Faz exatamente dois minutos desde que enviei a mensagem à Natasha. Qual o problema dela? Por que não responde? Por que ela nem sequer visualiza? Ela está em outro estado, mas continua sendo minha submissa. A prioridade sou eu!
Será que ela está me evitando? Será que ainda está brava e magoada por nossa discussão antes de sua viagem? Mas e quanto a nossa última conversa pelo telefone? Natasha parecia estar aberta, gentil e receptiva a mim.
Será que ela mentiu? Será que ela forçou toda a situação descontraída entre nós dois? Será que ela está começando a conseguir me ler? Será que ela já está aprendendo a se camuflar diante de mim? Será...
— Sr. Rogers, já chegamos.
Controlando minha vontade de socar algo ou alguém, direciono o olhar para Fury sentado no banco do motorista.
— Certo. Não precisa me esperar. Obrigado!
Abro a porta e me ponho para fora encarando a casa de aparência calma e familiar. Tudo que eu sempre quis ter, desde pequeno.
É preciso muita cautela para lembrar que Natasha tem uma família. Ela teve uma infância feliz, segura e normal. Ela teve amparo, proteção e amor. Ela teve tudo!
— Sigo para o hotel, senhor? – Fury novamente atrapalha meus pensamentos.
— Sim. Eu te ligo se acontecer algum imprevisto. Mas pode ir para o hotel e fazer o seu Check-In. Eu vou ficar na minha casa.
— Está bem, Sr. Rogers. Até mais!
Eu me limito a assentir com a cabeça antes de caminhar em direção à porta da casa.
Natasha. A minha Natasha. Minha ruiva doce, meiga, gentil, teimosa e dona dos meus pensamentos está aqui dentro. Bem aqui dentro. Ela está tão pertinho de mim. Apenas algumas construções de cimento e tijolos nos separam, diferente dos quilômetros de terra que me deixaram longe dela por incontáveis dias!
Decidido a acabar com a terrível tortura da saudade, estico o braço e aperto o botão da campainha escutando o som ecoar por dentro da casa. Aguardo por alguns segundos até uma figura loira abrir a porta. Seus olhos são azuis e os cabelos são longe de serem ruivos.
Franzo o cenho diante da senhora que me recebe. Por que ela não é ruiva como Natasha? Aliás, por que nem sua mãe nem seu pai são ruivos? Isso deveria me deixar aliviado, mas na verdade só me deixa ainda mais agitado.
— Pois não?
A voz da mulher é grossa e robusta, diferente da de Natasha, que é suave e gentil.
— Sim. Sou Steve Rogers, o namorado da Natasha. – tremo ao pronunciar a palavra que começa com n e termina com o.
— Na-namorado?
— Sim. Ela me disse que viria para Los Angeles visitar a mãe. Havia me pedido para vir junto, mas infelizmente só pude vir hoje. Eu... estou na casa certa?
— Ah, sim! Claro! Sou tia dela, a irmã de Kath.
— Prazer, senhora...
— Ryland. – ela me estende sua mão com um enorme sorriso. — Eu conheço você!
— Perdão? – mexo a cabeça enquanto me solto.
— Das revistas e noticiários, mas conheço.
— Ah, sim! Bom, a senhora se importa em chamar Natasha? Ou apenas avisar que estou aqui. Posso esperar do lado de fora...
— De jeito nenhum! – a tia de Natasha não é nada tímida em segurar meu braço e me puxar para dentro.
A realidade de dentro da casa me pega desprevenido. Somente pelo lado de fora já desconfiava que pudesse ser uma residência grande e bem decorada, mas o interior quase me derruba no chão.
Jamais imaginei que pudesse me deparar com objetos clássicos e visivelmente caros. Não é tanta surpresa assim, na verdade, uma vez que a mãe de Natasha seja corretora de imóveis e seu marido seja cirurgião dentista.
Eles têm uma boa renda familiar! Mas o que me impacta é que Natasha não vive em tais luxos. Ela recusa qualquer ajuda financeira que possa receber. Ela não busca melhorias sociais em sua vida. O apartamento que divide com Rebecca em Manhattan é numa excelente localidade! O aluguel é caro, mas o salário de Rebecca cobre a maior parte.
