História I Like Me Better - Camren - Prologo

P.O.V  Camila

FLASHBACK ON

Eu estava na escola tentando prestar atenção no que o professor explicava sobre uma conta de matemática, mas eu não conseguia focar, uma que não era a minha matéria favorita e outra que eu estava com medo de acabar passando mal na sala de aula. Eu não queria passar por uma mico, o meu estomago está bem enjoado e desde ontem venho vomitando bastante mas como eu teria prova hoje então tive que vir para a escola. Preferia ter ficado em casa mas como não acordei vomitando, achei que eu tivesse bem e os meus pais também acharam. O bom era que é a ultima aula do dia, mas parecia que o relógio estava de mal de mim de tão lento que passava os ponteiros. Cada vez mais o meu estomago embrulhava, minhas mãos suavam enquanto eu segurava firme o lápis e tentava de todos os jeitos focar no professor. Eu tenho quinze anos, faço parte da aula de musica que é extracurricular aqui na escola, eu amo cantar e tocar violão. Meu pai me pôs nas aulas de violão desde os meus cinco anos de idade, meu sonho é ser cantora, só estou esperando terminar acabar o colegial e quero me dedicar nessa carreira.

Também estou apaixonada por meu namorado, Noah Centineo, ele é tão carinhoso e gentil comigo que me deixa toda boba, me trata como uma verdadeira princesa. O sinal bateu indicando que acabou a aula e que graças a Deus, eu poderia ir embora. Coloquei todas as coisas em minha mochila, coloquei nas minhas costas e sai rapidamente daquela sala, não aguentando ficar nenhum minuto sequer. Avistei minhas três amigas me esperando em frente a porta mas o enjoo dessa vez veio mais forte, eu as ignorei e corri para o banheiro da escola, se eu esperasse mais um pouco, acabaria vomitando no chão. Por sorte cheguei a tempo e despejei tudo que estava em meu estomago para a privada do banheiro.

- Chancho? – É a voz de Dinah, ela batia na porta da cabine – Você está vomitando?

- Mila, abre, deixa nós te ajudar – Dessa vez é a Ally.

- E-espera – Seguro firme em minha barriga, ela doía de tanto que forcei naquele vomito.

- Você está bem? – Normani perguntou com cautela, as três pareciam bem preocupadas.

- A-agora sim – Abri a porta da cabine e fui até a pia, lavei minha boca querendo tirar aquele gosto.

- Você está pálida desde que chegou – Dinah pontuou – O que está havendo?

- Eu não sei – Grunhi irritada – Desde ontem estou vomitando assim.

- Pode ser virose – Ally tentou deduzir.

- Hum...Mila – Normani me chamou, faço um som nasal enquanto me olhava no espelho. Eu estou horrível – Nas férias você saiu muito com o Noah?

- Sai algumas vezes – Me virei para olha-las – Porque?

- Rolou algo a mais do que beijos? – Dinah arqueou a sobrancelha.

- Eu já ia me esquecendo de contar a vocês – Sorri levemente – Nas férias aconteceu a minha primeira vez, o Noah foi tão amorzinho comigo, se preocupou com cada detalhe.

- Usaram camisinha? – Ally arqueou a sobrancelha.

- Sim – Suspirei.

- Eu não confio naquele paspalho – Dinah rosnou baixinho – Vamos no hospital Chancho, você querendo ou não.

Eu nem tive como argumentar, eu não poderia estar gravida, Noah usou a proteção e foi tudo certo, o que poderia acontecer? Apesar de que notei o plástico daquela coisa ser meio velho, não, isso não poderia acontecer, eu sou muito nova. Dinah me arrastou pela mão enquanto as outras nos seguiam com expressões abismadas, ele usou proteção, porque isso iria acontecer? Eu comecei a namorar com o Noah desde que fiz quinze anos, falta pouco tempo para eu completar dezesseis. Ele é do tipo jogador da escola, não sei como consegui arranjar um cara desses mas ele é simplesmente lindo e se diz apaixonado por mim. Meus pais não aceitaram muito bem já que ele tem dezessete anos, mas idade não se importa, o mais importante é que estamos apaixonados.

- Ei taxi – Dinah assoviou.

- Eu não tenho dinheiro, DJ – Resmunguei – E outra, eu não preciso ir ao médico, não estou gravida.

- Você tem que fazer os exames – Normani explicou – Precisa ver o que você tem.

- Gente, como vamos ser atendidas? Somos de menores – Ally parecia a que mais pensava – Precisamos de alguém adulto.

- Sem problemas, mandamos eles ligarem para a tia Sinu e o tio Ale.

[...]

Lá estava eu sentada na cadeira de espera e batendo os pés freneticamente no chão, como foi previsto, a recepcionista não quis nos atender e ligaram para os meus pais pedindo que viessem aqui. Dinah, Ally e Normani tentavam me distrair mas eu estava nervosa demais, o que os meus pais iriam pensar de mim? Estava pensando neles quando os vi vindo em minha direção, ambos com a cara fechada mas assim que me viu abriram um leve sorriso e me puxaram para seus braços, pareciam querer me esmagar. Meu pai me analisava de cima a baixo enquanto a minha mãe me mantinha contra ela.

- O que você tem hija? – Minha mãe perguntou preocupada.

- Estou com enjoo ainda – Faço biquinho.

- Como vieram parar aqui? – Meu pai questionou olhando para todas nós.

