― Espero que eles estejam bem ― ouço sua voz sair tremula. Vê-la com medo não me ajudava em nada. Droga, cadê a Leigh-Anne corajosa para me dar forças?
― Isso com certeza não vai ajudar em nada a termos lembranças felizes desse natal. ― digo e me aconchego ainda mais enrolada na manta do sofá. A noite já havia caído há pelo menos uma hora. Leigh se mantinha no outro sofá, com a lanterna viajando de um canto para outro do chalé. Ela estava nervosa.
― Isso não é nenhuma surpresa ― nossos celulares estavam pousados sobre a mesa de centro. Ambos com menos de 10% de bateria o que nos impossibilitava de ligar as lanternas. ― Vou pegar outra manta. ― avisa.
― Não! ― seguro em seu braço, impedindo-a de sair.
― Como assim não? Eu estou com frio, Perrie! ― aponta a lanterna pro meu rosto.
― Não me deixe sozinha ― encolho-me, fechando os olhos diante da luz. ― Por favor.
― Eu não irei demorar. ― diz ela com firmeza.
― Sente aqui comigo ― peço. ― Podemos nos aquecer juntas... ― ela afasta a luz do meu rosto, focando em seus pés. Eu não conseguia ver o sua expressão naquele momento, o que de certa forma ajuda a não ficar tão envergonhada diante da minha sugestão.
― Tá ― solta Leigh-Anne, antes que eu mude de ideia. Sinto seu corpo sentar no espaço enfrente a mim e suas mãos quentes puxarem parte da manta que eu segurava. Ela tinha a lanterna entre os dentes, iluminando o tecido que nos cobria. ― Você está bem?
Aceno em confirmação, porém sabendo que ela não poderia ver, digo:
― Sim, estou.
― Um chocolate quente iria bem agora, não é? ― não me controlo e acabo por rir. Ela logo me acompanha e isso, de certa forma, diminui a tensão entre nós duas.
― Agora você me entende. ― digo ainda mantendo um sorriso em meus lábios.
O vento castigava o pequeno chalé, mas minha mente estava entorpecida demais para se importar. Leigh estava tão perto, tão acessível que meu coração clamava por ela. Meu corpo precisava do seu calor. Eu precisava de mais do que sentir seus dedos roçando em meus braços.
― Leigh...?
― Eu.
Eu conseguia ouvir apenas o retumbar de nossos corações e sua respiração. Tão perto.
― Eu posso te abraçar? ― digo em um sussurro quase inaudível.
O silêncio dela não me assusta, apenas me deixa mais ansiosa. Desde que nos conhecemos, eu nunca pedi por um abraço seu. Nunca pedi por um contato real entre nós duas. Eu estava com frio, com medo, mas esperando pacientemente por sua resposta.
― Cla... claro...
Eu me inclino e sinto seu corpo, magro e emanando calor. Aperto-me contra ela e sorrio ao sentir seus braços me rodearem. Como nunca fizemos aquilo antes? Era uma das melhores sensações que já experimentei.
― Perrie?
― Sim?
― Acho que eu... eu...
Fecho os olhos e deito meu rosto em seu peito, sentindo seu coração bater, acelerado. Ergo meu rosto o suficiente para tentar olhar em seus olhos. A lanterna estava na guarda do sofá ao seu lado, iluminando a TV.
Leigh-Anne estava muito próxima. Eu conseguia sentir sua respiração e seu hálito quente baterem em meu rosto. Tiro minha mão de debaixo da manta e a guio até seu rosto, sentido-a se encolher levemente com meu toque. Deslizo meus dedos pelas maçãs do seu rosto e sinto seu suspiro me atingir.
Quem eu queria enganar?
Ambas sabíamos o que queríamos fazer e ambas clamávamos por aquilo. Inclino-me lentamente em direção a ela, porém não vou muito longe, logo Leigh-Anne me encontra e sinto seus lábios selarem os meus em um beijo necessitado.
A manta não se faz mais necessária, tanto é que escorrega em direção ao chão. Minhas mãos deslizam até sua nuca, enterrando meus dedos em seus cabelos e puxando-a ainda mais em direção aos meus lábios. Leigh agarra minha cintura com força, prensando meu quadril contra o seu.
Um gemido involuntário me escapa.
Sinto-a pedir passagem com a língua e logo ela invade minha boca, tomando-a para si. Se eu tivesse de pé agora, minhas pernas estariam bambas. Sua língua desbrava cada pequeno canto da minha boca, enquanto suas mãos deslizam para o interior da minha camisa. Suas unhas arranhando minhas costas e barriga. Eu não conseguia mais controlar meus gemidos.
Ela me deita gentilmente no sofá, ficando por cima do meu corpo, sem nem separar nossos lábios. Precisávamos de ar, precisávamos respirar, mas nenhuma de nós queria fazer isso.
Com carinho, recuo um pouco, trazendo seu lábio inferior entre meus dentes.
― Perrie, eu...
― Esta tudo bem. ― sorrio e me inclino beijando levemente seus lábios.
― Acho melhor eu sair daqui ― diz em um sussurro. ― Sério, não sei se consigo me controlar tão perto assim. ― um sorriso gigantesco toma conta dos meus lábios. Era diferente ouvi-la dizer como eu a deixava.
― Talvez você devesse mesmo ficar. ― enrolo meus braços ao redor da sua cintura.
― Não me provoque ― pede. ― Eu não sou capaz de me controlar, mesmo.
― Deixa de ser medrosa, Lee.
Ela ri e eu quase solto um gritinho ao senti-la segurar em minha coxa e apertá-la com força. Sorrio de uma forma maliciosa, querendo desesperadamente ver seu rosto naquele momento.
― Talvez você devesse se controlar ― digo. ― Não quero que façamos algo agora ― seguro em sua mão, entrelaçando-a a minha. ― Quero poder olhar em seus olhos ― inclino-me e sussurro em seu ouvido. ― Quero que você veja como me afeta quando me toca.
Ela arfa e com isso nos afastamos.
Debbie e papai haviam chegado.
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