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História I Found My True Love - Cap. 5


Escrita por: JJKOOK1997

Notas do Autor


" É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã..."


- Legião urbana.

Capítulo 5 - Cap. 5


Fanfic / Fanfiction I Found My True Love - Cap. 5

__JUNG-KOOK__

 

 

– Droga.

 

Abaixo o peso que carregava no chão perto da esteira subindo na mesma ligando em velocidade média , preciso parar de pensar tanto; estou pingando de suor como se sofresse um ataque de hiperidrose. Graças aos céus deu tudo certo com Park somos um casal basta me preparar para as consequências disso.

 

– TE ENCONTREI VIADINHO DE MERDA! – Virando vejo meu chefe com o demônio no couro, estava vermelho de raiva, nunca o vi assim, se aproximava a passos largos.

 

- O quê....? – Estou ofegante por causa dos exercícios.

 

– Vá se ferrar! Onde estava com a porra da cabeça? Achou que o idiota aqui não fosse descobrir? QUERO QUE VÁ PARA O RAIO QUE O PARTA! – Berrou.

 

Faço uma idéia do que se trata toda essa besteira que ele defeca tanto quanto bosta; pulo de cima da esteira para desafiar a fera. Na academia é onde me sinto bem, no meu mundo, onde pessoas como esse cara não são convidados, peguei o gosto por esportes e exercícios depois da morte da minha mãe, desconto todo o meu ódio e rancor nos sacos de areia, no box, no surf aquático, no skayboard, dentre outros equipamentos e lazeres.

 

– Onde quer chegar, velho? Toda vez que vem falar comigo precisa ser gritando? – Pego a toalha pequena estendida no guidão da bicicleta embutida no solo para limpar o suor da testa.

 

– Desgraçado, filho de uma égua. Quero matar você, deixou de ser meu filho, bastardo! Te repúdio quantas vezes forem necessárias! Perdeu o juízo? Desde quando anda se esfregando em garotos por aí !? RESPONDA! – Me encarava como se realmente fosse me matar, suas veias estavam amostra na fonte e pescoço – Um filho gay? Oquê ainda não estou sabendo? Que sua mãe foi uma puta? – Vem em minha direção e empurra meu corpo contra a parede, perco o equilíbrio por uns segundos. – Aquela vaca! Sabia que ela nem ao menos um filho normal me daria! Me deu você, um zero a esquerda, prefiro que queime no inferno.

 

– Acha que tenho medo das suas nóias? Não fala da minha mãe, você não tem o direito de ficar esculachando uma pessoa que morreu por sua causa. Eu que não quero mais ser seu filho. Nunca vou ser como você. Pode fazer o que quiser, mas não vou mudar só porque o velhote gagá aqui não gosta do “viadinho” que tem em casa. – Começo a rir. Faço isso quando estou com muita raiva, fica parecendo que estou sendo sarcástico. – Sua mulher escreveu naquela porcaria de diário que cometeu suicídio porque te flagrou transando no quarto de motel com a empregada!

 

– Pegue suas troxas e sai da minha casa, não te quero na minha vista tão cedo. – Seu tom era ameaçador.

 

– Acabou de me dar o que eu mais queria; ir embora dessa droga de casa! Não te suporto mais, me corrói ter que olhar para sua cara todo o santo dia espalhando ódio por onde passa, humilhando os próprios funcionários. – Tenho muita coisa entalada há anos.

 

– TUDO ISSO AQUI É MEU, FAÇO O QUE BEM ME DER NA TELHA! – Gritou. – Você não tem para onde ir, seu merda! Se abrir o bico para impressa sobre isso fique sabendo que é um cara morto. – Apontava o dedo na minha cara, parece tudo menos um pai.

 

– Pode deixar, não ligo para sua vida perfeita finginda, quero viver minha própria vida. – Digo calmamente, porém dentro de mim está o caos.

 

– Pois vai, perdedor! – Diz enojado.

 

Nesse momento esmurra o lado direito do meu rosto, estourando meu berço inferior, salivei sangue cuspindo na cara dele e saí da academia que ficava do lado externo da casa, no jardim. No quarto enquanto enfiava minhas coisas na mochila ( não vou levar muita coisa, quero apenas evaporador o mais rápido possível) o cara arromba a porta arrancando as roupas da minha mão às jogando pela janela, meus pertences lançou no lixo da lata de metal perto da estante de livros; com vidro de álcool e esqueiro ateou fogo em tudo.

 

– Está fazendo o quê aí parado!? Rua! – O velho alcança um copo de vidro solitário na estante e o acerta em mim se quebrando em vários cacos.

 

Saí correndo trazendo somente uma mochila com umas camisas e uns shorts simples que restaram, meu celular sempre fica no bolso, graças aos céus, na parada de ônibus ligo para J-Hope que atende três toques depois.

 

– Alô?