- Estava passando um taxi e eu chamei por ele – Dinah contou – Eu tinha dinheiro e paguei pela corrida.

- Fez o certo – Alejandro sorriu agradecido – Filha, você vomitou na escola?

- Sim papa.

- Parentes da Camila Cabello? – Um doutor se aproximou, meus pais assentiram – Bom, como ela está acompanhada de responsáveis, podemos fazer os exames agora.

- Boa sorte Mila – Ally deixou um beijo em minha bochecha.

- É, boa sorte – Normani me abraçou e por ultimo foi a Dinah.

- Vai dar tudo certo.

[...]

Meu pai tocou a campainha impacientemente, enquanto a minha mãe segurava em meus ombros e eu? Estava derramando lagrimas, soluços escapavam por minha boca e sentia os meus lábios trêmulos pelo choro copioso. Me encolhi totalmente, queria gritar e fugir de todo mundo pela noticia que recebi naquele hospital. Como eu posso ficar gravida com essa idade? Mas sabe o que foi mais cruel? Ver a cara de decepção do meu pai e da minha mãe, ambos ficaram em choques naquela sala quando escutaram o resultado do exame, eu cai em prantos como estou nesse momento, eles até agora não me passaram nenhum sermão mas aquele clima frio e triste acabava comigo. Estamos em frente a casa do meu namorado para contar sobre a gravidez, Noah tem que assumir, ele é o pai da criança.

- Boa tarde senhor e senhora Cabello – Noah que abriu a porta e sorriu para mim – Oi meu amor.

- Se eu pudesse, te dava uma surra – Meu pai o pegou pela gola e o empurrou até as costas colidirem com a parede – Seu nojento!

- O que eu fiz?

- Nasceu – Meu pai falava com a voz firme e com ódio – Como ousa relar na minha filha?

- Mas...

- Sabia que existe proteção? – Meu pai cuspiu as palavras – SABIA?

- C-claro que eu sei senhor – Noah se encolheu contra a parede.

- Então porque não usou com a minha filha?

- Pai, mas ele usou – Me intrometi.

- Calada.

- Alejandro! – Minha mãe o repreendeu.

Chorei mais ainda querendo sair daquela situação, meu pai parecia um monstro naquele momento e o Noah não reagia, apenas se encolhia cada vez mais assustado. Minha mãe continuava atrás de mim com suas mãos em meus ombros. Meu namorado me buscou pelos olhos e abaixou a cabeça para só então ergue-la com um olhar indecifrável, me estremeci toda.

- Camila está gravida?

- Adivinha? – Meu pai riu amargamente.

- Eu não vou assumir essa criança – Noah disse com certa raiva e me olhou – Não adianta Camila, essa criança não é minha.

- Noah...

- Vocês podem fazer o que quiserem – Noah se afastou do meu pai – Eu to nem ai, quem mandou abrir as pernas para mim?

- Garoto! – Meu pai tentou avançar mas se conteve.

- E-eu não acredito nisso – Chorei desesperadamente com o que eu ouvi – Pensei que gostasse de mim.

- Gostar é uma coisa, assumir é outra.

- Tudo bem – Meu pai virou as costas – Vamos, meus amores.

- Desculpa pai – Pedi com a voz falha – Eu sou uma idiota em acreditar num babaca como esse, eu mereço morrer.

- Não diga isso hija – Meu pai me abraçou – Desculpa por ter brigado com você, nós vamos criar bem esse bebê.

FLASHBACK OFF

Desabei no choro me lembrando do que aconteceu anos atrás, a amargura se misturando com o que aconteceu hoje. Fui despedida, como vou manter a casa com a minha filha? Eu só queria dar uma boa faculdade para a minha filha que agora tem dezoito anos e se chama Veronica, mas aqui estou eu, em casa, segurando uma taça de vinho e tentando afogar minhas magoas. Noah nem quis manter contato, nem me procurou depois daquele dia e nem quer saber da filha, mas é melhor assim, eu posso criar minha menina, eu não preciso de homem algum. Seguro no porta retrato que tem em cima da mesinha ao lado da cama, é a foto da Vero, ela sorria para a câmera, ela não merecia tudo isso.

- MAMÃE QUERIDA, MEU CORAÇÃO POR TI BATE, COMO UM CAROÇO DE ABACATE – Escutei sua voz escandalosa soar pela casa que antes estava em silencio – Onde está a minha mãe gostosa?

- Aqui – Minha voz saiu rouca de tanto que eu chorei.

- Oi mama – Vero abriu a porta e arregalou os olhos – Estava chorando?

- Oi meu amor – A chamei pela mão, minha filha se aproximou e se jogou ao meu lado na cama – Tenho que te contar um negocio.

- O que mãe? – Vero segurou em minhas mãos.

- Fui despedida – Funguei.

- Não fique assim – Vero me abraçou com força – Vai dar tudo certo, eu vou trazer dinheiro para casa.

- Me desculpa por isso, eu sou uma péssima mãe.

- Não mama – Vero segurou em meu rosto – Você é a melhor mãe do mundo, é linda, gostosa e uma latina da porra.

- Olha a boca...

- É verdade e eu te amo – Vero me abraçou – Mama, amanha vou no estúdio de fotografia para fazer a entrevista de emprego.

- Estou orgulhosa de você, meu amor.

- Eu estou nessa com você mama, estamos juntas.