Yoongi estava esperando que o expediente acabasse para finalmente ir até a sala de Jimin.
Seulgi não se afastava mais dele e, depois do jantar que tiveram com a equipe da empresa, a jovem havia ficado um pouco chateada quando o chefe não retornou para a mesa em que estavam.
Mesmo assim, Seulgi não perdeu tempo. Jimin poderia ter ido deixar Yoongi em casa, mas transferiu uma boa quantia em dinheiro na conta dela para que pagasse pelo jantar e as bebidas.
Era um sinal de confiança, ela pensou e aquilo a fez criar um pouco mais de expectativas de que o alfa poderia realmente querer algo com ela.
Jimin havia deixado, inclusive, seu terno no banco em que estava sentado. Ela o recolheu e levou para casa, lavando-o e depois o levou para a empresa, para entregá-lo ao alfa.
— Não precisava, eu nem percebi que tinha deixado lá — Jimin disse, mas ela fez questão de entregar o terno a ele, ainda assim.
— Deve ter muitos, mas não queria deixar lá — Seulgi comentou. — Está limpo, se quiser usá-lo.
— Oh, claro, claro. O meu está empoeirado por causa da construção que fui checar hoje cedo.
A moça assentiu e viu o alfa levantar, colocando o terno sobre os ombros e o ajustando.
— Está bom assim?
— Espere um pouco, eu ajudo — ela se ofereceu e foi para onde Jimin estava, arrumando o tecido sobre seus ombros. — Assim, agora está perfeito.
Seulgi sorriu, ainda perto dele e Jimin mal percebeu que o cheiro impregnado na roupa limpa era tão parecido quanto o perfume que Seulgi usava.
Um barulho na porta e eles viraram na direção da mesma, imediatamente, era Yoongi.
— Estou atrapalhando? — o ômega perguntou e Jimin deu a volta na mesa no mesmo instante.
— Claro que não, hyung. Acredita que eu deixei meu terno no restaurante aquela noite? Seulgi trouxe para mim.
— Ah, sim. — Yoongi olhava para ela e a menina o cumprimentou, mas logo deixou a sala.
Ao passar por ele, Yoongi notou que o cheiro da mesma estava mais acentuado e os olhos pequenos foram diretamente para o terno que Jimin vestia. Ela o estava marcando.
— Pode tirar esse blazer?
Jimin olhou para si mesmo, tinha acabado de vesti-lo, mas o fez sem pensar duas vezes.
— Tem algo de errado com ele?
Yoongi apertou o nariz, fingindo estar com o nariz coçando.
— O cheiro está me causando vontade de espirrar.
— Uh, será alergia?
— Pode ser. — Ele colocou a sacola de papel que havia trazido em cima do sofá.
— O que é isso, hyung? — Jimin se aproximou dele e Yoongi deu de ombros, sentando-se.
— Suas roupas. Trouxe da lavanderia.
— Não precisava ter lavado. Eu gosto de sentir seu cheirinho.
Jimin sentou ao lado dele, de modo que conseguisse olhar para Yoongi de frente.
— Preciso falar com você sobre isso também…
— Hyung, não…
— É sério, Jimin. Não podemos ficar juntos toda vez que der vontade. Isso vai atrapalhar você, também vai interferir nos nossos planos. Quanto tempo acha que vai levar para dizerem que eu sigo na sua cama para conseguir o que eu desejo?
— Isso seria baixo demais, até mesmo para eles.
— Tem certeza? Kang está empurrando a filha dele para você.
— Seulgi? — Yoongi assentiu. — Ela é legal e prestativa, mas é só isso, não vejo nada de interessante nela.
— Você não tem que me dar explicações — ele disse, ainda que parte dele ficasse feliz em ouvir isso. — É sua vida, eu não tenho nada a ver com isso.
— Achei que fosse meu melhor amigo, mas até para isso você deixou de vez o barco?
— Bobo — falou, bagunçando o cabelo do loiro. — É só que… se continuarmos na cama um do outro, isso vai ser bem mais difícil para mim.
— Você não gostou da última vez?
Yoongi corou ao ouvir a voz grave do alfa e sentiu a região de sua marca queimar.
— Claro que eu gostei, mas isso não pode ficar acontecendo.
— Eu não vejo problema nenhum, hyung. Gosto de ficar com você.
Yoongi fechou os olhos quando sentiu Jimin tocar sua mão e empurrar seu nariz na bochecha dele.
Depois de saírem do bar naquela noite, Jimin passou o caminho inteiro dizendo a Yoongi sobre o quanto ele estava com saudades. O ômega também estava morrendo de saudades dele por dentro, mas precisava ter cuidado para não acabar apegado demais ao mais novo e depois não conseguir deixar o alfa de vez.
