História I Hate To Love My Brother (reescrevendo) - Justin youre hurting me!

Jullie Bieber Point Of View

Nova York, EUA, 08 de setembro de 2015 (terça-feira)

— É estranho também pra mim... - sussurrou, acariciando minha bochecha, fazendo leves arrepios percorrerem minha espinha. — Mas o que posso fazer se não consigo ficar longe de você. – disse calmamente, enquanto tomava meus lábios para si.

Fui pega de surpresa, eu não esperava aquele beijo do meu ex. Eu não sabia exatamente o que fazer, mas me deixei levar e quando o mesmo pediu passagem com a língua, cedi. As nossas línguas brincavam uma com a outra, era uma sensação gostosa. As mãos de Zayn desceram cuidadosamente para minha bunda, apertaram de leve, fazendo-me gemer entre o beijo. Senti uma de suas mãos invadindo meu vestido, gelei na hora. O que ele estava fazendo? Estávamos rodeados de gente!

Quebrei o beijo com alguns selinhos, não queria, mas não podia deixar aquela loucura prosseguir. 

Olhei Zayn fixamente nos olhos, seus olhos estavam mais escuros que o normal e seus lábios estavam rosados. Queria poder ter aqueles lábios de volta, mas se eu o fizesse eu estaria o iludindo e me iludindo também.

— Não podemos... – sussurrei, dando um passo pra trás.

Eu não queria enganar Zayn novamente e seria isso que aconteceria se eu o deixasse entrar novamente em minha vida. Eu sentia uma falta absurda dele, mas era o melhor para nós dois, pelo menos era o que eu achava.

—  Porque não? Eu sei que você me quer. – Afirmou o moreno, quebrando o espaço entre nós.

Engoli em seco e tentei me afastar novamente. Será que ele não entendia que era melhor para ele ficar longe de mim? Meus sentimentos eram uma completa loucura, uma confusão e até mesmo uma furada. Então, não me arriscaria para magoá-lo de novo, eu não me perdoaria se o fizesse.

— Querer não é poder, Zayn. – Sussurrei, sentindo meus olhos arderem com a vontade de chorar. 

— Jullie, esqueça tudo, pelo menos por hoje, por favor? – pediu, segurando minhas mãos com certa força.

— Eu não quero te magoar novamente. Se afaste de mim enquanto você pode, eu não sirvo para você. – choraminguei, largando minhas mãos da dele.

Zayn iria falar algo, mas não dei tempo, pois corri por entre a multidão. Enxugava as lágrimas que molhavam meu rosto. Parei perto de uma escada, sentei-me lá e respirei fundo algumas vezes.

Porque eu tinha que ser tão idiota? Zayn era o melhor para mim, mas eu tinha que me apaixonar justo pelo meu próprio irmão. Queria poder voltar no tempo e nunca ter me aproximado de Justin. Quantas vezes ele me pediu para eu me afastar dele? Milhares de vezes, mas eu não dei ouvidos e continuei me importando com ele, mas como eu ia saber que ele era apaixonado por mim?

Coloquei minha cabeça entre as mãos e deixei as lágrimas caírem. Se duvidar o Justin estava agora com a Selena, enquanto eu estava chorando que nem uma boba por causa dele. Minha vida era mesmo uma palhaçada.

— Ei, linda, por que você está chorando? – perguntou uma voz grossa. Levantei o olhar vendo um homem loiro sorrindo em minha direção.

— Não é da sua conta. – rosnei e levantei-me, andando para longe daquele cara, mas ele segurou em meus pulsos.

— Mas já vai? A gente nem conversou. – disse o homem com um sorriso sacana muito perto do meu rosto. Pude sentir seu hálito, ele com certeza havia bebido.

— Me solta, ou eu vou gritar. – Adverti, tentando me soltar, mas não deu muito certo, pois o homem era muito forte.

— Você acha mesmo que alguém vai te ouvir? Eles estão um pouco ocupados, você não acha? – Zombou o loiro, puxando-me para seu corpo.

Apavorei-me, ele falara a verdade. As pessoas nem estavam prestando atenção em nós e o som estava muito alto, eles nem iam ligar se eu gritasse que nem uma louca.

Encarei aquele homem mais uma vez, ele tinha um sorriso maldoso nos lábios. Por mais que eu soubesse que não iria adiantar, comecei a gritar e a espernear. Alguém tinha que me ouvir. O homem tampou minha boca e me puxou pelas escadas. Tentava soca-lo, mas não conseguia. Aquela altura já havia perdido as esperanças que alguém viria me ajudar.

— Para de lutar, ninguém vai vir. – Murmurou maldoso. 

