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História I-marcável - Prólogo.


Escrita por: Ocean-

Notas do Autor


Olá.
É, é isso mesmo que vocês viram: eu vou escrever uma longfic.
É um projeto bastante diferente de tudo que eu fiz até agora, por isso peço paciência, e muito amor :(
Tenho uns recadinhos pra dar, então leiam as notas finais, ok?
Qualquer erro, me perdoem. Eu revisei, mas algumas coisas sempre passam.

É isso.
Boa leitura!

Capítulo 1 - Prólogo.


“So build your castles in the air.

You’re a choice millionaire”.

 

BaekHyun não sabia bem ao certo onde se encaixava. Não que houvessem tantos nichos na sociedade para que ele tivesse certo poder de escolha, afinal, depois do Apocalipse, a padronização se tornara um dos principais meios para evitar quaisquer conflitos, então todos, incluindo BaekHyun, usavam as mesmas roupas cinzas, as mesmas máscaras de proteção azuis escuras, tinham os mesmos horários, e apesar de exercerem funções diferentes, as vezes até estas pareciam ser extremamente iguais.

A virada do ano 3000 havia sido bem mais caótica do que a do ano 2000. Enquanto no último dia de 1999 o medo geral era que as profecias da Bíblia se cumprissem e o mundo finalmente sofresse o tão famoso Juízo Final, no primeiro dia de 3000, o mundo realmente quase acabou. As bombas nucleares chegaram à um ponto de desenvolvimento tão grande, e o orgulho humano igualmente, que, diferente das outras duas Guerras, a Terceira Guerra Mundial foi realmente mundial: não houve um continente sequer que não tenha sofrido pela radiação. Os únicos pedaços de terra ainda “habitáveis” constituíam-se de parte do que antes chamava-se de Euroásia: Rússia, China, as Coréias e o Japão. E, sim, “habitáveis”, porque o uso das máscaras de purificação era obrigatório nas ruas, e dentro de cada casa, ambientes de trabalho, ou qualquer ambiente fechado, também era obrigatório um purificador de ar, para que o uso das máscaras não se tornasse necessário, e assim as pessoas pudessem ao menos conversar.

E, mesmo assim, a máscara de BaekHyun jazia inutilizada ao lado dele, na calçada à frente de sua casa, enquanto ele encarava o céu cinzento de sempre. Não sabia onde se encaixava, mas tinha certeza absoluta que não era entre aquela massa de pessoas vestidas de cinza e com o rosto tão coberto que mal se olhavam, mal se reconheciam. Perguntava-se constantemente se a vontade de lutar havia morrido junto com o alaranjado bonito do pôr-do-sol, que só via nos livros, porque até o céu agora era constantemente cinza.  A guerra não havia retirado só coisas materiais, apesar das bombas serem físicas. A pior bomba explodia no interior de cada um, dia após dia, matando qualquer cor que a humanidade um dia conheceu.

― BaekHyun... ― A voz conhecida tornou-se presente, e mesmo abafada pelo som irritante da máscara de purificação, o garoto de cabelos negros sabia a quem ela pertencia. Não foi preciso mais do que um olhar de “aviso” para que ele pegasse a máscara do chão, não a colocando no rosto, mas, em compensação, virou-se para a porta de casa, na indicação de que também entraria.

A irmã de BaekHyun fez todo o processo de abrir a porta, que não tinha chave ou cadeado alguma, uma vez que era uma sociedade “sem riscos”, então tudo que havia para ser feito era girar a grande maçaneta que lacrava a porta de ferro, tudo feito nos mínimos detalhes para que nenhum ar poluído pudesse entrar constantemente em contato com o interior das casas (porque todas, sem exceção, era assim), e era exatamente por isso que o tempo limite para que ficasse aberta era de dez segundos, por isso ambos de apressaram para dentro da casa, e BaekHyun escutou o barulho característico do purificador de ar. Era ainda mais irritante que o das máscaras.

― Isso é injusto... ― Agora a voz macia de Sulli já não era abafada pelo metal da máscara, e o sorriso de lábios cheinhos dela era reconfortante demais para o garoto mais novo. ― Nós dois trabalhamos para a Trindade, e mesmo assim você fica sem nada para fazer o dia todo, quando eu não paro quieta um segundo sequer? ― A risada de ambos foi relaxada, e era nesses momentos que BaekHyun sabia que não era o único que só conseguia ser ele mesmo quando não estava sob o olhar de tudo e de todos, misturado na multidão.

