Madu.
Meses depois...
Eu estava muito bem adaptada à faculdade e estava trabalhando na empresa também, a minha irmã está com quase um ano de idade e nós estamos organizando uma festa. Meu pai e Débora acabaram se separando mas ele está dando tudo de si pra ser o pai mais presente do mundo para a Malu e isso me enche de orgulho porque eu acompanhei a mudança de uma cara arrogante e preconceituoso se tornar um pai amoroso e um amigo incrível.
Eu estou numa fase da vida que se melhorar estraga, estou fazendo meus trabalhos da faculdade do melhor jeito e tirando notas muito boas e Thiago tá todo orgulhoso de mim e isso é a minha maior motivação. Hoje vai ter um jantar aqui em casa que eu planejei para a minha família porque o meu irmão tá chegando de viagem, enquanto Thiago estava no trabalho eu arrumei a casa e comprei tudo o que eu iria precisar e depois comecei a preparar tudo.
- Cheguei! - ouvi a voz de Thiago na sala.
- Oi amor. - sorri me apoiando no balcão para vê-lo.
- Oi minha linda. - ele me deu um selinho.
- Que horas os teus pais chegam? - perguntou tirando a camisa.
- As oito. - sorri.
- Você acha que vai dar certo? - ele perguntou se apoiando no balcão também.
- Acho, faz meses que eles não se encontram e meu pai não está mais com a Débora. - eu disse e ele assentiu.
- Só não quero que se magoe se caso não for como você espera. - ele disse e eu lhe beijei.
- Pode deixar. - sorri.
Eu preparei uma comida indiana que nós costumávamos comer todo fim de semana, eu adorava e consegui reproduzir da melhor forma possível e depois decorei a casa e Thiago me ajudou.
- Agora vamos tomar banho porque já já eles chegam. - eu disse e ele me puxou pro banheiro.
Eu acho que tenho o melhor noivo do mundo porque ele lavou o meu cabelo enquanto tomávamos banho e ainda me fez uma massagem, escolhi um vestidinho básico e prendi o cabelo num rabo de cavalo e fui pra sala esperar os meus pais e o meu irmão chegarem.
- Filha! - meu pai sorriu assim que abri a porta.
- Oi pai! - pulei nele.
- Que saudade! - ele disse e eu sorri.
- Entra. - eu dei passagem.
- Sua mãe e o Marcelo já chegaram? - perguntou.
- Ainda não. - respondi e Thiago surgiu na sala.
- Sogrinho! - ele disse indo dar um abraço no meu pai.
Minha mãe e meu irmão chegaram pouco tempo depois e nós bebemos um vinho e batemos papo antes do jantar, a cara da comida estava boa mas quando eu comi senti que não estava igual a que nós comíamos antigamente...parece que as aparências enganam. Marcelo se juntou a mim e a Thiago na sala enquanto meus pais conversavam na sacada da nossa casa.
- Você acha que eles podem se acertar? - Marcelo perguntou.
- Eu não sei. - Thiago disse.
- Eu acho que pode dar certo. - eu sorri olhando pra eles.
Nós começamos a fazer mil e quinhentas teorias e quando olhamos para a sacada vimos os dois se beijando carinhosamente e eu me segurei para não gritar de felicidade enquanto os meninos observavam chocados, eu sei que no passado meu pai errou muito mas todos nós erramos e ganhamos uma segunda chance e ele também merece. Eles saíram lá de casa por volta das onze e meia da noite e depois eu e Thiago fomos lavar a louça e guardar tudo.
...
Abri os olhos sentindo uma inquietação dentro de mim e olhei no relógio vendo que eram quatro da manhã, levantei pra beber água mas no meio do caminho eu senti um enjoo e corri direto pro banheiro colocando todo o meu jantar pra fora e em seguida coloquei mais ainda. Escovei os dentes e fui até a cozinha pegando um remédio pra enjoo e fiquei sentada na sacada esperando o efeito passar até que ouvi Thiago me chamar na sala.
- Tô aqui fora. - eu disse.
- Porque está acordada essa hora? - perguntou alisando meu ombro.
- Acho que a comida indiana me fez mal. - eu disse.
- Porque? - perguntou confuso.
- Coloquei tudo pra fora. - eu disse.
- Se sente melhor agora? - perguntou.
- Sim, já tomei remédio. - sorri.
- Estranho porque você gosta tanto dessa comida. - ele sentou do meu lado.
- Quando eu tava lá em Belford minha gastrite atacou e eu tive que parar de comer algumas coisas, acho que foi o molho de iogurte com pimenta que me fez passar mal. - eu disse lembrando.
- Teimosa! Porque come o que não pode? - me repreendeu.
- Eu esqueci. - eu disse rindo.
