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História I Hate Loving You - Acorde-me


Escrita por: GEEZERTVD

Notas do Autor


GENTE, apareceu a margarida. Sempre em horários inconvenientes né? uhum.
ENFIM COMO VOCÊS ESTÃO? EU ESPERO QUE BEM GOSTOSOS!
Opa, não, só espero que bem, bem normal, bem como sempre, entenderam? Tá.

COMO TA A MERDA DA VIDA? COMO TA OS RELACIONAMENTO AMOROSO? COMO TA NA ESCOLA? COMO TA A VIDA COM JESUS? COMO TA O CORAÇÃO? Olha, esse ultimo eu espero sinceramente que esteja preparado e bem forte, porque aqui vai mais um capitulo de I Hate Loving You! Segura a bomba bombástica.

VAMOS LÁ! Espero que gostem. Preparem a playlist pra ajudar nos feelings.

Capítulo 54 - Acorde-me


Fanfic / Fanfiction I Hate Loving You - Acorde-me

Amar cura

Se o mundo está doente;
Se o amor é a cura - o remédio;
Então a medida exata de consumo
Deve ser o exagero.”

Lucas. Afogar Source.

 

— Se acalme, meu filho. Ela vai ficar bem, não se preocupe — a dona Eleonor apareceu por trás de mim – eu estava inclinado sobre a Claire – e começou a dar carinho em meus ombros.

Alguns minutos já tinham se passado desde a minha chegada, e eu ainda continuava inconsolável, chorando, agarrado aos seus lençóis.

— Como se acalmar vendo isso? — Perguntei entre os soluços. — Como se acalmar sabendo que eu fui a causa disso tudo?

Você não foi, Larry. Todos fomos — o pai dela se pronunciou. — Mas por favor, fique calmo, os médicos falaram que ela vai ficar bem.

Percebi que havia uma certa hesitação em suas palavras, como se ele mesmo tentasse acreditar em suas palavras. E isso não me confortou nem um pouco.

— Alguém pode simplesmente me explicar como tudo isso aconteceu? Eu estou confuso! Tão confuso... Eu..

— De primeira — Nina me cortou, — os médicos acharam que foi mutilação. — Sua voz estava bem firme. — Física, por causa dos cortes em suas mãos, mas também, psicológica e interna, através de remédios. — Ela vacilou e respirou fundo. — Ainda estão fazendo os exames.

— Eu me recuso a acreditar nisso — Enzo disse, confiante e sério. — Tenho certeza que a Claire não faria isso. Absoluta certeza. Tem alguma coisa muito errada. Alguma coisa que eles não falaram.

— Mas, como...? Como vocês...? — eu estava com muita dificuldade pra falar.

— Entramos no quarto dela, e a encontramos desmaiada — sua mãe respondeu. — Os médicos falaram, que pelo jeito dela, ela já estava assim a mais de 24 horas — ela começou a chorar. — Eu conversei com ela em uma noite, era por cerca de 8 da noite quando ela foi tomar banho, mão a vi mais, e quando cheguei do trabalho no outro dia, ela estava assim...

— Ela ficou desmaiada... Sozinha... Inconsciente, nesse estado... por... por 24 horas? Sem ninguém fazer nada?

— Você não tem muita moral pra reclamar disso moleque, pois você também não estava lá pra ajudar. Ao contrário... estava mais longe do que todos nós aqui — o sr. Morgan falou sério, e então eu me sentei e me calei por um tempo.

Após um tempo, o médico finalmente entra na sala.

— Bom... — ele começou dizer. — Já temos alguns dos resultados.

— Diga logo — o sr. Morgan pediu sério.

— O que minha filha teve, senhor? — sua mãe se agitou.

— Bom, pelo que estávamos vendo aqui... Não passou de uma forte fraqueza.”

— Sabia! — Enzo bateu a mão na mesa. — Minha irmã nunca se mutilaria.

— Calma, calma. Ainda não diga nunca, mocinho — o médico disse, olhando pros papeis. — Sem contar os cortes profundo nas mãos... O fato dela não dá pro próprio corpo, o sustento diário que ele necessita para se manter de pé, já uma mutilação... Interna, mas é.

— Espera aí, falta de alimento, senhor? Só isso? — Pergunto. — Simplesmente isso?”

O desprezo na minha voz era bem transparente, deixando bem amostra que eu achava uma idiotice aquilo que saia da minha boca.

— Não. Muito mais que isso, meu garoto. A fraqueza foi carnal mas também psicológica. Ela não passaria quase um dia todo desmaiada se a fraqueza toda fosse apenas falta de alimento... Em algum momento ela teria que acordar, nem que fosse por alguns minutos. Digamos que o corpo humano tenha uma caixinha extra de qualquer coisa dentro dele, que só é usada quando necessário. Então se fosse apenas uma fraqueza, o corpo da Claire encontraria uma pequena força reversa pra ir em busca de algum sustendo. Ela acordaria uma hora, nem se fosse por alguns minutos. Mas olhe, ela ainda continua dormindo. Depois de horas. Por isso que digo da fraqueza e mutilação também psicológicas... É como se o corpo, independente da fraqueza carnal, não quisesse sustento algum. Não quisesse encontrar forças pra ficar de pé — ele suspirou e olhou apreensivo pra Claire. — Como se... Como se ela simplesmente não quisesse acordar.

— Co-como assim...? — Fiquei em pé, muito agitado.

— Foi o que você ouviu, Larry. O corpo não quer acordar, não por falta de mantimento, mas por algo psicológico. Desde quando a Claire chegou, estamos dando mantimento, vitaminas... Através desses fios que você vê em suas veias. O corpo já está mais que forte pra voltar a ativa. Sabe... é como se ela não tivesse motivos pra despertar, ou simplesmente não quisesse. — O médico estava calmo, porém parecia angustiado. — Pode parecer loucura, mas é apenas um pouco de ciência... Nós temos controle do nosso corpo através da nossa mente. O corpo obedece sua mente... Os membros respondem ao controle da mente, eles fazem o que você quiser, você apenas tem que querer que ele faça. Se sua mente não quer, o corpo não vai contra.

