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Spring chegou a pensar que nada era mais irritante do que Rin, quando esta começava a reclamar. Mas ela estava errada, ôh se estava. Sesshoumaru conseguia ser pior, o dobro de pior do que a mulher que estava ao lado dele. A velha senhora sabia que tinha muitos pecados para pagar na Terra, mas neste momento ela preferia ir para o inferno. O diabo não podia ser tão chato quanto eles, podia? Era logicamente impossível.
- Eu só estou dizendo que é desagradável ter que ir a um evento sem estar com a mínima vontade. Não é justo com a gente e nem com a Rose. Além disso a casa da tia Louise é muito pequena, vou ter que dividir a cama com meus pais novamente? Eu não caibo mais entre eles. – Dizia Rin enquanto via as montanhas passarem. Kohaku ficaria muito chateado de saber que ela não conseguiu se impôr para a família mais uma vez. Ao menos Sesshoumaru fora obrigado a fazer a viagem também. Se ele quer era tão imponente e dono de si não conseguiu escapar, que chances Rin teria? – Ou quem sabe vocês vão colocar Inuyasha, Sesshoumaru e eu em um colchão novamente? De qualquer jeito não iria caber.
- Além do mais isso de misturar as famílias é totalmente desnecessário. Nenhum de nós, fora Rin, é um Willians afinal. – disse Sesshoumaru com um tom áspero. – E se ela que é da família não quer ir, imagina eu.
- Pois é, isso é ridículo. Eu nem gosto da Rose, porque tenho que ir lá bajular ela? – perguntou Rin se virando um pouco para trás para fitar Touga e Izayo.
- Porque mesmo que a Rin não está no carro com os pais dela e Inuyasha? – perguntou Spring arqueando uma sobrancelha. A reclamação daqueles dois era maçante demais. Spring não entendia porque Sesshoumaru, sempre tão calado, resolveu unir forças junto as lamúrias.
- Vim aqui para poder reclamar e ter quem concorde comigo. – disse olhando para Sesshoumaru e sorrindo. – Sesshy concorda comigo.
- Inuyasha adora a Rose. – explicou Izayo.
- Somos adultos, não deveríamos ter que passar o fim de semana onde não queremos. – Rin os fitou séria e eles espremeram os olhos com raiva para ela. Como assim eram adultos? Não existia isso de adultos quando se tratava da família.
- Como se não bastasse ter sido obrigado a passar por isso durante minha infância e adolescência, aqui estou eu dirigindo para os confins do mundo. – Disse de forma severa e acusatória o youkai. Touga deu um suspiro impaciente e beijou a têmpora da esposa que parecia prestes a pular do carro. Desde que acordaram o casalzinho não parava de reclamar. Dois insuportáveis
- Vai ser um tédio. – Acrescentou Rin cruzando os braços. Spring revirou os olhos em reprovação àquela atitude ridícula deles.
- Mas aposto que você vai acabar se divertindo, afinal Nick vai estar lá. – disse Sesshoumaru de uma maneira um pouco rude e ríspida, dizendo “Nick” de uma maneira totalmente cínica e debochada, cuspindo o nome como e fosse um veneno. Ele odiava Nick.
Rin revirou os olhos sabendo o que veria a seguir.
- O que tem o jovem Nick? – perguntou Spring curiosa. A velha youkai amava aquele garoto sorridente e forte. Era um dos poucos humanos que ela considerava bonito e digno o suficiente de sua admiração e desejo. De acordo com a velhinha o rapaz era um pedaço de mal caminho e se ela fosse jovem com certeza daria um jeito de tê-lo em sua cama.
- Rin tem uma paixão reprimida por ele. Ou talvez não tão reprimida assim. – Disse o youkai olhando para ela por alguns segundos.
- Mesmo? Pois eu espero de coração, Rin, que você tenha ido para a cama com ele ao menos meia dúzia de vezes. E que esteja planejando ir de novo hoje ainda. – Disse Spring com uma risada maliciosa. Sesshoumaru metralhou a velha com os olhos pelo retrovisor, mas ela não se intimidou, limitando-se a erguer uma sobrancelha em desafio para o sobrinho enciumado.
- Preste atenção na estrada, por favor. – disse Rin sentindo um frio na barriga ao Sesshoumaru fazer uma curva acentuada enquanto olhava para a cara da tia. – Pois eu não fui nem sequer uma vez, tia. E Sesshoumaru, nem sei do que você está falando.
- Estou falando daquele infeliz final de semana que tivemos que passar com eles, onde você e aquele parvo não desgrudavam. – A voz dele era ríspida e Rin não entendeu o motivo de sua irritação.
- Pelo menos eu não sai aos beijos com ele. – Disse Rin olhando de forma incriminatória para Sesshoumaru. – Se eu bem me lembro no meu aniversário de 15 anos você estava aos amassos com Rose ao invés de dançando comigo.
