História I Hate You, but I Think Love You - Capítulo 20: Leigh-Anne

― Admito, foi uma ótima ideia sua trazer essas frutas... ― ela se inclina para buscar por mais um quadradinho de maçã no pote em meu colo.

― Eu só tenho ótimas ideias, Edwards! ― falo e Perrie me olha, com tédio. Solto uma deliciosa gargalhada e logo torno a mastigar outro pedaço de fruta, mantendo meu olhar nela.

― Como você é convencida, Pinnock. ― ela começa a recolher os potes onde antes continha as frutas que já devoramos. Joga tudo para dentro da minha mochila e em seguida se deita de costas sobre o cobertor.

― Vai dizer agora que minha ideia de virmos para cá foi ruim? ― pergunto enquanto me deito ao seu lado. Do lugar onde estávamos conseguíamos ver perfeitamente a lua refletida na água.

― Leigh-Anne? ― seu sussurro me faz deitar a cabeça para olhá-la. ― Já parou para pensar no que estamos fazendo? ― sua pergunta me pega de surpresa, mas mesmo assim, penso no que ela quis dizer.

― Já. O tempo todo pra falar a verdade ― rio levemente e engulo o caroço em minha garganta. ― Há quem diga que estamos fazendo algo errado ― encolho os ombros. ―, mas não acho que seja. Não há uma ligação de sangue entre nós, Pezz. Nunca houve e você sabe disso ― torno a olhá-la. ― Nós duas nunca nem nos demos a chance de nos ligarmos como irmãs.

― O sentimento que cresce entre nós duas a cada dia é... é completamente diferente! ― fala e fecha os olhos, saboreando suas palavras. ― E por mais que machuque aos nossos pais, e eu sei que não contaremos algo assim para eles agora, eu... não me sinto capaz de esconder isso, Leigh-Anne. Não de você.

Eu sorrio abertamente ao ouvi-la falar aquilo.

― Porque está sorrindo assim? ― pisca, parecendo confusa e até um pouco envergonhada.

― Porque assim como você, eu sei que dói fingir não gostar de alguém ― dou de ombros. ― E, por favor, não fique envergonhada por me falar as coisas, Perrie. ― ergo-me um pouco, até ficar de frente para ela e acaricio a maçã do seu rosto, vendo-a fechar os olhos para apreciar aquele nosso contato. Era tão bom tocá-la daquela forma, tão livre.

― Leigh-Anne... ― ela abre os olhos e encontra os meus, admirando-a. ― Eu gosto tanto de você... ― meu coração parece errar uma batida. ― Isso confunde minha cabeça, mas ao mesmo tempo eu me sinto tão bem!

― Eu também gosto de você, Pezz ― sussurro, inclinando-me ainda mais em sua direção. Paro com meus lábios a centímetros dos seus. ― Às vezes, quando eu paro para pensar, me sinto frustrada e até meio louca por sentir o que sinto por você porque, eu jamais me senti assim antes!

― Nem com Jordan? ― pergunta com hesitação.

― Jordan? ― não me controlo, acabando por rir.

― Ei! ― me repreende.

― Credo, deus me livre sentir algo assim por Jordan! ― ela parece perdida, o que só torna aquilo mais cômico. Solto um suspiro satisfeito e me inclino, depositando um beijinho no canto dos seus lábios. Seu corpo se retesa. ― Nunca gostei de ninguém antes, Perrie. Nem de Jordan, nem de ninguém.

― Ahm... ― sua voz soa distante, enquanto eu continuo descendo com os beijos até seu pescoço. Em um rápido movimento, subo em cima dela, sentando em seu colo.

― Jordan nunca chegou nem perto de provocar em mim o que você provoca ― digo olhando profundamente em seus olhos. Seguro em suas mãos e me inclino, deitando-me completamente por cima dela, deixando suas mãos sobre sua cabeça, sem soltá-las. ― Você tem um efeito em mim que nem eu sei explicar... Deuses, Perrie... ― seus olhos parecem faiscar com um desejo que eu jamais havia visto neles.

Ela começa a respirar com dificuldade. Seu peito subindo e descendo, e não por eu estar pondo peso em cima dela, mas sim pela proximidade dos nossos corpos. Nos encaramos demoradamente, sem saber ao certo o que fazer agora. Meu corpo clamava pelo dela. Clamava por sentir sua pele sobre meu toque.

Solto suas mãos apenas para segurar seu rosto e puxá-lo de encontro ao meu. Tomo seus lábios com fúria, sem dar tempo de ela falar algo ou se quer discutir. Nos sentamos, comigo ainda em seu colo, enquanto nossos lábios se moviam com pressa, sem conseguir conter a vontade que tínhamos uma da outra.

Deslizo minhas mãos pela lateral do seu corpo, até segurar a barra do seu suéter. Sem conseguir nos separar, vou subindo sua peça de roupa e aproveito para tormar fôlego ao tirá-la e jogar para qualquer canto da cabana.

