História I Found a Girl - Eleventh chapter

                     P.O.V Sabina

Ainda era intervalo, a pouco tempo estava com o Josh na sala apenas conversando mas agora procuro o Noah, enquanto falava com o loiro tive uma idéia, era tudo questão de conversa. Já tive experiência com namoro complicado e se é de concelho que ele precisa ele terá, mesmo não sendo muito próximos me senti obrigada a ajudá-lo, não iria me custar nada mais que um intervalo perdido entre tantos outros. Ando pelos corredores a sua procura e não encontro nada, vou aí refeitório, biblioteca, laboratório e nada é aí que surge o pensamento.

"Se eu quisesse paz e solidão onde ficaria?"

E a resposta era óbvia atrás da quadra, poucas pessoas ficavam ali, hoje estava quase vazia, só tinha uma pessoa... e era exatamente quem eu estava procurando, ele estava sentando em um canto encostado em uma parede e silenciosamente fui me aproximando, quando cheguei perto o suficiente olhei para frente e me sentei para facilitar a conversa, acabei falando uma simples palavra com um único intuito de manter uma tranquilidade.

— Oi. — Por minha visão periférica percebi que ele me encarava sem entender, seria engraçado se não fosse cômico.

— Oi, eu acho. — Ele respondeu e começou a olhar para onde eu estava também, para o nada.

— Precisa de ajuda? — Era uma pergunta tão boba e tão simples, mas que me levaria até onde eu queria chegar. — Percebi que estava meio...— Procuro uma palavra ideal, cerca de instantes Acho. — Afastado, precisa de ajuda? — Repito a mesma pergunta, e viro meu olhar para ele.

— Preciso. —  Me surpreendi, não tinha contato quase algum com ele mas ele aceitou, sua voz tentava se manter firme. — Promete não contar nada pra ninguém? — Não seria capaz de fazer isso, então afirmei com a cabeça. — Bom... acho que sabe que eu namoro a Sina... ou ao menos namorava. Vou falar rápido, não é algo muito fácil de assumir, apenas que ela beijou outra pessoa... não quero falar o nome, eu guardo uma consideração por ela mesmo depois disso e não quero expor.   Eu ainda não consigo acreditar... sei lá, não é algo muito fácil de se aceitar, entende?— Mantive minha concentração em suas palavras e logo percebi que era minha vez de falar.

— Uou, desde já eu sinto muito. Mas como você descobriu? Alguém te contou ou ela contou? — Ele levantou uma das mãos e fez o número dois com os dedos. Dizendo sem o uso das palavras que era a segunda coisa que eu falei. — Eu sei como é isso... já tive uma experiência se podemos dizer. A primeira coisa que posso te dizer é que pelo menos ela te contou, isso não justifica o ato de traição mas ela contou... isso muda muita coisa, nem todos tem essa sorte. As vezes a vida nos prega várias peças e põe vários desafios mas é isso que nos deixa mais fortes, nada é por acaso... talvez ela não seja a garota ideal para sua vida, quem sabe não é um garoto. — Nesta última parte consegui fazê-lo rir, me deixou feliz e sorri junto. — As vezes as coisas estão bem na nossa frente e não percebemos...— Antes de consegui falar mais alguma coisa fui surpreendida por um beijo, um desajeitado mas fofo beijo, Sabina Hidalgo foco.

— Que isso? — Minha reação instantânea foi separar e fazer a pergunta mais idiota do mundo, é claro que eu sei o que foi isso. — Eu aqui tentando te ajudar e você... — Indignada me levanto e deixo ele lá sem reação no chão, ao ouvir o toque me viro e saio pensando no que aconteceu.

                    P.O.V Josh

O intervalo já tinha acabado fazia um relativo tempo, ainda faltavam algumas pessoas na sala, o professor da aula seguinte ainda demorará um tempo para chegar. Mas ela já estava de volta, Sabina Hidalgo, que eu deduzo que tenha ido encontrar o Noah, já que era esse o assunto da conversa quando ela sumiu e suas palavras eram " Acho que sei o que posso fazer". A mexicana voltou estranha, a sua cara era indecifrável e esse era o motivo do meu estranhamente, ela geralmente se expressa até demais, mesmo com o pouco tempo de intimidade com ela, é uma coisa muito perceptível. Isso me deixa pensando, o que levaria ela a ficar deste jeito? Qual seria a razão dessa cara de paisagem pairando sobre a sala de aula e todos nela? não sei, mas eu irei descobrir. E como vou fazer isso? Me pego perguntando mas nem eu sei a resposta, porém ficar parado aqui não irá ajudar em nada, então simplesmente me levanto e sigo na direção dela no lado oposto ao que eu estava anteriormente, e quando me aproximo falo.