Como está desempregada ainda, Natasha ajuda nas despesas da casa, como compras de mercado, farmácia e limpeza. E ainda assim desabafa doer em seu bolso. Seus pais procuram ajudá-la com envio que Natasha insiste em dizer que são apenas empréstimos, ou seja, ela devolverá tudo. E isso parece atingi-la em seu ego.
Natasha gosta de ser independente e forte. Ela luta para conquistar o que quer sozinha. Mas ainda não compreendo por que repudiar dinheiro e um bom descanso econômico quando ela tem acesso e direito a tudo isso. Ela cresceu com mordomia e progresso financeiro. Ela nunca precisou lutar para se manter. Por que ir contra isso?
Uma revolta cresce dentro de mim diante dessa realidade. Natasha não precisa se sentir dependente e medida a poucos recursos. Ela tem por onde recorrer. Diferente de mim! Eu não tinha! Como ela pode...
— Bom, pode sentar, se quiser. – a voz de sua tia quebra meus pensamentos mais uma vez.
— Obrigado.
Caminho até o sofá e repouso os quadris no material caro e limpo.
— Kimberley, quem... Steve?
A mãe de Natasha surge à sala com uma dúvida no rosto. Tal dúvida passa à surpresa para depois se transformar em sorriso quando me vê.
— Boa tarde, senhora...
— Opa, opa. Somente pelo primeiro nome. – a mulher ergue um dedo na frente do rosto. — O que faz aqui, querido?
— Vim ver a Natasha. – eu me levanto para cumprimentá-la. — Quis fazer uma surpresa para ela.
— Oh, sim! Bom, ela está lá em cima no quarto. Irei chamá-la para você. Tudo bem?
— Sim. Obrigado.
— Okay. Você aceita alguma coisa, querido?
— Uma água, por favor.
— Está certo. Eu vou pegar enquanto você chama a Natasha. – a loira que abrira a porta para mim aponta para a Sra. Whisper.
— Okay. Eu já volto, querido. Pode sentar. – a Sra. Whisper aponta para o sofá antes de subir as escadas.
Após me sentar, eu volto a estudar a sala da casa e me deparo com a parede de quadros. São todos fotos de crianças. Dou uma breve espiada nas escadas antes de levantar e analisar as fotografias mais de perto.
Um sorriso genuíno se abre em meus lábios quando avisto uma garotinha ruiva e de cachinhos no quadro da direita: Natasha. Ela está numa pose de lado com a mão na cintura enquanto sorri para a câmera. Numa outra, Nat parece ainda menor. Ela está com uma careta de choro e segurando um pirulito quebrado.
Os quadros ao redor denunciam o restante de sua família, o que inclui Hazel. Uma fotografia que eu desconfio ser de sua chegada à casa. Ela está no colo de uma Kathleen mais jovem e de cabelos mais longos. Natasha está ao lado da mãe no sofá enquanto encara a irmã recém-nascida com um enorme brilho nos olhos. Um garotinho está em pé ao seu lado. Ele também é ruivo e usa óculos grossos de leitura.
Franzo a testa sem saber reconhecê-lo, mas imagino que seja da família de Natasha, uma vez que também tenha cabelos ruivos e mínimas outras semelhanças físicas como as de Natasha.
Encarar a parede à minha frente me traz um misto de sensações. Não sei se fico feliz por saber que Natasha teve uma infância feliz ou se sinto revolta. Ela foi condicionada a tudo que eu nunca fui. Ela teve tudo que eu nunca tive. Não é inveja nem despeito por sua alegria e segurança. É apenas... por quê? Por que uns são felizes e outros não? É uma discussão revoltante a se levantar!
Enquanto me afasto do mural de quadros e volto ao sofá, começo a me lembrar do pesadelo que tive esta noite. Merda! Parece mesmo que dormir sem Natasha me faz ter lembranças terríveis do que me aconteceu. Droga!