— Como... como um coma, doutor? — Nina perguntou.

— Bom moça, não precisamos usar essa palavra, se vocês não quiserem. Isso é apenas 10% comparado a coma normal. Em uma coma normal as vitimas não controle sobre elas. Aqui, basta apenas ela tomar a consciência de que precisa fazer seu corpo funcionar novamente, que ela vai acordar. Não temos certeza de que ela possa ouvir, mas ela sente. Enquanto ela permanecer com a mente fechada pra qualquer coisa ao redor dela, ela dorme.

— O que podemos fazer? — Enzo pergunta.

— Nós vamos continuar fazendo os exames. Mas é como eu disse, basta apenas um impulso do celebro dela pra todo o corpo funcionar — ele começou a se virar pra sair. — E outra coisa.. Mesmo sendo fraqueza também psicológica, a falta de sustendo do corpo foi muito grave, e também encontramos sinais de que o corpo sofreu um choque térmico bem forte... Isso afetou muito seus nervos já fracos. Isso prejudicou muito a saúde dela, ninguém pode receber temperaturas tão baixas e tão quentes assim em tão pouco tempo — ele apontou pra dona Eleonor. — Como a senhora disse, sua filha nadou em uma agua de temperatura abaixo de 15 graus, isso já é muito perigoso, e logo após você a viu tomando banho em uma água quentíssima! Ela já estava fraca e ainda passou por tudo isso! Olha, o que eu tenho a dizer é que Graças a Deus vocês a encontraram a tempo, se não, ela não teria resistido a mais uma noite, ou até mesmo, mais algumas horas desmaiada sozinha... Seu corpo estava falecendo aos poucos... Em silêncio. O que podemos fazer é torcer para que ela acorde logo e para que não haja nenhuma consequência grave – nenhum trauma - quando ela tomar consciência de novo.

Eu não me aguentava mais de chorar, quando o médico acabou de dizer. Quando ele se virou pra ir embora eu desabei.

— E Larry... — ele deu meia volta e olhou pra mim. — Se realmente acha que isso é culpa sua, tente mostrar a ela que você está aqui. Tenta fazer ela perceber sua presença. Talvez assim, ela queira acordar.

Ele deu de ombros, e se retirou.

[...]
 

Amar pode doer,

Amar pode doer às vezes.

Mas é a única coisa que eu sei.

Quando fica difícil...

Você sabe que pode ficar difícil às vezes,

É a única coisa que nos mantém vivos.”

Photograph.

 

A noite já se iniciava novamente e toda família de Claire já tinha ido embora. Eles precisavam descansar, levando em conta que passaram uma noite e um dia inteiro aqui, antes de mim. A única que se recusou ir pra casa foi Nina, que nesse momento dormia em um banco no corredor.

Eu me encontrava sentado do lado de sua cama, quase cochilando, com meus dedos entrelaçados nos dela, fazendo seu braço de travesseiro.

Ela já estava ali a um dia completo. Completo. Eu cheguei por volta de 5 da manhã, e a noite já caía novamente. Ou seja, eu também já estava ali a muito tempo. E ela na mesma. Fiquei feliz ao ver que seus batimentos já estavam normais, que seu corpo já estava ficando mais quente, e sua respiração mais regular. Mas mesmo com minha presença ali, ao seu lado, durante horas e mais horas, ela não fez o mínimo esforço pra acordar. E isso me torturava. Torturava saber que eu não era o bastante pra ela querer voltar.

Eu sentia uma tremenda dor em imaginar que o motivo pra ela estar assim foi simplesmente eu. Se eu tivesse me esforçado um pouquinho mais pra estar com ela, tudo isso seria evitado.

Como seria bom poder voltar atrás...

Ergui minha cabeça pra olhar em seus olhos novamente. Sempre que fazia isso, tinha a esperança de encontra-los abertos. Já estava difícil fazer aquele movimento, pois me sentia fraco por não comer nada desde que cheguei ali.

— Claire... Meu amor? — chamei ela baixinho. — Eu preciso que você me escute

Balancei o braço dela levemente. Um nó se formou em minha garganta e eu me vi zonzo. A dor que eu sentia estava me matando de dentro pra fora.

Nada mudou nela.

Aquelas palavras foram as primeiras palavras que eu consegui dizer, em todo esse tempo que estava ali. Em todas essas horas.

Essa história de que ela dormiu esse tempo todo apenas porque não queria estar acordada me machucou muito. Foi realmente o que mais me feriu: Ver que ela já estava em um nível tão brusco, que não enxergava nem mais razões pra querer se manter acordada, e o pior: eu não estava lá pra perceber isso.

— Meu amor, eu estou aqui — apertei bem forte as suas mãos, tentando sorrir. —E... E eu gostaria de me desculpar — continuei me esforçando o máximo pra conseguir dizer algo. — Eu preciso que você volte pra mim, Clai. Eu juro que não vou a lugar algum sem você ao meu lado. Juro que não vou mais te deixar... Eu só preciso que você volte. Preciso de você aqui comigo, para eu conseguir viver.

Meu coração mais apertado ficava. Eu queria arranca-lo com as próprias mãos só para poupar-me daquela terrível dor.

Eu apertei sua mão e a levei até minha boca, beijando suavemente os seus dedos

— Olha pra mim Clai... Eu estou aqui... — sorri pra ela, querendo chorar. — Você pode me ouvir? Eu estou tão arrependido Claire. Meu amor, eu nunca mais vou te deixar... Eu juro pela minha vida. Eu só não posso viver sem você! Me escuta!