- Então foi por isso que ele perdeu a valsa?? – perguntou Izayo levando as mãos ao rosto.
- Eu não estava aos amassos com ela, Rin. Sua prima me agarrou. – Rin soltou uma risada de desdém com aquela resposta cretina.
- Te agarrou? – a jovem perguntou com o fitando com cara de cínica. Aquilo, meus amigos, era uma mentira deslavada.
- Sim. – disse enfaticamente Sesshoumaru.
- Tipo a força?
- Exatamente. – disse ele semicerrando os olhos para ela.
- Deixa de ser cínico, Sesshoumaru. – Rin o fitou com raiva. – Até parece que ela teria força suficiente pata te agarrar caso você não quisesse.
- Te garanto que fui surpreendido. – disse dando um sorriso maldoso para Rin. A garota ficou vermelha como tomate maduro e logo uma discussão se iniciou. Os passageiros de trás apenas suspiravam ouvindo a briga dos dois. Eles não mudavam.
***
Horas depois o grupo havia finalmente chegaram na fazenda de Louise Willians. Ethan já havia estava lá a algum tempo, porque diferente de Sesshoumaru, ele não fora obrigado a parar no meio da estrada para Rin mijar. Ele, claro, se sentiu muito irritado por ela precisar ir ao “banheiro” naquele momento, porque além de atrasar a viagem, ele teve que fazer uma barreira para que os outros carro não a vissem. Rin não achou aquilo necessário, quem em sã consciência iria diminuir a velocidade em uma estrada como aquela só para vê-la mijar? Mas Sesshoumaru ficou atrás dela para garantir que ninguém a veria, o que fez com que ela ficasse com a bexiga travada por quase 1 minuto, de tanto constrangimento.
Ao descer do carro Rin ficou completamente abasbacada ao notar que aquele lugar não havia mudado nada durante os anos. O casarão continuava com paredes amarelas e janelas grandes de madeira desgastada pelo sol. O quintal enorme não havia sofrido nenhuma modificação aparente. Do lado direito estavam quilômetros e mais quilômetros de laranjeiras e do lado esquerdo tinha a plantação de batatas.
Uau, até as galinhas pareciam as mesmas, mas isso não podia ser possível a menos que fossem galinhas youkais. Rin sabia que elas não eram.
Rin já até conseguia visualizar a parte de trás da casa, com a segunda varanda grande, mas um pouco menor do que a que dava para frente – que era enorme e desembocava na rua – e coberta por um telhado. Provavelmente eles ainda teriam a mesma mesa do lado de fora, de madeira bruta, firme e indestrutível. O fogão à lenha também deveria ser o mesmo e Rin se perguntava se o chuveiro deles ainda era aquecido pela serpentina. Ela se lembrava como se fosse ontem o dia que queimou o braço na água fervente e Sesshoumaru quase a matou. Ela olhou para o rapaz tentando entender o porquê dele ter sido uma criança tão rígida, afinal, não era normal um garoto de 11 anos sair por aí dando broncas nas pessoas.
- Sesshy!! – Rin se virou para o lado da voz e observou com cara de nojo Rose correr – tão dramaticamente quanto uma cena de filme de romance - até o youkai de cabelos prateados e se jogar em seus braços. Sesshoumaru teve a audácia de a pegar no ar. Mas o que Rin esperava que ele fizesse? Desse um passo para trás e deixasse a mulher cair? Seria ótimo, mas ele não faria isso.
- Rose. – Cumprimentou com a voz monótona e totalmente desprovida de emoção. Rin continuava a encarar eles com cara de enjoada.
- Quando voltou? Que bela surpresa, não esperava te ver aqui. – disse sorrindo radiante e tocando o rosto dele com uma mão, acariciando sua bochecha descaradamente com o polegar. Rin sentiu o ar faltar aos pulmões. Como a prima conseguia ser tão abusada dessa forma? E se ele tivesse uma namorada e por um acaso ela estivesse lá? Rose não tinha medo e vergonha de causar uma situação embaraçosa para o casal?
A prima de Rin era o que as pessoas poderiam chamar de perfeita. Tinha longos cabelos loiros cacheados que chegavam até a lombar, e um olho tão verde que parecia capim-limão recém brotado. Os lábios eram naturalmente rosas e a pele não possuía uma mancha. Rin a odiava.
- Oi Rose, viu a gente aqui ou só tem olhos para Sesshoumaru? – perguntou colocando as mãos na cintura. O youkai não conseguiu esconder um sorriso desdenhoso para a atitude nada educada da morena. Era tão raro a mulher perder a compostura que dava até satisfação vê-la agir assim. Aquelas palavras grosseiras mereciam ser autenticadas em cartório.