Pensar em Natasha me faz querer... não! Não estou sentindo nada. Nada! E por que sentiria? Natasha não é uma ameaça, não é um perigo. Nenhuma outra mulher de olhos verdes é um perigo para mim. Nenhuma!
— Steve?
A dona da voz mais doce, rouca e meiga atrai minha atenção. Um magnetismo forte me domina. Não. Eu sou o Dominador. Não sou o submisso. Novos tempos, Rogers, novos tempos...!
— Nat!
Não repreendo o sorriso que se forma em meu rosto. E vejo que Natasha o aprecia carinhosamente.
— Oh, meu Deus! O que está fazendo aqui? – observo seu semblante mudar de feliz para assustado. — Aconteceu alguma coisa? Você está bem?
— Estou, minha linda. – meus dedos tocam na pele quente e macia do torso de suas mãos. — Só quis vir te ver.
— Quis? – suas bochechas ganham um tom rosado e gentil, o que só me faz querer fodê-la como um selvagem. Calmo. Preciso ficar calmo. — Você quis me ver?
— Sim. E não consegui esquecer nossa última conversa pelo telefone.
— É. Eu também não. Desculpe não ter ligado nos outros dias, mas...
— Eu também não liguei. Estamos quites. – Nat sorri mais uma vez, fazendo com que um calor incômodo e desconhecido se espalhe por meu peito.
Sem esperar mais, aperto seu rosto em minhas mãos e colo meus lábios aos seus sentindo seu gosto doce e molhado enviar calafrios por todo o meu corpo! Minha pequena e frágil Natasha geme em resposta, acariciando meus cabelos enquanto dá a passagem que eu tanto insisto em conseguir.
Ao tocarmos nossas línguas, uma descarga elétrica sobe dos meus pés até os cabelos, que estão sendo "penteados" pelo leve e gentil toque das mãos de Natasha. Minha pequenina e linda Natasha.
— Oh, Deus... – sua voz rouca e ofegante fazem minhas mãos tremerem. — Que beijo intenso!
— É. Também achei... – por algum motivo, meus olhos não conseguem desgrudar dos seus. E nem eu quero que desgrudem.
— Você está bem? – suas delicadas e macias mãos tocam os dois lados de meu rosto.
— Estou. Por quê?
— Não sei. – minha Natasha ergue os ombros. — Parece um pouco desconfortável. Nervoso. Você me assustou.
— Eu te assustei? Mas por quê?
— Não esperava que viesse. – um novo rubor se prolifera nas maçãs de seu rosto. — Eu até quis, mas pensei que não viesse.
— Também não pensei que eu viria. – ela me encara mordendo seu bendito lábio. — Mas eu não aguentei de saudades. – subo uma mão até sua boca e puxo seu queixo para baixo. — Não faça isso.
— Certo. – ela me observa com um olhar culpado e travesso. — Venha comigo! Quero te apresentar à minha família.
Mais uma vez, seu sorriso doce e angelical me faz perder o fôlego. O "não" fica entalado em minha garganta. Para a minha desgraça, não consigo lhe negar.
Sua mão segura a minha e eu cruzo meus dedos com os dela. Seguimos pela sala até virarmos a direita, passando por um pequeno corredor antes chegarmos à cozinha.
— Hey! – Natasha chama a atenção das pessoas que antes riam e conversavam.
— Oi, querida! Steve, quer comer alguma coisa? – sua mãe pergunta educadamente.
— Não, obrigado.
— Desculpe. Eu não me esqueci de pegar sua água. Eu já ia levar, mas você estava conversando com a Nat, então não quis atrapalhar. – a loira que abrira a porta para mim sorri e me estende um copo de água gelada.
— Não se preocupe. Obrigado.
Em uma única e rápida virada, entorno a água para dentro da boca sentindo o líquido gelado matar a sede e refrescar minha garganta ressecada.
— Bom, Steve, esta é a minha tia Kimberley, irmã da minha mãe. – Nat nos apresenta enquanto trocamos um sorriso em forma de cumprimento. — Tia, este é...
— Seu namorado. – Natasha enrubesce diante de seu corte e, antes que possa consertar ou negar, eu decido me intrometer.