As lágrimas começaram a tomar conta do meu rosto, e todo o esforço que eu fazia para conte-las era em vão.

— Mas se você não quer voltar pra mim agora... — me pus em pé ao lado de sua cama e segurei seu rosto. — Você pode pelo menos me mostrar como eu posso ir até você? Eu só não quero te ver nessa cama e não poder fazer nada. Por favor.

A única coisa que eu poderia querer naquele momento era estar com ela, e eu seria capaz de qualquer coisa pra isso. Qualquer coisa.

— Eu te amo Claire... Eu te amo tanto. — Eu encostei minha testa na dela, e deixei que minhas lágrimas molhassem seu rosto.

Eu senti vontade de abraça-la. Abraça-la mais apertado do que qualquer outro abraço que eu já tenha dado na vida.

Eu me sentia o cara mais imbecil do mundo naquele momento, ao ver que precisou de tudo isso pra que eu me tocasse naquilo. Me tocasse que é ao lado dela que eu tenho que estar e ser feliz, me tocasse que é dela que eu preciso, e é com ela que eu devo estar! É com ela! Com mais ninguém! É com ela! E eu nunca, nunca deveria tê-la abandonado.

— Eu vou te fazer a mulher mais feliz desse mundo, Claire Morgan! Só não me deixe sozinho! Por favor! Só basta você voltar. Só basta um esforço seu.

Me ergui sobre ela, ainda deixando meu rosto perto ao seu, e comecei a acaricia-la, prestando atenção em cada detalhe seu.

— Você é tão bela... — sorri bem próximo aos seus lábios. — Não seja egoísta ao ponto de me negar ver o brilho dos seus olhos novamente.

De olhos fechados, voei com meus pensamentos para uma noite estrelada, cerca de 2 da manhã, onde vi uma menina e um menino sentados em um muro, em uma parte deserta do lugar onde estava acontecendo uma festa.

A menina tinha um taco de beisebol em uma das mãos, por precaução, e na outra uma garrafa de vodca. O menino não tinha nada, apenas borboletas na barriga e suor nas mãos, por causa do seu nervosismo por estar ao lado daquela linda menina, que ele havia conhecido a algumas semanas. Minutos e mais minutos, e no fim, aquilo tinha parecido horas. E mesmos que negassem a todo momento, eles estavam amando a companhia um do outro, amando a conversa, e nenhum dos dois queria dar fim naquilo. Ele a provocava, e ela acabou se deixando levar por ele. E foi assim, que ele finalmente arrancou alguns beijos dela. Ah que beijos! Os mais doces e tranquilos beijos que ele já havia experimentado na vida. Ela sabia o que fazer para não ser esquecida facilmente, e fez.

Após a garota partir, ele ficou incomodado ao ver que não tinha um telefone e nem mesmo o nome dela, e naquele momento temeu perdê-la de vez. Então precisou ir atrás dela. Após aquele dia, as coisas se intensificaram, ficaram bonitas, até que hoje, aquele menino não se ver mais sem ela. Não consegue mais imaginar como teria sido o ultimo ano se aquela garota marrenta não tivesse atravessado seu caminho. Ele consegue ainda lembrar perfeitamente de como o céu estava naquele noite. Consegue lembrar perfeitamente bem de como era o céu que os abençoou.

— Me desculpa, meu amor... Me desculpa — — pedi, ainda com os olhos fechados, chorando muito. — Por favor!

Respirei bem fundo, tentando segurar o choro.

— Olha, eu quero que acredite que eu te amo e saiba que estou arrependido de ter te colocado como minha segunda opção durante esse tempo. Arrependido por não ter te dado o valor que você merece durante esses meses. Me perdoe. Você merece muito mais do que eu te dei, eu sou o cara mais imbecil desse mundo. Você sabe disso! Por isso eu peço que me perdoe — beijei sua testa, e minhas lágrimas molharam seu rosto. — Mas também, quero que você acredite em você. Acredite que você tem sim um motivo pra querer acordar. Um motivo pra querer viver. Você tem uma vida bela! Uma família que te ama! Um belo futuro! Você lembra que estava reconstruindo sua família? Você não vai deixar o trabalho pela metade, não é? Apenas se esforce um pouquinho... se esforce, pois temos ainda uma linda vida pra viver. Juntos. E não é com você em uma cama que nós iremos ser felizes.... Eu só preciso que você volte pra mim, Claire. Só isso. — Afastei minha boca de sua testa, direcionei meu lábios aos seus, e a beijei.

Beijei com o mais precioso e puro amor que havia dentro de mim. Após isso, me afastei, e saí correndo daquele quarto que me sufocava.

[...]

 


 

Horas depois e eu ainda vagava. Eu precisava tirar aquilo de dentro de mim. Eu precisava de um escape.

Após ouvir o que os médicos me obrigaram a escutar, eu me tornei um vulto. Um vulto andando pelos corredores brancos de um hospital. Havia pessoas ali, mas elas não me ouviam, não me viam, não conseguiam me sentir. Era como se elas estivessem no mundo real, e eu em um paralelo. O meu estado e a minha dor não importava pra elas, elas tinham com o que se preocupar. Eu estava sozinho. Eu era apenas mais um ali.

Encontrei um corredor deserto e no fim, avistei uma porta, não muito nítida. Tentei alcança-la, motivado pelo pensamento de que atrás dela estaria meu alivio – o escuro.

Um lugar onde ninguém estivesse perto, onde eu não precisasse olhar pra ninguém, um lugar onde eu não tinha que ver ou ouvir nada, só meu coração.

Tentei correr, mas despenquei no chão, antes de chegar perto. Tentei levantar mas o choro me deixou mais fraco naquele momento. Me sentei encostado na parede e pus meu rosto entre os joelhos.