Rose se jogou contra Rin, lhe dando um beijo na bochecha. O rosto de Rin estava roxo de raiva, porque no fundo ela acreditava que aquele comportamento carinhoso da prima fosse apenas falsidade. Certamente Rose gostava tanto de Rin quanto Rin gostava dela.
- Desculpa, priminha, que indelicadeza a minha. – Rose afagou os cabelos de Rin por cima da cabeça como se ela fosse uma criancinha. A mulher era cerca de uns 10 cm maior que Rin e isso era outra coisa que Rin detestava.
- Senhoras e senhor Taisho. – A jovem fez uma reverencia como se eles estivessem na idade média, Rin não conseguiu esconder a cara de deboche. – Sejam bem-vindos e fiquem à vontade.
Todos a cumprimentaram com um grande sorriso, aparentemente a única insatisfeita ali era Rin. Rose rapidamente se esqueceu do restante do grupo e voltou a falar animadamente com Sesshoumaru, uma felicidade gritante em seu rosto.
Rin fora para trás do carro ajudar o pessoal com as malas, mas vez ou outra sua atenção se desviava para o casalzinho que conversava tranquilamente. Rose era uma mulher realmente oferecida, pensou Rin. A forma como ela estava próxima à Sesshoumaru demonstrava isso. Rin sentiu o corpo paralisar quando a loira de maneira pouco sutil abraçou o braço esquerdo de Sesshoumaru, apertando o bíceps dele nos seios. Que desavergonhada!
Sesshoumaru, claro, se afastou um pouco da mulher, mas nem isso foi o suficiente para acalmar os ânimos de Rin. Era muita indecência da prima achar que pode tocar desse jeito um homem que ela não sabe se é ou não comprometido. E Sesshoumaru? Era muita folga da parte dele deixar que eles cuidassem das malas enquanto ele ficava lá recebendo flertes de sua prima.
- Você vai ajudar com a bagagem ou vai ficar papeando o dia inteiro, Sesshoumaru? – perguntou Rin com a voz ríspida. Izayo lançou a ela um olhar de repreensão. Ótimo, ela não ligava.
- Pode deixar aí, daqui a pouco levo para dentro. – Respondeu o youkai ignorando o olhar mortal de Rin para cima dele. Ele estava adorando aquela reação dela.
- Acho que trouxemos muitas coisas. – disse Touga olhando a quantidade enorme de bagagens que estavam no chão cimentado.
- Eu só trouxe uma mochila. – murmurou Rin pegando a mesma e colocando as costas. Não precisava de muita coisa para um fim de semana, dois biquínis, algumas mudas de roupa e escova de dentes era mais que o suficiente.
- Bom, acho melhor entrarmos. – disse Rose se afastando com um sorriso ridiculamente apaixonado de perto do youkai. – Sesshy, depois venha ao meu quarto para a gente conversar. Tenho algumas coisas para te mostrar.
Rin deixou o queixo cair com aquele convite completamente indecoroso. Ela olhou Rose de cima a baixo trincando os dentes. Conversar?? O que ela tinha para falar com ele, afinal? E o que ela tinha para mostrar? As pernas? Provavelmente bem abertas, pensou Rin de forma cruel.
- Controle sua cara de desagrado, jovenzinha. – disse Spring olhando para ela com desdém.
- Eu não estou com nenhuma cara de desagrado titia. – se defendeu Rin de forma ríspida e pouco convincente. – Mas você ouviu o que ela disse?
A senhora deu uma gargalhada divertida e saiu andando atrás de Rose. Rin engoliu em seco observando-a se afastar ainda rindo da situação.
- Desse jeito vou achar que está com ciúmes, princesa – disse Touga dando um tapinha nos ombros dela e seguindo para casa. Rin estava possessa e olhava completamente aborrecida para todos ali. Ela? Com ciúmes? Claro que não! Ela estava era perplexa, isso sim. Quem não se sentiria completamente chocado ao presenciar uma proposta tão indecente como aquela?
- Não vou ao quarto dela. – Murmurou Sesshoumaru olhando de forma debochada para Rin, e um sorriso de provocação nos lábios. Claramente todos ali estavam se divertindo às suas custas.
- Mas é claro que não! – Afirmou Rin antes de rumar marchando. – Mas se for também não é problema meu. Eu realmente não me importo, só fico encabulada em ver como existe gente no mundo que se oferece assim, sem a menor cerimônia. E ainda na frente de todos!
- Se oferecer? Jura? Eu não percebi isso, Rin, acho que está enganada. Ela apenas me convidou para uma conversa particular em seu quarto, nada demais. – A voz dele era maldosa e cheia de escárnio. Sesshoumaru sabia muito bem o tipo de conversa que Rose queria ter. Geralmente para o que ela queria falar não se fazia necessário roupas, e Rin se irritou ao imaginar a cena.
