Me sento no banco do ponto de ônibus e assim me escondo da chuva, da intensa chuva que caía sem sessar, muitas pessoas odeiam a chuva, mas eu adoro quando chove. Pode parecer estranho mas a chuva me acalma, o barulho da chuva me deixa tranquilo e sentir as gotas de água molhando cada centímetro do meu corpo, me faz me sentir vivo. Aqui sempre está chovendo, principalmente nessa época do ano.
Olho ao meu redor, ninguém está andando pela rua, ninguém nas lojas, nenhum carro. Nada, completamente vazio. Continuo a olhar ao redor, mas diferentemente da primeira vez, agora não está mais tão vazio há uma sombra, alguém se aproximando lentamente. Quem é? Quando ele se aproxima mais, com seu guarda-chuva preenchido de diversas cores, eu vejo que é um garoto, um belo garoto de cabelos verdes e olhos da mesma cor. Eu me pergunto se são escuros assim, ou é apenas a escuridão desta noite escura e chuvosa que me faz ter essa visão destorcida.
-Ah bom, boa noite! - O garoto cuja a idade deve ser em média 18 a 22 anos se aproxima e me cumprimenta.
-Boa noite. - O observo sentar na outra parte do banco e fechar seu guarda-chuva multicolorido.
-Um, que pena que está chovendo você não acha? Daria para fazer tantas coisas se não estivesse chovendo assim. - Ele olhou nos meus olhos, mas logo que eu o encarei ele desviou o olhar novamente.
-Eu gosto da chuva. - Ele me olhou com um olhar interrogativo, talvez ele não acredite, ou talvez queira uma explicação do porquê.- Ah, ela me acalma e eu gosto de dormir ouvindo seu barulho.
-Bom, eu também gosto de dormir com o barulho da chuva, mas fora isso eu odeio a chuva. Ela não me deixa sair com os meus amigos, andar por aí, ela tira a minha internet e ainda por cima, eu não consigo parar de pensar que poderia haver um apagão a qualquer momento, e eu não consigo ficar no escuro.
-Somos diferentes então. Eu não gosto muito de sair e também não tenho medo do escuro, como eu disse anteriormente a chuva apenas acalma meu coração e me faz me sentir bem. -Eu estou me abrindo para um garoto que nunca vi na vida, apesar de eu rosto familiar, eu tenho certeza de nunca tê-lo conhecido antes. Ou seja, me abrindo para um estranho.
-Oh sim, somos bem diferentes então. - Apenas assinto e volto a olhar para a rua nada movimentada, até que ouço um barulho vindo do lado esquerdo da rua. Era um ônibus, o ônibus que eu esperava no ponto. E o ônibus que pelo visto o verdeado também esperava por, me pergunto se vamos para o mesmo lugar.
Quando o ônibus finalmente estaciona, nós dois com cuidado entramos no mesmo, primeiro ele e eu logo atrás. Como eu disse, nada está muito movimentado hoje, ou seja, o ônibus não é diferente. Há somente 6 pessoas dentro do ônibus e se for contar comigo e com o esverdeado, ficam 8, o que ainda é pouco para um ônibus. Na verdade isso é muito bom, odeio ter que ficar em ônibus cheios.
Observo o mesmo se sentar em uma das cadeiras do fundo do ônibus. Por um segundo corgitei me sentar ao seu lado, mas apenas tirei isso da cabeça. Nós não nos conhecemos e isso não bai mudar, foi apenas um momento, não algo duradouro e eu não posso esperar que seja.
Me sento três cadeiras a sus frente, e não resisto em olhar para trás, então percebo que o mesmo me olhava de um jeito estranho e ao encara-lo nos seus olhos cor esmeralda, pude ver o quanto eles brilhavam. Vejo o mesmo desviar o olhar. Me viro pra frente, e coloco uma musica aleatória para tocar no meu celular, enquanto eu escuto pelo fone e mesmo assim não deixo de pensar.
Afinal, por que seus olhos parecem tão... Familiares?
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