História I feel in love. - 4 meses depois...

Madu.

Faz quatro meses desde que eu estou aqui e todos os dias Thiago tem me ligado ou mandado mensagem e eu me controlo ao máximo para não atender ou responder, estou fazendo faculdade aqui e estamos morando agora numa casinha na mesma rua que a minha avó. Eu estou gostando da minha faculdade e já fiz até amigos lá que têm me ajudado com os trabalhos e provas, meu pai me ligou semana passada e eu prometi pra ele que qualquer dia desses eu iria visitar a minha irmã e se eu for fazer isso não quero que o Thiago me veja. Meu pai disse que ele está muito bem na empresa e que está fazendo ela crescer como ninguém e sempre com David e Oscar do lado.

Eu tenho me dedicado tanto porque Contabilidade não é uma coisa fácil e exige atenção redobrada, cheguei em casa completamente exausta e minha mãe estava saindo.

- Oi querida.- ela sorriu. 

- Oi, pra onde tá indo? - perguntei.

- Ajudar sua avó com as compras.- ela disse e eu assenti.

Tomei um banho e fiquei sentada no sofá pensando se deveria cumprir a promessa ao meu pai hoje e depois do almoço eu resolvi pegar meu carro e ir até a cidade, eu não queria encontra-lo hoje porque eu sei que ele está com raiva de mim e que não aceita o que fiz com ele mas eu juro que foi pelo bem dele.

Quando passei pela frente do prédio dele eu o vi colocando um monte de caixas em seu carro e estacionei distante para que ele não me visse, meu coração quase parou quando vi que ele estava acompanhado de Belle que também o ajudava a colocar caixas no carro...ele estava de mudança? Com ela? Repousei a cabeça no volante e as lágrimas logo vieram me fazendo refletir sobre o que fiz e eu tive medo do resultado disso tudo ter sido ele voltar com ela.

- Madu? - ouvi alguém me chamar e quando olhei pela janela vi Lucas.

- Oi. - sorri e abri a porta do carona pra ele.

- Faz tempo que não te vejo.- ele disse.

- É, eu não estou morando mais aqui. - expliquei.

- Você...você está morando com o Thiago? - perguntou.

- Não, nós terminamos e eu estou morando com a minha mãe em outra cidade. - eu disse.

- Sinto muito. - ele disse mas eu não senti sinceridade em sua voz.

- Bom, eu tenho que ir...- eu disse e ele assentiu.

- Até mais. - ele deu um beijo no meu rosto.

- Até. - sorri e ele desceu do carro. 

Respirei fundo e segui não vendo mais o carro dele na porta do prédio e fui direto para a casa do meu pai, toquei a campainha e Débora me atendeu.

- Oi! - ela disse sorrindo.

- Surpresa! - eu sorri e a abracei.

- Ah! que bom que você veio.- ela disse me dando passagem para entrar.

- Amanhã é sábado e eu não tenho faculdade, então eu tinha tempo para vir ver a minha irmã. - expliquei. 

- Seu pai está dando banho nela. - ela disse rindo.

- Ele leva jeito? - perguntei e ela me arrastou pra cozinha. 

- Até que sim, ele não sabe é trocar fraldas.- ela disse e eu gargalhei.

- Minha mãe dizia que ele nunca trocava as minhas. - eu disse e ela sorriu.

- Como ela está? - perguntou.

- Está bem. - sorri. 

- Filhaaa! - meu pai desceu as escadas com a Madu no colo.

- Oi pai. - fui ao seu encontro lhe dando um beijo no rosto.

- Alguém me ajuda a por a fralda nessa menina sapeca? - ele perguntou. 

- Eu ajudo. - ofereci rindo.

Ela estava com cinco meses e eu mal podia acreditar no quanto ela cresceu, nós tínhamos os mesmos olhos  por conta do nosso pai mas ela tinha os cabelos loiros da Débora. Nós conversamos sobre muitas coisas e ele me contou que Thiago deu um emprego a Belle na empresa e isso só confirmou as minhas suspeitas de que os dois tinham reatado, ele pediu para que eu voltasse mas eu não podia fazer isso agora que comecei a organizar minha vida lá.

