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História I can't fall in love without you - Estamos livres?


Escrita por: HighLadyofNight

Capítulo 63 - Estamos livres?


- Mamãe, a gatinha tá esquisita. - disse Léo chegando à cozinha onde se encontrava a mãe.

- Você fez alguma coisa à ela? 

- Não, não fiz, eu juro. Me ajuda a pegar ela? Ela subiu em cima do guarda-roupas. Foi quando eu fui pegar ela no colo. Parecia que ela tava brava, mas não sei porque.

Rosa deu um suspiro, mas concordou em ajudar o filho. Foram até o antigo quarto dela. Era lá que estavam alojados, ainda temporariamente na casa dos pais dela. Ao entrarem, avistaram a gata, que ainda continuava no alto do guarda roupas. Deitada com as patas escondidas sob seu corpo, Branca miava melancolicamente.

- Acho melhor tentar fazê-la descer sozinha... Que tal se tentássemos atrai-la com aqueles petiscos que ela gosta? Vá buscar um pacotinho deles, filho.

Léo saiu correndo para realizar aquela tarefa, voltando rapidamente ao quarto. A mãe tirou da embalagem um dos petiscos e mostrou-o, balançando-o no alto de suas mãos para lhe chamar atenção, porém a gata mal se moveu e continuou miando tristemente como se nada estivesse acontecendo. Rosa insistiu, mas nada fazia a gata se interessar pela comida.

- E se você jogasse um pedacinho lá? Talvez ela pegue, coma e queira mais depois. - sugeriu o garoto.

- É, me parece uma boa ideia.

E assim fez. Partiu um pedaço do petisco e atirou-o para a gata, que se assustou em um primeiro momento. Depois, quando observou o que era, simplesmente o ignorou.

- Arg! Parece que ela está em uma realidade paralela! - resmungou Rosa.

- Eu disse que ela tava esquisita, mamãe.

Rosa parou por um minuto para observá-la atentamente. O jeito dela era realmente estranho, parecia que estava se lamentando por algo. 

- Os gatos são animais intrigantes mesmo. A minha avó dizia que eles são bichos muito sensíveis. - disse Rosa olhando para Branca. - E que por serem sensíveis, eles percebiam e até mesmo pressentiam coisas que pudessem acontecer com alguma pessoa da casa. Olhando bem para o jeito dela... isso me fez lembrar dessas coisas que a minha avó me dizia. Ela parece angustiada com algo. Eu nunca a ouvi miar desse jeito.

- Lembra do que o tio Lys falou? Então será que ela tinha algum dono antes e tá preocupada com ele? - questionou o garoto?

- Não sei, filho, mas pode ser qualquer coisa. - respondeu Rosa se lembrando que não havia procurado pelo possível dono, como havia prometido ao ex-cunhado. - Mas ela não vai poder ficar desse jeito a noite toda ou não vamos conseguir dormir. 

Rosa pegou a cadeira da escrivaninha e ajeitando-a perto do móvel, subiu nela.

- Vamos, gatinha, venha. - fez um gesto com as mãos, chamando-a para perto de si.

Mas a gata se afastou, indo até a outra ponta do móvel. Então, Rosa desceu da cadeira e moveu-a para o outro lado, repetindo a mesma ação.

- Vem, gata, saia daí. 

Vendo que chamá-la não iria adiantar, Rosa agarrou-a com as mãos, mas o bichinho esperneou de tal modo que quase a fez cair da cadeira. 

- Pare com isso!

Assim que colocou os pés no chão, a gata escapou de suas mãos. Antes melancólica, agora a gata pareceu agressiva. Em um reflexo rápido, Léo fechou a porta do quarto, impedindo que ela corresse para fora. Em seguida, Rosa avançou para contê-la. Sentindo-se acuada, Branca mostrou os dentes, emitindo um miado agressivo e sem dar tempo de reação aos dois, saiu em disparada, pulando para fora da janela, que se encontrava aberta.

- Floquinho! Floquinho! - gritou o menino indo na mesma direção.

Quando olhou para fora da janela, não conseguiu vê-la.

- Mamãe, ela fugiu! 

Rosa se juntou ao filho e olhou ao redor, sem encontrá-lá também. Ia se afastando do batente da janela, já pensando em sair para fora da casa para procurá-la quando ouviu um barulho que parecia vir de cima, do telhado.

- Oh não! 

Olhando para cima, viu a gata caminhando entre as telhas. Ela não havia fugido e sim pulado no telhado.