 

– Hoseok, posso passar a noite aí? – Sento no banco de espera, meus batimentos estão acelerados. Duas garotas riam alto conversando sentadas do meu lado, alheias aos meus problemas; mas se assustam quando vêem meu rosto ensanguentado.

 

– Claro, mano . Você está legal?

 

– Vou ficar, te conto quando chegar na sua casa.

 

– Beleza, vou te esperar.

 

– Ok, obrigado, cara.

 

– Sem essa.

 

Quando o busão chega desligo a chamada; vai demorar até chegar lá,  J-Hope mora do outro lado de Seul era incrível como ele conseguia vim para cá tão rápido para me ver. Observando as ruas pela janela fico me perguntando como aquele imbecíl do meu chefe descobriu tudo. Deve ter sido o Mike, o meu segurança particular, me seguia para onde quer que fosse, o despensei várias vezes, não gosto de perseguições, me sufocava, Mike ficava dias sem trabalhar por minha causa justamente por não precisar dele, até que criou ranço de mim e virou o braço direito do meu pai, ficando ainda mais insuportável. O importante é que estou me sentindo leve, sem nenhum peso nos ombros, ainda bem que não sou Atlas, o homem que segundo a mitologia grega carrega o céu nas costas por tamanho pecado contra os deuses.

 

_PARK JIMIN_

 

– O quê disse!? – Minha mãe está assustada.

 

Reuni a família com a desculpa de que queria confessar minha vida a eles, meus desejos e expectativas. Eu e JungKook no dia da praia decidimos não nos esconder, lidar com nossos pais sobre nossa orientação sexual seria difícil, mas não tem como ser fácil, não é? Até porque somos namorados agora, temos um relacionamento real.

 

– Gay? – Meu pai arregalou os olhos.

 

– Não pode ser, disse que estava namorando, não é? Então... não é uma garota? – Mamãe está perdida.

 

– Sou gay sim; e gays não namoram garotas. – Disse-lhes .

 

– Pare de falar bobagem! – Mamãe me dá uma bofetada deixando uma marca vermelha na minha bochecha fazendo meus olhos lagrimarem.

 

– O quê tem de errado com você!? – Papai me olha como se eu fosse um alienígena.

 

– Sou normal, por favor me ouçam! - Peço.

 

– Pessoas normais não fazem o que você faz, não namoram o mesmo sexo, não pisam na reputação da família, não estragam planos, não dão vergonha aos pais, não quebram regras! Pessoas como você são praticamente a parte podre da sociedade, Jimin! – Grita meu pai.

 

A mesa de jantar está pequena demais para nós quatro, essa é minha família de dias atrás? Irreconhecíveis, me sinto fraco, desapontado, indignado.

 

– Calados! Vocês precisam conversar e não julgar! Isso é homofobia! – Não esperava que Jin pudesse me defender, ele sabe que sou gay desde o início.

 

– Você acobertou esse miserável? Hein, SeokJin!? – Mamãe fica de pé fixando seu olhar irado sob meu irmão.

 

– Jin não tem nada a ver com isso. – Tentei.

 

É como dizem, só se conhece de verdade uma pessoa depois de uma briga. Não sou de dar trabalho para meus pais, desde criança sou assim resolvo meus assuntos sozinho, não precisaram ir a escola uma vez se quer, agora pareço ter sido o pior dos filhos, irônico.

 

– Filhos arrastam multidões se lamentado que seus pais não os entendem mas VOCÊS é que não entendem seus pais! -  Diz mamãe.

 

– Mãe tenha paciência... – Jin tenta também.

 

– Seu moleque... – meu pai bate na mesa de punhos fechados com toda a força fazendo um barulho estrondoso.

 

– Não se preocupem, vou embora. Prefiro virar um mendigo de rua do que viver numa família tóxica como essa! – Fico de pé como os dois, se pensam que vou me rebaixar estão enganados.

 

– Cala a boca! – Ordena meu progenitor.

 

Não conseguem aceitar que amo um garoto ao invés de uma garota, o nível máximo do ridículo. Essas paradas de homofobia, racismo, bullying, discriminação e preconceito não vão acabar.

 

 

– Ji Hyun! – Mamãe briga com papai enquanto este saiu de seu lugar para trancar a fechadura da porta da frente para eu não fugir.

 

Querem que eu fique sentado e aguente tudo como um menino bonzinho, sem ficar revoltado e quebrar tudo. Enxugo as lágrimas que molhavam meu rosto, essas pessoas estão diferentes, bizarro.

 

 

– Seu filho favorito se transformou num intruso em nosso convívio familiar e social. Um otário, totalmente otário. – Diz meu progenitor para minha mãe andando de um lado para o outro sem saber o que fazer.