— Não! Não! Isso não pode estar acontecendo... Não pode! — Eu persistia em repetir aquilo diversas vezes, mesmo sabendo que minha dor e minhas palavras não mudariam nada. O que eu podia ter feito pra mudar aquilo, eu não fiz.

Eu não conseguia suportar a ideia de que a menina que eu amo dormia profundamente e não podia, ou não queria, acordar. E cada vez que os médicos chegavam até mim com alguma noticia, eu sentia vontade de morrer, já cheguei até a tampar meus ouvidos algumas vezes como louco, só para não escuta-los me dando mais uma noticia desencorajadora.

Infelizmente, não pude fazer o mesmo papel de insano da ultima vez, e fui obrigado a ouvir o que entre todas foi a pior noticia que eles deram durante todo esse tempo.

— Não! Não! Eu já disse que não! Você não vai me deixar! — Chutei o banco que estava na minha frente fazendo ele virar e cair. — Não! Não Claire Morgan! — Comecei a gritar e dei dois socos no chão, sentindo como se as lágrimas estivessem me queimando de dentro pra fora. — Por favor, não.

— Larry? — Ouço uma voz surgir como um eco no corredor vazio. Uma voz confortante. A voz mais doce que eu poderia ouvir na minha vida. — Larry, o que pensa que está fazendo?

Ergo o olhar e vejo meu irmão vindo em minha direção, com um olhar muito preocupado. Não existia alguém no mundo melhor pra aparecer naquele momento, do que Laurent. Não existia outro alguém com quem eu pudesse contar naquele momento que não fosse ele. Não existia outro repouso no mundo onde pudesse me confortar a não ser nele. Só de olha-lo vindo em minha direção, a dor que estava dentro de mim se amenizou por uns instantes.

— Larry, pelo amor de Deus... — Ele se ajoelhou na minha frente e me puxou pra um abraço. — Não me diga que você desistiu. Você não pode desistir dela! — Ele me apertou bem forte, chorando, e bateu em minhas costas. — O que ela precisa nesse momento é de forças... Não se mostre fraco, cara.

Ele segurou meu rosto entre as duas mãos e olhou dentro dos meus olhos.

— Eu não ia desistir dela — disse, vidrado em seus olhos. — Eu quero desistir de mim. Eu não quero viver se ela, Laurent. Eu...

— Não diga idiotices, Larry! — Ele me abraçou mais uma vez. — Eu sabia! Sabia disso. Por isso que eu vim até você. Não vim por ela, mas por você. De alguma forma eu sabia que você estava prestes a cometer uma burrada — ele olhou novamente em meus olhos, e pude ver algumas lágrimas. — Eu senti que seus pensamentos estavam te destruindo. Mas para de ser idiota! Ela não morreu! Ela está longe disso! Muito longe! Ela apenas estar... dormindo.

Ele interrompeu suas palavras, parecendo não acreditar no que ele próprio estava falando.

— Ela não quer acordar, Laurent! É diferente de estar dormindo — gritei! — E eu sou o motivo pra ela estar assim... Se eu não tivesse...

— Cala a boca, Larry! — Ele gritou comigo e me jogou contra a parede bem forte. — Já disse pra você calar a boca! O teu sofrimento está te cegando... Será que não percebe as idiotices que fala? Ela não quer te ver assim! Ela precisa que você esteja ao lado dela quando ela acordar... Não aqui, em um corredor, pensando em desistir de tudo. Para de ser um imbecil e vai ficar do lado da mulher que você ama.

— Laurent... — tentei dizer algo, chorando, mas as palavras não saíam direito. — Os médicos... — comecei a soluçar por causa do choro, e não conseguia falar. — Os médicos, Laurent.

— O que tem eles?

— Os médicos... — fui abaixando meu rosto, aos prantos.

— O que tem os médicos, Larry? — perguntou novamente, mais sério. — Ei? Olha pra mim — ele deu dois tapinhas no meu rosto, para que eu erguesse a cabeça. — O que diabos eles disseram?

— Os médicos... Eles falaram que... Que se ela não se esforçar pra tomar consciência de volta agora, enquanto há tempo... — o soluço mais uma vez atrapalhou minha voz. — Talvez daqui a um tempo, ela... Ela não consiga mais, nunca mais... Seu corpo simplesmente vai falecer, aos poucos, em silencio, até uma hora... — respirei fundo, tentando segurar firme. — Seu coração...

— Dane-se! Que seja, Larry! — Ele gritou mais uma vez e interrompeu meu choro, me sacudindo brutalmente — Dane-se o que ela tem. Dane-se o que os médicos disseram! Você abandonou ela uma vez, não vai querer cometer o mesmo erro duas vezes não é? — Ele foi se acalmando. — Mesmo que ela fique 30 anos naquele cama, é ao lado dela que você vai estar. E ponto final. Você não tem escolha! Eu não vou deixar você ter escolha.

— Laurent eu não consigo...

— Quem te disse isso? Hein? Me diz que foi que te disse que você não consegue que eu vou lá dar umas porradas nesse cara pra ele parar de te contar mentiras!

Levantei o olhar e novamente busquei refúgio em seu olhar.

— Olha cara, é Nina de um lado quase morrendo, você de outro... Não complica mais as coisas, ta? Se babá de um já é difícil, imagina de dois... Eu preciso que você seja forte. Por mim. Pela Claire.... E por você.


 

Após longos minutos de abraços e choro, dei ouvido à voz do meu irmão. À voz do meu anjo da guarda. E voltei ao quarto dela, pra minha cadeirinha do lado de sua cama. Era ali que eu tinha que ficar, independente do tempo que fosse necessário.

