História I Hear You - Uma Noite Sem Sua Voz

Estava bastante frio para ser outono, as ruas, onde estavam se abrigando mendigos, doentes... tudo tava fazendo tanto barulho, era basicamente um caos, mas quando eu coloca o fone, isso tudo se transformava em aqueles outonos de filmes, pessoas felizes, a voz dele me acalmava, e eu não sei por que, talvez seja por que ele me ajudou nos piores momentos.

"Vamos fazer um mundo onde
todos nós podemos nos confiar e apoiar
um ao outro "

Frases que me ajudaram mesmo. Eu paro em frente ao centro de luta, eu suspiro e entro, não e que eu odiasse disso, eu precisava disso. Entro e vou ate onde Suho estava

- Oi - eu falo para ele

- E ai - ele fala, batendo na minha mão

Suho era uma pessoa bem legal, apesar de não demonstrar, ele tinha me ajudado, quando eu estava triste, ele não tem muitos amigos, ja que ele acha que a maioria o vai deixar, mas não entendo o que ele quis dizer com isso.

- Garotos - escuto a voz do profº Luhan, e vamos ate lá

- Como vocês estão ? - ele diz colocando as faixas na mão dele

- Bem - respondemos juntos, ele nos olha, ele sabia, sabia de tudo o que havia acontecido em nossas vidas, as vezes eu chegava com hematomas que não dava para esconder, ele viu e me ajudou, com Suho foi a mesma coisa, ajudando ele com os seus problemas.

- Que bom - ele termina de enfaixar as mãos - vamos lá ? hoje vai ser pesado - ele diz rindo e indo para a frente de todos. Retiro o que eu disse, eu não gosto de luta.

Estava frio, principalmente, por causa do suor ainda escorrendo, minha respiração estava pesada, minhas bochechas estavam quentes, e tenho certeza que vermelhas, me despeço do profº

- Eu vi você, batendo nos garotos - olho para Suho

- Eu não bati neles - disse com vergonha, eu nao gosto de violência

- Tudo bem, eles mereceram - fomos juntos ate a loja de conveniência não muito longe do treino. Eu me despeço, mas não deixo de notar, que ele pega um cigarro do bolso, ele não precisava de mim, não da minha ajuda. Quando chego em perto de casa vejo ele, meu pai, ele estava tomando o último gole daquela garrafa, e quando ele terminou, vejo ele cair no chão, surpreso corro ate ele, segurando o rosto dele

- Pai, pai, paai - eu gritava, pego o celular e ligo para a emergência, dentro de 2-3 minutos eles chegam e eu vou com eles, eu estava assustado, quando cheguei no hospital, notei que havia sangue, muito sangue em sua roupa e na minha, colocam ele na maca e o medico chega, me pedem para ficar esperando, mas como poderia ? ele podia estar morto ?. Tentava ligar para minha mãe, mas ela não atendia, nem completava a chamada, eu não sabia o que podia ter acontecido, eu estava confuso e atordoado. Eu olho para o relógio, estava tarde e não tinha nenhuma noticia dele.

- Responsavel pelo sr º Choi ? - A enfermeira pergunta e eu vou ate ela rápido

- Eu - ela me olha

- Bom isso nao vai ser facil, o sr º Choi sofre de demência que foi causada por grande excesso de bebida e isso o faz esquecer das coisas, ate de como comer ate mesmo andar - ela me olha com um olhar de pena, eu estava tonto, nao queria acreditar, ele..

- E nos percebemos que o corte foi provocado por uma faca e não pareceu ter sido acidente, nos ligamos para a policia, se voce poder esperar para responder algumas perguntas - eu a olho

- Você quer dizer que ele foi esfa--faqueado ? - não, não, quem iria fazer isso com ele, claro ele fazia apostas, mas a minha mãe pagava e ate agora não tinhamos sido ameaçados por nenhum deles

- Sim, mas ele está bem, só esta dormindo - Fui ate o centro de atendiamento e peguei as informaçoes de onde o meu pai estava,e fui em direção ao quarto dele, mas parando na lanchonete, estava com fome, tinha esperando muito tempo por noticias dele, quando vou pegar o ultimo suco, vejo outra mão tambem pegar.

- Pode ficar - eu digo olhando para ele... Chanyeol ?

- Baek... oi, o que voce ta fazendo aqui algum problema ? - ele diz me olhando, estava preocupado

- Não, só aconteceu algumas coisas - eu falo dando um sorriso forçado

- não parece que aconteceu algumas coisas - fala olhando pra mancha grande de sangue na minha roupa - mas, tudo bem, se você não quer falar - ele fala dando um sorriso, por que sera que a voz dele me tranquiliza ? o sorriso tambem fala como se tudo fosse ficar bem, era como se ele emitisse uma aura de esperança

- Mas o que você ta fazendo aqui ? - eu pergunto, ele não parecia estar bem, ele sorri, então fala

- Você não tava lá para me proteger- ele me olha com aquele sorriso, tinha entendido na hora, o que ele quis dizer com aquilo

- Eles bateram em você ? - do nada deu vontade de ir atrás dos garotos e baterem neles... eu não sou assim

- Sim, tudo bem, afinal eu pude ver você de novo - ele diz me olhando

- É verdade ... - por que diabos eu estou constrangido ? - De qualquer maneira, pode ficar com o suco - digo balançando o suco para ele

- não, não... você  precisa mais disso do que eu - ele diz

- obrigado - digo pegando, por que eu estou assim ? ele só quer ser meu amigo

- Bom eu preciso ir, se não as enfermeiras vão vir as enfermeiras me procurar e isso não vai acabar bem para mim - ele diz sorrindo e correndo na direção oposta ao quarto do meu pai

O som da voz dele era realmente interessante. Vou ate o quarto do meu pai, ele estava dormindo no sono profundo, eu estava cansado, tinha respondido às perguntas dos policias. Olho o horário e percebo que já havia começado o radio, quando ligo, não era ele falando, era outra pessoa, vejo direito, mas estava no ponto certo! O que aconteceu ? Tiro os fones e desligo o meu telefone da radio, por que eu acho que hoje estou bem, como se ja tivesse ouvido a voz dele. Minha cabeça estava com bastante coisas e ja doia muito, olho mais uma vez para o meu pai, ele estava lá e não estava me batendo ou gritando comigo, só estava la... e doia saber que era só por que ele estava doente.