- Você pode fingir de bobo o quanto for, Sesshoumaru, mas você sabe muito bem o que ela tem para falar e mostrar. – disse Rin de forma acusadora com os olhos semicerrados. Sesshoumaru arqueou uma sobrancelha, era nítido que a mulher a sua frente estava completamente enciumada. Ele deu um meio sorriso se aproximando dela.
- Não precisa ficar tão enciumada, Rin. Você sabe que eu não vou lugar nenhum. – disse colocando uma mexa do cabelo dela para trás.
Ela estava realmente adorável com aquele ciúme todo. Tão adorável que Sesshoumaru se sentiu obrigado a beijar-lhe carinhosamente. Rin revirou os olhos com aquela atitude abusada do rapaz. Ele achava mesmo que podia lhe comprar com beijos? Pior! Ele achava realmente que ela se importava dele ir ou não para o quarto da serigaita oferecida?
- Não precisa me dizer isso como se me devesse alguma satisfação. Se você quer ir, vá lá. – disse cruzando os braços e virando o rosto de lado antes que ele resolvesse beijar-lhe outra vez. Que falta de noção, alguém poderia ver. – Eu não ligo, pode ir, não dou a mínima.
- Se não liga, Rin, por que não para de falar sobre isso? – ela arregalou os olhos com aquele comentário. Ela abria e fechava a boca, mas não tinha resposta para aquilo. Vendo o sorriso divertido que o youkai tinha nos lábios ela soltou um rosnado e marchou para dentro da casa.
***
Depois de tomarem um bom café preto com bolo as famílias se dispersaram em uma conversa nada interessante sobre vacas e laranjeiras. Rin não era uma das maiores apreciadoras da vida no campo, ainda mais ali que não existia nada. Fora que ela ficava irritada por causa da picada dos insetos e o tédio a dominava.
Quando era criança as coisas eram diferentes, eles brincavam de pega-pega, esconde-esconde e diversas outras brincadeiras, de forma que ir para o sítio era um de seus programas favoritos. Porem depois de adulta a tranquilidade do campo não parecia mais lhe agradar tanto.
Rin foi caminhando para fora da varanda de trás da casa, deixando o povo em uma discussão acalorada sobre qual a melhor raça de boi. Rin não entendia como eles conseguiam extrapolar os ânimos com aquilo e, principalmente, não entendia porque raios Ethan e Touga acreditavam saber mais de bovinos do que Louise. Era óbvio que eles não sabiam.
Ela parou na sacada da frente e observou o enorme quintal diante dela. Ah, como ela havia se divertido ali no passado, brincando de bola. Uma pena que agora ela não estivesse mais se divertindo. Muito pelo contrário, Rin coçava freneticamente os braços.
Ah, como ela pudera ser tão burra a ponto de não se lembrar de comprar um repelente? Agora ela estava ali se coçando mais que um cão sarnento.
- Está toda cheia de calombos. – comentou o youkai a abraçando por trás e se inclinando para beijar sua bochecha. Rin sentiu o coração imbecil ficar agitado, mas logo tratou de lembra-lo de que eles estavam bravos com Sesshoumaru. Mesmo que não devessem, afinal, os dois não tinham nada um com o outro. – Não trouxe repelente?
- Não. – disse mal humorada. O rapaz a observou de um jeito que Rin sou que ele a julgava internamente. – E não me olhe com essa cara.
- Você deveria ter trago, sabe que é alérgica. – disse passando a mão nos braços encalombados e todo arranhado dela. Rin sentiu um arrepio a percorrer, era ridículo não poder controlar as sensações do próprio corpo.
- Eu nem me lembrava mais disso. – comentou suspirando. Se arrependimento matasse, ela estaria morta.
- Bom, eu acho que o jeito vai ser irmos para a cidadezinha procurar uma farmácia. – disse colocando as madeixas soltas de lado deixando parte do pescoço nu. – Vamos lá.
- Não precisa se incomodar. – Disse Rin se afastando um pouco do contato dele.
- Claro que preciso. – Ele disse antes de se sentar na beirada do meio muro e a puxando para perto, entre suas pernas. Rin fez uma careta debochada para ele. A cada dia o rapaz passava mais dos limites. – Vamos dormir no mesmo quarto e o barulho de você se coçando vai me atrapalhar a pegar no sono.
- Há, ótimo saber de sua verdadeira preocupação. – disse sorrindo torto e desviando os olhos para uma galinha que fugia desesperada de um galo tarado.
- Você sabe que vai dormir comigo né? – perguntou com um tom de voz malicioso e provocativo enquanto observava a reação dela com aquelas palavras. Rin no começo pareceu não ouvir, mas depois as palavras pareceram ter chegado até ela.
- O quê? Claro que não, quem te disse um absurdo desses? – perguntou corando. A galinha continuava correndo e grunhindo desesperada. Pobre ave, ninguém parecia preocupada com sua insatisfação com o macho.