Entrei no quarto e Nina estava cantando uma música, deitada em cima da cama de Claire, abraçada ao seu corpo, com a cabeça no seu ombro e coberta com o seu lençol. Aquilo me fez sorrir. Me encostei na porta e fiquei a observando por um tempo, sem querer atrapalha-la.

Ela cantarolava baixinho dizendo: A saudade de você não vem mais em ondas como antes, ela vem mais como um tsunami em meus olhos. Não vai passar ficar sóbria, então eu fico chapada. Fumo para os dias passarem, e não durmo com a luz acesa. As semanas passam num piscar de olhos. E ainda estou bêbada no fim da noite.”

Vi o quanto ela apertava Claire enquanto a melodia saia da sua boca, não como uma música, mas como simples palavras sendo cantaroladas quase sem ritmo. Ela literalmente estava estragando uma música(U.N.I) que com certeza o Ed Sheeran compôs com muito trabalho, mas ainda assim, ela não se importava nem um pouco.

— “Eu não bebo como todo mundo. Eu bebo para esquecer coisas sobre mim. Eu tropeço e caio por causa de minha cabeça confusa. Minha mente está em você, mas meu coração não.”

Vi quando uma lágrima escorreu dos seus olhos e ela rapidamente secou-a e abriu um sorriso. Ela havia me dito que não queria parecer fraca perto da Claire.

“Então, estou perto de você, mas se acabou? E não há chance alguma de consertar isso. Eu disse que tudo bem, mas você é a única que sabe que eu menti.” — Mais uma vez ela sorriu. — “Todos diziam que ficaríamos juntos para sempre. Venha, quebre esse amor como um bloco de Lego agora. Não quero ter que achar alguém como você.”

— Nina... — chamei ela, percebendo que aquela cena estava acabando com meu emocional novamente. Ela não me deu a mínima atenção, apenas parou de cantar. Aquilo me fez sorrir, antes de prosseguir. — Pode ir, deixa que eu fico com ela agora.

— Tem certeza cara? — Perguntou, apenas abrindo os olhos e erguendo a cabeça lentamente. — Vai descansar, você ta péssimo.

Eu realmente estava.

— Já se olhou em um espelho hoje? — Perguntei, cruzando os braços.

Nós dois estávamos horríveis! Nós dois estávamos esgotados! Nossos rostos mais inchados do que nunca, nossos cabelos horríveis, nossas roupas sujas, e nosso corpo já pedindo socorro. Eu sentia meus músculos tremendo e meu corpo dando índice de que ia desabar, mas nenhum de nós queria admitir que já estava no limite.

Ela por fim deu um beijinho na testa de Claire e desceu da cama dela. Ajeitou os lençóis de um jeito muito paciente e carinhoso, deixando tudo perfeito e respirou fundo, olhando pro rosto da amiga.

— Aproveite o tempo com ela, — Ela disse andando até mim. —Miguel já está no aeroporto, acredito que quando ele chegar ele vai querer ela só pra ele — ela bateu nos meus ombros e passou por mim.

— Como ele ta? — Tive que perguntar antes dela sair.

Ela deu meia volta respirando fundo, se mostrando impaciente pra conversa.

— Se eu o conheço bem, ele irá tirar Claire dessa cama nem que seja a força e saiba que ninguém no mundo conseguirá impedi-lo. — Ela olhou pra cama da amiga e sorriu, mas não era um sorriso de alegria, mas sim, de esperança. — E se ele não conseguir... — Ela escondeu o sorriso e voltou o olhar pra mim. — Você se prepara!

— Em quanto tempo ele chega?

— O voo dura 8 horas, e infelizmente ele ainda não embarcou — ela deu de ombros. — Eu estou com medo — ela ficou séria de repente. — Espero que ele chegue a... — Então ela travou ao voltar o olhar pra cama, e seus olhos se encheram de lágrimas.

Tentei alcança-la pra abraça-la ao ver as lágrimas caindo mas ela se esquivou, recusando meu toque.

— Dane-se! — Ela gritou abanando as mãos na frente do seu rosto. — Dane-se tudo! Eu não me importo!— Então saiu correndo chorando, chorando muito, e acabou esbarrando o ombro na porta quando foi passar, me deixando a certeza de que tinha se machucado feio. Torci pra que Laurent a encontrasse.

Me recompus da cena chocante e votei minha atenção a Claire.

Ela permanecia dormindo, inconsciente. Sua respiração estava um pouco mais forte, e seu rosto mais vivo, mas mesmo assim... Ela ainda não tinha voltado pra mim.

Me sentei na minha cadeirinha e segurei em suas mãos. Percebi que Nina havia penteado o cabelo dela, o que mais uma vez me arrancou um sorriso. Ela era tão linda!

— “Não quero ter que achar alguém como você...” — Sussurrei um pedacinho da música que Nina estava cantando um pouco antes, e deitei minha cabeça perto do seu braço. — “Durmo com meus pensamentos, danço com minhas ideias. Tudo está ótimo, mas nem tudo é certo. Você vive pelos corredores, eu vivo num ônibus de turnê.” — Sem querer deixei que um sorriso tomasse conta de meu rosto, e não entendi porque eu estava sorrindo. — Por que eu sou tão idiota, Claire?

A fiz uma pergunta que nem mesmo eu sabia a resposta.

— “Agora estou agindo como um perseguidor. Como se tudo o que eu diga soe estranho. Porque se você quiser... Vou levá-la em meus braços e mantê-la protegida de tudo o que eu fiz de errado.” — Minha garganta se fechou e a dor no peito voltou como flecha. —“Eu sei que você vai dizer que eu sou único, mas eu sei que Deus fez outro de mim, para te amar melhor do que nunca.”

Por um impulso fui obrigado a me distanciar, me encostei na cadeira, apenas a olhando de longe, e fiz o máximo que pude pra não chorar de novo.