 

 

 

Felipe e Ágatha haviam pego o primeiro avião disponível e voaram até Paris. Sem encontrar a filha em nenhuma das duas casas, isto é, na casa em que ela teoricamente vivia com Viktor e nem na que antes morava sozinha, foram até a delegacia mais próxima para registrar o desaparecimento da filha. Estando lá, receberam a notícia do policial que os atendeu: 

- Checamos os dados e vimos que há algumas informações relacionadas à senhorita Mercier acrescentadas há meia hora atrás. 

- Informações? Que informações? - perguntou Ágatha.

- Parece que alguém informou sobre um possível sequestro que ela poderia ter sofrido. 

- Você disse sequestro? - perguntou o pai assustado.

- Sim, mas isso ainda será apurado, não há confirmação de nada. Além disso, a equipe de outra delegacia está responsável por um caso relacionado e eu vou providenciar que ela fique ciente da queixa de vocês.

- Oh, Deus, espero que não seja verdade. - respondeu Felipe.

- Foi ele! Foi aquele Nathaniel! - gritou Ágatha sem qualquer pudor.

- Ágatha!

- Eu tenho certeza que foi! E... será que não foi ele quem matou o Viktor? Ele é louco! Ele quer a nossa filha a qualquer custo! 

- Ágatha, preste atenção ao absurdo que está dizendo! - repreendeu Felipe.

- Senhora Mercier, me esclareça o que está falando, por favor.

- Não, senhor, não há nada a ser esclarecido. Ela está nervosa. Não está pensando direito.

- Estou pensando direito sim! - protestou a esposa. - Quem mais poderia ter feito isso? Ele não aguentou ver a Kate tentando seguir a sua vida!

- Ágatha, você está indo longe demais!  

- Senhora, se desconfia de algo ou alguém, diga. - pediu o policial.

Felipe franziu as sobrancelhas, totalmente contrariado com a atitude da esposa.

- Nathaniel Carter. É o nome do desgraçado que sequestrou a minha filha.

- Ágatha, pare de fazer falsas acusações!

Ignorando o marido, continuou:

- É só puxar a ficha dele e você verá que tenho razões para essa acusação, senhor policial.

O policial olhou para a tela do computador e voltou-se ao casal novamente, exibindo uma feição de dúvida.

- Nathaniel Carter? 

- Sim, esse maldito, psicopata.

- Bem, ao que consta nas informações que temos, foi exatamente este sujeito que teria recebido um telefonema pedindo o resgate da refém...

- O quê? - retrucou Ágatha pasma.

- Resgate? - indagou Felipe preocupado.

- Sim, mas não há nenhuma certeza, repito. Inclusive, recebemos uma ligação de alguém que se identificou como irmã desse mesmo rapaz pedindo ajuda, relatando que ele saiu para ir ao encontro dos supostos sequestradores sozinho.

- Não pode ser verdade! - exclamou desacreditada Ágatha.

- O que mais você sabe? - perguntou Felipe tenso.

- Nós temos um apanhado de informações, mas infelizmente eu não poderei te ajudar com muita coisa, senhor Mercier, já que há uma outra equipe responsável por investigar tudo isso. Se quiser, informo a delegacia onde está alocada essa equipe. Falando diretamente com eles, vocês poderão obter informações mais confiáveis e até mesmo podem ajudá-los. 

 

 

 

- N-Nathaniel... Me tira daqui, por favor... - pediu Kate sem saber direito o que dizer naquele momento.

- Kate, eu estou aqui para isso... - respondeu ele com a voz suave, tentando tranquilizá-la.

Era visível que ela estava abalada e não era para menos. 

Nathaniel deu a volta e desamarrou os pulsos dela. Em seguida, olhou ao redor dos dois. O fogo parecia ter avançado mais e ele teve a sensação de que ele se aproximava perigosamente dos dois. Esforçando-se para se mostrar confiante, pegou-a nos braços e começou a andar apressado, tentando voltar pelo mesmo caminho que tinha feito para entrar, porém o fogo já havia avançado e impedia-o de fazer aquele mesmo percurso. Deu meia volta, mas não conseguiu achar um outro caminho para a saída. Mesmo preocupado, continuava evitando transparecer isso diante dela.

- Há uma outra saída. - disse Kate percebendo a situação. 

- Onde? 

- Acho que... cof! cof!  ...que era por ali, não tenho certeza. - apontou com o dedo. Kate já estava sentindo os efeitos da fumaça que os cercava.

