão aqui! Estão lá na Rússia!

- Mas vão voltar e além do mais eu não quero magoá-la. Você me conhece, Horan!

- Conheço! Seu medo na verdade é de ter um relacionamento sério. – Soltei um longo suspiro.

- Nós não vamos ter essa conversa. Eu vou enterrar esse sentimento por ela e você vai fingir que eu não te contei nada.

- Mas, Harry

- Eu só contei pra você e se mais alguém ficar sabendo disso, eu te mato.

- Tudo bem, vou levar isso pro túmulo, seu frouxo…!

 

~Flashback OFF~

 

~Flashback ON~



 

Suspirei satisfeito por finalizar o último acorde da música A.M. Escutei alguém se aproximar.

- Porque sempre que eu chego perto você fecha o seu caderno de músicas? – Di perguntou ao me ver fechar o caderno. – Por acaso há algo aí a esconder de mim, Styles? – Neguei com a cabeça, rindo.

- Não está pronta ainda. Só isso.

- E algum dia eu vou conhecer essa tal música misteriosa?

- Um dia talvez.


 

~Flashback OFF~


 

Sorri entre lembranças e torci para que ela não acordasse com o barulho que o meu coração estava fazendo por bater tão forte. Tão rápido...

Encostei meus lábios nos seus em um selinho demorado.

Aqueles lábios conseguiam ser a coisa mais maravilhosa que eu já havia experimentado.

Separei-me dela, sem pressa, ansiando por mais contato. Ela começou a se mexer acordando, comecei a cantar baixinho para que ela não acordasse, sem parar de admirá-la, enquanto minha voz embalava o seu sono...

- Won't you stay 'til the A.M? All my favourite conversations… always made in the A.M, yeah, yeah… – Ela passou os braços ao redor da minha cintura e me abraçou apertado. – Feels like this could be forever tonight, break these clocks, forget about time… there could be a World War 3 going on outside… – A minha mão entre seus cabelos, acariciando seus fios, ajudava a embalar seu sono. – You and me were raised in the same part of town, got these scars on the same ground, remember how we used to kick around just wasting time?... won't you stay 'til the A.M.? All my favourite conversations… always made in the A.M cause we don't know what we're saying. we're just swimming around in our glasses and talking out of our asses, like we're all gonna make it, yeah, yeah...

Eu soube exatamente quando ela voltou a dormir... o aperto de seus braços foi diminuindo gradativamente... e soltei um bocejo cansado, inclinando minha cabeça na sua ao cantarolar baixinho outra parte da música:

- Oh… oh… you know I'm always coming back to this place… oh… oh… you know... you know I'm always gonna look for your face… oh… oh… you know…(você sabe que eu sempre vou voltar a este lugar… você sabe.. você sabe eu sempre vou olhar para o seu rosto...você sabe…)

Calmamente afundei meu rosto em seu pescoço, respirando fundo para sentir aquele cheiro que fazia de mim o homem mais completo desse mundo.

Senti ela involuntariamente acariciar meu braço, ainda dormindo. Suspirei sorrindo, antes de sussurrar em seu ouvido:

- Não há nada que eu possa dizer para você… nada que eu poderia fazer para te fazer enxergar o que você significa para mim… eu sei que te decepcionei… mas não é mais assim agora… desta vez eu nunca mais vou te deixar ir embora.

 


Notas Finais


Nesse cap tiveram muuuitas coisas legais, noossa ❤️

Pra começar vocês nem imaginavam que o Harry já tinha sido atropelado, né? Pois é… tadinho.

Segundo, o que foi aquele surto de consciência do Alex em ajudar o Elijah?

Terceiro, o que foi aquela briga? O Harry esmurrando o Alex sem sequer sabeer. Wow!

Quarto, HALISSON JÁ ERAA PARA SEMPREE!!! IT’S OOVER!!

Quinto… como o melhor fica para o final… ELE LEMBROU DA MÚSICA QUE FEZ PRA ELA, ELE LEMBROU, ELE LEMBROU, ELE LEMBROU! Sério, foi o meu momento favorito nesse capítulo! Eles juntos e emocionados em cima e atrás do palco.



Darry is coming!


Agora me digam o que VocêS acharam, e até o próximo capítulo ❤️


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...