- Você tem duas escolhas, ou dorme comigo ou com tia Spring. – Rin suspirou derrotada. Não dava para dormir com Spring, a velha roncava demais, era uma tortura.
- Você poderia dormir com a tia Spring. – disse Rin o olhando e sorrindo divertida. O youkai gargalhou com aquela possibilidade. – Ou talvez você possa invadir o quarto da Rose durante a noite e dormir com ela, tenho certeza de que ela não irá reclamar.
- Boa tentativa, mas terei que recusar. Esta noite você é minha. – Sussurrou Sesshoumaru antes de colar os lábios nos de Rin em um beijo profundo e inesperado. Rin tentou se afastar dele, mas o youkai enlaçou sua cintura com um braço e a puxou pelo pescoço com a mão livre.
- Não faça isso, Sesshoumaru – pediu Rin entre os beijos, mas ele simplesmente ignorou. – Alguém pode ver, seria estranho.
- Mais estranho do que a gente dormindo juntos? – Claro que seria mais estranho do que eles dormindo juntos. Eles dormiam juntos desde pequenos, era uma cena comum. Diferente dos dois se beijando, aquilo seria com certeza uma cena atípica que Rin não estava nenhum pouco disposta a explicar.
Todavia o youkai parecia não se importar e continuou beijando-a, enquanto sua mão trabalhava em percorrer sua coluna.
- Rin, não vai ter nada pior do que dormir com você naquele quarto hoje. – Sussurrou Sesshoumaru. Rin o olhou surpresa.
- Então não durma. – Ela fechou o semblante e Sesshoumaru percebeu que ela interpretou errado suas palavras.
- Não é isso, princesa – disse puxando-a para mais perto e mordiscando o lóbulo de sua orelha. Rin suspirou. Ela não queria, mas a reação foi imediata ao estímulo. – É que com tanta gente no quarto eu não vou conseguir fazer com você o que eu quero.
- Isso é muito errado – Ela se afastou um pouco dele e o fitou de maneira séria. – Você nem me perguntou se eu quero que você faça algo comigo.
- Você vai querer – Rin ergueu uma sobrancelha o fitando com descrença. Sesshoumaru riu e a puxou para mais perto. – Posso te provar agora mesmo que estou certo.
- Tenho certeza que pode, mas deixe isso para depois – ela imediatamente se arrependeu de suas palavras. O que raios ela estava dizendo? Deixar para depois? Ela deveria ter dito que ele nunca teria oportunidade de mostrar nada.
- Tem razão, agora nós temos coisas mais importantes para fazer – Ele passou as mãos pelos braços dela e a beijou mais uma vez, mas dessa vez de maneira calma e contida. Rin descobriu que gostava muito desse beijo tranquilo e suave. – Como te salvar desses insetos sanguinários.
- Hematófagos.
- O quê? – Sesshoumaru piscou algumas vezes confuso.
- O termo certo é insetos hematófagos. – Ele revirou os olhos e suspirou.
- Pois eu digo que ninguém se importa com o termo certo para essas pragas. – Rin o olhou ofendida. É claro que milhares de pessoas no mundo se importavam. Existiam regras de classificação alimentar de animais exatamente por haver quem se importa, mas ela não disse nada para não estender a discussão. Seus braços estavam começando a latejar.
- Vamos logo então por...
- O que vocês estão fazendo? – Era a voz de Helena e Rin ficou tão assustada que se virou de brusco para a mãe, desequilibrando Sesshoumaru que estava sentado sem apoio algum no muro baixo. Ele que estava com os braços ao redor da cintura dela acabou a levando junto para o chão.
- Coff... coff... – Uma poeira fina de terra pairou por eles.
- Se machucou, princesa? – perguntou Sesshoumaru rindo.
- Não. – Ela se levantou observando o próprio corpo. A calça preta estava arruinada.
- O que vocês estavam aprontando para terem ficado tão assustados? – perguntou Touga que estava próximo o suficiente para ver a cena. Rin ficou corada, era por isso que ela não queria que Sesshoumaru ficasse a agarrando por aí.
- Estamos saindo agora. – Disse o youkai enquanto batia na própria roupara para tirar o excesso de poeira.
- Saindo para onde? – questionou Helena com a voz desconfiada.
- Farmácia. Rin esqueceu de trazer repelente. – Rin estava batendo nas coxas para tirar a poeira quando sentiu três tapas serem deferidos em sua bunda. Ela roboticamente se virou para Sesshoumaru o olhando com raiva, mas ele nem se importou de ser metralhado pelos olhos dela. – Vamos logo, Rin, antes que feche.
Rin olhou para Touga e Helena que fitavam os dois com um semblante estranho e indecifrável no rosto. Ela sorriu seu melhor sorriso e saiu correndo para o carro para se refugiar dos olhos dos dois.