Paramos quando ele chegou à frente de uma porta branca. Comecei a gritar mais uma vez, minha garganta já ardia de tanto gritar. Ele me puxou pelo quarto e me empurrou contra a cama, tentei correr, mas ele me segurou. 

Em questão de segundos, senti meu corpo sendo jogado contra o chão. Olhei para o lado e vi tudo embaçado, mas mesmo embaçado eu consegui ver o homem loiro caído no chão com alguém em cima dele, então eu não vi mais nada.

Nova York, EUA, 09 de setembro de 2015 (quarta-feira)

Acordei com uma dor de cabeça enorme. Minha garganta doía, meu corpo doía. Olhei em volta e eu estava em um quarto. A luz que vinha da janela fazia minha cabeça doer ainda mais. Escutei um barulho na porta e por ela entrava o Zayn. O que ele estava fazendo ali? O que eu estava fazendo ali? Já era de manhã?

— Que bom que você acordou. – comemorou o moreno, sentando-se ao meu lado.

 — O que... Eu estou fazendo aqui? – perguntei com a voz falha, pois minha garganta doía muito.

—  Você não lembra? – perguntou arqueando uma sobrancelha.

— Mais ou menos…

— Eu comecei a te procurar depois que você saiu correndo de mim, então vi um homem levando você para o andar de cima, corri até lá e vi você gritando. Meu sangue ferveu e eu parti para cima daquele filho da puta. – Explicou, serrando os punhos.

— Obrigado. – Agradeci. 

Senti um calafrio pelo meu corpo ao lembrar daquele homem nojento e o que poderia ter acontecido se o Zayn não tivesse ido me salvar.

— Não tem o que agradecer. – disse, acariciando meu rosto. 

Suspirei e sentei-me na cama. Coloquei minha mão sobre a sua e olhei fundo nos seus olhos dourados.

 — Me desculpa... Por favor, me desculpa – Implorei, apertando sua mão com força.

 Naquele exato momento eu me sentia a pior pessoa do mundo. Zayn me salvou daquele cara nojento, mas eu não merecia que ele fizesse aquilo por mim, afinal eu o traí da pior maneira possível. Eu não liguei para os seus sentimentos, eu o tratei como um objeto e ainda assim, ele veio ao meu socorro. 

—  Desculpa pelo quê? 

—  Por tudo... Por não ter sido honesta com você, por ter te traído, por não ter te valorizado. Você é muito importante pra mim, você é mais do que eu mereço. – Soltei as palavras rápido demais, quando vi já estava abraçada a Zayn.

— Eu já te desculpei há muito tempo. Eu te amo. – Sussurrou em meu ouvido.

Aquelas simples palavrinhas fizeram meu coração bater descontroladamente em meu peito, um sorriso rasgou meu rosto. Depois de tudo o que eu fiz a ele, ele ainda me desculpa e diz que me ama? Eu realmente não o merecia. Zayn merecia uma garota tão especial quanto ele, alguém que o amasse incondicionalmente e que lhe tratasse com carinho, no qual ele vai poder confiar sua própria vida, mas infelizmente essa pessoa não era eu.

Naquele momento eu desejei mais que tudo poder amar Zayn, ser a pessoa que ele merece. Ele era uma das pessoas mais especiais que eu conhecia, ele sem dúvida era melhor que Justin, mas o meu coração não queria saber disso, eu era apaixonada por Justin, e não o trocaria por ninguém.

— Zayn eu queria poder te dizer que te amo da mesma maneira que você me ama, de verdade, eu queria mesmo, mas eu não posso mentir pra você e nem posso mentir para mim mesma. Eu quero que você seja feliz, tenha uma esposa maravilhosa que te ame como você merece; que você tenha muitos filhos. Gostaria até de ser madrinha de um deles, pois como já disse, você é muito importante para mim, eu te amo, mas não dessa maneira, entende? Eu já te enganei por tempo suficiente e não quero cometer o mesmo erro. Dessa vez eu quero fazer a coisa certa e espero sinceramente que você me entenda. – fui o mais sincera que pude. 

Eu já chorava freneticamente, tinha medo que Zayn não quisesse ser apenas meu amigo, eu o queria perto de mim, mas não como namorado e sim como um grande amigo.

 Avaliei a expressão de Zayn, ele parecia está tentando processar tudo que eu falei, seus olhos estavam marejados, seus lábios estavam entreabertos, ele parecia tão indefeso.

— Acho que é melhor eu te levar para casa. – Foi a única coisa que ele disse.

 Meu coração apertou. Depois de tudo o que eu lhe disse, a única coisa que ele tinha a dizer era isso?

Levantei-me irritada, eu esperava qualquer reação dele, menos aquela, qualquer reação era melhor do que ser ignorada. 

