História I need your love - Oi

2 semanas depois Selena POV

Abro meus olhos o mais lentamente possível, vendo a luz que do sol contaminar o lugar inteiro. Coço meus olhos na tentativa de enxergar melhor e vejo um quarto que parecia ser meu, mas não me lembrava de absolutamente nada. Tento me levantar mas é em vão, pela dor infernal que predomina em minha cabeça, me forçando a encostar a mesma no travesseiro macio. A porta é aberta e reconheço meu pai, que sorri e vem a meu encontro.

- Graças a Deus você acordou Selena! Ele me abraça e faço o mesmo.

- O que aconteceu?

- Você sofreu um acidente de carro e ficou em coma por 15 dias. Sua cabeça está doendo?

Assinto e logo a porta novamente se abre, dessa vez uma mulher que não sabia quem era, que aparentava ter uns trinta anos, veio até mim com uma prancheta. Presumia que era uma médica já que usava um jaleco branco.

- Que bom que a senhorita acordou, eu sou sua médica e irei examinar todos os dias sua saúde. Você sofreu traumatismo craniano e sua sorte foi grande, já que o único sintoma encontrado foi perda de memória então, não se preocupe se não se lembrar de algo, aos poucos sua memória voltará ao normal.

 - Tudo bem. E eu vou para a escola?

Eles se entreolham.

 - O ideal seria você repousar por mais alguns dias senhorita.

- Eu posso muito bem me virar.

- Selena o que vai adiantar ir no colégio se você faltou durante meses? - meu pai perguntou, parecia mais uma pergunta retórica.

Arregalei meus olhos, eu não me lembrava disso.

- Como assim? Por que eu faltei tanto?

- Eu não sei direito o que você fez, mas você saiu de casa. Selena, descanse, leia e pode me pedir o que quiser filha - depositou um beijo em minha testa - Taylor irá te visitar mais tarde.

- Taylor?

- Sua amiga - sorriu e os dois saíram.

Suspirei e vi um iPad na mesinha do lado de minha cama. O peguei e fui direto para as fotos, várias eu estava com uma garota loira, então, essa deveria ser Taylor. Algumas fotos minhas, de paisagens, nada que me pudesse ajudar.

" - Ti amo? - perguntou, assim que viu o que tinha feito. - É italiano - expliquei como se fosse obvio. - Ah.., bem, eu ti amo "

A frase surgiu em minha cabeça e uma voz masculina também dizia algumas palavras, mas eu não sabia quem era. Ignorei, já que podia ser o sintoma do traumatismo ou coisa assim, e peguei qualquer livro perto de mim para ler.

- Posso entrar? - umas voz doce se pronunciou abrindo a porta, a mesma loira das fotos.

- Eu acho.

Ela sorriu sem graça e se sentou na beirada da cama.

- Em que furada você se meteu Selena? A última vez que eu te vi você estava em uma boate como prostituta, e nosso reencontro foi por um acidente de carro.

Suspirei, já que não sabia do que ela estava falando.

- Eu não me lembro de nada, eu queria mesmo poder te responder...

- Taylor - me lembrou.

- Taylor.

Ela começou a explicar coisas de que não me lembrava, coisas inúteis, mas que me distraíam.

" - É sério. Por que eu estou aqui? Eu tenho dezessete anos e você concerteza tem mais de dezoito. Tudo o que eu sei de você é que você se chama Justin e que é um traficante. Por que eu? - Porque desde a primeira vez que eu te vi eu soube que você era minha. Que você seria perfeita para esse mundo. Selena, você pode não ser mestre em armas, mas sabe lutar. Você é inteligente. Você me desafia. - Eu não sou sua. Eu não sou de ninguém - retruquei irritada ignorando o resto de sua frase. - Pense o que quiser... "

Chacoalhei minha cabeça na tentativa de que minha mente parasse de me fazer lembrar dessas ilusões estranhas, e Taylor me olhou confusa.

- Algum problema?

- Nada, deve ser cansaço, embora eu tenha dormido pelas últimas duas semanas - rimos.

- Então, eu já vou indo Sel, vou me encontrar com o David.

Franzi os cenhos.

- Por quê?

- Como assim por quê? Oh, amnésia, você terminou com David antes de sumir.

Bufei, era ridículo eu não me lembrar de porcaria nenhuma, e o que lembrava era antigo. Taylor me deu um beijo estalado na bochecha e fiz a mesma coisa, dando um curto abraço. A porta se fechou e me dirigi até o banheiro de minha suite, dando de cara com um enorme cômodo que tinha de um box até uma banheira de hidromassagem. Liguei a água quente e depois despejei um pouco de fria, entrando na banheira e deixando os jatos de água massagearem os hematomas presentes pelo acidente. Eu queria voltar ao normal, ter minha vida de volta, mesmo não sabendo o que tinham acontecido para eu abandonar tudo, minha família, meus amigos, meu lixo e conforto diário, meus estudos e futura carreira como quem sabe advogada.

" Quer ser minha namorada? Me soltei de seus braços e ri, fazendo o mesmo franzir os cenhos. - O que fiz de errado agora? - Absolutamente nada, mas é fofo de sua parte. E, sim, eu quero ser sua namorada. "

Joguei água em minha face, aquilo já estava começando a me irritar. Aumentei o volume do iPod que tocava I need your love, da Ellie Goulding, e cantarolei junto com a música.

" eu acho que descobri que tinha um lado psicótico a ponto de te observar por um ano e te seqüestrar sem avisos prévios, sem te dar o luxo de contar mais sobre mim, mas você não sabe o quanto fez de minha vida melhor. Seu sorriso pode alegrar meio mundo, sua voz me acalma, seu beijo é o melhor e, modéstia a parte, nossas transas, eu nunca tive melhores... "

Eu estava começando a reconhecer a voz que insistia em invadir minha mente.

" Eu te amo Selena, me desculpa ".

Saí da banheira e desliguei a água, me sequei rapidamente e corri para meu closet. Coloquei o primeiro trapo que vi, calcei meus vans pretos que estavam em um armário cheio de calçados variados e desci, cambaleando um pouco já que ainda estava um pouco fraca. Meu pai havia saído, por isso, deixei um recado dizendo que voltaria até as oito. Pedi para a empregada, que após tentativas me lembrei que era Branca, fechar a chave para mim. Chamei um táxi já que não tinham desejo nenhum de dirigir um carro por um bom tempo, que me levou até o local onde queria. Imediatamente os seguranças me reconheceram, permitindo minha entrada. O jardim continuava tão perfeito, obra do perfeccionista jardineiro que trabalhava há anos naquela casa, pelo que soube. Toquei a campainha e encarei a enorme porta que dava acesso à mansão, e a morena abriu a boca em um perfeito " o " ao me ver.

- Selena?

- Ele está?

A cortei, eu iria falar com todos logo depois de primeiro falar com ele, isso não podia esperar. - No quarto dele. Sorri e segui para as escadarias, e minhas pernas começaram a fraquejar, não sei se era pelo nervosismo ou um dos sintomas do acidente, então ignorei. Parei em frente à sua porta de madeira e bati algumas vezes. O loiro abriu sua porta lentamente, me olhando com espanto.

- Oi, Justin.

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