- E a sua avó? - perguntou. 

- Está bem, foi fazer compras com a mamãe. - eu disse segurando a Malu no colo.

- Escuta filha, porque não conversa com o Thiago? - perguntou.

- Porque eu ainda não vou voltar, eu tenho que terminar a faculdade e me certificar de que está tudo bem. E aí se ele me quiser de volta...- eu disse e ele segurou uma das minhas mãos. 

- Ele me contou que te pediu em casamento lá em Paris.- ele disse. 

- Pediu, e foi a coisa mais linda do mundo.- eu disse sorrindo.

- Eu me arrependo tanto de não ter entendido antes o que vocês dois sentiam um pelo outro.- ele disse.

- Isso é passado, pai.- sorri. 

Thiago. 

Quatro longos meses em que meu foco é somente no trabalho, quatro longos meses tentando não chorar a cada vez que alguém toca no nome dela. Estou tentando manter a pose de um cara que consegue passar pelo fim de um relacionamento e esses dias eu comprei uma casa mais perto do trabalho e Belle tem me ajudado muito com isso, ela sabe o quanto eu amo a Madu e o quanto eu sinto falta dela e a Belle sabe o quanto dói. 

- Quantas coisas você tem? - ela perguntou depois de ter me ajudado a subir várias caixas.

- Muitas. - eu disse rindo.

- Bom,eu vou pra casa porque eu tenho muita coisa pra fazer...- ela disse.

- Belle, muito obrigada tá? Cê tá sendo uma grande amiga. - eu disse e ela me abraçou.

- Quando você precisar eu estarei aqui. - ela disse e eu assenti.

- Agora é hora de arrumar.- eu disse rindo e abri a porta pra ela.

- Boa sorte.- ela sorriu e saiu.

Eu já havia trazido os móveis e comprado alguns novos também e só o que eu precisei fazer foi arrumar as coisas, achei uma camisa da Madu no meio das minhas roupas e me surpreendi por ela ter esquecido a sua camisa favorita e cheirei a peça sentindo o perfume dela. Como eu não tinha feito nada pra comer resolvi sair pra comer fora e convidei os caras pra ir comigo, marcamos em um restaurante e assim que eu cheguei lá dei de cara com a última pessoa que queria ver hoje bem no estacionamento. 

- O que foi que você fez pra ela, hein? - ele perguntou. 

- Do que você tá falando? - perguntei sem paciência. 

- Thiago, o que fez pra ela ter que ir embora? - ele perguntou com raiva.

- Ela quem terminou comigo Lucas, eu estava no Hospital machucado e quando voltei pra casa ela só tinha me deixado uma carta. - eu explodi.

- O que? - ele perguntou confuso. 

- Ela me deixou uma carta e foi embora! - eu disse.

- Eu a encontrei hoje próxima a sua casa, ela estava te olhando...eu te vi do outro lado da rua. - ele disse e eu me desesperei.

- A Madu tá na cidade? - perguntei.

- Sim. - ele respondeu.

- Olha só Lucas, eu juro que não fiz nada pra magoar ela e se eu fiz eu quero consertar...mas ela terminou tudo comigo enquanto eu estava no Hospital sendo costurado porque eu a protegi de um cara que estava tentando violentar ela.- eu disse e ele arregalou os olhos.

- Tentaram machucar ela? - ele perguntou preocupado.

- Sim, e eu não deixei.E o cara enfiou um caco de vidro na minha barriga. - eu disse levantando a camisa. 

Depois que ele viu a cicatriz pareceu acreditar no que eu disse, depois que descobri que ela estava na cidade e eu fiquei louco para falar com ela e fui até a única pessoa que poderia me dar notícias dela e quando cheguei a porta dele vi o carro dela estacionado.

- Thiago? - Débora me atendeu.

- Oi, o Rafael está? - perguntei e ela assentiu me dando passagem para entrar. 