Saímos de seu apartamento, descemos pelo elevador, entramos em seu carro.

Passamos a viagem toda calados. Já eram 08h30min de acordo com o relógio do carro. Eu queria falar alguma coisa, aquele silêncio estava me matando por dentro, mas achei melhor ficar calada. Zayn precisava de um tempo pra pensar, eu o entendia totalmente, ele se declarou para mim e eu o recusei, mas eu não podia enganá-lo novamente, não seria justo.

Quando chegamos em frente a minha casa, desejei que minha casa fosse mais longe, só pra ficar mais um pouco de tempo com ele. Eu não sabia quando o veria novamente, talvez demorasse muito.

Saí do carro lentamente, fechei a porta e Zayn também havia saído do carro. Encostei-me à porta do carro e ele parou à minha frente. Meu coração estava acelerado, minhas mãos tremiam, eu não sabia qual seria a reação dele, e se ele dissesse que não queria mais me ver?

— Por favor, diz alguma coisa. – Implorei. 

Coloquei uma de minhas mãos em seu rosto macio e acariciei, ele fechou os olhos rapidamente. Senti-me tão mal por fazê-lo sofrer, era uma sensação de culpa.

— Eu te amo e talvez isso nunca mude, mas eu quero ver você feliz, mesmo que não seja comigo... – Seus olhos dourados estavam marejados. – Obrigado por ter sido sincera... E obrigado pelos melhores meses da minha vida e espero que você tenha sido feliz comigo, tanto quanto eu fui com você.

— Você ainda pergunta? É claro que eu fui, Zayn. Eu sei que não fui totalmente sincera com você quando namorávamos, mas eu fiz de tudo para o nosso relacionamento dar certo, tudo mesmo... Eu tive o melhor namorado do mundo, você sempre foi além de um namorado pra mim. O carinho que sinto por você é enorme, eu te amo. – Disse e o abracei fortemente. 

Zayn retribuiu o abraço passando seus braços ao meu redor. Eu queria de verdade amá-lo da forma como ele me amava, seria tão mais fácil, tão mais leve… Ele era um homem incrível, merecia alguém que o amasse da mesma forma. 

— Queria tanto que esse “eu te amo'' fosse da forma como eu te amo. – Sussurrou, enterrando sua cabeça em meus cabelos. 

Mordi os lábios fortemente, porque ele tinha que fazer tudo ficar mais difícil para mim?

— Você não imagina o quanto eu queria também. Seria tão mais fácil te amar, do que amar o... – Parei na metade da frase. 

Engoli em seco percebendo a burrada que eu fiz, eu iria mesmo falar que amava o Justin? Ainda mais na frente do Zayn?

Zayn se afastou de mim com o cenho franzido. Sua cabeça estava levemente inclinada. Ele continuava com seus braços ao meu redor, estávamos perto, perto demais.

— Eu queria saber quem é o sortudo que tem o seu coração. – Sussurrou, olhando fixamente em meus olhos. Seus olhos eram tão lindos e de perto ficavam ainda mais perfeitos.

Eu não sabia o que falar, então resolvi ficar calada, antes que falasse alguma besteira. Zayn sorriu tristemente e colou nossas testas. A respiração dele batia contra meu rosto, fazendo pequenos arrepios percorrerem meu corpo. Eu não sei exatamente o que me deu para fazer o que fiz, mas quando percebi já tinha colado meus lábios nos do moreno.

Ele me imprensou ainda mais contra a porta do carro. Nossas línguas se movimentavam rapidamente em nossas bocas, parecia o nosso último beijo e realmente era. Puxei o seu cabelo carinhosamente e mordi delicadamente seu lábio inferior antes de me afastar.

— Nosso último beijo. – disse passando meu polegar em seu lábio.

Zayn deu um lindo sorriso, um sorriso que eu amava e que senti muita falta. Ele se afastou calmamente de mim e me deu um beijo na testa, antes de entrar no carro.

Sorri e acenei. Em alguns segundos, ele já tinha saído do meu campo de visão. Suspirei pesadamente e adentrei a casa. Assim que coloquei meus pés dentro do jardim vi Justin sentado olhando para o céu. Será que ele viu o Zayn? Será que ele viu o beijo?

Andei lentamente até ele, eu sabia que ele me viu indo até ele, mas ele não se mexeu em nenhum momento, ele apenas continuou olhando para o céu, como se aquilo fosse a coisa mais interessante do mundo.

Sentei-me ao seu lado e peguei na sua mão, mas ele se esquivou. Mordi o lábio com força, eu já não tinha dúvidas: ele tinha visto o beijo.