***
- Eu estou falando sério, Rin. – disse Sesshoumaru enquanto dirigia concentrado. – Não tem cama para todo mundo.
- Como sempre. – disse soltando uma lufada de ar estressada. Claro que não tinha cama para todo mundo, NUNCA tinha cama para todos, na verdade.
- Se não quiser dormir lá a hora é agora. Já estamos aqui e podemos olhar em alguma pensão. – Ele disse. Rin ficou pensativa por um instante. Até que a ideia não era das piores, afinal de conta. Na casa da tia eles teriam que dormir em um colchão velho no chão, já na pousada cada um teria seu quarto confortável e aconchegante. Fora que o fato de não ter Rose por perto era tentador demais.
- Eu não trouxe meu cartão nem dinheiro. – disse suspirando triste. Droga, ela tinha que parar urgentemente com essa mania de sair sem dinheiro.
- E só agora você me fala isso? E se eu não tivesse? A gente ia pagar o farmacêutico como? – disse erguendo uma sobrancelha. Ah, Rin ficará tão estressada com o episódio do tapa na bunda que nem lembrou desse pequeno detalhe. Ela revirou os olhos. – Por sorte eu estou com dinheiro e com o cartão, acho que eles devem ter maquininha, todo mundo tem maquininha hoje em dia.
- Bom, tudo bem então. Eu realmente me sentiria melhor não dormindo lá. – disse descendo do carro e prendendo o cabeço empoeirado em um coque frouxo. – A última coisa que preciso é da minha tia fazendo comentários sobre uma possível gravidez minha.
- Então vamos logo com isso. – disse Sesshoumaru colocando uma mão nas costas dela e andando rumo a farmácia. Rin realmente achava desnecessário isso, mas como ela poderia reclamar com ele depois dele ter trago ela até a cidadezinha e ela ter se esquecido do dinheiro?
- Esse lugar está parado no tempo, assim como seu quarto. – comentou Rin olhando uma pequena praça onde crianças brincavam de pular corda. – Chão de pedra, casinhas e lojas em arquitetura vernacular. Me sinto em um vilarejo de 1850. Mas quer saber? Eu acho bom que eles tenham mantido a arquitetura original, não precisamos de mais modernidade do que temos.
- Eu já não posso concordar com você, Rin. – disse Sesshoumaru agora pegando a mão dela. Ah, ele estava abusado. – Depois de viver meses em uma Ecovila, confesso que criei ainda mais apreço pela modernidade.
- Mas você se tornou tão natureba, do tipo que medita e faz yoga. – disse Rin o fitando confusa.
- Isso são apenas práticas, Rin. Práticas das quais você deveria começar a fazer uso. – disse a olhando de soslaio de uma maneira provocativa.
- Eu? – perguntou ela confusa. O que raios ele queria dizer com aquilo?
- Sim, você. – disse apertando a mão dela. – Precisa aprender a canalizar seus sentimentos, Rin. E controla-los também.
- Eu controlo muito bem meus sentimentos, Sesshoumaru. E não sou uma rede hidráulica para canalizar nada em mim. – disse fazendo um bico involuntário. – Esse negócio de meditação não é lá o meu forte.
- Já tentou?
- Já uma vez, e não deu certo. – disse Rin olhando para ele. Péssima decisão, porque ela tropeçou em uma placa de cimento que estava desajustada e quase caio. Sesshoumaru a ajudou a se reequilibrar. – Eu não consigo manter minha mente vazia, não tenho concentração o suficiente para isso e nem paciência.
- Por isso mesmo você deveria começar a meditar, para ter mais concentração e paciência. – disse ele com um sorriso convencido. Uau, se tinha uma coisa na vida que Rin nunca cogitou, era ter essa conversa sobre meditação com Sesshoumaru.
- Posso tentar depois. – disse não querendo estender o assunto. Aquele tipo de prática não era lá muito do interesse dela.
Eles continuaram caminhando calmamente pela cidadezinha. As paredes em tons rochosos de cinza ou tons de terra vermelha eram encantadoras. As janelas estilo colonial e até mesmo as cortinas coloridas faziam com que ela se sentisse em um livro de romance de época.
- Olha! – disse apontando para a livraria local que continuava exatamente igual ao que ela se lembrava. – Como eu disse, está parado no tempo.
- Quer ir lá? – perguntou Sesshoumaru ao notar a empolgação da garota.
- Melhor do que voltar para o tédio da fazenda. – disse Rin.
Ah, agora ela estava realmente ainda mais inclinada a se hospedar ali. Por mais monótona que fosse aquela pequena cidadezinha, haviam algumas atrações turísticas para se visitar. Rin já podia se imaginar andando pelas ruas e fotografando vários cenários que poderiam se tornar capas de livros. Seria perfeito.