 

 

 

- Ambre, eu já comuniquei tudo o que você me contou para os meus colegas que estão responsáveis pelo caso do ex da Kate. Fique tranquila, eles vão saber conduzir o caso. Acho que agora as peças começam a fazer sentido. Tenho a impressão de que as mesmas pessoas que mataram o arquiteto podem estar por trás do sequestro da Kate. - dizia Kentin.

- Mataram o arquiteto? Que arquiteto? Do que está falando?

- O ex da Kate, ele foi assassinado...

- Como assim mataram o ex da Kate? - perguntou alarmada.

- Ex, atual, sei lá, enfim, muito confuso isso, mas sim, há uma vítima nessa história.

- Isso quer dizer... quer dizer que... eles podem matar o meu irmão também!!?

- Ambre, não se precipite desse jeito. Ainda não sabemos de nada.

- O meu irmão foi se encontrar com sei lá quem, armado. Você me diz que acha que tudo pode ter sido armado pelas mesmas pessoas e que elas já mataram alguém. Como não quer que eu pense algo do tipo? Para mim é muito claro que isso pode não acabar bem! 

- Armado? Como assim? - perguntou assustado.

- Sim, ele tinha uma pistola na mão. E pelo jeito como ele saiu daqui determinado... e é exatamente isso que me deixa com medo.

- Eu nunca imaginei que ele tivesse uma arma!

- Nem eu! Viu só? Você tem que fazer alguma coisa, Kentin! - disse alto, agarrando a gola da camisa do investigador e balançando-o para frente e para trás.

- Eu já fiz o que precisava ser feito, Ambre. Eu sinto muito, mas eu não tenho o que fazer se não sei para onde eles foram.

- O quê? Não tem o que fazer? - replicou indignada.

- Ambre, eu sei que você está nervosa e é totalmente compreensível, mas...

- Você vai ficar parado enquanto o seu melhor amigo pode acabar morto?! - interrompeu-o furiosa.

- Ambre...

- Você como policial não pode rastrear o telefone dele para saber onde ele está? Como você tem coragem de me dizer que não pode fazer nada?!!

- Eu não posso fazer isso, entenda. Eu não estou envolvido no caso e fazer algo do tipo sem permissão seria ilegal. 

- E acessar os dados de rastreamento? Se você diz que os seus colegas são tão eficientes, podem ter feito isso já, não?

- Está me perguntando se eu posso acessar os dados? Não, também não posso. Não é permitido.

Um estalo se passou pela cabeça dela.

- Se você não pode me ajudar, eu sei de alguém que pode.

Ambre pegou o telefone que estava em cima do sofá e começou a discar um número determinada.

- O que vai fazer?

- Procurar quem pode me ajudar. Eu não vou ficar de braços cruzados esperando que algo aconteça ao meu irmão.

- Você acha que eu sou indiferente ao que está acontecendo? Eu não sou, Ambre, mas eu não posso fazer isso que está me pedindo. 

- Está bem, eu já sei o que eu posso fazer, mesmo que isso seja ilegal.

 

 

Cansado, Nathaniel se ajoelhou no chão, ainda carregando Kate nos braços. Agora, fora daquele galpão e em segurança, os dois puderam se recuperar e respirar lentamente o ar puro novamente. Um pouco aliviada, Kate envolveu seus braços no torso dele, pressionando-o com força e amparou seu rosto no peito dele. Nathaniel, por sua vez, sentiu que o corpo dela ainda tremia. 

- Está tudo bem agora. 

Deu um beijo carinhoso na cabeça dela, na intenção de acalmá-la.

- Você... me perdoa?

- Pare, isso não importa agora. - respondeu ele enquanto ainda mantinha seus lábios próximos dos cabelos dela.

- Até agora eu não consigo acreditar que aquele monstro tenha sobrevivido... tudo o que aconteceu parecia mais um... pesadelo sem fim...

Voltar a pensar no pai, o deixava incomodado.

- Ele.. te machucou? - perguntou ele.

Kate afastou a cabeça do peito dele e o olhou nos olhos. Sem dizer nada, apenas abaixou a cabeça. 

- Desgraçado! - respondeu com raiva. - Mas ele nunca mais vai te fazer mal, eu juro. - continuou, com convicção. - E falando nisso, é melhor sairmos daqui logo. - disse, se lembrando que o pai ainda deveria estar inconsciente, mas que poderia acordar a qualquer momento.

Nathaniel envolveu os braços em Kate e os dois se levantaram. Deram a volta e chegaram ao carro dele, parado próximo ao portão por onde ele havia entrado. 

- Mas...?