— Muito prazer! - mais uma vez, aperto sua mão e ela aceita meu gesto.
Natasha parece desconcertada enquanto olha entre nós dois. Provavelmente ela não sabe se diz algo sobre a afirmação de sua tia ou deixa quieto diante de minha resposta.
Eu abraço seus ombros para confortá-la, querendo que Nat relaxe e entenda que não há nada para ela contradizer.
— Ahn... – depois de tempo, Nat pisca antes de continuar com as apresentações. — Está é Louise, minha avó.
— Oi, Sr. Rogers. – a doce senhora me cumprimenta rapidamente.
— Prazer. Apenas Steve.
— Apenas Louise. Soube que já conhece Robert e Hazel, mas eles estão num passeio.
— Tudo bem. Posso cumprimentá-los em uma outra ocasião. – ponho o copo vazio sobre a pia e me viro para a tia de Natasha. — Mais uma vez, obrigado.
— Mais uma vez, de nada. – ela sorri antes de lavar o copo.
— Ér... bem, Steve?
— Sim? – viro o rosto em direção à Natasha, que ainda está corada.
— Bom, também tem o meu primo. Sebastian. Mas ele não está.
O semblante de meu rosto muda. De sorridente, eu fico nervoso e agitado. E Natasha parece notar também.
— Ér... você pode conhecê-lo à noite. Ele foi passear com a namorada.
— Namorada? – indago com o cenho franzido.
— É... – Natasha move seus olhos para o lado, corando ainda mais por notar que seus familiares nos encaram.
— Ah! Tudo bem! – sorrio e ergo os ombros. — Bom... está ocupada?
— Ocupada? Por quê?
— Vamos dar um passeio?
— Passeio?
— É, Nat. – sorrio por suas repetições.
— E aonde vamos?
— É surpresa.
— Steve...
— São quatro da tarde e eu quero te levar a um lugar. – sorrio ao checar meu relógio de pulso. — Vista um casaco e vamos.
— Steve...! – Natasha bate o pé e eu fico tentado entre rir e lhe ensinar bons modos. Opto pela primeira opção, por hora.
— Ficar aqui insistindo para que eu te conte não fará com que você descubra qual é a surpresa. – ela suspira em derrota.
— Okay. Mãe...
— Está tudo bem, querida! Divirta-se!
— Certo. Tchau. Até mais!
Seus familiares respondem o mesmo, o que me faz retribuir um adeus enquanto sou puxado por Natasha para fora da cozinha.
— Steve, aonde pretende me levar? – a dúvida volta a fazer pertinência no rosto de Nat, que veste um casaco azul.
— Já disse que é surpresa. – ao ver que ela termina de colocar a peça de roupa, seguro seu rosto.
— Mas...
— Não adianta fazer esta carinha. Não vai me amolecer, Srta. Romanoff.
— Jura? – seus olhos verdes ganham um brilho em especial enquanto seu rosto e lábios absorvem um tom ainda mais rosado.
— Você é uma diabinha! – exclamo não dando tempo de ela responder.
Pressiono os lábios contra os seus mais uma vez. Eles são tão doces, macios e delicados. Ela é perfeita! Natasha é a garota perfeita! E é minha. Toda e só minha.
▪️▪️▪️
— Já estamos no carro há meia hora e você ainda não me disse aonde estamos indo!
Viro o rosto em direção a Natasha, que já está me encarando com um sorriso nos lábios.
— E nem vou dizer.
— Mas por quê?
— Porque é surpresa. – minha voz sai num tom calmo e eu desconheço tal atitude.
— Mas...
— Certo! Você quer mesmo saber?
— Sim! Por favor...!
— Está bem. Então olhe para trás.
— Ahn? Por quê?
— Porque já chegamos, curiosa. – abro a carteira e entrego o dinheiro ao taxista.
Natasha franze o cenho antes de abrir a porta e sair do outro lado do carro.
— Para onde você me trouxe? – pergunta enquanto roda os olhos pelo campo aberto.
— Para um passeio. – uno minha mão à sua enquanto o táxi se afasta.