Peguei em sua mão novamente e dessa vez segurei com força. Ele tentou se livrar da minha mão mais uma vez, mas eu não deixei. Coloquei minha outra mão em seu rosto e o obriguei a olhar para mim.

Seus olhos estavam marejados, mas sua expressão era dura. Coloquei-me de joelhos e parei de frente a ele, não me importei se alguém visse, afinal só estávamos próximos.

— O que você quer? – perguntou grosso. 

Bufei irritada, ele não tinha motivos para ficar com raiva, foi apenas um beijo, a Selena deu um beijo nele também, então estávamos kits.

— Eu não fiz nada para você tá assim.

— Não? Jullie, você ontem saiu daqui de noite sem me dizer para onde iria e quando eu liguei para você, você desligou na minha cara, liguei para você milhares de vezes, mandei várias mensagens, mas você não respondeu. Eu estava super preocupado com você, então você chega a essa hora com o Zayn, vocês se beijam e você acha que eu não tenho a porra de um motivo para está bravo com você, caralho?   — rosnou, empurrando-me para longe dele.

— Eu e Zayn nos beijamos sim, mas foi só um beijo, você e a Selena se beijaram também e nem por isso eu fiquei reclamando com você. Você também passou um mês fora fazendo sabe se lá o que, você se importou comigo? Acho que não, né? Pois eu te mandei mensagens todos os dias, te liguei todos os dias, mas você não retornava ou dava algum sinal de vida. Como você acha que eu me senti? Eu achei que tinha acontecido algo com você! E, agora, você vem dar uma de bom moço? Pra cima de mim não, Justin! – gritei, afastando-me dele e andando para dentro da casa.

Queria poder bater no Justin, queria descontar toda a minha raiva e frustração. Eu deixei o Zayn para ficar com ele. Eu deixei um garoto que me amava de verdade por ele e era assim que ele me tratava? Argh! Justin não merecia o que eu sentia por ele, se ele gostasse de mim como dizia, ele não faria o que fez. Eu o perdoei por ter me deixado sozinha sem me dar nenhum tipo de notícia, o que eu não deveria ter feito, eu deveria ter cobrado uma explicação dele, mas eu não me sentia no direito de ficar o pressionando, mas agora vejo que era isso que devia ter feito.

Nosso relacionamento nunca daria certo, mas porque eu insistia tanto? Não seria mais fácil deixá-lo? Sim, seria muito mais fácil.

Quando já estava subindo as escadas, senti Justin segurando meus pulsos. Tentei me soltar, mas ele apertou mais, gemi de dor e ele me virou para que eu ficasse de frente para ele.

— Me solta, eu não quero falar com você. – Adverti, tentando soltar meu braço.

— Me escuta. – Pediu, apertando ainda mais meus pulsos.

— Justin, você está me machucando. Me solta.

— O que você está fazendo, Justin? – perguntou uma terceira voz. 

Justin e eu olhamos na mesma hora. Nunca fiquei tão feliz por ver a Selena. Meu irmão me soltou.

— Vai pra sua namoradinha. – sussurrei só para Justin escutar e subi as escadas.

Adentrei meu quarto e me joguei na cama. Peguei meu celular, havia me esquecido que tinha colocado no silencioso. Olhei e tinha 37 ligações perdidas do Justin, 24 da Ashley, tinha também mais 12 mensagens do Justin. Retornei para Ashy, ela deveria estar mega preocupada.

— Oh, meu Deus! Você está viva? Pois agora quem vai matar você sou eu, sua vadia! Onde você está? Quer me matar do coração, peste? – gritou Ashy, fazendo-me afastar um pouco o celular do ouvido. — Eu estava quase ligando para os seus pais ou até mesmo para a polícia. 

— Desculpa, Ashy, é que aconteceram várias coisas e não tive como te retornar, mas eu estou bem sim. Obrigado por se preocupar. – Disse calmamente.

— E você fala assim na maior calma do mundo? Eu estava aqui roendo as unhas, você está me devendo uma hora na manicure. – disse Ashley tentando parecer brava e eu gargalhei. Só ela para me fazer rir.

— Desculpa novamente, será que você pode vir aqui? 

— Claro, eu aproveito e te mato logo de vez pra me livrar. Pensando bem, eu vou perder uma de minhas madrinhas, então depois do casório eu mato. – Brincou Ashy.

— Idiota, vai vim ou não? – perguntei ainda rindo.

— Claro, amorzinho, daqui a pouco estou aí, te amo. – disse e desligou.

Joguei o celular no meu lado da cama e resolvi tomar um banho. Eu precisava distrair minha cabeça até Ashley chegar ou iria ficar louca. 

To be continued...