 

Saí da mesa entrando no quarto sem querer ouvir mais nada; só me julgam, aborrecem, vão acabar explodindo meu psicológico, abro a janela pulando em seguida na grama mal cuidada do quintal, a bicicleta do Jin fica acorrentada na barra de ferro da cesta de basquete ao fundo, meu irmão mais velho não perdia uma partida de mim, por isso passei a odiar o basquete, já fazem meses que a gente não joga. Para minha sorte a bike está sem corrente, pedalei sem rumo por ruas desconhecidas escuras, ruas frias cobertas de violência, tenho certeza que alguém está sendo estrupado neste exato momento ou mesmo sendo assassinado ,assaltado, agredido por ser LGBTQI+ ; Anne Franklin ( menina judaica morta junto a família por narzistas nos tempos de Hitler) tinha razão: " E apesar de tudo ainda acredito na bondade da humanidade...".

Estou tão triste quanto pássaros no período das monções...

 

__JUNG-KOOK__

 

 

Dormi no quarto de hóspedes que Hoseok me ofereceu, desabafei com ele, contei o que tinha acontecido entre mim e o meu chefe, fiz um curativo no berço inchado do murro que levei, amanheceu roxo. Jimin não saía da minha cabeça, decidi telefonar, estou preocupado, tinha me dito que diria sua orientação sexual para os pais dele, e que ligaria para contar como foi. Ainda não tive notícias. Sugeri para fazermos isso juntos mas ele não quis, inventou desculpas.

 

– Escuta, você precisa vir até aqui. – Cochichou, parece que não queria que outras pessoas o ouvissem. – Jimin contou para os nossos pais que é gay, foram tão desagradáveis... – Comenta. – Não sei o que fazer. Tentei orientar eles dois mas foi inútil. – Lamenta.

 

Como é que é? Puta que pariu. Quem atende a ligação é Jin; desço às pressas as escadas angustiado com medo do que pode ter acontecido, sabíamos que seria assim mas não vou deixar que ninguém faça mal ou maltrate Park. Uma luz no fim do túnel surge, vou lá esclarecer as coisas para apaziguar o climão, minha vida virou do avesso em um estalar de dedos.

 

– Onde vai? – J-Hope está tomando café da manhã na sala de estar.

 

– Conquistar meus sogros, me empresta seu carro? – Pego as chaves do corola prata pendurada na parede no fim dos degraus da escada.

 

 

– Não pode saí de cabeça quente sozinho está ficando doido? Não empresto nada. Isso é arriscado, não tinha plano pior não? – Mordeu o sanduíche que está no pires no braço do sofá junto a caneca comprida azul-marinho cheia do achocolatado que mais gosta.

 

– Vou indo nessa. – Digo ignorando a bronca deixando de lado as chaves do carro.

 

Ouço Hoseok me xingar mas não dou importância; preciso fazer alguma coisa, não posso ficar parado assistindo os meus problemas se amontoarem a mim feito carrapatos, fugir não é comigo. Acabo ficando preso na rodoviária, o próximo ônibus sai às nove, ainda são 07:45 da manhã. 

 

Do nada sinto dor no peito e falta de ar, que droga é essa? Suo frio ainda que esteja mais de 28C°, desisto de ir de ônibus indo para o metrô que não é muito longe, fica a pouco menos de três quarteirões da rodoviária. De repente travo no meio do caminho porque tenho a sensação de palpitação, tudo gira, minha vista fica turva e embaçada; espera, estou no meio da rua, ouço um barulho, os carros buzinando talvez, oquê que trafegaram? O celular caí do meu bolso, tudo balançando, quem está gritando? Alguém sabe? É como se tivessem injetado aqueles tipos de anestesia quando se vai no dentista fazer limpeza do canal, geralmente ficamos inconscientes;  sinto cheiro de pneu, a escuridão vai tomando conta do meu universo interno,  tento dizer alguma coisa mas nada sai, simplesmente não consigo abrir a boca, bizarro. Não sinto minhas pernas, olho para elas com esforço e não acredito no que vejo: Estão presas em ferragens. Minhas costas ardem. Percebi que é o calor do asfalto sendo esquentado pelo sol. O que está acontecendo? Lembro da carta de amor que escrevi para Jimin que guardei dentro do meu guarda-roupa, no meu quarto, na casa do meu chefe, escrevi no mesmo dia que pedi Minnie em namoro, sei lá eu estava pressentindo que algo ruim aconteceria. D'jávus , sexto sentido e pressentimentos  foram presentes na minha vida porque me ajudaram a não tomar surpresas em situações difíceis como a vez que sofri uma parada cardíaca na 6° série do fundamental, foi desesperador para os meus pais mas para mim era como se eu já soubesse que aconteceria, a morte sempre esteve a minha volta, meu médico disse que eu poderia sofrer outros ataques cardíacos  parecidos com o tempo mas durante todos esses anos nada de errado foi encontrado no meu coração e nem na sua sequência de batimentos nos exames que o doutor agendava. Parei de fazer esses exames quando fiz 18 anos , não sabia que podia mudar tantos outros anos de vida ou mesmo tirá-los de mim.

Tudo escuro, meus olhos se fecham sem entender bem o "porquê"; só queria que eles tivessem visto Jimin pela última vez.

 

 

 


Notas Finais


Thank's army 💜


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