— Steve!
Uma voz masculina adentra meus ouvidos e, logo em seguida, um homem caminha em direção a mim e à Natasha com seus dois braços abertos.
— Oi! Pensei que não viesse mais.
— Mas é claro que eu viria. – retribuo ao seu aperto de mão. — Esta é Natasha Romanoff, minha namorada. – Natasha tenciona ao meu lado mais uma vez. — Nat, este é Philip Coulson.
— Muito prazer! – sinto falta do quente e delicado toque de sua mão quando ela me solta para apertar a de Phil.
— O prazer é todo meu, senhorita...
— Natasha. Apenas Natasha.
Aperto os punhos sentindo um forte e incontrolável ciúme se espalhar por meu corpo. Saia, Phil! Ela é minha, caralho!
— Já está tudo pronto lá em cima! – Phil atrai minha atenção mais uma vez.
— Ótimo! Vamos logo, Srta. Romanoff!
Volto a segurar na mão de Natasha enquanto a puxo para dentro do estabelecimento. Diferente do modo que eu estava há poucos minutos atrás, meu tom e, tampouco, meu toque lhe transmitem a calma e doçura de antes. Agora seguro em sua mão de forma ríspida e forte e Natasha parece perceber.
— Steve...
— Continue andando!
É tudo o que eu lhe digo. E noto que ela se encolhe ao meu lado. Seus dedos apertam minha mão e eu interpreto seu gesto: ela está pedindo que eu fique calmo. Está pedindo que eu pare com esta atitude.
Mas eu não quero. Não quero parar. Não quero ter que me acalmar. Pelo contrário. Quero continuar nervoso. Quero continuar puto com ela. Quero continuar com meus motivos para poder puni-la!
Mas, ao virar o rosto e encarar seus olhos verdes, bochechas rosadas e lábios delicados, não consigo continuar no papel de machão durão. Eu me perco em sua doçura, em sua calmaria, em sua gentileza.
Definitivamente, Natasha Romanoff consegue desmontar todas as estruturas que formo ao meu redor. E todas as que montei antes de conhecê-la. Não. Não pode! Ela está sendo a Dominadora. Isso não pode acontecer. Não pode!
— Está tudo bem?
Sua voz me faz voltar para o mundo.
— Sim.
— Mesmo?
— Sim, Srta. Romanoff. Espero que goste de surpresas. – puxo sua mão até meus lábios. — Olhe.
Faço um sinal com a cabeça para que ela vire o rosto. Seus olhos brilham junto de um enorme e luminoso sorriso que se espalha em seu rosto angelical.
— Oh, meu Deus! Nós vamos... nós vamos voar? – Nat aponta para o helicóptero à nossa frente.
— O que você acha, Srta. Romanoff?
— Okay, eu mereci essa resposta, Sr. Rogers. – o som de risada me contagia.
— Vamos!
Estico meu braço para ela demonstrando que eu quero que pegue em minha mão. Natasha suspira e une nossos dedos num contato quente e delicado.
Andamos até a aeronave e vejo Phil abrir a porta para ela. Assim que Natasha entra e se senta no banco de couro, sussurro para que não mexa em nada e fecho a porta do seu lado. Em seguida, sigo para a outra entrada do helicóptero e me acomodo à sua esquerda.
Natasha está lindamente ocupada ao meu lado enquanto admira a tecnologia moderna do helicóptero. Sorrio carinhosamente ao apreciar sua expressão infantil e encantada. Movo as mãos até sua cintura e a sento corretamente. Pego o cinto de segurança e firmo ao redor de seu corpo para prendê-la de forma segura.
Meu corpo todo se arrepia com a ideia de poder sobre ela. Natasha me fascina!
— Pronto!
— Pronto o quê? – seu rosto se enruga sem entender.
— Agora, não tem como escapar de mim.
— E quem disse que eu iria querer escapar? – Natasha provoca e eu tento segurar a vontade de rir que cresce em mim, mas acabo falhando. — O que foi? Pode sorrir, Sr. Rogers. Prometo que não conto para ninguém.
— E então? Preparada para voar no Capitão América?