- Vamos dormir, se não se sentir melhor você falta a faculdade. - ele disse e eu assenti indo dormir.
Thiago.
Acordei um pouco atrasado pro trabalho e a Madu pra faculdade e ela me garantiu que já estava se sentindo melhor e eu tenho que admitir que o molho estava realmente apimentado, como não ia dar tempo de tomae café em casa nós levamos lanche pra comer no caminho. Ela tinha um trabalho para apresentar hoje e estava super nervosa, assim que chegamos na porta eu vi aquela loirinha do outro dia entrando também e assim que ela nos viu dentro do carro parou e passou a nos encarar.
- Qual é a daquela garota? - perguntei enquanto ela enfiava alguns livros na bolsa.
- Ela é insuportável e parece que não vai com a minha cara. - ela disse.
- Concordo. - eu disse.
- Tenho que ir, bom trabalho e a gente se vê de tarde. - ela disse.
- Boa aula, boa sorte com o trabalho e eu te amo. - eu disse lhe dando um selinho.
- Eu te amo também. - sorriu e abriu a porta.
Cheguei na empresa e tinha um cliente me esperando na sala e eu subi correndo pra atender e tentei não parecer o cara que subiu o elevador devorando um sanduíche com suco de laranja. Nós conversamos sobre uma parceria que de certa forma iria nos favorecer muito e eu prometi que até o fim de semana teria uma resposta porque eu precisava conversar com todo mundo, inclusive com o Rafael.
...
- Cheguei! - ela entrou na minha sala sorrindo.
- Oi amor, como foi a aula? - perguntei lhe dando um selinho.
- Bem, eu consegui apresentar o trabalho e a Ângela ficou de cara. - ela disse rindo.
- Quem é Ângela? - perguntei confuso enquanto bebericava meu suco.
- Aquela loirinha chata da minha turma. - ela disse e eu revirei os olhos.
- Quer? - perguntei oferecendo meu copo.
Ela sentou e tirou seu tênis e pegou meu copo tomando um gole e não levou nem um minuto e ela entrou correndo no banheiro da minha sala.
- Amor? - chamei preocupado.
- Eu tô bem. - ela respondeu.
- O que você almoçou hoje? - perguntei.
- Nada na verdade, comi algumas batatinhas no intervalo. - ela disse saindo do banheiro.
- Você tá passando mal desde a madrugada, quer que eu te leve no Hospital? - perguntei.
- Não, eu tô bem. - ela disse mas na mesma hora voltou pro banheiro.
- Vou te levar na emergência pra ver se a sua gastrite piorou. - eu disse chamando David da porta.
- O que foi? - ele apareceu.
- Cuida aqui pra mim que eu vou levar a mocinha no Hospital. - pedi.
- Tudo bem, mas o que houve? - ele perguntou preocupado.
- Acho que a minha gastrite tá atacada, tudo que desce...volta. - ela explicou.
Peguei o carro e nós descemos direto pro Hospital e ela disse que estava se sentindo um pouco melhor mas mesmo assim nós entramos, para a nossa sorte não estava tão cheio e eu pude entrae junto com ela. Ela fez um exame e a médica disse que fez realmente mal ela ter comido algo com pimenta quando ela deveria evitar e eu dei bronca nela fazendo ela rir.
- Mas isso não é o exato motivo dos seus enjoos. - ela disse e nós ficamos confusos.
- Não? - perguntei.
- Não, na verdade eu preciso fazer um outro exame. - ela disse nos colocando em outra sala.
Ela examinou o estômago da Madu e receitou um remédio de nome complicado mas que parecia ser eficaz e em seguida passou um gel na barriga dela nos deixando um pouco confusos mas ela parecia saber exatamente o que estava fazendo.
- Pra que esse gel doutora? - perguntei.
- Tenho algumas suspeitas. - ela disse pegando um aparelho.
- Suspeitas de que doutora? É algo grave? - Madu perguntou assustada.
- Como eu imaginava. - a doutora disse olhando numa telinha virada de frente só pra ela.
- O que foi doutora? - perguntei começando a ficar assustado também.
- É um problema gravíssimo que você terá pra vida toda. - ela disse e Madu arregalou os olhos.
Ela virou a telinha pra nós dois e foi aí que eu entendi o que ela quis dizer, não passava pela minha cabeça isso e acho que nem pela da Madu que estava com os olhos surpresos ao olhar para a tela e ver que:
- Você está grávida! - ela disse e eu sussurrei o mesmo.
- Grávida. - Madu disse chocada.
- Dois meses. - ela disse e eu levei as mãos à cabeça
- Thiago, eu...eu estou grávida. - ela olhou pra mim com um olhar surpreso e confuso.
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