― Vamos lá, Sulli, pense um pouco. Eu sou o chefe do exército em um país sem conflito algum, posso me dar uma folga sempre. ― Rebateu, divertido, sentando-se à mesa enquanto observava os passos de sua irmã, que tirava a refeição da geladeira e a esquentava precariamente no fogo. Não precisava perguntar o cardápio, era sempre o mesmo: papa de arroz com sangue de alguns animais e ervas específicas. Nojento, mas tudo que Baekhyun já comera na vida, já que era a única fonte de vitaminas necessárias para sobreviverem, tudo em porções minúsculas, nada além do suficiente. ― E eu não entendo o porquê de você se cansar tanto, se a Grande Máquina só quebrou uma única vez.

E então, comeram em silêncio. BaekHyun xingou-se mentalmente por isso, afinal, era sempre assim. O erro da Grande Máquina era um assunto extremamente delicado para qualquer habitante dos Três Países, e para sua família era ainda pior. Sulli era atualmente responsável pela supervisão da máquina, exatamente no setor em que o erro acontecera: o dos nascimentos.

Não havia muito o que fazer para quebrar o silêncio que se instalara na cozinha, e o toque de recolher já estava próximo demais para que o garoto conseguisse burla-lo para vagar nas ruas até se cansar, então, ainda sem dizer nada, recolheu as tigelas pequenas, junto com os copos de dose diária de água, e lavou-os. Toda manhã, os potes e os copos deveriam estar na porta de sua casa, para que assim os Alimentadores substituíssem os vazios por novos, com as porções suficientes para um dia. Tudo era bastante racionado e organizado, e isso talvez irritasse mais ainda o militar, que tinha vontade de explodir essa bolha de perfeição com a ponta pontiaguda da espada que nunca usara para absolutamente nada. Assim que terminou os afazeres, pensou em ir para a sala, mas era o horário da transmissão diária, que não fazia nada além de “endeusar” completamente o governo da Trindade, repassando de novo, e de novo, todos os dias, como Os Três salvaram a humanidade. E, essa história, Baekhyun já sabia de cor. Os Três eram, basicamente, os líderes mundiais, responsáveis pelas três partes do continente ainda habitado, que era dividido imaginariamente em três partes: O Primeiro País, o Segundo País, e o Terceiro País.

O Primeiro País, era a parte norte do continente, que cuidava primordialmente da tecnologia e medicina, cujo líder era SuHo, o mais velho dos Três, já que assumiu o posto assim que a morte de seu pai foi anunciada; O Segundo País, parte central, tinha como responsabilidade a distribuição de alimentação e a fabricação dos mecanismos de purificação, tendo como líder Kai, o mais bonito entre os Três, e também o mais jovem; Já o Terceiro País, onde Baekhyun morava, praticamente girava em torna da Grande Máquina, que não só purificava o ar, como utilizava a energia dos Três Líderes para manter o países nos eixos. Seu líder era LuHan.

A Trindade, ou seja, SuHo, Kai e LuHan, eram espécies de xamãs modernos. Com a devastação pela Guerra, uma das soluções feitas pelos primeiros líderes mundiais fora a retomada do contato com a magia e com a natureza (é claro que de forma privilegiada), então todos os líderes que assumiam seus postos deviam ser magos estudiosos e sábios. Nem sempre os que assumiam eram filhos dos líderes passados, nesta geração apenas SuHo encaixava-se nesta herança, os outros dois eram escolhidos por suas habilidades e afinidade com a terra e tudo que a cerca.  E, apesar de ser um destino nobre, também era dolorido, já que dos sete dias da semana, dois deles os lideres passavam ligados espiritualmente à Grande Máquina, que usava de toda a magia e conhecimento deles para funcionar.