Eu me afasto antes que ela perceba que entrou na minha pele mais do que qualquer outra pessoa. Na verdade ela é a única com esse poder.
— Capitão América? – Natasha solta uma gargalhada.
— Sim. Por quê?
— É assim que chama seu helicóptero?
— Sim, Srta. Romanoff. Por quê?
Natasha reprime mais um sorriso e eu reprimo a vontade de possui-la aqui mesmo.
— Parece nome de super-herói.
— Ele é um super-herói! – olho para o teto do capitão. — Eu me sinto bem aqui.
— Então também irei me sentir. – afirma com um sorriso tímido. — E como vai fazer para voltar a Nova York com ele?
— Fury irá levá-lo.
— Fury?
— Sim. Ele me deixará no aeroporto e voltará para apanhar o capitão. Só confio nele para pilotá-lo.
— E chega até Nova York?
— Bom, em poucas pausas para reabastecer o combustível, sim. – faço uma pausa e suspiro ansiosamente. — Mais alguma pergunta?
— Não, Sr. Rogers.
— Ótimo! Segure-se, Srta. Romanoff. – dou mais um selinho nela antes voltar ao meu banco e passar o cinto de segurança em volta do corpo.
Pego os fones de ouvido e os encaixo em minha cabeça vendo Natasha fazer o mesmo.
— Boa tarde! Sou Steve Rogers e peço permissão para levantar voo. Los Angeles, Califórnia, sobrevoando Beverly Hills.
— Boa tarde, Sr. Rogers! Permissão autorizada. As condições climáticas favorecem sua partida. Em todo caso, estaremos acompanhando suas coordenadas já especificadas a nós pelo Sr. Nick Fury. Tenha um bom voo!
— Obrigado e desligo!
De soslaio, olho para Natasha, que está sorrindo bobamente.
— Nervosa, Srta. Romanoff?
— Um pouco. – sorrio por ouvir sua doce voz ao fone. — Aonde vamos?
— Apenas passear por Beverly Hills.
— Passear? Por Beverly Hills? Sério? – seu rosto explode em uma extrovertida emoção, o que me contagia com sua inocente alegria.
— Sério! – afirmo antes de decolar com o helicóptero.
Ao meu lado, sinto o corpo de Natasha ficar tenso. Ela prende a respiração e arrasta as unhas pelo assento abaixo de seus quadris.
— Shhh... fique tranquila. Apenas curta seu passeio, Srta. Romanoff. Eu sei pilotar. Confie mim.
— Já disse que confio em você um milhão de vezes!
— Mas...?
— Estou nervosa. – responde com o rosto corado.
— Relaxe! - eu lhe lanço um sorriso acolhedor e calmo. — Está comigo, Natasha. Estará sempre segura ao meu lado! Sempre!
Ela absorve minhas palavras com um semblante pacífico e grato antes de sorrir para a janela do helicóptero. Seus olhos observam a tudo com admiração e felicidade.
Mais uma vez, aquela sensação misteriosa invade meu peito e eletrocuta meu coração. Isto é, se eu tivesse um.
You're the light, you're the night
Você é a luz, você é a noite
You're the color of my blood
Você é a cor do meu sangue
You're the cure, you're the pain
Você é cura, você é a dor
You're the only thing I wanna touch
Você é a única coisa que quero tocar
Never knew that it could mean so much, so much
Eu nunca soube que poderia significar tanto, tanto
Preciso me concentrar muito na direção para não desviar a atenção para o rosto de Natasha. Seu sorriso angelical, aberto e extrovertido me faz ter vontade de pular em cima dela.
Somente por prezar tanto com sua segurança, eu não coloco o helicóptero no modo de Piloto Automático e a fodo no banco por horas e horas.
Natasha está me enlouquecendo! Ela é tão linda! Tão inteligente! Tão bondosa! Tão doce! Tão voraz! Tão valente! Ela é tão... tudo!