― Leigh-Anne... ― tenta dizer Perrie, ofegante.

― Hum? ― ela aproveita e tira meu suéter também, logo tornando a me beijar. Suas mãos seguram em minha cintura, apertando-me com certa força. Seguro em seu ombro, logo embrenhando minha mão em sua nuca, dando leves puxões em seu cabelo.

― Leigh... ― sussurra entre o beijo.

― Diga Pezz. ― falo descendo meus beijos até seu pescoço, distribuindo chupões e mordidas por toda sua extensão.

― Espera, Leigh... ― um gemido escapa por seus lábios e por mais que ela me mande parar, suas mãos continuam passeando por todo meu corpo. ― Leigh... ― aperto seu seio direito. E ergo o olhar, observando-a fechar os olhos e jogar a cabeça para trás, gemendo.

Deslizo minha mão para dentro do seu sutiã e isso faz com que ela abra os olhos e negue. Imediatamente paro o que fazia e saio do seu colo.

― Desculpe! ― falo sabendo que, provavelmente, havia passado dos limites.

― Não, eu... ― olho para seus cabelos levemente bagunçados, seus lábios inchados e para seu corpo exposto. Busco por sua jaqueta e a ponho em seu ombros. Perrie se encolhe ali dentro.

― Me desculpe, Pezz... eu não deveria ter-

― Leigh, pare de se desculpar ― me olha, sorrindo levemente. ― Acho que nós duas nos descontrolamos ― eu confirmo, puxando meu suéter e o vestindo. ― Eu... eu só acho que esse é, bem, o lugar errado para fazermos isso.

Eu olho ao redor. Estávamos em uma cabana úmida e mofada sobre um lago. Aquele, com certeza, não era o lugar certo para fazermos aquilo.

Eu rio, concordando.

― Eu apressei as coisas, me desculpe. ― ela me olha demoramente.

― Você acha? ― algo em seu tom parece meio magoado.

― Não quero que as coisas aconteçam tão rápido entre nós duas. Eu... eu realmente não quero ― seus olhos azuis varrem meu rosto e por fim ela assente, puxando seu suéter e tirando a jaqueta para vesti-lo. ― Está zangada comigo?

Perrie ri o que me confunde ainda mais.

― Não ― diz assim que seu rosto fica visível. Eu me inclino até ela apenas para ajeitar seu cabelo ainda mais revirado após se vestir. ― Acho fofo da sua parte.

― Fofo?! ― pergunto, incrédula, arrancando uma adorável risada dela. ― Não quero ser fofa!

― Mas você é! ― retruca, puxando-me pelo queixo e me dando um beijo calmo, mas significativo ao mesmo tempo. ― Obrigada por respeitar esse momento, Leigh-Anne. É algo importante para mim. ― eu congelo, arregalando os olhos.

― Espera ― nego, sentando-me sobre o cobertor e encarando-a. ― Perrie, você é... você é...

― Virgem? É, Leigh-Anne, claro que sou! ― ela parecia indignada por eu não saber disso até agora. Minha cabeça começava a dar voltas.

― Mas e Luke?! Pensei que vocês dois tivessem... tivessem um lance, sei lá! ― exclamo, chocada.

― Um lance? ― Perrie repete. ― E eu lá transaria com um lance?! Ainda mais sendo o Luke!

― Eu pensei que você gostasse dele... ― meu tom de voz logo cai para um sussurro.

― Por deus, Leigh-Anne! Você é lenta ou o quê?! ― eu pisco, atordoada.

― O que isso que dizer...?

― Isso quer dizer, sua idiota, que eu e Luke nunca passamos de uns beijinhos e sempre que ele surgia com a hipótese de algo mais, eu logo o dispesava. Você realmente acredita que um dia eu já gostei dele?! ― meu coração batia acelarado em meu peito.

― Então quer dizer que você e... você e Luke nunca... isso é....

― Termine sua frase, Leigh-Anne. ― ela parece quase brava comigo. Uma felicidade que eu achava impossível sentir naquele momento me domina.

― Isso é incrível, Perrie! ― exclamo, deixando a garota surpresa. Eu respiro, aliviada. ― Então quer dizer que você e o babaca do Luke não tiveram algo sério? ― pergunto mais uma vez só para ter certeza.

― Não, Leigh-Anne! ― responde, ainda meio perdida com a minha reação.

― Eu me sinto aliviada. ― admito.

― Você relmente achava que Luke e eu... credo! ― ela treme levemente, fazendo-me sorrir ainda mais.

― Isso significa que você é só minha. ― solto, fazendo-a me encarar com os belos olhos azuis brilhantes.

― E você? É só minha também? ― devolve.

― Sou ― eu a puxo pela cintura, fazendo com que seu corpo se choque ao meu. ― E sempre serei.