Ao chegar na farmácia ela comprou o repelente e um antialérgico, aquilo deveria ser o suficiente para mantê-la a salvo dos hematófagos (animais que se alimentam de sangue) de plantão.
- Bom, agora vamos procurar um lugar para ficar. – disse Sesshoumaru quando eles saíram da farmácia. Rin estava torcendo para que ele esquecesse sua mão, mas ele não esqueceu. Ah, depois dele pagar por seu repelente e antialérgico Rin se sentia ainda mais inibida de reclamar. Mulher frouxa.
***
Depois que a última pousada anunciou que não tinha mais nenhum quarto para aquela noite Rin sentiu como se um balde de água gelada fosse derramado sobre ela. Ela viu o vento levar todos os seus planos de um fim de semana minimamente agradável. Adeus fotografias ao pôr-do-sol, adeus chazinho da tarde com um livro na mão, adeus cama macia e confortável. Olá colchão velho e duro.
Poxa, como ela fora burra o suficiente para não pensar nisso antes? Ela teve vários dias para reservar um quarto, mas a ideia nem passou por sua cabeça.
- Sinto muito, Rin. – disse Sesshoumaru a olhando com pena. Maravilha, agora o youkai tinha dó dela. – Eu posso dormir no carro.
- De jeito nenhum. – disse Rin séria. – Tá tudo bem, sério.
- Eu sei como você se sente em relação a isso. – disse o youkai acariciando seu rosto.
- Não importa. – disse suspirando e olhando para dois cachorros cruzando no meio da rua. Isso que era coragem, se um carro em alta velocidade passar por ali, com certeza vai dar merda.
- Você sabe que está dizendo isso da boca para fora. – disse a puxando para um abraço. Rin soltou uma lufada de ar. Claro que era da boca para fora, mas infelizmente não tinha mais jeito. Era ele ou a Spring, e a tia não iria ser.
- Talvez seja da boca para fora, mesmo. Mas minha "reputação" já está acabada de qualquer forma. E querendo ou não elas falariam alguma coisa. – disse Rin dando de ombros. – Ou você pensa que eles não achariam muito suspeito nós dois dormirmos em uma pousada? Aí sim minha tia não teria dúvida de que estamos fazendo alguns filhos.
- Tem razão. – disse tocando o rosto dela e sorrindo maliciosamente. – Mas sabe que eu até que gostei dessa ideia de fazer filhos com você?
- Jura? Se é um filho que você quer, posso te arranjar um quando voltarmos, existem muitos abrigos com crianças para serem adotadas, acho que você seria um ótimo pai – disse Rin com sarcasmo.
- Você acha mesmo? – ele perguntou com um sorriso desdenhoso e os olhos brilhantes.
- Claro, você provavelmente já tem os sermões todos decorados aí na sua cabeça. – Disse Rin. – Tem protocolo estabelecido para tudo. Foi mal na escola? Bronca nº4. Não quis comer o café da manhã? Bronca nº7.
- Pelo menos meu filho seria uma criança educada e disciplinada, mas agora pense em um filho seu. – Rin olhou para ele ofendida.
- Meu filho seria uma criança feliz e espontânea, diferente do seu filho que seria uma criança reprimida e triste. – Disse cruzando os braços.
- Seu filho seria um diabo na terra, assim como você foi ou pior. – Sesshoumaru espremeu os olhos a fitando de maneira maldosa. – Se comigo te educando você conseguiu ser atentada e irritante, imagina uma criança criada por você a cordas soltas.
- Você me educou? Quando? Você só me oprimiu a vida inteira. – Sesshoumaru gargalhou.
- Então estamos em um dilema aqui, mas já consegui uma solução. – Disse ele puxando-a contra seu corpo pelo quadril. – Temos um homem muito bravo e uma mulher muito relaxada. Acho que se unirmos os dois conseguimos um equilíbrio bom para a criança, não acha?
- Você quer ter filhos? – A voz de Rin saiu muito mais preocupada do que ela gostaria. Sesshoumaru a olhou de maneira intensa e pensou alguns segundos antes de responder.
- Não me imagino com filhos. Você quer ter? – Rin pensou um pouco a respeito.
- Não sinto vontade de ter filhos.
- Então nada de filhos pra gente. – Rin mordeu o lábio e o fitou por um instante estranhando a seriedade daquela conversa. O que significava aquilo? Eles estavam mesmo discutindo o futuro e tomando decisões como se fossem um casal? Sesshoumaru a beijou novamente e ela retribuiu, não sabendo exatamente o que aquilo significava.
***
O quarto estava atumultuado e um dilema tinha se instalado.
- Kagome e Rin podem dormir juntos e Inuyasha e Sesshoumaru dividem o colchão. – disse Spring. – Eu não consigo dormir com outras pessoas, então nem pensem em colocar alguém comigo.
- Mas tia, não tem colchão para todos. – disse Touga.