Olhando adiante, Nathaniel notou a ausência do corpo do pai onde teoricamente havia o deixado. 

- Vamos sair daqui imediatamente. - disse à ela e assim os dois entraram apressadamente no carro. 

 

 

 

Ambre estava numa ligação com Armin. Ele havia aceitado ajudá-la sem hesitar, mas ao invés de tentar invadir algum banco de dados da polícia, preferiu ele mesmo usar seus conhecimentos em informática para manipular um programa de rastreio ilegal. Depois de alguns minutos em espera, ela obteve uma resposta dele:

- Consegui! Finalmente consegui o ponto que vem do sinal de celular dele.

- E onde fica esse ponto? Fale logo, Armin! - pedia ansiosa.

- Espera, estou sobrepondo o dado com um mapa da cidade...

- E isso vai demorar? Eu preciso saber disso! 

- Só mais alguns segundos... E... Pronto!

- Onde? Onde?!

- O lugar fica fora da cidade, num antigo distrito industrial... Vou te passar as coordenadas.

Ambre sentiu o telefone vibrar, indicando a chegada da mensagem contendo o dado de localização enviada por ele.

- Ótimo! Eu estou indo para lá imediatamente!

- Ei, mas se eu me lembro bem, você me disse que o Kentin ia fazer algo. - respondeu Armin.

- O que, Ambre? Nem pensar!  - disse Kentin a seu lado, ouvindo o que ela dizia. 

- Eu preciso tentar fazer alguma coisa! É o meu irmão e a Kate que estão em risco! - respondeu Ambre para Kentin, sem se importar em ser ouvida por Armin do outro lado do telefone. 

Kate? 

Ambre em nenhum momento havia mencionado Kate. Ao contrário, mentiu, dizendo que seu irmão estava desaparecido, sem citar maiores detalhes.

- Obrigada pela ajuda, Armin. - E assim, Ambre desligou o telefone sem nenhuma cerimônia.

O que ela quis dizer por eles estarem em perigo? - se questionou Armin ficando preocupado.

- O que está pensando em fazer? Ficou doida? - repreendeu Kentin.

- Eu vou fazer algo, já que você não pode. Tchau, Kentin, tchau!

- Não! De jeito nenhum! Eu vou com você! - respondeu Kentin, pegando o braço dela, impedindo-a de sair do apartamento sem ele.

Finalmente! - pensou Ambre. - Então vamos logo!

 

 

 

Nathaniel e Kate estavam próximos de deixar o distrito industrial. Aquelas ruas eram desertas, não se via nenhum movimento, era realmente uma área desabitada da cidade. Porém, indo contra aquela aparente calmaria, um carro em alta velocidade surgiu de uma rua transversal, entrando na via por onde o carro de Nathaniel seguia. Pior que isso, o veículo vinha em sentido contrário, indo de encontro a eles. 

Sem perder velocidade e em questão de segundos, o carro já estava muito próximo. Vendo que aquele veículo não mudava de direção, Nathaniel jogou o carro bruscamente para a esquerda, freando alguns metros depois, se livrando da colisão iminente. Entretanto, o outro carro também freou no último instante. Talvez a intenção não fosse provocar uma colisão de verdade.

- O que foi isso? - perguntou Kate assustada.

- Não precisa ficar nervosa, não vai te acontecer nada, ok? 

Nathaniel olhou para trás, e viu pelo retrovisor o outro carro parado. Viu também que a porta do motorista havia se aberto e que a silhueta de alguém se apresentava. Destravou seu cinto e abriu a porta, mas Kate pegou seu pulso direito:

- Não, Nathaniel. - disse ela, prevendo a sua atitude.

- Fique aqui, está bem. 

- Não! Não vá até lá!

- Se algo sair fora do controle, saia com o carro imediatamente, entendeu?

Nathaniel se livrou da mão dela e saiu do carro, deixando-a sozinha. Após ficar alguns instantes sem reação, contrariou as ordens dele. Kate saiu do carro e seguiu na mesma direção que ele havia ido. Antes que conseguisse vê-lo, ouviu um barulho estrondoso, que parecia com um barulho de tiro. Após esse susto, a única coisa que conseguiu enxergar naquele momento foi a imagem de Evan de pé com uma arma na mão. 


Notas Finais


Se não ficou claro, a Floquinho sempre foi a Branca!
Vamos ver se eu consigo postar mais algum capítulo nos próximos dias. Mas se isso não acontecer, na primeira semana de dezembro ele tá aí. Tô meio enrolada esses dias, mas depois que acabar novembro, as coisas melhoram. =)


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