Ele lembrava de como Jimin havia tirado a camisa sem cerimônias, deixando a roupa usada em cima da cama e indo para o banheiro se lavar. Yoongi recolheu cada peça, sentindo o aroma que vinha delas e ele adorava o jeito como o cheiro do Park se acentuava quando ele bebia.
Jimin andava pela sua casa apenas de roupão, como quando ainda estavam casados e dividiam os espaços como um só. Ele não precisava de permissão para se jogar em sua cama, nem para pegar o controle da televisão.
— Não vai se deitar também? — Jimin perguntou ao vê-lo abrir o notebook e sentar perto da janela.
— Ainda não. Tenho um projeto para vistoriar na segunda e…
— Hyung — Jimin o chamou, sentando na beirada da cama. — Eu sei que quer dar o seu melhor, mas é sexta-feira. Está tarde. Por favor, venha descansar.
Yoongi se sentiu tentado e não conseguiu conter sua vontade de ir até ele. Era o alfa o chamando e, com ou sem marca, seu ômega ainda o respondia de alguma forma.
— Tudo bem, você venceu.
Jimin sorriu para ele e se afastou, tirando o roupão e deitando na cama, sem roupa alguma.
— Jimin. É sério? Vai dormir pelado?
O alfa deu de ombros, vendo o rosto e as orelhas do ômega ficarem vermelhos.
Yoongi apertou a ponte do nariz e se deu por vencido. Tirou seu próprio robe e deitou ao seu lado. Yoongi estava de pijama, coberto dos ombros aos tornozelos.
— Você tem sentido frio à noite? — Jimin perguntou, pois Yoongi sempre estava buscando seu corpo no meio da noite.
— Às vezes. Mas eu uso cobertores extras.
Jimin não disse nada, mas ele sentia falta do nariz arredondado do ômega enfiado em seu peito. Ele amava proteger Yoongi, cuidar dele, e aquele tempo longe não o permitia fazer nada disso.
— Você já quer dormir?
Yoongi olhou para ele. Jimin parecia querer falar enquanto o olhava.
— Quer me dizer alguma coisa, Jiminie? Diga de uma vez, não há porque preparar terreno, somos nós.
— Quero ficar com você, hyung.
Yoongi soprou uma risada.
— Ah, vai se catar.
O ômega virou de costas, ainda sorrindo, mas Jimin falava sério e quando Viu Yoongi virar de costas para ele, ele se aproximou, segurando a cintura do ômega e o fazendo tremer.
— Hyung, estou falando sério.
A respiração de Jimin tocou seu pescoço e o alfa beijou seu ombro descoberto.
— Hyung… — Jimin murmurava manhoso e Yoongi fechou os olhos, tentando controlar o fogo que se desenvolvia dentro dele. Seu lobo agitado respondia ao outro antes dele mesmo o fazer. — Hyung, você também me quer?
O ômega entreabriu seus lábios, soltando uma respiração pesada e a mão de Jimin já passeava pelo corpo dele, fazendo-o se contorcer e ofegar, enquanto o mais novo chupava sua pele lambia cada lugar que alcançava.
— Quero — respondeu engasgado, sentindo Jimin o virar no colchão, olhando para ele de cima, em sua cama, e seus lábios se chocaram em um beijo apressado e desejoso.
Yoongi o permitiu tocar e sugar todo o corpo excitado, com as mãos e com a boca, fazendo Jimin rosnar ao ter seu cabelo puxado quando Yoongi o queria em cima, já sem roupas.
O queria dentro dele, tomando-o para si, para depois fazer o mesmo com ele.
Jimin não poupou esforços em deixá-lo satisfeito e quando já tinha gozado deixou que Yoongi também o reivindicasse para ele.
O alfa sentia suas presas afiadas, mas mantinha os dentes bem cerrados, escondidos em sua boca, para não marcar Yoongi novamente. Era o que ele queria, ao final de tudo, mas não faria sem que Yoongi também quisesse.
Eles acabaram dormindo até a tarde do dia seguinte e quando despertaram, era como estar casados de novo.
Os beijou que Jimin dava em seu rosto o fizeram despertar e Yoongi se afastou dele no sofá em que estavam.
— Não começa com isso. Nós dois não conseguimos nos controlar.
Jimin riu com a afirmativa, era bem verdade que não conseguiam evitar estarem juntos sempre que podiam.
— E que mal há nisso?
— Para início de conversa, estamos no trabalho — Yoongi respondeu e se levantou.
— Já fizemos muitas coisas no trabalho.