- Eu não vou dormir com o babaca do Sesshoumaru. – disse Inuyasha cruzando os braços.
- E se Izayo dormisse com a Rin e Sesshoumaru com Touga? – perguntou Louise.
- Eu não consigo dormir sem minha esposa. – Choramingou o youkai mais velho.
- Então tá, Inuyasha não vai dormir com Sesshoumaru. Tia Spring não vai dormir com ninguém e tio Touga vai dormir com tia Izayo. – disse Rose. – Tia Helena pode dormir com Rin e Sesshoumaru com tio Ethan.
- De jeito nenhum que vou dormir com esse homem barbado. – disse Ethan cruzando os braços.
- Mas aí fica difícil! – disse Louise suspirando e jogando as mãos para cima. – Se a amiga da Rose não fosse dormir aqui, Rin poderia dormir com ela. Não tem jeito, sobrou só os dois.
- Rin não pode dormir com Sesshoumaru, mamãe. – disse Rose mais que depressa.
- Por que não? Não seria a primeira vez que a gente dorme juntos. – disse Rin dando de ombros. Eles já pensavam mal dela mesmo, que tivessem certeza agora. Apesar de que ela claramente não dormia com ele da forma que elas estavam pensando.
- Vocês dormiram juntos? – perguntou Rose com a voz esganiçada. Ela parecia completamente chocada com aquela notícia. Rin sorriu de forma debochada para ela.
- Às vezes imprevistos acontecem, como agora. – disse Rin dando de ombros novamente. A cara de Rose era impagável e ela se sentiria constrangida de tal revelação se não estivesse tão alegre com a cara decepcionada da prima.
- Her... você sabe, eles são como... irmãos. – disse Helena sem graça. O quarto antes agitado estava em silêncio absoluto. Sesshoumaru parecia um pouco incomodado com aquela situação toda. Ver a prima e a tia de Rin a julgando assim fazia ele ter os piores impulsos e ele não sabia por quanto tempo iria conseguir manter a boca fechada.
- Eles não são irmãos! – disse Louise horrorizada. – Ele é um homem e ela uma mulher, e nem parente de verdade eles são.
- Bom, eu realmente não estou vendo o problema. – Insistiu Rin. Ninguém estava reclamando de Inuyasha e Kagome dormirem juntos, então ela não entendia qual a raiz do problema. Claro, Inuyasha e Kagome eram namorados, enquanto Rin e Sesshoumaru eram... uma coisa indefinida.
- O que as pessoas vão dizer? – perguntou Rose com a voz embargada de surpresa com aquela atitude escandalosa da prima.
- Você liga? – Rin perguntou a Sesshoumaru.
- Não. Você liga? – ele rebateu a pergunta olhando profundamente para ela.
- Nenhum pouco. – disse o encarando agora um pouco corada. Droga, era óbvio para Sesshoumaru que ela ligava. Idiota, como ele pôde ter se esquecido de como ela se sentia em relação aos parentes? Ele deveria ter ligado e reservado um quarto para eles desde que soube que iriam para lá.
- Her... – disse Touga chamando a atenção de todos. – Se quiserem eu parto o colchão ao meio e cada um dorme em uma metade.
- De jeito nenhum que você vai partir meu colchão! – disse Louise. - Bom, Rin é uma mulher adulta e se ela não liga para a própria reputação.
- Louise, por favor, não estamos na idade média. – disse Helena defendendo a filha. – Sesshoumaru sempre teve muito respeito por Rin, o que você acha que vai acontecer?
- Certamente nada. – disse Rose com um sorriso seguro. – Rin pode dormir na casa do Nick já que ficar sozinha com uma presença masculina não é problema para ela. Ele tem uma cama sobrando.
- Mas de maneira alguma. – disse Sesshoumaru se arrependendo em seguida. Todos olhavam para ele agora, até mesmo Rin com aquele sorriso debochado que ele detestava.
- Por que não? – perguntou Rose se aproximando um pouco do youkai.
- Por que eu não quero, oras. – disse Rin se intrometendo e salvando Sesshoumaru de um interrogatório. – Vocês sabiam que a gente era assim quando nos convidou, sempre fomos... bagunçados.
- É verdade, tanto que Rin e eu dormimos juntos até hoje. – disse Inuyasha antes de ser metralhado pelo olhar de todos do quarto.
- Bem, se vocês são uma família moderna e não se importam. – disse Louise. – Não nos leve a mal, só não estamos acostumados.
- Tudo bem. – disse Rin abraçando o próprio corpo. Ela não gostava do jeito que a tia e a prima falada da família dela. Se fosse na casa de qualquer outro parente Rin sabia que ninguém daria bola para o fato dela dormir com Sesshoumaru, mas Louise e Rose sempre foram conservadoras demais. Seria com certeza um longo fim de semana.
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