You're the fear, I don't care
Você é o medo, eu não ligo
'Cause I've never been so high
Porque nunca estive tão fora de mim
Follow me to the dark
Me siga até a escuridão
Let me take you pass the satellites
Me deixe te levar além dos satélites
You can see the world you brought to life, to life
Você pode ver o mundo que trouxe à vida, à vida
So love me like you do, lo-lo-love me like you do
Então me ame como você ama, me ame como você ama
Love me like you do, lo-lo-love me like you do
Me ame como você ama, me ame como você ama
Touch me like you do, to-to-touch me like you do
Me toque como você toca, me toque como você me toca
What are you waiting for?
O que está esperando?
Não quero pensar, não quero demonstrar, não quero sentir que a cada momento que passo ao seu lado, de certa forma, mexe comigo. Mexe com o que estou sentindo por Natasha. Pera! O quê? Eu pensei isso mesmo? Sentindo?
Não! Não pode ser! Alerta vermelho! Palavras-chave! Escuro, escuro, escuro! Não pode! É proibido! É contra as regras! Só desejo, só desejo, só desejo! Exatamente e somente isso!
Fading in, fading out
Aparecendo, desaparecendo
On the edge of paradise
À beira do paraíso
Every inch of your skin is a holy grail I've got to find
Cada pedaço da sua pele é um santo graal que tenho que encontrar
Only you can set my heart on fire, on fire
Só você pode acender meu coração
Yeah, I'll let you set the pace
Sim, vou te deixar determinar o ritmo
'Cause I'm not thinking straight
Porque não estou pensando direito
My head's spinning around, I can't see clear no more
Minha cabeça está girando, não consigo mais ver com clareza
What are you waiting for?
O que está esperando?
— Steve? – a voz doce da ruiva ao meu lado chama minha atenção.
— Sim?
— Posso perguntar uma coisa?
— Diga.
— Por que escolheu fazer esse passeio comigo?
Boom! Sua pergunta me deixa sem estruturas. O quê? Não! Meu Deus! O que está acontecendo comigo? Não! Ninguém tem o poder de me deixar sem palavras e, muito menos, sem atitudes! E, com Natasha, não será diferente! Não será e não é!
— É só um passeio. – sou curto e grosso, mas me arrependo quando vejo Nat abaixar os olhos visivelmente magoada. — Quer dizer, é um passeio bonito. Achei que fosse gostar da vista daqui de cima. Só quis te proporcionar isso.
— Hmmm...! Tudo bem. Estou amando!
— Está menos nervosa?
— Um pouco. Estou conseguindo relaxar. – admite com uma risadinha que borbulha novamente em meu peito. Caralho!
— Que foi? – pergunto ao ver que seu sorriso continua no rosto.
— Nada.
— Natasha...
— Não é nada! É que... sei lá... esse passeio parece romântico demais para você!
— Romântico? – franzo a testa com raiva. — Claro que não! É só um passeio! A prova disso é que existem milhares de pilotos de helicóptero que cobram por isso!
Diferente do que eu pensava, minha resposta ríspida não atinge Natasha de um modo triste e chocado, mas sim alegre desinibido. Tem algum palhaço aqui nessa merda?
— Que foi? - questiono já cansado dessa porra toda.
— Nada! Você tem razão, Sr. Rogers! Esse passeio não tem nada de romântico!
— Natasha...
— Romance? O que é isso? É de comer?
Rebato à ironia em seu tom com uma sobrancelha arqueada. Deveria ser o suficiente para Natasha captar a mensagem e reconhecer seu lugar enquanto submissa, mas ela apenas ri ainda mais, como se estivesse me desafiando. Ela vive a me desafiar!
— O que foi, Sr. Rogers? Eu estou odiando! É sério! Nossa! Não tem algo pior, não?
— Certo, Srta. Romanoff. Chega de piadinhas! Eu não sou romântico!
— Hmmmmm...
— Natasha! – repreendo e ela me interroga com o olhar.
— Meu Deus, o que foi!? Por que precisa lutar contra isso? O que tem de mal?
Love me like you do, lo-lo-love me like you do
Me ame como você ama, me ame como você ama
Love me like you do, lo-lo-love me like you do
Me ame como você ama, me ame como você ama
Touch me like you do, to-to-touch me like you do
Me toque como você toca, me toque como você me toca
What are you waiting for?