E era exatamente isso que enalteciam toda noite na transmissão obrigatória, era isso que comemoravam todo primeiro dia do ano, era essa a grande vitória dos sobreviventes. Mas Baekhyun não conseguia vibrar e se emocionar com algo tão dolorido. Não era justo, nunca fora, e comemorar toda uma saga de sofrimento, que não havia sequer cessado, era mais hipocrisia do que o jovem conseguia aguentar. Porque ele, mais do que ninguém, sabia que não era uma sociedade perfeita. Ele sentira na pele.

 

 

҉

 

 

A manhã havia, certamente, começado estranha. BaekHyun acordara bem mais cedo que o normal, desperto pelos passos apressados de Sulli pela casa, e por sua voz, sempre tão doce, um pouco alterada por falar em um volume bem mais alto que o normal, à uma voz desconhecida por si, que também vinha da sala. Não se deu o trabalho de trocar de roupa, afinal, para si, os pijamas e as roupas de trabalho pareciam exatamente iguais, então apenas partiu para o local da discussão calorosa, encontrando sua irmã mais velha sentada em dos sofás, de frente para si, visivelmente tensa. O sofá da frente era ocupado por um estranho, e por enquanto, tudo que BaekHyun conseguia visualizar eram seus cabelos loiros, e sua figura alta e esguia, o fazendo erguer automaticamente as sobrancelhas.

― Como eu disse, não houve erro algum. É apenas um mito. ― Ouviu sua irmã dizer, após olhar para si por um longo tempo, e era o sinal que o garoto precisava para entender que não era bem vindo ali, naquela situação, naquele assunto. ― Como representante da mídia dos Três Países, Kris, eu esperava que quisesse documentar mais do que um boato.

― Boato? Não é o que dizem, e, como Mantedora principal, você sabe disso. ― Rebateu a voz grave e ríspida da figura intrusa em sua casa, e o olhar alerta de Sulli denunciava que ela sabia que a boca de seu irmão se abriria a qualquer momento. Afinal, era sobre ele que falavam. ― Além do mais, o quê há para se reportar sobre um país sem erros?

― Um país sem erros? ― E a voz melodiosa de BaekHyun se fez presente, no tom sarcástico que poucos ainda sabiam como usam, num país de tons amenos e cabeças baixas. ― Por que você não documenta a escassez cada vez maior de comida, por exemplo? Ou a dificuldade de relacionamentos interpessoais, já que utilizamos essa maldita máscara o tempo inteiro, sem a chance de sequer reconhecer pessoas nas ruas? Ou, talvez, não tenha chegado aos seus ouvidos os boatos de que essa perfeição é só uma farsa, certo? ― Despejou tudo de uma vez só, com o olhar felino grudado no rosto de Kris, que agora olhava para si como se o examinasse por completo, e não esperou pela resposta, porque sabia que esta não viria, então apenas virou-se, caminhando de volta para seu quarto, e caminhando até a cama novamente, obrigando-se a dormir, como se dessa outra chance para o dia começar, sem erros. De erro, afinal, já bastava toda a sua existência. Porque, as pessoas não sabiam ainda, mas o erro da Grande Máquina e BaekHyun eram uma coisa só.


Notas Finais


Então.
Espero que eu tenha explicado tudo certinho. Sei que ainda existem muitas questões, mas ao longo dos capítulos vocês vão entender direitinho como funciona tudo nessa sociedade, e principalmente a real função da Grande Máquina.
Ok, antes de tudo: NÃO VAI TER LEMON. Gente, se vocês derem uma chance pra história, vocês verão que não cabe um lemon aqui. Vai ter insinuação de sexo? Sim. Mas se vocês só gostam de fanfics com um lemon bem escrito e explícito, eu sinto muito decepcionar vocês. Espero que mesmo assim apoiem essa história.
O plot é extremamente detalhado e tem que ser bem trabalhado, por isso, as vezes eu posso atrasar o capítulo. Eu sou muito perfeccionista, e sendo esta minha primeira tentativa de longfic com essa temática, espero que entendam que eu PRECISO passar meu melhor pra vocês.
Os capítulos sempre vão começar com um trechinho de música (90% das vezes, da minha banda favorita) então, se quiserem escutar, sintam-se a vontade!
Qualquer dúvida, QUALQUER UMA, qualquer crítica, os comentários estão ai, as mensagens privadas também. Não tenham medo, ok?

Obrigada!


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