- Amor, vem cá.- ela gritou. 

- Tô indo. - ele gritou de volta.

- Débora, a Malu dormiu e...- ouvi a voz dela e quando ela me viu parou de falar.

- Madu. - eu disse sorrindo e Débora subiu levando Rafael junto já que o mesmo estava descendo as escadas.

- Oi.- ela disse.

- Quando você chegou? - perguntei.

- Hoje, eu tinha prometido ao meu pai que viria ver a minha irmã.- ela disse sentando no sofá. 

- Eu...eu encontrei o Lucas e ele me disse que você estava na cidade.- eu disse e ela assentiu. 

- Eu o vi de tarde assim que cheguei.- ela disse e eu sentei do lado dela.

- Eu sinto sua falta.- eu disse e ela desviou o olhar.

- Como está o trabalho? - perguntou. 

- Bem, eu só tenho focado nisso agora já que você não está aqui. - eu disse e ela sorriu.

- Pelo visto a empresa tá muito bem nas suas mãos.- ela disse e eu assenti. 

- Fiquei sabendo que a Belle está trabalhando lá.- ela comentou. 

- É, e ela está quase namorando o André. - eu disse rindo e ela arregalou os olhos.

- O André? - perguntou.

- Sim, eles saíram juntos uma vez e desde então não se desgrudam mais. - eu disse e ela riu.

- E a sua vida? - perguntei.

- Está tudo bem, tô estudando bastante na faculdade e pretendo arrumar um emprego.- ela disse.

- Porque não volta pra cá? Dá pra se transferir porque a faculdade é aqui pertinho da empresa e você poderia trabalhar lá...- eu disse e ela levantou.

- Thiago, não posso.- ela disse e eu levantei também. 

- Você não pode ou não quer? - perguntei.

- Fui embora porque não podia te ver se machucando por minha causa.- ela disse.

- Eu estou me machucando por sua causa, porque você tá longe de mim. - eu disse me aproximando dela.

- Por favor não chega perto.- ela pediu.

- Porque? - perguntei.

- Você sabe bem o porque. - ela disse e eu me aproximei. 

- Thiago...- ela sussurrou e eu a puxei pela cintura.

- Volta pra mim.- pedi contra a sua boca.

- Não faz isso comigo, respeita o que eu tô te pedindo. - ela disse.

Não respeitei nem o que ela estava dizendo e colei seu corpo no meu antes de beija-la, ela envolveu os braços no meu pescoço me beijando de volta. Quando faltou fôlego ela se afastou de mim e eu sorri, eu estava com saudade do beijo dela e do cheiro dela...

- Vai embora.- ela pediu calmamente. 

- Não sem antes você me dizer que vai pensar no que eu te disse hoje. - eu disse.

- Eu disse que iria organizar minha vida, acabei de começar a faculdade e eu não posso largar tudo.- ela disse.

- Nem por mim, nem por nós? - perguntei. 

- Não fala de nós.- ela pediu.

- Falo sim Maria Eduarda! Falo porque eu acabei de comprar uma casa e tenho a esperança de que você more lá comigo como nós havíamos planejado, eu tô ralando na empresa pra ter grana e sustentar um futuro bom pra nós dois...estou guardando o anel que te dei pra quando você voltar e a gente puder ser feliz. - eu explodi e ela estava me olhando com um olhar triste.

- Então não me peça pra não falar sobre a melhor coisa da minha vida.- eu disse. 

- Thiago, é melhor você ir embora.- Rafael apareceu. 

- Só te peço pra não ser egoísta dessa vez, não pense em mim e sim em nós. - eu disse e ela assentiu.

- Desculpa ter aparecido aqui essa hora. - eu pedi e ele assentiu vindo em minha direção. 

- Dê um tempinho, acho que depois de tudo que disse hoje ela vai repensar. - ele disse me levando até lá fora.

- Espero que sim. - eu disse.

- Ela te ama, deixa ela pensar. - ele disse e eu assenti. 

- Obrigada.- sorri.

- Eu quem te agradeço.- ele sorriu de volta.