O que você está esperando?
— Não tem nada. Eu só não sou romântico.
— Okay.
— E não quero e não vou ser. Entendeu?
Natasha morde o lábio olhando atentamente para mim. De repente, eu me apavoro com a possível ideia de ela começar a chorar ou ficar zangada comigo, mas sinto uma alívio — junto de uma raiva — crescer em meu peito quando a vejo sorrir.
E daí se ela ficasse brava ou magoada? O que isso importa para mim? Em que isso muda? Porra! Ela não significa nada para mim! Eu não devo me preocupar em mantê-la feliz e segura! Caralho, isso não tem diferença nenhuma!
— Certo. Eu entendi, Sr. Rogers.
— Ótimo! – eu lhe devolvo um olhar severo e nervoso antes de me voltar à condução do helicóptero.
Love me like you do, lo-lo-love me like you do (like you do)
Me ame como você ama, me ame como você ama (como você ama)
Love me like you do, lo-lo-love me like you do (yeah)
Me ame como você ama, me ame como você ama (sim)
Touch me like you do, to-to-touch me like you do
Me toque como você toca, me toque como você me toca
What are you waiting for?
O que está esperando?
Ah
Ah
I'll let you set the pace
Vou deixar você determinar o ritmo
'Cause I'm not thinking straight
Porque não estou pensando direito
My head's spinning around, I can't see clear no more
Minha cabeça está girando, não consigo mais ver com clareza
What are you waiting for?
O que está esperando?
Mas que merda é esta que eu estou fazendo? Será que eu...? Não! Não, claro que não! Não vou deixar a Natasha determinar o ritmo! Eu estou pensando em tudo, eu estou no controle de tudo! Sempre! Eu não a amo, eu não a amo, eu não a amo! Uma submissa! É mais uma submissa! Janeiro terminará e a nossa relação irá junto.!
Respire fundo, Steve. Fique calmo. É sexo por prazer. Sexo por prazer. Sexo por prazer. Ela pode ser linda, gentil, meiga, doce, carinhosa, dedicada, delicada, atenciosa e... não!!!!! Não!!! Meu Deus, não! Ela é sedutora, teimosa, cabeça dura, respondona, atrevida, rebelde!
Ela é ruiva! Ela tem aqueles olhos verdes e misteriosos! Ela tem pele branca como uma porcelana frágil e fria! Ela é bela assim como uma dama da noite! Ela é desafiadora! Ela... ela... não! Não, não, não! Preciso ter calma. Natasha não é ela. Natasha é apenas a minha Natasha. Ela não tem culpa de nada. Absolutamente de nada!
Love me like you do, lo-lo-love me like you do (like you do)
Me ame como você ama, me ame como você ama (como você ama)
Love me like you do, lo-lo-love me like you do (yeah)
Me ame como você ama, me ame como você ama (sim)
Touch me like you do, to-to-touch me like you do
Me toque como você toca, me toque como você me toca
What are you waiting for?
O que está esperando?
Eu não te amo, Natasha. Eu não te amo. Eu não te amo, eu não te amo, eu não te amo! Eu não sinto nada por você além de prazer e necessidade de te punir. Punição. É o que você merece! As únicas coisas que eu devo dar a você: punição e prazer. Não mude o contrato. Não mude as regras. Elas são intactas!
Não posso te amar. Não posso amar ninguém. Não mereço amar muito menos ser amado. É totalmente proibido! É totalmente contra as cláusulas! Não pode! É lei! É a minha sagrada e imutável lei!
Sem amor. Sem amor. Sem amor. Esse passeio irá acabar assim como a constância do contrato no final de janeiro. Apenas!
Love me like you do, lo-lo-love me like you do (like you do)
Me ame como você ama, me ame como você ama (como você ama)
Love me like you do, lo-lo-love me like you do (oh)
Me ame como você ama, me ame como você ama (oh)
Touch me like you do, to-to-touch me like you do (ah)
Me toque como você toca, me toque como você me toca (ah)
What are you waiting for?
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