Fiquei observado a sua respiração. Como era cativante pra mim! Seu peito subindo e descendo! Era como que se eu parasse de olhar, ela pararia de respirar.

— Quer dizer que você precisa de um motivo pra querer voltar é? — Fui segurar novamente suas mãos, coisa que nunca na vida deveria ter deixado de fazer.. — Eu estou aqui, Clai. Estou aqui, meu amor. E eu te amo.

Sorri pra ela, imaginando ela sorrindo de volta.

— Lembra da primeira noite que nós conversamos, Clai? Naquela calçada? — Perguntei, me apoiando pelos cotovelos em sua cama.

Não houve resposta, movimento, nada.

— Lembro que você reclamou porque eu tinha te enchido de perguntas sobre sua vida pessoal, e fez birra falando que era uma assassina profissional. — Eu ri sozinho. — Depois se levantou pra ir embora, eu perguntei seu nome, você não quis me dizer, então quando já estava longe eu gritei perguntando se eu iria te ver de novo, e você apenas me disse um adeus e se foi...

Parei por uns segundos.

— Você faz ideia de como ouvir aquele adeus foi ruim pra mim? — perguntei a ela. — Eu por um momento, realmente acredite que nunca mais te veria. Imagina se meus pensamentos estivessem certos?

Fiquei angustiado.

— Imagina se depois daquele adeus você realmente tivesse desaparecido da minha vida? Como eu posso imaginar uma vida sem você, Claire Morgan? — Beijei sua mão, deixando minhas lágrimas molharem ela. — Por que você me encantou tanto, hein garota? Por que você estava naquele corredor? Porque me tratou com ignorância? Por que? Porque não foi uma menina normal, como todas as outras daquela escola? Por que você fez eu me apaixonar por você, Claire? Por que você tinha que ter esse jeitinho? Por que você é tão única?”

Eu estava apenas chorando agarrado em sua mão, mas no fundo eu estava gritando. Gritando para que sua alma me ouvisse.

Acho que tudo que ela queria esse tempo era ser ouvida. E era isso que eu queria naquele momento, escuta-la.

— Parece que eu já te amo a minha vida toda, Claire. Parece que sempre esperei por você. — Eu sorri. — Me perdoa, por ter te abandonado... Sei que a culpa de você estar nessa cama é minha, mas me perdoa... Como você mesmo me disse uma vez: todo mundo se torna um idiota quando ama. E é isso que eu sou Claire: um idiota! Um idiota apaixonado pela menina mais incrível do mundo! Um idiota que não sabe muito bem cuidar das coisas preciosas que a vida lhe dá. Mas esse idiota te ama tanto, garota... — comecei a acariciar seu lindo rosto enquanto eu tentava conter minhas lágrimas. — Quem diria... A garota que não conseguia sentir, a garota que tinha dificuldades de falar um simples “eu te amo”, a garota que odiava amar... No final da história, foi a que mais amou.

Me pus em pé ao lado da sua cama.

— Amou tanto, que adoeceu por amar. — Comecei a ajeitar seu lençol que estava amassado, tentando disfarçar o quando eu estava agitado e nervoso naquele momento. — Quem diria que o amor também tem seus lados negros, não é? — Perguntei a ela, e minha lágrima caindo pelo meu queixo molhou seu lençol. — O amor é capaz de te dar a vida, e ele é capaz de tirar a vida. Ele é capaz de curar, mas ele também pode machucar. Ele é capaz de fazer alguém sorrir, como também é capaz de fazer chorar... E olha pra mim Claire! Eu estou chorando! Chorando por que te amo! — Gritei com ela. — Eu te fiz chorar, eu te fiz sofrer durante esses meses... Mas agora sou eu que estou chorando garota! Eu que estou sofrendo! Estamos quites! Pronto! Agora só volta pra mim... por favor! Volta pra mim Claire!

Bati sobre a cama, deixando meus braços pesarem sobre ela e comecei a amassar os lençóis com os dedos.

— Eu nunca acreditei que fosse possível amar alguém tanto assim. Mas sim, eu a amo, eu te amo mais que tudo. Eu quero ter uma vida ao seu lado. Eu quero te ver entrando em uma igreja com um vestido branco... Eu sei que você tem pavor em pensar nisso, mas é um sonho meu... — dei um riso, ao lembrar de todas as vezes que ela me interrompeu nesse assunto. — Eu quero ter filhos com você... Eu quero ter uma casa minha e sua... Eu sempre imagino um quintal bem grande com a grama bem verde... — respirei fundo, sentindo uma dor tão forte no peito que era inexplicável. — Eu quero dançar pra você, só pra você. Eu quero que você me acompanhe pelo mundo quando for preciso. Eu quero te dar beijos todas as manhãs, e te fazer a pessoa mais feliz do mundo. Eu quero tudo... mas tudo, ao seu lado.

Me ergui sobre ela, deixando meu rosto perto ao seu, e comecei a acaricia-la, prestando atenção em cada detalhe seu.

— Claire Sofia Morgan... — a chamei baixinho. — Você é a minha dança, garota — sorri, deixando que minha lágrima caísse sobre sua face. — Você é a dança que há dentro de mim. Eu não vivo sem você Claire... Você é meu movimento, você é a batida que dá ritmo aos meus passos... Você é o movimento que dá ritmo a minha vida. Eu preciso que você saiba disso. Eu só preciso que você acredite.


 

Amar pode curar,

Amar pode remendar sua alma

E essa é a única coisa que eu sei.

Eu juro que ficará mais fácil.

Lembre-se disso em cada pedaço seu.

E essa é a única coisa que levamos conosco quando morremos”

Photograph.


