Madu
- Essa menina não me obedece mais! - ele gritou.
- Calma amor, ela só tem 17 anos. - minha mãe tentou me defender.
- Eu faço tudo pra que ela tenha um bom futuro Ana, que ela estude e que seja alguém na vida mas ela parece brincar com a situação. - ele disse.
- E o que pretende fazer? - ela perguntou e eu tive muito medo da resposta dele.
- Ela vai trabalhar comigo na empresa, vai aprender o verdadeiro valor de ralar pra ser alguém e ganhar o próprio dinheiro. - ele disse e eu arregalei os olhos.
- E está proibida de ir pra qualquer festa com esse tipo de gente, e principalmente com aquele garoto. - ele disse e eu fechei a porta do quarto.
...
- Você não vai entrar com essa cara. - ele disse.
- Eu só tenho essa, se você quiser outra cara vai ter que comprar. - eu disse irritada e ele chamou o elevador.
- Maria Eduarda por favor seja mais simpática. - ele disse e eu revirei os olhos.
Dentro do elevador eu não abri a boca pra nada e quando chegamos no corredor o celular dele tocou e ele começou a conversar indo em direção a uma sala e me entregou as chaves.
- Minha sala é aqui do lado, conheça a sua. - ele sussurrou e saiu com o telefone no ouvido.
Abri a porta e a sala estava vazia mas era um lugar lindo e com uma vidro enorme que dava a vista para os prédios da cidade, a mesa enorme com um computador me encantaram mas ainda não queria estar aqui. Eu queria continuar a minha vida me divertindo com os meus amigos, saindo pra onde eu quisesse sem o meu pai no meu pé mas percebi o quão impossível isso era, eu estava apavorada com a ideia de que eu teria que trabalhar com meu pai todo santo dia...
- Pai? - bati na porta da sua sala.
- Entra. - ele disse.
- Ah, desculpe atrapalhar. - eu disse vendo dois homens na sala dele.
- Não querida, o que deseja? - perguntou.
- O que eu posso começar a fazer? - perguntei tentando agir como uma pessoa adulta.
- Aqui. - ele me entregou uma pasta.
- Essa é a minha filha Maria Eduarda...ela vai trabalhar comigo agora. - ele disse me apresentando.
- Esses são David e Oscar, trabalham aqui também. - ele disse.
- Oi, é um prazer. - sorri.
- O prazer é nosso. - eles sorriram de volta.
Voltei pra 'minha' sala e respirei fundo antes de abrir a pasta, esse escritório do meu pai é de advocacia então eu teria muitos processos para arquivar no computador. Minha mãe me mandou uma mensagem de incentivo que até me acalmou porém eu ainda preferia não estar aqui.
*Flashback On*
- Seu pai não vai encrencar por você ter vindo? - Lucas perguntou.
- Claro que não, aproveita pra me beijar. - sorri e ele me puxou pra perto.
A música tocava alto e a gente dançava tão colado que eu já imaginava perder a minha virgindade hoje com ele, eu havia dito aos meus pais que iria estudar na casa de uma amiga porque ele não deixaria que eu viesse curtir e aproveitar a melhor festa do mês com os meus amigos.
- Mais bebida? - Aline perguntou puxando meu copo.
- Claro, vodka...sempre dá fogo. - eu disse e Lucas beijou meu pescoço.
- Vocês dois estão saindo faísca. - Fábio disse rindo.
- Vocês ainda não viram nada. - eu disse e Aline me entregou un copo cheio.
Eu e Lucas estavamos nos beijando em um dos corredores da boate e sua mão estava nas minhas coxas pouco cobertas pelo vestido preto colado, o clima estava tão quente que eu já não conseguia parar até que senti mãos me puxarem forte e quando meu olhar encontrou o dele eu quase tive um infarto.
- Esse é o seu tipo de estudo Maria Eduarda? - ele perguntou com um tom de voz que me deu medo.
- Pai? O que faz aqui? - perguntei.
- Eu quem deveria estar te fazendo essa pergunta. - ele disse entre os dentes.
E eu fui arrastada pra casa pelo meu pai enquanto todos os meus amigos observavam o espetáculo patético, eu estava ferrada e provavelmente de castigo por uns cinco anos.
*Flashback Off*
- Com licença, eu devo ter errado a sala. - ouvi uma voz dizer e estalei dos meus devaneios.
- Oi, desculpa...eu estava distraída. - eu disse olhando pra ele.
- Você é nova aqui? - ele perguntou.
- Sim...eu sou filha do Rafael. - eu disse e ele arqueou uma sobrancelha.
- Do jeito que ele falava eu tinha uma imagem de uma menina de 8 anos. - ele riu de lado e eu também.
- Prazer, Maria Eduarda. - levantei.
- Thiago, Thiago Silva. - ele sorriu.
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