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História I Must Be Dreaming - Capítulo III Boneca quebrada.


Escrita por: P_Imperatrix

Capítulo 4 - Capítulo III Boneca quebrada.


Você me deixa doente
Porque eu te adoro tanto
Eu amo todos os truques sujos
E os joguinhos perturbadores que você explora
Em mim
Demência espacial nos seus olhos e
A paz surgirá
E nos separará"
E ficaremos sem sentido novamente”

 

Muse – Space Dementia

 

O verão havia iniciado e dias quentes davam vez a noites castigadas por fortes chuvas torrenciais como a que fustigava as janelas da casa dos Uzumaki.

A mesa estava posta, e o cheiro de terra molhada enchia a sala assim como o agradável frescor proporcionado pela tempestade.

Naruto e Minato conversavam animadamente e Kushina, num comportamento atípico, remexia a comida em seu prato e volta e meia, lançava olhares furtivos a Hinata.

A morena se sentia mais vazia de significado do que de costume e a espessa neblina que só ela parecia sentir, cobria todo seu corpo tornando todo e cada movimento exaustivo, uma respiração, uma mudança na expressão facial. Era como se aquela atmosfera de felicidade e normalidade da família Uzumaki tentasse expulsar a presença de Hinata, forçando-a a lutar para continuar a existir, de forma que o delicado equilíbrio do seu mundo interior era facilmente abalado.

– Hinata-san? – seu universo foi perturbado, era como se pudesse sentir as ondas sonoras das palavras de Kushina a atingindo violentamente, levanta o olhar do prato e dirigi-lo a ruiva exigiu uma força descomunal.

Kushina sorriu docemente ao sentir que tinha conseguido a atenção da menina, ela nada iria dizer, bem sabia, raramente o fazia, o único que conseguiam mais do que olhares opacos, movimentos lentos de afirmação ou negação e resmungos quase mudos era seu filho. Naruto parecia emanar uma luz que contaminava a todos, até mesmo a estranha criatura que Hinata era, a garota parecia sugar a cor a sua volta, toda a alegria.

– Minato-kun e eu andamos conversando... – começou após tomar um gole de suco – e concordamos, e acho que você também vai concordar, que você não pode ficar ser se instruir. Sua mãe me disse que no seu clã é costume ser educado em casa, mas na situação atual isso não será possível, então achamos que seria bom para você freqüentar a mesma escola que Ino e Naruto, o que acha’ttebane?

Hinata piscou tentando digerir as informações que recebera, já havia imaginado milhares de vezes como seria freqüentar uma escola regular e nunca lhe pareceu uma boa idéia.

Vendo que todos na mesa esperavam uma resposta, ela engoliu em seco e sorriu nervosamente – não era como se tivesse uma escolha.

– T-tudo bem...

Notou o garoto Uzumaki sorrir em sua direção e sua tez pálida se tornou corada.

Escola... Estava aí um tipo de tortura medieval que ainda não havia experimentado.

– C-com licença. – e saiu arrastando a cadeira, se sentia um tanto enjoada.

Alguns meses antes.

Seu nome foi proferido em meio a um sussurro, a respiração quente tocou seu pescoço e orelha.

– Neji... nii... san... – pausado e sussurrado o nome dele escapou por entre seus lábios secos.

A língua quente desceu pelo alvo pescoço alcançando a clavícula e quando se aproximava dos seios se afastou.

Os fios dos cabelos castanhos caiam pelo rosto bonito, escondendo fragmentos do sorriso cruel.

Hinata prendeu a respiração, o beijo incestuoso era selvagem e sujo, parecia sugar-lhe a alma, a lucidez, as mãos famintas machucavam sua pele enquanto não só a despia de suas roupas, mas de toda a vergonha, de toda a moral.

As unhas cobertas pelo esmalte descascado entraram na pele branca dos ombros masculinos buscando um contato maior. Sem esperar mais, ele afastou os joelhos femininos, o corpo dela arqueou-se em direção ao dele, as pernas o abraçando pela cintura, o gemido rouco preso em sua garganta.

Sentia pavor de Neji, sabia o quão perigoso ele era, mas nunca disse não, nunca diria, não poderia se tentasse e se tentasse não adiantaria. Não era ela, era ele, eram dele os toques, os beijos os sussurros. Ele sabia onde tocá-la e sabia como fazê-lo.

Hinata não passava de sua boneca preferida, brincar com Tenten era divertido, mas Tenten tinha vontades, não era como Hinata. Cordões invisíveis prendiam suas mãos, pernas, dedos, pálpebras, lábios e todo o resto. E os sorriso cruel mais cruel ficaria se ousasse desobedecer ao mestre da marionete Hinata.

Sorri boneca, e ela sorriria.

Era dono das ações da boneca quebrada que não sabia chorar.

E então, quando se cansava de brincar, a boneca quebrada não podia a liberdade suportar.

Cordas soltas não dão ordens e a deixava cair.

Mais alguns cortes lhe enfeitariam os pulsos livres de amarras, ele ria deles, zombava, a boneca sem vida precisava sentir, não sabia chorar, que sangrasse então! Precisava ver o sangue, prova de que estava mesmo viva, lembrete de que a morte ainda não havia lhe levado para cavalgar.

Outra noite sem dormir, olhos abertos na escuridão e volta o mestre da marionete Hinata, boneca quebrada que não sabia chorar.


Notas Finais


N/A : Que acharam? Eu particularmente gostei desse capítulo, a relação doentia NejiHina é o que eu estava louca para começar a explorar nessa fic, vocês não têm idéia da quantidade de vezes que eu tive que escutar Space Dementia do Muse e The Widow do The Mars Volta para esse capítulo. Não que eu esteja reclamando eu amo ambas as músicas.

Bem agora as pessoas que procuram um motivo para o que a Hinata é nessa fic, já tem para onde apontar.

Espero reviews ein!!

Kisu no Kokoro


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