 

— Sabe Claire... — Me sentei novamente, percebendo que não conseguiria ficar por muito tempo em pé. — As vezes eu paro pra pensar no porquê de certas coisas acontecerem na nossa vida — ergui o olhar até o seu rosto novamente. — Porque não uma vida simples, rodeada de momentos alegres e marcantes de maneira positiva? — Perguntei a ela, e esperei por algo. — Há tantos casais assim... Mas, será que teria sido a mesma coisa, se nossos problemas de casal tivessem sido comuns como os de todos? Será que seria a mesma coisa, se nós não tivéssemos que enfrentar tantas barreiras até aqui?

Parei pra pensar por um tempo.

— Na real, eu agradeço por cada momento complicado... Pois foram eles que fizeram nossa história. — desviei meu olhar pras suas mãos, e comecei a acariciar seus dedos. — Acho que foi através deles, que nosso amor se fortaleceu. Então acho que é pra isso que servem os momentos difíceis, não é? Servem pra que tenhamos histórias incríveis pra contar — senti quando uma lágrima silenciosa caiu pelo meu queixo. — Contar a nossos filhos... Nossos netos... — comecei a soluçar. — E adivinha? Já estamos cheio delas pra contar! — Tentei sorrir pra ela. — São nos momentos difíceis que nós vemos quem realmente nos ama. Quem realmente está conosco. São depois dos momentos difíceis que vem as alegrias, e olhe só... Se pararmos pra pensar, também temos bastante momentos alegres pra contar. Não é mesmo? Lembra de quando você saiu rolando aquela campina de Paris até lá em baixo, e quando chegou lá parecia uma bola de neve? — Dei uma risada entre as lágrimas me lembrando do momento. — E aquele, naquele parque onde você tentou centenas de vezes acertar o alvo e quando conseguiu, não valeu, pois o jogo era pra derrubar o alvo, não acertar... Você saiu furiosa! Não me lembro de ter rido tanto outra vez de você, como ri naquele dia!

Abaixei minha cabeça , ficando constrangido por esta rindo sozinho naquele quarto.

— Lembra da nossa primeira vez? — perguntei. — Foi inesquecível. Eu não queria que aquele momento terminasse nunca. Mas, uns dos momentos que com certeza mais importou pra mim... Foi quando você desceu aquelas escadas, naquele lindo vestido, e veio correndo pra mim... Foi ali que eu te segurei novamente, e nunca mais larguei — sorri, e tentei respirar fundo. — Então não vai se hoje que eu vou te largar, meu amor — afundei meu rosto nos lençóis, me sentindo sufocado com tanto sentimento dentro de mim. — Eu te amo. Eu te amo muito. E esse amor que ta aqui dentro eu sei que é capaz de te curar Claire! Eu sei! — Entrelacei meus dedos nos seus, mas não fui capaz de olhar em seu rosto. — Se me perguntarem, se eu me arrependo dos momentos ruins que passamos, eu vou responder, que não... Não haveria nossa história sem eles — beijei sua mão. — Eu te amo Claire. Eu te amo mais que tudo. Talvez esse seja só mais um momento, onde está servindo para eu perceber o quanto eu te amo. Perceber que eu não vivo sem você. Como você foi se tornar tudo isso na minha vida Claire? Qual foi o ponto onde perdemos a linha e passamos a deixar o coração fazer o que quer? Esse coração aqui dentro, ta me matando! Ele ta sangrando tanto que esta doendo!

Parei um segundo pra respirar.

— Eu vou repetir quantas vezes forem necessárias: “Volta pra mim, Claire!” Eu te amo. Não vou te prometer que daqui em diante vão ser só mar de rosas... Pois não, não vai ser. Mas te prometo que ainda criaremos história, Claire... muita história! Não pode acabar assim! O amor que sentimos esse tempo todo não pode ter se tornado em uma doença de uma hora pra outra... O amor que te trouxe pra mim, não pode ter tirar de mim assim... Então se eu puder te prometer alguma coisa... Te prometo que ainda te amarei — comecei novamente a chorar muito. — “Ainda te amarei”, e é com esse amor que nós vamos vencer tudo daqui em diante, por que sim, acredito que ainda vamos viver muitas coisas juntos, meu amor. Ainda vamos construir um linda história. Eu te prometo Claire! Te prometo te ainda te amar! A cada dia da minha vida! Eu...

— Promete... Larry? — Uma voz fraca soa aos meus ouvidos.

Meu coração para. Naquele momento senti algo que nunca senti na minha vida, foi como se eu tivesse voltado a viver naquele momento.

Se ela me perguntasse o que eu precisava pra viver, eu responderia que apenas o som da sua voz. Aquela voz que me arranca meu controle e me preenche.

Minhas pernas vacilaram e eu não pude acreditar que eu realmente estava ouvindo aquilo. Era tão surreal que pensei estar delirando.

Levantei meu olhar bem lentamente, e após ver Claire piscando os olhos, me dou ao choro novamente, mas dessa vez, o sentimento era diferente. Chorei de alegria, agarrado a sua mão, e logo senti ela também apertar a minha.

Fico de pé para olha-la melhor, eu tinha necessidade de olhar em seus olhos. Era aquele olhar que me mantivesse vivo.

Ela piscou algumas vezes. Eu permaneci paralisado, esperando por ela, então lentamente ela levou o olhar até o meu, de onde caiam minhas lágrimas naquele momento.

Seu olhar se juntou ao meu e foi como se surgissem faíscas em meu peito. Aquele olhar... Meu Deus! Aqueles olhos castanhos que me matam!

— Me promete, Larr? — Voltou a me questionar. Por um segundo, pude achar que vi um sorriso em seus lábios. — Promete que ainda vamos construir uma linda história?

Então logo, ela sorriu.

— Que ainda vai me amar?