— Adivinha quem é? — chego por trás colocando as duas mãos em seus olhos cobrindo os mesmos com as tais. Ela estava fazendo algumas no caderno, de algum assunto que vimos provavelmente.

— Agora não Josh, eu preciso terminar isso. A gente pode estar no começo do ano mas é melhor manter o foco. — Ela fala baixinho, sem se virar para minha direção, como se houvesse a presença de um professor na sala.

Resolvo deixá-la em paz se é isto que quer, e no exato momento em que me afasto e volto para o meu lugar o professor cruza a porta da sala e é seguido pelo Noah, ainda com suas feições estranhas e tristes. O tempo parece passar muito devagar, a cada minuto que passa no relógio, mas uma hora se passa na minha cabeça. Não consigo ficar concentrado, penso na Mexicana e como a estranheza dela começou, após uma provável conversa com o Urrea. A ideia de que ele tem algo com isso devaneia em minha mente, mas logo é substituída pela coisa mais óbvia e sensata a se pensar, que tudo isso não passa de uma bobagem e eu devo estar dramatizando tudo e tentando envolver o Noah a qualquer custo.

[...]

A manhã e o começo da tarde passam com lentidão, a essa hora aqueles que jogam basquete já estão no refeitório se preparando para mais um dia de treino. Eu como não faço parte dessas pessoas estou no corredor, e ela está do outro lado. Ainda não sai da minha mente a idéia de que o Noah tem algo nessa mudança de comportamento da Hidalgo e agora me parece a hora perfeita para perguntar novamente. Estamos no corredor de armários, ela do seu lado e eu do meu, apenas algumas pessoas circulam entre os corredores, a RHS já não está tão movimentada. Vou me aproximando aos poucos e quando me deparo já estou ao seu lado, ela tem um aspecto distraído, não parece notar a minha presença, até penso em desistir de falar com a mesma mas continuo firme na minha opinião e começo dizendo já em sua frente.

— Pode me contar agora? — É a minha fala, a criatividade me falha a memória e não acho que gostaria de outra brincadeira neste momento.

— Beauchamp... é uma coisa que não sei muito o que dizer. — Ela diz toda confusa e fico sem entender, porém para minha sorte ela continua. — Quer dizer, eu sei o que dizer apenas não sei como dizer... entende? — Apesar do uso excesivo da palabra "dizer" compreendo o que me falou.

— Apenas diga, de uma forma ou de outra eu entendo. — É a única coisa que me vêm em mente, sou um criativo em outras coisas mas em falar as coisas certas nos momentos adequado é uma coisa difícil para mim.

— Tá... é só que, eu fui conversar com o Noah tentar fazê-lo desabafar, porque as vezes conversar com alguém desconhecido de sua intimidade é mais fácil. — A sua voz era suave mas um pouco distante. — Ele me contou o que aconteceu e também fez outra coisa... não quero que o julgue, ele pode ter entendido errado aquilo que eu disse.— Ela ainda demora para falar, mas isso só me deixa mais curioso. — Ele me beijou, Josh. Mas só isso, nada além.

— Ele o que? — O ciúme faz parte de mim, então minha voz saí como tal. — Nós não temos nada de oficial....— Corto minhas próprias palavras e as repto mentalmente, começo pensar, ele não sabia de nada. Nem eu sei realmente o que temos, não posso culpa-lo — Argh... era isso? Esse o motivo? — Ela apenas confirma com a cabeça, mas uma fala vem em seguida.

— Amanhã a gente conversa, okay? agora eu vou pra casa, preciso descansar. — Ela diz e sua voz soa verdadeira, então não insisti no assunto.

— Quer uma carona? Posso te deixar em casa, se quiser é claro. — Digo e volto ao meu humor normal, logo estendo o braço para fazer piada com essa idéia de cavalheirismo. E ela entra na onda e assim saímos rindo.