Yoongi riu, mas negou com a cabeça, apontando para Jimin.
— Pare. Última vez e não vai mais se repetir.
O alfa riu, vendo o mais velho deixá-lo sozinho ali.
Ele abriu a sacola de papel que Yoongi havia levado, conferiu as roupas que o ômega tinha deixado e notou que um agasalho cinza estava faltando. O preferido de Yoongi, que era de Jimin, mas o ômega já tinha roubado.
Eram aquelas pequenas coisas que o faziam acreditar que ele ainda tinha chances.
[...]
Yoongi estava prestes a sair da empresa quando ouviu uma voz chamando seu nome. Ele olhou para trás e encontrou Lee Kihyun acenando para ele.
— Sr. Lee — disse educadamente, e o alfa se curvou para ele.
— Yoongi-sshi. Eu soube que está com um projeto de um prédio novo em suas mãos, mas gostaria de saber se teria algum tempo para ajudar um colega de trabalho menos eficiente do que você.
Yoongi riu dele e coçou a orelha, ficando envergonhado.
— O que é isso? Precisa de tanto para me pedir um favor? No que quer que eu ajude?
— Apenas alguns conselhos sobre como posso melhorar meus projetos. Teria algum tempo para jantar comigo? Prometo não incomodá-lo por muito tempo.
Yoongi pensou. Lee era um alfa comportado na maior parte do tempo, a não ser pelo último brinde naquele jantar excêntrico, mas seria bom ele passar a credibilidade de estar na posição de instruir outros membros da empresa, criar aliados e manter sua imagem bem colocada.
Precisava começar a dar seus próprios passos, sem estar à sombra de Jimin.
— Podemos na quinta? Eu acho que posso sair mais ced-o.
— Quinta é ótimo. Pego você às 22H?
Yoongi piscou, sem entender o porquê daquele horário.
— Às 22H? Não podemos ir direto do trabalho?
— Eu prefiro passar em casa antes. Também será melhor se eu reservar uma boa mesa, não acha?
— Vai com calma, Lee — ele notificou com educação.
— Um jantar de negócios, certo? Para tirar suas dúvidas e dar algumas dicas.
— Claro, Sr. Min.
Lee sorriu e acenou, dando meia-volta dali.
Yoongi notava que sempre que Lee Kihyun se referia a ele, usava seu sobrenome de solteiro, e Yoongi gostava daquilo.
Além de não tratá-lo como alguém que não tinha valor, reconhecia o quanto ele era experiente e inteligente. Kihyun era um alfa que não precisava ouvi-lo, mas ainda assim, ele queria.
Lee poderia ter se juntado ao grupo que, assim como Kang, preferia que Jimin continuasse na presidência da empresa, mas ele reconhecia que Yoongi era mais eficiente no ramo.
Talvez se conseguisse trazer ele para o seu lado, Yoongi conseguisse apoio de mais alfas também.
— Jantar? Com Lee Kihyun?! — Jimin perguntou, incrédulo. — Você aceitou sair com ele?
Yoongi deu de ombros, estavam na sala do Park, depois de Yoongi entregar a ele um relatório semanal para ser revisado.
— É só um jantar, qual o problema?
— Não é só um jantar para ele, Yoongi.
— Como você sabe?
— Porque eu sei como a mente de um alfa funciona!
— E como é? — o Min perguntou, divertindo-se em ver o Park tentar explicar para ele.
Jimin levantou, andando pela sala enquanto tentava se desestressar, Yoongi cruzou os braços e esperou.
— Você vai pensando que ele está interessado na sua inteligência, mas a verdade é que ele está pensando no que estar interessado na sua inteligência pode dar para ele.
Yoongi tombou a cabeça para um lado.
— E você acha que eu vou cair nessa?
O alfa ficou sem reação.
— Não.
— Ah, não? Então por que está preocupado? Acha que eu vou cair num papinho desses ou acha que eu não posso colocar ele no lugar?
Jimin negou com a cabeça.
— Eu fui casado com você por três anos, Yoon. Sei muito bem do que você é capaz.
— Então?
— Esquece o que eu falei. Você sabe se virar. Se precisar, você vai saber o que fazer.
Jimin cruzou a sala e foi até ele.
— Mas se ele passar dos limites, você pode me chamar.
Yoongi assentiu.
— É, eu sei. Agora eu preciso ir.
O ômega passou a mão no cabelo loiro e o arrumou. Jimin queria que ele ficasse um pouco mais ali.
Porém, Yoongi saiu mais uma vez.
Jimin suspirou, rosnando alto.
— Não posso deixar isso acontecer — declarou, já pensando no que poderia fazer.
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