Meu coração acelerou de uma maneira inexplicável, a alegria que eu senti naquele momento não cabia no universo. Peguei sua mão e mais uma vez a beijei entre lágrimas, eu não sabia o que fazer, só chorar. Ela deu uma risada e vi que em seus olhos também surgiam lágrimas. Então, a abracei sem esperar mais nada. Dei a ela o mais apertado abraço que eu já tinha dado na vida. Dei a ela todo o meu amor, todo o meu calor. Eu simplesmente chorei agarrado ao seu corpo por minutos, não conseguindo encontrar outra maneira de demonstrar a tamanha alegria que eu estava naquele momento. E depois, sem que nada me impedisse, beijei mais uma vez seus lábios. Lábios tão amados por mim.

— Eu prometo Clai... Eu prometo... — A abracei mais uma vez, ainda chorando. — Eu não acredito. Eu não acredito. Você está aqui.

Ela me largou de seus braços, suavemente, segurou meu rosto entre as palmas ásperas da mão e ficou olhando dentro dos meus olhos por longos e longos segundos, até que o sorriso se aumentou em seus lábios.

— Eu sou sua dança, Larry... — Pude ouvi sua rouca voz sussurrar, e uma lágrimas escorreu dos seus olhos, molhando seu sorriso. — Você não vive sem sua dança.

Aquilo arrancou de mim sorrisos e lágrimas que pareciam que iam durar pra vida toda.

A abracei novamente, pois parecia que só isso que eu sabia fazer, e de repente ela começou a tremer, tremer muito enquanto sorria e chorava nos meus braços. Isso me desesperou um pouco. A deitei cuidadosamente sobre o coxão, mas não tirei minhas mãos das suas.

— Você ouviu? Ouviu tudo? — Perguntei, assim que ela voltou ao normal.

— O necessário — ela balançou a cabeça. — Você pediu para eu acreditar que você me ama... — ela tocou em meu rosto. — Eu nunca duvidei do seu amor, seu idiota — ela abriu um sorriso.

—Você... — tentei dizer algo, mas não consegui. — Cara, como eu amo ouvir você me chamando de idiota! — A abracei mais uma vez, sorrindo.

— Eu sei também que a menina que odiava amar... Foi a que no fim de tudo, amou demais — continuo dizendo. — E... bom, quero que saiba, que se for preciso eu adoecer mil vezes pra provar o quanto eu te amo, Larry... Eu não hesitarei nem se quer um segundo — uma lágrima escorreu de seus olhos. — Porque também sei, que não importa o que aconteça, seu amor sempre me salvará. Sua promessa de um linda história me salvará.

Dei mais um beijo dela, e não conseguia, por mais que tentasse, tirar meus olhar do dela.

— Então era isso, Clai? — Uma lágrima voltou a escorrer do meu olho. — Apenas isso que você precisava? Uma promessa?

— Não. Não era tão simples como os médicos falaram. Não era simplesmente abrir os olhos. Eu apenas... Sei lá... Mas de qualquer forma, eu iria voltar pra você, Larry, não tenha dúvidas disso. Eu sempre volto pra você. Afinal, eu sou a dança que há em você — ela deu um riso, levando-me também a rir, já sabendo que ela ficaria com aquilo na cabeça por longos tempos. — Em algum momento eu esbarraria com você de novo. Nessa vida, ou na outra. Dessa vez, eu só não sabia o que e como fazer... Foi quando eu imaginei você me beijando, e como seria bom receber seu toque todas as manhãs da minha vida... — ela levantou minhas duas mãos no alto e entrelaçou seus dedos nos meus, sorrindo feito criança. — Mas não, Larry.... Não foi apenas uma simples promessa que me trouxe de volta. Foi uma promessa de que é o nosso amor que vai nos ajudar a enfrentar o mundo daqui em diante. Promessa de que ainda viveremos coisas lindas juntos. Promessa de uma linda história. Promessa de que nunca mais vai me faltar amor.... Essa promessa! É isso que eu quero Larry, viver com você sem medo. Sem medo de que vou ficar sozinha de novo, sem medo do mundo, sem medos... E mesmo se um dia eu sofrer novamente, mesmo se um dia brigarmos, pois sei que vamos, agora eu tenho a certeza de que mesmo com qualquer coisa que surja, o nosso amor vai sobrevivera tudo. E tudo ficará bem no final. Sempre. Por que você, ainda me amará.

Seus olhos brilhavam, seu coração batia forte, juntinho com o meu. Como uma única melodia.

— Eu ainda te amarei. — Então eu a agarrei nos braços, a apertando, sentindo como se eu abraçasse todo o meu mundo.

Não quis larga-la, ela também não quis me soltar. Nós não queríamos mais largar um ao outro, e nunca mais, nunca mais faríamos isso.


 

 


Notas Finais


"Amou tanto, que adoeceu por amar." Doideira, não?

ENTÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO? O QUE ACHARAM? ME CONTEM! POR FAVOR! FALEM COMIGO! NÃO DEIXEM DE ME DIZER O QUE ACHARAM!

Pode-se ver que esse foi um capitulo mais sentimental do que lógico, mas é porque as vezes perder a lógica é bom.

ENFIM, não vou falar muito pois realmente não tenho muito o que falar aqui. Contem pra mim as perspectivas de vocês para os próximos capítulos.

CONTAGEM REGRESSIVA: 5...

Amo vocês. Obrigado por todo o amor, por toda a força! Se tem gostado favorita por favor, comenta, que assim vou te encher de beijinhos e textos enormes! dshdhhgd <3 OBRIGADO A TODOS E ATÉ O PRÓXIMO!

(Não sei se perceberam mas a Fic ta de capa nova, é bem simples mas espero que gostem, eu já estava cansada da outra, (eu achava ridicula), mas desculpa p quem já estava apegado a ela.) BJS


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